segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
A Decisão de Talisca
Escrito por Nuno às 10:03:00 10 bolas ao poste
Etiquetas: Benfica, Lances, Raciocínios Tácticos, Talisca
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Curtas de Dezembro
2. O Porto de Lopetegui é uma equipa de oito e oitenta. Tem um plantel formidável do meio-campo para diante; tem uma plantel banalíssimo do meio-campo para trás; tanto goleia como empata com o Boavista; tanto sufoca o adversário do primeiro ao último minuto como se deixa surpreender depois de estar a vencer por alguns golos de diferença. Agrada-me a atitude ofensiva da equipa e agrada-me a intenção de pressionar alto; desagradam-me, porém, as variações constantes de flanco, o excesso de vertigem e a incapacidade, mais ou menos geral, para controlar o ritmo de jogo. Não sei o que acontecerá na segunda metade da época, até porque, sobretudo numa prova de regularidade como é o campeonato, uma equipa assim tanto arrisca o fracasso quanto o sucesso.
3. Marco Silva está a fazer um trabalho interessante. Um clube como o Sporting deve ambicionar sempre o título. O que não pode fazer, num momento complicado em que não pode, de maneira nenhuma, competir com o investimento dos dois rivais e que vem na sequência de anos de crise desportiva, é anunciar publicamente essa ambição. Enquanto "outsider", o Sporting pode sempre intrometer-se nessas contas, como aconteceu o ano passado; enquanto candidato, dificilmente. Não tem plantel para isso e entra em campo pressionado para ganhar. Não obstante, Marco Silva tem apresentado bons indicadores. É verdade que ter Nani - que só por questões extra-desportivas não está a jogar num dos dez melhores clubes europeus - ajuda muito, mas a equipa tem comportamentos interessantes. Acima de tudo, é menos mecânica do que a equipa de Leonardo Jardim, que obteve o máximo do que poderia ter obtido a época transacta, e isso é já um indício do quanto poderá evoluir no futuro. Era importante agora, a meu ver, que dessem finalmente oportunidades a dois jogadores da equipa B que, por quaisquer razões, continuam na gaveta: Chaby e Iuri.
4. Em Espanha, o Real Madrid só não é campeão se não quiser. Dia sim, dia não, a imprensa portuguesa diz que Mourinho é o melhor do mundo. Mas basta ver as diferenças do Real de Mourinho para o Real de Ancelotti para se perceber que, no mínimo, a imprensa portuguesa é tendenciosa. Mourinho jogava com médios como Khedira, Granero ou Diarra. Chegou a jogar com Pepe no meio-campo. Modric nunca foi opção. Ancelotti joga só com dois médios: Modric e Kroos. Não é preciso falar de títulos para que se percebam as diferenças. Mesmo sem Ozil e sem Di Maria, jogando num sistema de jogo que nem sempre oferece uma boa rede de apoios, o Real é uma máquina de futebol de ataque. E isso tem a ver, acima de tudo, com as ideias de Ancelotti a respeito do seu meio-campo. É aí que é profundamente diferente de Mourinho. E é por aí que o seu Real é bem mais competente e criativo do que o Real de Mourinho. Voltemos alguns anos atrás no tempo, lembremo-nos de que foi ele quem "inventou" um meio-campo inteiro para que um jogador que nunca sequer tinha jogado como médio-defensivo se pudesse tornar o melhor dos últimos quinze anos nessa posição e teremos a melhor descrição possível de Carlo Ancelotti.
5. O novo Barcelona começou muito bem. Luis Enrique conseguiu que a equipa jogasse com o bloco tão subido quanto na era de Guardiola, com os sectores muito juntos e a pressionar muito alto. Ao mesmo tempo, ia apostando em jovens jogadores de grande talento, como Munir, usava aos três e aos quatro médios criativos, e conseguia dinâmicas inacreditáveis. Tudo isso se foi, pouco a pouco, dissipando. Às vezes fala-se da coragem de um treinador sem se saber muito bem do que se fala. Para mim, coragem é manter as ideias quando as coisas não correm bem. E o que Luis Enrique fez, a partir de dada altura, foi mostrar que não a tem. Primeiro, foi Piqué, de longe o melhor central do plantel (seguido de Bartra) a ser encostado. Luis Enrique prefere Mascherano e Mathieu porque são mais compenetrados, metem mais o pé, esfolam-se mais, etc.. Depois, foi a derrota diante do Real Madrid. O Barça ainda não tinha sofrido golos no campeonato, jogava bem e fazia coisas que mais nenhuma equipa (salvo o Bayern de Guardiola) faz. Depois da derrota com o rival da capital, o Barça é uma equipa mais banal do que o Barça de Tata Martino. Já não joga com a defesa subida, já não aproxima os sectores, já não pressiona alto, e já nem sequer é capaz de fazer um jogo de posse como antes. Entretanto, desde que Luis Suarez passou a poder jogar, Pedro Rodriguez nunca mais foi titular e Munir raramente foi chamado. Mais do que nunca, o Barça é uma equipa de avançados, e o seu treinador espera que Neymar, Messi e Suarez, para os quais os outros oito jogam, resolvam individualmente o que o colectivo deixou de querer resolver.
