Que nenhum elemento, das três equipas que se encontravam em campo, tenha percebido a irregularidade do lance, nem no momento em que ele decorria, nem depois de ele ter terminado, diz tudo do futebol que se pratica em Inglaterra. Nem o árbitro, nem o fiscal de linha, nem o jogador do Liverpool que faz o passe, nem o jogador do Liverpool que o solicita, nem nenhum outro jogador do Liverpool, nem o defesa do Leicester que ficara para trás com a subida do guarda-redes, nem o guarda-redes que vem a correr desalmadamente, nem qualquer outro jogador do Leicester (ninguém protesta!), percebeu que um passe para um jogador que, estando à frente da linha de meio-campo, tem à sua frente apenas um defensor, é um passe irregular. Consigo admitir que um árbitro interprete mal um lance, sobretudo se esse lance não for muito vulgar (a invulgaridade, aqui, era o último defensor não ser o guarda-redes). Um fiscal de linha, contudo, já não deveria falhar, nesse tipo de coisas, pois tem menos tarefas nas quais se deve concentrar. De qualquer modo, não é do erro da equipa de arbitragem que é importante falar. Que ninguém dentro das quatro linhas (e aposto que nas bancadas também não houve muita gente a aperceber-se da irregularidade do lance) tenha percebido a posição de fora-de-jogo da qual Benteke tira proveito é, a meu ver, o melhor retrato possível do que vai mal no futebol inglês. Nos estádios ingleses, a inteligência fica nos balneários. Enquanto isso não mudar, dificilmente o futebol inglês atingirá o patamar qualitativo a que o potencial económico o promete alçar.
domingo, 27 de dezembro de 2015
O Retrato da Liga Inglesa num só Lance
Que nenhum elemento, das três equipas que se encontravam em campo, tenha percebido a irregularidade do lance, nem no momento em que ele decorria, nem depois de ele ter terminado, diz tudo do futebol que se pratica em Inglaterra. Nem o árbitro, nem o fiscal de linha, nem o jogador do Liverpool que faz o passe, nem o jogador do Liverpool que o solicita, nem nenhum outro jogador do Liverpool, nem o defesa do Leicester que ficara para trás com a subida do guarda-redes, nem o guarda-redes que vem a correr desalmadamente, nem qualquer outro jogador do Leicester (ninguém protesta!), percebeu que um passe para um jogador que, estando à frente da linha de meio-campo, tem à sua frente apenas um defensor, é um passe irregular. Consigo admitir que um árbitro interprete mal um lance, sobretudo se esse lance não for muito vulgar (a invulgaridade, aqui, era o último defensor não ser o guarda-redes). Um fiscal de linha, contudo, já não deveria falhar, nesse tipo de coisas, pois tem menos tarefas nas quais se deve concentrar. De qualquer modo, não é do erro da equipa de arbitragem que é importante falar. Que ninguém dentro das quatro linhas (e aposto que nas bancadas também não houve muita gente a aperceber-se da irregularidade do lance) tenha percebido a posição de fora-de-jogo da qual Benteke tira proveito é, a meu ver, o melhor retrato possível do que vai mal no futebol inglês. Nos estádios ingleses, a inteligência fica nos balneários. Enquanto isso não mudar, dificilmente o futebol inglês atingirá o patamar qualitativo a que o potencial económico o promete alçar.
Escrito por Nuno às 19:08:00 16 bolas ao poste
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Os Médios de Transporte e o Renato
Escrito por Nuno às 11:46:00 144 bolas ao poste
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quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Sergi Roberto e a Timidez
Escrito por Nuno às 12:11:00 12 bolas ao poste
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015
O Benfica de Rui Vitória
Escrito por Nuno às 09:32:00 26 bolas ao poste
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terça-feira, 29 de setembro de 2015
O Legado de Luis Enrique e outras coisas
Apesar de ter perdido a titularidade a época passada, Xavi foi quase sempre utilizado por Luis Enrique. Quando jogava de início, o Barça era quase sempre melhor, apesar de praticamente ninguém conseguir ver isso. Quando entrava, a equipa passava automaticamente a jogar melhor. Ainda que em final de carreira, aquele que foi, muito possivelmente, o melhor jogador de sempre, no que diz respeito à tomada de decisão, mantinha uma influência incrível, e só aqueles que acham que o futebol requer os melhores atletas não eram capazes de percebê-lo. Como o futebol é dominado por essa gente, tornou-se praticamente consensual que a era de Xavi no Barça chegara ao fim. Tenho para mim que não foi só a era de Xavi que terminou. Com Xavi, foi-se também a melhor equipa de sempre. Aliás, restam dessa equipa poucos jogadores: Dani Alves, Piqué, Busquets, Iniesta e Messi. Com a saída de Xavi (e a de Pedro), a somar-se às saídas em anos anteriores de Thiago Alcântara e Fabregas, por exemplo, o futebol de toque curto, mais pensado do que corrido, chegou ao fim. O próprio Iniesta, se virmos bem, é um autêntico órfão em campo. Messi tem capacidades atléticas (e idade) que lhe permitem adaptar-se a um estilo de jogo diferente, e o entendimento com jogadores mais vertiginosos torna-se fácil. Iniesta não as tem, e o seu futebol eclipsa-se a cada dia que passa. Não quero ser mal entendido: esse futebol não se eclipa por Iniesta já não ter capacidades físicas para mantê-lo vivo, mas porque já não