terça-feira, 3 de julho de 2012

Euro 2012 - A Sobrevivência do Mais Forte

Terminado o torneio, não ficam muitas dúvidas: a prova foi eliminando os menos capazes, quer individualmente, quer colectivamente, e foi preservando os mais aptos. Espanha, Itália, e Alemanha foram as equipas mais fortes do torneio, e Portugal a mais competente das restantes. Mas tanto a Itália como a Espanha, por serem superiores, mereciam esta final, e a Espanha, tanto pela superioridade que já demonstrara no primeiro jogo, apesar do empate, como por ser, de facto, melhor equipa, não podia deixar de se sagrar vencedora. Findos 6 anos de conquistas, é talvez tempo para reflectir. Mais do que dizer disparates, do que torcer contra eles, porque nos eliminaram, do que desejar-lhes a queda, por incompreensão do fenómeno, há que reconhecer-lhes a superioridade, tentar perceber as causas dessa superioridade, elogiá-las, e tentar reproduzi-las. A Espanha é o que é por várias razões. A primeira chama-se obviamente Guardiola. Sem o modelo catalão, sem o perfil de decisão que os jogadores catalães trouxeram para a selecção, esta Espanha seria muito diferente. Não seria de todo injusto se aos 14 títulos no currículo de Guardiola se juntassem os títulos espanhóis. Mas outra causa, menos recente, e mais ampla, explica este sucesso. A Espanha começou há mais de 20 anos a investir no futebol (e no desporto, em geral), em formação, numa identidade, num perfil de jogador muito próprio, alicerçado no talento e na inteligência, e prova agora que os grandes jogadores do futebol moderno, ao contrário do que muitos defendem, têm origem nas academias e não na rua. Não fosse assim, e as ruas da Catalunha teriam de ter qualquer coisa de especial, para que aparecessem tantos craques catalães. Aquele argumento de que um país com poucas pessoas dificilmente é capaz de competir com um país com muitas pessoas, pois a base de recrutamento é incomparavelmente menor, é um disparate. É evidente que em países como o Brasil ou a Argentina, em que o futebol de rua ainda tem força, é menos importante ter projectos de formação competentes para que apareçam muitos bons jogadores. Mas se há coisa que esta selecção espanhola veio mostrar é que um projecto de formação competente, pensado a longo prazo, não só permite anular a diferença entre bases de recrutamento maiores e menores, como deixa claro que, actualmente, os jogadores de topo são jogadores que adquirem habilidades que não podem, de modo nenhum, adquirir na rua.