6. Paco Jémez foi um dos nomes mais falados para substituir Tata Martino. A direcção do Barça acabou por escolher mal, e Paco Jémez manteve-se aos comandos do Rayo Vallecano. Esta entrevista devia ser lida por toda a gente, mas principalmente por Luis Enrique, que é quem tem a responsabilidade, pela herança que tem, pela tradição do clube e pelas características dos jogadores que possui, de fazer o que nela é ensinado. Para Jémez, ter a bola a todo o custo, arriscando se for preciso arriscar, é o que mais importa, e metê-la na frente é sempre pior do que procurar alguém perto com critério. Além disso, é o adversário que tem de se preocupar com a sua equipa, não a sua equipa com o adversário, e a defesa defende os espaços, não os adversários. Por outro lado, quando um lateral sobe, deve estar preocupado com tudo menos com o facto de ter de vir defender a seguir: a equipa encarregar-se-á de compensar essa subida colectivamente. Para Paco Jémez, é falso que não se possa pressionar durante 90 minutos essencialmente porque pressionar, em seu entender, é um esforço colectivo que depende mais de ajudas, coberturas e posicionamentos relativos do que com esforço muscular, agressividade perante o portador da bola e perseguições individuais. Empatar, acrescenta ainda, é o pior resultado que pode obter: prefere perder, porque, evidentemente, pode perder dois jogos em cada três e fazer os mesmos pontos que faz com três empates. Há pouca gente que pensa assim, e há pouca gente que não vai achar em quase tudo o que Paco Jémez diz um certo atrevimento. E, no entanto, diz mais coisas acertadas em meia-dúzia de respostas do que se diz em dez anos de cursos de formação de treinadores.
7. Nuno Espírito Santo começou a sua aventura em Valência e tem sido bastante elogiado. Evidentemente, é elogiado porque tem tido bons resultados. O futebol do Valência baseia-se, porém, no erro do adversário e no contra-golpe. Tudo o que Nuno pretende é que a equipa chegue rapidamente à baliza adversária, assim que rouba a bola. Defensivamente, os comportamentos da equipa nem são maus, parecendo saber exactamente o que fazer nos momentos de pressing. Mas com bola exigia-se muito mais. E exigia-se sobretudo menos pressa. O Sevilha, o Villareal e o Rayo Vallecano, para dar exemplos de equipas com orçamentos inferiores ou muito inferiores, jogam muito mais à bola do que o Valência, e quando as coisas começarem a correr menos bem e os resultados começarem a ser menos lisonjeiros, talvez caia em desgraça com a mesma velocidade com que caiu em graça.
8. Em Inglaterra, o campeão Manchester City cometeu, a meu ver, o maior pecado que um campeão pode cometer: não ter mudado nada para a nova época. Os campeões precisam de estímulos novos para continuarem a querer ser os melhores, e uma boa maneira de criá-los seria modificar qualquer coisa, sobretudo na forma de atacar da equipa. Sem grandes reforços e sem grandes mexidas na maneira da equipa jogar, o City perderá a pouco e pouco a capacidade de continuar no topo em Inglaterra.
9. O Arsenal de Wenger continua incapaz de ser uma equipa competitiva durante toda a época. Embora o investimento comece a aproximar-se do investimento feito por alguns rivais, e embora consiga finalmente preservar os melhores jogadores de ano para ano, mantêm-se os principais problemas na equipa: as competências defensivas e as lesões. É pena, porque a equipa consegue fazer coisas que a esmagadora maioria das equipas não consegue. E é pena porque Wenger é dos treinadores mais interessantes, do ponto de vista ofensivo. Gosto do estilo, mas tenho de reconhecer que, se não caprichar mais, sobretudo na forma como a equipa defende, o estilo de Wenger não é suficiente.
