A conversa da falta de confiança, em relação ao rendimento de um avançado, já chateia. Importa, porém, continuar a desmistificar ideias feitas e opiniões assentes em especulações infundadas. Mantenho aqui o que tenho vindo a defender há já algum tempo. A principal diferença, em termos de finalização, entre Postiga e Liedson, é o número de ocasiões de que os dois dispõe. O brasileiro, pelo tipo de movimentações que prefere, goza de muito mais oportunidades do que o português, que se preocupa com outras coisas além de aparecer nas zonas de finalização. Como tal, Liedson marca mais golos. Mas também falha mais. É estúpido dizer que Postiga é perdulário, que falha muitos golos, que tem um problema mental, que é maluco, etc. E é estúpido porque não é verdade. O que acontece é que, como tem menos oportunidades de golo, cada falhanço tem uma importância acrescida. Sempre que falha, então, é crucificado e dizem-se disparates sem fim. O que aconteceria se, apesar de falhar dois ou três golos num jogo, marcasse outros tantos? Ninguém se lembraria de maldizer a sua prestação, certamente.
Ora bem, de Liedson não se diz o mesmo que Postiga simplesmente porque, apesar de falhar tanto ou mais, e de forma tão ou mais clamorosa, marca com mais regularidade. Mas isso apenas porque tem mais oportunidades para fazê-lo. Em termos de percentagem de aproveitamento de oportunidades, Postiga não é de maneira nenhuma inferior a Liedson e não é de maneira nenhuma inferior a qualquer ponta-de-lança de créditos firmados. No passado jogo frente à Islândia, Postiga marcou um golo e falhou outro, no frente a frente com o guarda-redes. Muitos se apressaram a referir o falhanço como imperdoável. Mas a verdade é que marcou um golo em duas oportunidades, tendo nesse jogo um aproveitamento de 50%. Por que razão não se dizem as mesmas coisas de Liedson? É que, frente ao Gent, o avançado-deus marcou dois golos, sim, mas falhou três escandalosos, alguns de baliza totalmente aberta. Que dizer disto? Apesar dos dois golos, o aproveitamento de Liedson foi inferior ao de Postiga nesse jogo em que, tão depressa, se aprontaram a ver nele um problema qualquer. Será que Liedson também tem um problema de confiança? Será que é maluco, também? Neste mesmo jogo frente ao Gent, Postiga assistiu Salomão para o primeiro golo; foi ele quem recebeu a bola comprida, deixando-a à mercê de João Pereira, que assistiu Liedson para o segundo; foi ele quem arrastou a defesa e abriu o espaço por onde entrou Maniche no quarto golo; foi ele quem marcou o quinto. E não falhou clamorosamente nenhum golo, ao contrário do seu companheiro de sector que, para muitos, é exímio na finalização.
O objectivo deste texto é duplo. Em primeiro lugar, pôr em evidência a falácia que há em pensar que Liedson e Postiga diferem essencialmente pela capacidade de finalização, que no primeiro é boa e no segundo insatisfatória. Liedson marca mais e falha mais. E a razão por que tal acontece é porque é um tipo de jogador diferente, que usufrui de maior número de ocasiões de golo. O seu rendimento, de acordo com as ocasiões de que dispõe, não é superior ao de Postiga. O segundo objectivo é demonstrar que Postiga, além de não ser inferior a Liedson em termos de finalização, garante à equipa muito mais que o momento da finalização. E é esse excedente que o faz bem mais útil à equipa do que o brasileiro. Postiga não tem problema mental nenhum. É um avançado que, porque se preocupa com muitas coisas (servir de apoio frontal, apoiar os colegas à linha, tabelar, arrastar defesas sem bola, etc.) não consegue atacar as zonas de finalização com tanta frequência quanto um avançado que tenha por preocupação apenas os movimentos para finalizar. E, como tal, é um avançado que goza de poucas oportunidades para marcar, quando comparado com avançados de outro tipo. Assim, porque os adeptos são, tendencialmente, esquecidos, sempre que falha uma dessas ocasiões é assobiado e vêem nele alguém pouco concretizador. A verdade, contudo, é outra. E o seu rendimento, se tivermos em conta os golos que marca em função das oportunidades de que dispõe, e até superior ao de certos avançados que marcam mais golos. Assim se desmascaram falsas certezas.
Ora bem, de Liedson não se diz o mesmo que Postiga simplesmente porque, apesar de falhar tanto ou mais, e de forma tão ou mais clamorosa, marca com mais regularidade. Mas isso apenas porque tem mais oportunidades para fazê-lo. Em termos de percentagem de aproveitamento de oportunidades, Postiga não é de maneira nenhuma inferior a Liedson e não é de maneira nenhuma inferior a qualquer ponta-de-lança de créditos firmados. No passado jogo frente à Islândia, Postiga marcou um golo e falhou outro, no frente a frente com o guarda-redes. Muitos se apressaram a referir o falhanço como imperdoável. Mas a verdade é que marcou um golo em duas oportunidades, tendo nesse jogo um aproveitamento de 50%. Por que razão não se dizem as mesmas coisas de Liedson? É que, frente ao Gent, o avançado-deus marcou dois golos, sim, mas falhou três escandalosos, alguns de baliza totalmente aberta. Que dizer disto? Apesar dos dois golos, o aproveitamento de Liedson foi inferior ao de Postiga nesse jogo em que, tão depressa, se aprontaram a ver nele um problema qualquer. Será que Liedson também tem um problema de confiança? Será que é maluco, também? Neste mesmo jogo frente ao Gent, Postiga assistiu Salomão para o primeiro golo; foi ele quem recebeu a bola comprida, deixando-a à mercê de João Pereira, que assistiu Liedson para o segundo; foi ele quem arrastou a defesa e abriu o espaço por onde entrou Maniche no quarto golo; foi ele quem marcou o quinto. E não falhou clamorosamente nenhum golo, ao contrário do seu companheiro de sector que, para muitos, é exímio na finalização.
O objectivo deste texto é duplo. Em primeiro lugar, pôr em evidência a falácia que há em pensar que Liedson e Postiga diferem essencialmente pela capacidade de finalização, que no primeiro é boa e no segundo insatisfatória. Liedson marca mais e falha mais. E a razão por que tal acontece é porque é um tipo de jogador diferente, que usufrui de maior número de ocasiões de golo. O seu rendimento, de acordo com as ocasiões de que dispõe, não é superior ao de Postiga. O segundo objectivo é demonstrar que Postiga, além de não ser inferior a Liedson em termos de finalização, garante à equipa muito mais que o momento da finalização. E é esse excedente que o faz bem mais útil à equipa do que o brasileiro. Postiga não tem problema mental nenhum. É um avançado que, porque se preocupa com muitas coisas (servir de apoio frontal, apoiar os colegas à linha, tabelar, arrastar defesas sem bola, etc.) não consegue atacar as zonas de finalização com tanta frequência quanto um avançado que tenha por preocupação apenas os movimentos para finalizar. E, como tal, é um avançado que goza de poucas oportunidades para marcar, quando comparado com avançados de outro tipo. Assim, porque os adeptos são, tendencialmente, esquecidos, sempre que falha uma dessas ocasiões é assobiado e vêem nele alguém pouco concretizador. A verdade, contudo, é outra. E o seu rendimento, se tivermos em conta os golos que marca em função das oportunidades de que dispõe, e até superior ao de certos avançados que marcam mais golos. Assim se desmascaram falsas certezas.