terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Os seis que mereciam ser dez - 1

Um gesto lânguido, num segundo que, de certa forma, irá perdurar nas nossas mentes. A melhor opção, sempre a melhor. A linha de passe invisível, até nos ser revelada pelo patrão, num assomo de pura genialidade, e generosidade para os adeptos do futebol. Por vezes dava a sensação de ser lento a executar, mas não, nada disso; apenas criava essa ilusão para assim podermos desfrutar da sua magia. Pois é, e pela primeira vez, senti uma atracção por esse comando, por esse posto. Paulo Sousa.
A maneira como a equipa seguia as suas passadas, dando, por vezes, a ideia que o jogo variava de flanco com apenas um olhar seu, como se este dissesse à bola, « é por ali, é por ali o melhor caminho»; outras vezes, o desenrolar do jogo colava-se ao bater do seu pulso, acelarando, ou detendo-se, conforme o entusiasmo do general.
Seria uma personagem de um qualquer conto de Wilde pela sua graça e elegância; simbolo máximo da vitoria da inteligência sobre o músculo, não se descobria em Sousa indìces fisicos invulgares. Não era rápido, tão pouco forte no choque, não era dotado de uma garra extraordinária, tecnicamente apesar de bom, não deslumbrava... Mas compensava tudo isso com uma inteligência singular. Que prolonga no seu cargo como selecionador, mas isso são contas de outro rosário...

1 comentário:

Anónimo disse...

É triste de ver que a grande geração (para mim melhor até que esta de agora) nunca conseguiu realmente nada... Futre, Couto, Baia, Paulo Sousa, João Pinto, Rui Costa... isto podia muito bem ser a Laranja verde e vermelha, mas nunca foi, mal treinados? talvez...