10. O Chelsea de Mourinho tem o melhor plantel, de muito longe, da Premier League. E mesmo com um meio-campo composto por Matic, Fabregas e Óscar, o futebol praticado é, na maioria das vezes, muito pobre. Defensivamente, a equipa não podia ser mais competente, mas continua a preferir entregar a decisão dos jogos às iniciativas individuais e ao aproveitamento dos detalhes do que às qualidades colectivas. Ainda assim, é capaz de chegar para ser campeão. Em Espanha, em Itália, em França e na Alemanha, Mourinho dificilmente seria campeão a jogar desta maneira. Mas em Inglaterra não há uma equipa capaz de ser regular desde que Ferguson se reformou, e isso é tudo o que importa. O seu Chelsea é competente defensivamente, e isso talvez seja suficiente.
11. Entretanto, Mourinho não perde uma oportunidade para aludir a Guardiola. Quando lhe perguntaram se podia ganhar quatro competições esta época, disse que não porque, ao contrário de outros campeonatos, o campeonato inglês não tem pausa de Inverno e até se joga no Natal. Já aqui tinha sugerido que a carreira de Mourinho pode ser descrita, a partir de certo momento, como uma tentativa de resposta a uma certa obsessão. Agora parece que encontrou outra.
12. Depois de uma época quase brilhante, o Liverpool de Brendan Rodgers está a fazer uma campanha sofrível. A saída de Suarez e a lesão de Sturridge fazem com que o ataque da formação inglesa seja muito diferente do que foi a época passada, e essa pode ser uma explicação para o sucedido, até porque não há muitas mais diferenças. Gosto de pensar, contudo, que uma equipa em que Mario Balotelli é titular em praticamente todos os jogos e em que Lazar Markovic mal tem oportunidades para jogar é uma equipa que não merece muito mais do que a modesta posição que ocupa. Pode-se tentar explicar o insucesso do Liverpool de muitas maneiras, mas referir um treinador que avalia tão mal a qualidade individual dos atletas que tem à sua disposição é capaz de ser suficiente.
13. Gostei muito do trabalho de Pochettino no Espanyol e, do que vi em Inglaterra, só posso dizer bem. A aventura com o Tottenham não tem sido tão feliz quanto isso, ainda que a equipa mantenha as aspirações intactas (está a cinco pontos do acesso à Liga dos Campeões) e há muita gente que tem criticado o seu trabalho. A primeira coisa que gostava de dizer é que Pochettino herdou uma equipa absurda, quase toda formatada pela ideia absurda de jogo que André Villas-Boas tentou implementar. A qualidade individual do Tottenham, ao contrário do que se possa pensar, é muito má, quando se pensa que o clube tem aspirações europeias: Lloris, Verthongen e Lamela são talvez os únicos que podiam jogar num clube maior. Daí que exigir a Pochettino outra coisa que não ficar entre os dez primeiros me pareça um exagero. Ainda assim, não se vê o técnico argentino a jogar para os pontos. Pelo contrário, é das poucas equipas da Premier League que tenta fazer coisas diferentes, que tenta jogar pelo meio, que tenta invadir espaços entre linhas, que joga com os apoios próximos. As derrotas não têm ajudado e vê-se que muitos dos jogadores não gostam de ter de pensar tanto e preferiam um futebol mais à inglesa. Há uns anos, Juande Ramos tentou fazer coisas parecidas e os jogadores do Tottenham, na altura, fizeram-lhe a cama. Lembro-me de ter dito que, embora tivesse regressado às vitórias com Harry Redknapp, o Tottenham perdera nessa altura uma boa oportunidade de se tornar um clube grande em Inglaterra. Não me enganei, ainda que os quartos e quintos lugares de Redknapp tenham dado alegrias a muita gente. Com Pochettino, o Tottenham tinha finalmente a oportunidade de ser, a médio prazo, uma equipa muito forte em Inglaterra. É verdade que os jogadores não são os melhores para isso, mas, para já, era pelo menos importante que esses mesmos jogadores não preferissem ser jogadores de equipa pequena. Infelizmente, é isso que me parece que querem ser.
14. Tim Sherwood, antigo treinador do Tottenham, percebe tanto de futebol como um lagarto ao sol percebe de física quântica. Na sequência da recente derrota do Tottenham com o Chelsea, sugeriu que o belga Verthongen é "muito mau a defender". Para Sherwood, defender é aquilo a que, nas distritas e na Premier League, vulgarmente se chama ter caparro. Verthongen, realmente, não tem caparro. Ou não faz grande uso dele. Isso não significa que não saiba defender. É com preconceitos deste género, preconceitos de que o futebol está completamente cheio, que continuamos a ter de lidar. Esta gente ganha milhões e continua a pensar como o velho que vai à bola ao Domingo a dizer que o futebol era bom era no tempo dos cinco violinos.