está rodeado de colegas a quem interessa jogar o mesmo jogo. Cada jogador é aquilo que o rodeia. E Iniesta deixou de estar rodeado dos mais inteligentes. O Barça de Luis Enrique já não é o Barça de Xavi e Iniesta. Em tempos, num lance que não consigo situar (imaginava, erradamente, ter sido o lance em Old Trafford que permitira a Paul Scholes fazer o golo que eliminou o Barça nas meias finais da Champions de 2007/2008), Xavi falhou um passe decisivo à entrada da área por tê-lo feito sem perceber antecipadamente se o colega a quem passava a bola estaria à espera de recebê-la. Ninguém me compreendeu, porque para quase toda a gente não se deve passar a bola antes de olhar a ver se lá está o colega. Xavi, ao falhar esse passe, antecipava o Barcelona de Guardiola. Antecipava-o na medida em que antecipava aquilo que o Barcelona de Guardiola permitia a todos os jogadores, e em especial ao próprio Xavi: jogar de olhos fechados e passar sem precisar de perceber se o colega vai estar onde deve estar. Xavi passou a bola, nesse dia, para onde devia estar o colega. Só que o colega não estava lá porque não tinha sido ensinado a perceber antecipadamente onde Xavi queria que ele estivesse. O Barcelona de Guardiola fez-se sobretudo disto: todos pareciam saber com antecedência suficiente as intenções dos colegas. Numa equipa assim, ninguém superava Xavi. Tinha sempre mais passes que toda a gente, percorria sempre mais metros do que os outros. Sem bola, dava mais opções ao portador do que qualquer outro colega. Com ela, era sempre o mais eficaz, optasse pelo passe curto ou pelo passe longo. Agora que a equipa de Xavi e Iniesta já não existe, a única boa notícia é que estão os dois (especialmente Xavi) mais próximos de se tornarem treinadores de futebol.
Escrito por Nuno às 10:24:00 32 bolas ao poste
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segunda-feira, 21 de setembro de 2015
A Histeria em torno de André André e o que isso diz de Lopetegui
Escrito por Nuno às 11:02:00 112 bolas ao poste
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segunda-feira, 14 de setembro de 2015
O Futebol do Tottenham de Pochettino
Não vi a segunda parte do jogo, mas dava muita coisa para ter presenciado a reacção dos energúmenos que comentavam o jogo quando o Tottenham chegou ao golo, já perto do fim do jogo. É que o golo dos londrinos é fruto justamente da insistência no tipo de futebol que esses comentadores não compreendem, no tipo de futebol que dispensa a utilização de extremos velozes a quem entregar a bola assim que é recuperada para que estes forcem os desequilíbrios na defesa adversária. O Tottenham joga preferencialmente pelo centro do terreno, colocando muita gente no meio, e insistindo em passes verticais que servem para desmontar as linhas adversárias e para aproveitar o espaço entre elas. E este golo é o melhor exemplo da utilidade desse futebol. Um toque de Lamela para Mason, o passe vertical deste para Kane, que dá de primeira em Lamela, que entretanto tinha arranjado espaço, fruto do desinteresse em si que a bola motivou, e o passe de Lamela a solicitar Mason no espaço libertado pelo central que foi atrás de Kane foi tudo o que bastou. Três jogadores e quatro passes chegaram para desmontar as linhas defensivas do adversário. Com passes curtos, tabelas e triangulações, o futebol é muito mais eficaz do que com os tão elogiados extremos que correm a direito e provocam desequilíbrios individuais. Os comentadores desportivos, sem grandes excepções, continuam a não perceber isto e continuam, semana após semana, a dizer disparates. O jogo continua a evoluir, mas aqueles que ganham a vida à custa do futebol insistem em falar do jogo que os seus avós lhes ensinaram a ver. A inteligência é uma coisa bonita, mas é quando permite aos homens aprender que aquilo que aprenderam não é válido para sempre.
Escrito por Nuno às 12:20:00 18 bolas ao poste
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terça-feira, 16 de junho de 2015
Os Melhores de 2014/2015
Eis os melhores da Liga Portuguesa, em 442 losango para acomodá-los melhor:
Guarda-Redes: Júlio César
Defesa Direito: Danilo
Defesa Esquerdo: Alex Sandro
Defesas Centrais: Luisão e Marcano
Médio Defensivo: William Carvalho
Médios Interiores: Óliver Torres e Nani
Médio Ofensivo: Nico Gaitán
Avançados: Jackson Martinez e Jonas
Treinador: Marco Silva
Suplentes (433):
Guarda-Redes: Rui Patrício
Defesa Direito: Maxi Pereira
Defesa Esquerdo: Tiago Gomes
Defesas Centrais: Paulo Oliveira e Jardel
Médio Defensivo: Samaris
Médios Ofensivos: Brahimi e Pedro Tiba
Extremos: Rafa e Miguel Rosa
Avançados: Lima
Treinador: Jorge Jesus
Escrito por Nuno às 11:18:00 8 bolas ao poste
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domingo, 7 de junho de 2015
Pirlo e Xavi
Escrito por Nuno às 13:16:00 3 bolas ao poste
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terça-feira, 5 de maio de 2015
As Pequenas Alterações de Guardiola
Escrito por Nuno às 14:23:00 30 bolas ao poste
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sábado, 18 de abril de 2015
Notas Soltas sobre a Jornada Europeia
Escrito por Nuno às 12:50:00 4 bolas ao poste
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Ficar com a bola enquanto for preciso
Escrito por Nuno às 11:49:00 11 bolas ao poste
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