Há palermas que acham, pelo menos desde o mundial de 2010, que esta Espanha é uma selecção defensiva. São palermas que, por exemplo, consideram o estilo de jogo espanhol aborrecido, sonolento, que acham que a equipa usa a bola para adormecer adversários, e para defender. Claro que a Espanha usa a bola para defender, mas esse uso não é exclusivo. Acima de tudo, esta Espanha sabe uma coisa que estes palermas não sabem: quem ataca é quem tem a bola. A Espanha é uma equipa ofensiva, nem que seja pelo simples facto de ter mais tempo em seu poder, por norma, o instrumento que permitiria que o adversário, se o tivesse, pudesse atacar. Mas a Espanha não é só isso. É uma equipa que assenta o seu modelo na posse de bola, e faz uso dela para tudo: para defender, claro, mas para irritar o adversário, para descansar, para desposicionar as linhas adversárias, para se recrear, e claro, para atacar. Esta Espanha, pelo simples facto de ser, em toda a História, a selecção que melhor ataca, que mais conscientemente percebe por onde deve entrar, quando deve forçar e quando deve manter a bola, é a equipa mais ofensiva da História. Os palermas, por serem palermas, acham que ser ofensivo é jogar com muitos avançados, ter um modelo vertical, jogar sempre para a frente, etc.. Essas equipas são ofensivas, sim, mas também são irresponsáveis, e incompetentes. Para os palermas, ser ofensivo é simplesmente o contrário de ser defensivo. O corolário da tese dos palermas é o de que as equipas ofensivas não podem ser defensivas. É um corolário estúpido, mas é o corolário de um raciocínio deste tipo. Eu, por acaso, acho o contrário: acho que a melhor equipa, em termos ofensivos, será necessariamente a melhor equipa, em termos defensivos. Quando, por isso, os palermas dizem que a Espanha é defensiva, estão no fundo a dizer que é ofensiva, sem o saberem. De facto, em futebol não é difícil de saber o que é atacar e o que é defender: quem tem bola, ataca; quem não tem, defende. Depois, há quem ataque bem, há quem ataque mal, há quem ataque de forma mais rápida, há quem ataque de forma mais lenta, há quem ataque de forma mais racional, e quem ataque de forma mais irracional. Mas, no fundo, ataca quem tem bola, e defende quem não a tem. Ao contrário do que pensam os palermas, que pensam que esta Espanha ensinou o mundo a defender com bola, o que esta Espanha fez foi ensinar que é possível atacar defendendo e defender atacando. Há uma diferença monstruosa entre atacar porque sim e atacar racionalmente, e essa diferença consiste em saber os usos certos a dar à bola. Os palermas que acham que o futebol da Espanha é aborrecido não percebem isso. Como não percebem a racionalidade do futebol espanhol, e no fundo defendem a irracionalidade, são estúpidos. São estúpidos, e um futebol inteligente como o da Espanha, dá-lhes sono. Os palermas, tal como preferem fogo-de-artifício a um livro, preferem uma equipa inglesa (e o futebol electrizante praticado em terras de Sua Majestade) ao futebol mais bem praticado de sempre. A conclusão de tudo isto é que os palermas não gostam de futebol. Gostam das sensações que se habituaram a ter ao ver futebol. E isso é diferente. Aborrecida, esta Espanha? Aborrecida uma equipa em que todos os jogadores estão a pensar ao mesmo tempo? Aborrecido um futebol em que, de minuto a minuto, os jogadores nos mostram habilidades dificílimas e fazem coisas que só estão ao alcance de muito poucos? Aborrecido é ver um jogo com quarenta oportunidades de golo, mas que resultam de choques no ar, de erros infantis dos defesas, de remates violentos, de jogadas com 2 passes, do aproveitamento do muito espaço que existe, etc.. Aborrecido é ver um jogo que só se joga ao pé das balizas, em que ninguém faz nada de extraordinário, para além de pôr a plateia ao rubro, com a eminência do golo. Os palermas não sabem o que é a excelência. Gostam de futebol porque lhes dá comichão, não porque reconheçam o que é excelente.