15. Na Alemanha, o Bayern vai chegar de novo à viragem do ano com o campeonato praticamente no bolso. É verdade que a resistência interna não é muita, e que o Dortmund, ainda por cima, tratou de facilitar a vida aos bávaros, mas não deixa de ser uma proeza. Quanto ao futebol da equipa, vai crescendo aos poucos e, mesmo sem alguns dos melhores intérpretes, Guardiola tem os seus pupilos cada vez mais próximos do que pretende. Além do 433 da época passada, a equipa joga agora também em 343 e em 352 com uma facilidade impressionante. A linha defensiva está sempre muito alta, o que é absolutamente decisivo para quem queira jogar como Guardiola joga, e os sectores sempre muito juntos, pelo que é fácil depois à equipa adaptar-se a um posicionamento diferente. Mais significativo ainda é perceber que o 343, por exemplo, não serve tanto para abrir a frente de ataque, pois os extremos são essencialmente jogadores para jogar por dentro e vir solicitar o passe a zonas entre a linha defensiva e a linha de meio-campo, quanto serve para ter mais gente no meio. A diferença de Guardiola para os restantes treinadores de futebol é tanta que fazer com que as pessoas a percebam é muito difícil.
16. Por cá, nos últimos dias, o Benfica recebeu o Belenenses, que jogou sem Miguel Rosa e sem Deyverson, possivelmente os dois jogadores mais influentes da equipa esta época. Se calhar é patetice minha, mas isto é capaz de ser um caso de polícia. Miguel Rosa desvinculou-se do Benfica e, mesmo assim, continua a ver a sua carreira comprometida por quem quer que no Benfica tenha algum poder. Já o ano passado tinha sido assim, e voltou a sê-lo este ano. E a única coisa que se faz é assobiar para o lado. Há muita coisa que vai mal no futebol. Há pouca coisa tão abjecta como isto.
17. Por falar em mafiosos, um dos sites portugueses com maior afluência, o TV Golo, foi há tempos bloqueado por todas as operadoras, segundo consta, na sequência de uma ordem judicial desencadeada por uma queixa da Sporttv. O site em questão disponibilizava links para videos de golos e apanhados dos melhores lances de jogos de muitas ligas. Não sei muito bem o que leva uma empresa como a Sporttv a sentir-se lesada por um site deste género (ainda por cima, tanto quanto pude perceber, o site inglês okgoals.com disponibiliza boa parte do que era disponibilizado pelo tvgolo.com), da mesma maneira que não consigo compreender a maior parte das razões contra a livre divulgação de conteúdos na internet, em geral. De qualquer modo, é no mínimo irónico que esta acção moralizadora dos costumes dos utilizadores da internet tenha vindo precisamente de uma empresa que, pelo menos até há bem pouco tempo, detinha o monopólio do negócio do futebol em Portugal e que o vendia como queria e pelos preços que queria. Haja escrúpulos...
Escrito por Nuno às 15:22:00 18 bolas ao poste
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segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Filhos e Enteados
Escrito por Nuno às 18:08:00 51 bolas ao poste
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terça-feira, 21 de outubro de 2014
Velhos são os Trapos
Escrito por Nuno às 11:04:00 5 bolas ao poste
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terça-feira, 16 de setembro de 2014
O professor Manuel Sérgio
Escrito por Nuno às 15:54:00 28 bolas ao poste
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quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Triangulação Perfeita
Escrito por Nuno às 19:50:00 12 bolas ao poste
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segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Futebol e Condições Climatéricas
Temperaturas extremas, velocidades do vento muito elevadas, níveis de humidade altos, nevoeiros cerrados, chuvas intensas e níveis de oxigénio reduzido, em altitude, são algumas das condições atmosféricas que condicionam a qualidade dos jogos e diminuem as diferenças entre as boas e as más equipas. Tal como o ciclismo é um desporto de Verão, pelas razões que facilmente se entendem, o futebol é um desporto de Inverno porque o espectáculo é necessariamente melhor no Inverno. Ninguém, estando de perfeita saúde, contesta isto. Condições externas invulgares na Europa não tornam apenas o jogo diverso; tornam-no pior. Tornam-no pior porque, nessas condições, as melhores equipas deixam de ser capazes de fazer uso dos argumentos pelos quais são as melhores equipas. Níveis de humidade muito altos e temperaturas demasiado altas, as principais