O contrário de um jogo aborrecido, para quem não é palerma, foi a primeira parte desta final. Os comentadores de serviço, como não podia deixar de ser, reproduzem ideias consoante a marcha do marcador. Como o resultado final foi uma vitória esmagadora dos espanhóis, acham que o jogo só teve um sentido, e que a Espanha foi muitíssimo superior. A verdade é que não foi. Aliás, a Itália, na primeira parte, voltou a mostrar de que modo se deve jogar contra esta Espanha, ou seja, com bola. Ao intervalo, já os comentadores diziam que a Espanha estava a ser superior. Diziam-no porque olhavam para o resultado, não porque estivesse, de facto, a ser. A Itália, na primeira parte, criou tantas ou mais oportunidades que os espanhóis, teve mais posse de bola (o que é um feito enormíssimo), mas acabou por ter o azar de encontrar uma equipa inspiradíssima, a quem as coisas foram correndo cada vez melhor. A primeira parte do jogo foi um exemplo daquilo que, na minha opinião, vai ser o futebol daqui a uns anos, um futebol jogado sobretudo no meio-campo, com uma percentagem de passes acertados muito boa, apesar da competência da pressão adversária, um futebol bastante rendilhado, com muitas combinações colectivas, passe e devolução constante, de um lado e do outro, com muitas tabelas, com as equipas a progredirem no terreno de forma apoiada, sustentando os seus ataques através de movimentações interiores, de aproveitamento de espaços entre as linhas defensivas adversárias. Não fossem as vicissitudes da segunda parte, e teria sido o melhor jogo do europeu (o primeiro jogo entre estas duas equipas já estava entre os três melhores), com duas equipas interessadas em ganhar, e sem medo nenhum uma da outra. Aliás, o comportamento da Itália, com bola, foi qualquer coisa de espantoso. Nunca caíram na tentação de jogar longo, procuraram sair sempre a jogar, apesar da excelente pressão espanhola, e a verdade é que foram compensados por essa estratégia conseguindo sair das zonas de pressão várias vezes, e conseguindo chegar à área espanhola em boas condições, e de maneira a criar boas situações de golo. No final, a Itália foi goleada, mas foi a equipa que mais problemas conseguiu criar à defesa espanhola (tanto num jogo como noutro, criaram várias oportunidades de golo). A primeira parte foi equilibradíssima, e a segunda equilibrada começou, com ambas as equipas a criarem oportunidades. Prandelli errou, quando tirou aquele que estava a ser o melhor em campo, Riccardo Montolivo (já havia errado, ao tirar Cassano ao intervalo), e acabou por ter azar, porque Thiago Motta, cinco minutos depois, se lesionou, o que fez com que a contenda terminasse. Mas, ainda assim, está de parabéns. Fatalmente, a Espanha é melhor. Num jogo em que falhou muito menos passes do que em jogos como o das meias-finais, e num jogo em que até teve muito menos espaço no centro do terreno, os seus jogadores acabaram por se mostrar muito inspirados. Quando se elogia tanto Portugal, por ter conseguido anular as ofensivas espanholas, devia-se reflectir um bocado. Portugal teve o mérito de não deixar a Espanha construir na primeira fase, onde eles não são fortes, como o é, por exemplo, o Barcelona, mas nem sequer impôs os mesmos constrangimentos no centro do terreno que os italianos. Simplesmente, as combinações entre os médios espanhóis, a movimentação entre linhas, o jogo sem bola das diferentes unidades espanholas, e as decisões de quem tinha a bola foram muito melhores. Ajudou a isso, entre outras coisas, o estado do relvado, muito melhor que o da meia-final, e o menor cansaço dos espanhóis. Por fim, a questão do avançado. Para os palermas, o golo de Fernando Torres fecha o debate sobre os avançados. Mas é preciso ser palerma para dizer tal coisa. Primeiro, porque foi o único golo espanhol, nesta final, que resultou de uma recuperação alta da equipa. Ou seja, o avançado concluiu um lance que não é típico desta selecção. Segundo, uma das principais razões para que a Espanha estivesse mais inspirada foi a inclusão de Fabregas no onze, em detrimento de Negredo. Aliás, a Espanha fez apenas dois jogos fracos, neste europeu, e em nenhum deles Fabregas foi a opção de ataque. Sempre que a Espanha jogou sem avançado, foi superior, criou mais oportunidades, e não deu quaisquer hipóteses ao adversário. Se provas ainda fossem precisas, o que esta final demonstrou (já que o empate do primeiro jogo tinha levantado essa dúvida) é que o estilo de jogo espanhol exige um avançado que não o seja. Para que este estilo seja eficaz, é preciso quem saiba aproximar, dar apoio vertical, jogar entre linhas, tabelar. Um médio habilidoso, por norma, sabe-o muito melhor do que um avançado de área. É por isso que esta Espanha funciona melhor sem avançados.

 Melhor Equipa, em 433:

Guarda-Redes: Buffon
Defesa Direito: Debuchy
Defesa Esquerdo: Philip Lahm
Defesas Centrais: Piqué e Hummels
Médio Defensivo: Andrea Pirlo
Médios Ofensivos: Luka Modric e Xavi
Extremos: Andrés Iniesta e Cristiano Ronaldo
Avançado: Cesc Fàbregas

Treinador: Cesare Prandelli

Suplentes:

Guarda-Redes: Iker Casillas
Defesa Direito: Arbeloa
Defesa Esquerdo: Jordi Alba
Defesas Centrais: Chiellini e Lescott
Médio Defensivo: Sergio Busquets
Médios Ofensivos: Marchisio e Montolivo
Extremos: David Silva e Mesut Özil
Avançado: Ibrahimovic

Treinador: Michal Bilek
  
Melhores Jogadores: 1º: Andrea Pirlo; 2º Andrés Iniesta; 3º Luka Modric

30 comentários:

Vitó disse...

Palerma = António Tadeia

Mike Portugal disse...

Discordo de ti em 2 pontos:

O Pepe merece mais estar no melhor 11 do que Hummels pois foi mais preponderante. Para mim terá sido o melhor de Portugal durante todo o torneio.

O 2º ponto em que discordo é o facto da Itália ter sido melhor que a Alemanha. Quer dizer, no sentido puramente prático foi porque lhes ganhou a eliminatória, mas também só o fez porque apanhou um Ballotelli inspirado nesse dia e uma Alemanha a falhar golos atrás de golos faceis.

O que é que aconteceu à Itáli quando não teve um Ballotelli inspirado? Fez muito pouco ofensivamente contra a Espanha. Isto para dizer que eu estava a torcer por uma final Espanha-Alemanha, já que Portugal não passou. Pois a Alemanha era a ÚNICA equipa capaz de ganhar a esta Espanha, mais regularmente sem precisar de super inspiração de algum jogador. Para mim o jogo coletivo da Alemanha era muito superior a todas as outras equipas do torneio e chegava muito perto do da Espanha. Infelizmente a Espanha teve sorte pois a Itália teve um dia inspirado e eliminou a Alemanha tirando-lhes assim o adversário mais dificil do caminho. Esta Itália não tinha jogo para a Espanha.

miguel insan disse...

Mike viste o Itália Alemanha? É que aquilo foi puro chocolate italiano

Mike Portugal disse...

miguel insan,

Viste o nº de oportunidades falhadas pela Alemanha? Deve ter sido um recorde mundial.

Duarte Fonseca disse...

Boas. Descobri o vosso blog há pouco tempo, mas foi para mim uma pedrada no charco, farto que estava de muitos dos blogs desportivos que acompanho. Espero poder continuar a ler-vos e felicidades.
Concordo quase totalmente com este post, excepção à não inclusão de Pepe, que para mim estaria no 11 inicial no lugar de Hummels que fez uma meia final muito fraca.
Abr

Alexandre Ferreira disse...

Eu sei que não vale a pena mas aqui vai:
É precisamente a tendencial pesporrência do futebol espanhol que afasta pessoas do mesmo. Seria curioso, de resto, observar um jogo entre duas Espanhas ou dois Barcelonas. 22 jogadores onanistas e ensimesmados e espectadores adormecidos, tirando uns poucos academicamente excitados e os que são adeptos das equipas pois que, quanto a estes, tanto se lhes dá, desde que ganhem.
Por isso se pode não apreciar, mesmo que imediata e não racional reacção epidérmica, este modelo.
A circunstância de alguém não gostar deste tipo de futebol não implica que exista alguma diminuição de capacidades.

Pedro disse...

Acho que a Espanha foi mais forte que a Itália em todos os momentos do jogo mas a verdade é que a Itália conseguiu responder ao excelente jogo dos espanhois com boas jogadas de ataque que pecaram na finalização. Cassano tem uma série de remates que podiam ter tido outra sorte e mudar completamente o rumo do jogo. Olhando para o resultado e para a superioridade da Espanha parece que foram favas contadas mas não foi bem assim.

Os "ses" na vida pouco contam mas fica o exercício teórico de pensarmos como seria se a Itália consegue aproveitar esses lances que teve. Será que a Espanha daría a volta?

É uma justíssima campeã. Jogam tanto que doi. Só mesmo palermas para dizerem q é um futebol aborrecido.

Falta Coentrão na lista dos melhores. ☺

Anónimo disse...

Montolivo saiu e a Itália morreu. Sai poucos minutos depois de ter descoberto Di Natale num lance genial. Essa bola nos pés (e no cérebro) de Fabregas teria entrado em apoio para quem estava de frente para a baliza, em alguém que tivesse melhores condições para finalizar. É que Di Natale tão pouco viu o posicionamento do Gr. Nem sequer percebi o que o levou a rematar. Mas como é avançado está desculpado, visto que estes devem rematar sempre que podem(ironicamente falando claro). Se aquilo fosse a única solução, perceberia, mas era a ultima opção que deveria ter tomado. Montolivo joga ao ritmo de Pirlo. Com isto não digo que jogam devagar, jogam é bem à frente de todos os outros! Um meio campo com estes dois mais Giovinco e Marchisio, e Prandelli tinha tido hipótese de ganhar esta final, ou pelo menos de a disputar durante todo o jogo.

Abraço, Jorge D.

Arrenka disse...