características que, a meu ver, prejudicaram a qualidade do campeonato do mundo e algumas das melhores equipas que lá estiveram, tendem a provocar um desgaste, a curto, médio e longo prazo, que é incompatível com a melhor prática do jogo. O que é que interessa que essas sejam as condições em que se joga normalmente em muitas partes do globo? Que os factores externos tenham um peso mais relevante em alguns lugares da América do Sul do que têm na maior parte dos países europeus e que, por isso, o futebol que se joga nesses lugares tenha menos qualidade e seja menos justo do que o futebol que se joga na Europa é razão suficiente para afirmar que o futebol em alguns lugares da América do Sul é menos interessante (entendendo que o interesse do jogo depende intrinsecamente da sua qualidade e da justiça a que se presta) do que o futebol que se joga na Europa. É por este motivo, essencialmente, que me parece que as grandes competições deviam evitar ao máximo a sujeição a essas condições. No Brasil, talvez bastasse abdicar de duas ou três das regiões em que se jogou e escolher melhor as horas do dia. Além disso, talvez também não fosse má ideia estender a competição por mais duas semanas, espaçando assim mais os jogos que cada equipa disputa e permitindo-lhes uma melhor recuperação de jogo para jogo. Se assim tivesse sido, não haveria com certeza tantas surpresas e tantas anormalidades, o que, para muita gente, é um defeito. Mas as poucas que houvesse seriam muito mais motivadas pelo mérito ou pelo demérito das equipas. Quem quer que goste de futebol, e que goste pelas razões certas, tem de preferir um campeonato assim.
Escrito por Nuno às 01:03:00 47 bolas ao poste
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segunda-feira, 14 de julho de 2014
Mannschaft
Escrito por Nuno às 13:18:00 14 bolas ao poste
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sexta-feira, 4 de julho de 2014
O Mundial dos Detalhes e das Individualidades
Escrito por Nuno às 10:37:00 174 bolas ao poste
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domingo, 15 de junho de 2014
Coisas sobre a Goleada
7. Esta equipa holandesa, não obstante a competência do seu treinador, é talvez a mais fraca, em termos individuais, de que tenho memória. Falar no regresso da Laranja Mecânica é, por isso, francamente insultuoso. É verdade que, por todas as razões, este não é o melhor jogo para tirar ilações acerca do que poderão os holandeses fazer daqui para a frente, mas de uma equipa em que se aproveitam apenas o lateral esquerdo, Daley Blind, e os dois atacantes, Robben e Van Persie, acho difícil esperar grandes feitos. Posso estar muito enganado - e Van Gaal é suficientemente astuto para esconder as debilidades da sua equipa - mas acho que a única convicção com que fiquei depois desta goleada, ao contrário de todas as convicções com que ficaram as outras pessoas, foi a de que a Holanda não é candidata ao título.
8. Quanto à candidatura da Espanha, mantenho a mesma opinião que tinha antes de começar o campeonato. São a equipa mais poderosa em prova e os seus principais adversário serão, como já eram antes, as condições climatéricas e o desgaste que vier a acumular devido a essas condições. É verdade que a goleada é perigosa, até porque não me parece que a Holanda venha a ter facilidades para vencer o Chile, mas as aspirações espanholas continuam intactas. De resto, é até possível que tal derrota (e pelos números que foi) fira suficientemente o orgulho dos jogadores para que os espevite para o que aí vem. Há 4 anos, quando sugeri que a Espanha, após ter perdido o primeiro jogo com a Suíça, continuava a ser o principal candidato à vitória final, baseie a minha convicção naquilo em que as convicções devem ser baseadas, ou seja, na razão. E a razão, ao contrário do resultado desnivelado com o qual tanta gente tem exultado, diz-me que é estúpido achar que uma goleada sofrida, ainda por cima pelos motivos acima aduzidos, altera o valor da equipa que a sofre.
Escrito por Nuno às 01:43:00 267 bolas ao poste
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sexta-feira, 6 de junho de 2014
Os melhores de 2013/2014
Como tem sido hábito, mesmo numa época em que pouco ou nada disse sobre a Liga Portuguesa, aqui fica o melhor onze, na minha opinião, disposto em 433:
Escrito por Nuno às 13:17:00 16 bolas ao poste
Etiquetas: Eleições
terça-feira, 3 de junho de 2014
Balanço Negativo
Escrito por Nuno às 10:21:00 8 bolas ao poste
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