Boas.
Primeiro gostei imenso da tua análise, embora perceba a maioria dos pontos quê evocas para sustentar a tua opinião de que a Itália foi a equipa que mais dificuldades ou que mais se debateu com a Espanha não me parece totalmente correcta. Isto porque se é verdade que a Itália tem um meio campo (quase) de sonho, apostou num jogador que tira todo (quase novamente) o potencial ofensivo e mesmo defensivo (Balostupid).
Creio que Portugal, sem um domínio presente/aparente, conseguiu criar mais dificuldades na construção do jogo espanhol, cortando de forma inteligente e eficiente muitas linhas de passe "entre linhas" do que a Itália neste jogo Julgo que os italianos quiseram recorrer a um tipo de jogo a que estão pouco rotinados (pressão mais alta, mas sem avançar muito a linha mais recuada, deixando muitos espaços para explorar).

Para finalizar, pelos poucos jogos que observei, o meu onze, também em 433 seria:

Buffon;
Selassie; Hummels, Pepe; Coentrão;
Xavi, Pirlo, Modric;
D. Silva, Ibrahimovic, Iniesta

Suplentes:
Casillas; Lahm; Debuchy; Piqué; De Rossi; Busquets; Moutinho; Jiracek; Montolivo; Cassano; Fabregas;

SportingSempre disse...

Palerma é quem acha que só a sua maneira de ver as coisas é que é válida.

Palerma é quem tem a mania que é mais espero que os outros.

Palerma é um garoto que acha que a forma como se viu futebol durante todo o seculo XX é estupida.

Palerma é um pirralho que não entende que nem toda a gente vê futebol pelos mesmos motivos, uns pelo entertenimento, outros pela emoção, alguns pelo estudo do fenomeno em si.

Palerma é, sem a mais pequena duvida, quem escreveu o texto que estou a comentar.

Luís Garcia disse...

Para quem procura uma nova visão do futebol e da nossa sociedade:

http://bolacolabatata-frita.blogspot.pt/

Parabéns pelo vosso blogue, irei voltar para comentar e trocar umas ideias assim que tiver mais tempo

Nuno disse...

Vitó, neste caso, o palerma era outro.

Mike Portugal diz: "O Pepe merece mais estar no melhor 11 do que Hummels pois foi mais preponderante. Para mim terá sido o melhor de Portugal durante todo o torneio."

Mike, tenho muitas dificuldades em considerar o Pepe sequer digno de jogar futebol. Quanto à sua prestação, não foi superior a nenhum destes dois, nem que seja pelo simples facto de não oferecer nada à equipa com bola. Já o disse várias vezes, e insisto. Acho que há vários defesas europeus bem melhores do que o Pepe, e este euro mostrou-nos vários: para além destes 2, Chielini, Lescott, Terry, Agger, Sérgio Ramos, Papadopoulos, etc.

"O 2º ponto em que discordo é o facto da Itália ter sido melhor que a Alemanha. Quer dizer, no sentido puramente prático foi porque lhes ganhou a eliminatória, mas também só o fez porque apanhou um Ballotelli inspirado nesse dia e uma Alemanha a falhar golos atrás de golos faceis."

Como assim, Mike? Que golos fáceis? A Alemanha atacou muito, criou algumas ocasiões, mas a Itália esteve sempre mais perto de ampliar a vantagem do que sofrer um golo. A Itália foi muito superior à Alemanha, em todos os capítulos.

alexandre Iº diz:

"A circunstância de alguém não gostar deste tipo de futebol não implica que exista alguma diminuição de capacidades."

Ai implica, implica. Este é o melhor futebol de sempre. Não gostar disto é não gostar de futebol. É gostar das emoções que o futebol oferece. Mas essas emoções também o circo as pode dar. Ou um concerto. Ou outra coisa qualquer.

Pedro diz: "Os "ses" na vida pouco contam mas fica o exercício teórico de pensarmos como seria se a Itália consegue aproveitar esses lances que teve. Será que a Espanha daría a volta?"

Talvez sim, talvez não. A Espanha estava muitíssimo inspirada. Mas a verdade é que foi um jogo bastante equilibrado, até à lesão do Thiago Motta. É um bom exemplo de como um resultado não espelha o equilíbrio de forças.

Jorge D. diz: "Montolivo joga ao ritmo de Pirlo. Com isto não digo que jogam devagar, jogam é bem à frente de todos os outros! Um meio campo com estes dois mais Giovinco e Marchisio, e Prandelli tinha tido hipótese de ganhar esta final, ou pelo menos de a disputar durante todo o jogo."

Eu já gostava muito do Montolivo, mas neste europeu ainda fiquei a gostar mais. Não percebo mesmo porque razão demorou tanto a dar o salto (vai para o Milan). Ah, e não esquecer que ainda podia entrar neste meio-campo o Aquilani. A Itália, se quisesse, tinha jogadores para jogar assim há já muito tempo. Mas foi preciso o Prandelli mostrar que isso era possível, que não era necessário Ambrosinis, Gattuso, e médios-defensivos em catadupa, para a equipa ser equilibrada.

Arrenka diz: "Creio que Portugal, sem um domínio presente/aparente, conseguiu criar mais dificuldades na construção do jogo espanhol, cortando de forma inteligente e eficiente muitas linhas de passe "entre linhas" do que a Itália neste jogo"

Sim, mas visto que isso não permitiu a Portugal criar qualquer oportunidade, nem incomodar minimamente o adversário, não teve qualquer utilidade. Ou melhor, teve a utilidade de arrastar o jogo para prolongamento e para os penalties. E essa, para mim, é sempre uma má estratégia. A Itália concedeu mais coisas à Espanha, mas em contrapartida pôs os espanhóis em sentido. Fazer pela sorte é isto; não é esperar que o cronómetro passe.

SportingSempre, não te engasgues!

Mike Portugal disse...

"Como assim, Mike? Que golos fáceis?"

As 2 oportunidades claríssimas de marcar antes da Itália marcar o 1º e mais as 2 oportunidades à boca da baliza logo no inicio da 2ª parte que metia o resultado em 2-1 se não estou em erro.

Anónimo disse...

os meus 5 tostões:

portugal - na minha opinião, a pior selecção nacional desde 1996 (nunca tanto jogar mediocre fez parte do grupo, nunca factores externos tiveram tanto relevo na convocatoria, etc..) ou seja, desde que começamos a participar regularmente a grandes competições conseguiu um feito notável fruto da capacidade individual de jogadores como coentrão, pepe, moutinho, nani e sobretudo ronaldo que, apesar de muito criticado, fez um grande torneio. paulo bento é um treinador bastante fraco, é um scolari que baseia todo o seu discurso (e treino?) no "potenciamento" do ego dos jogadores e do grupo. isto será importante, mas ao mais alto nivel não chega. contra a espanha, tão nos "auto-elogiamos" que não reparamos que quando se jogou futebol (no prolongamento) fomos massacrados.. isto porque nos 90 minutos a espanha "limitou-se" a tentar construir e nós a "destruir" e a jogar no erro do adversário.

europeu em geral - justo. as duas equipas finalistas foram, de longe, as melhores. a alemanha esteve lá perto mas com aquele grupo incrivel de jogadores devia ter feito mais. a croácia jogou que se fartou (contra a espanha fez um jogaço!) mas teve azar no grupo. de resto foi um torneio banal. o euro a 24 equipas vai ser piorar bastante a qualidade dos jogos. vai ser como o campeonato do mundo. penso que é uma pessima opção que nada tem de desportiva mas sim de politica.

jogadores - pirlo, inesta, ronaldo, xavi (na final), e lahm foram os melhores (sem ordem definida, qualquer um destes poderia ter ganho o prémio de melhor do torneio, excluindo, eventualmente, o xavi que só na final fez a diferença).

a minha equipa é qualquer coisa como isto (sem tactica definida): buffon, lahm, hummels, sergio ramos, coentrao, pirlo, xavi, iniesta, ronaldo, cassado e fabregas

ps: também não sou grande apreciador de pepe, mas escolher lescott, mesmo que para uma equipa suplente, em deterimento de pepe é assim como que gozar com a malta. lescott é uma espécie de pepe.. em mau.

"Ai implica, implica. Este é o melhor futebol de sempre. Não gostar disto é não gostar de futebol. É gostar das emoções que o futebol oferece. Mas essas emoções também o circo as pode dar. Ou um concerto. Ou outra coisa qualquer"

vamos lá ver uma coisa, o futebol, o desporto em geral, oferece um tipo de emoção que o circo, um concerto, ou outra forma de entretenimento nunca poderá oferecer: a sensação de grandeza, de superioridade (lol, superioriadede...) que advém da vitória. explica-me lá como é que no circo se sente isto? ou num concerto? ou noutra qualquer forma de entretenimento? no futebol tu escolhes o teu, assim como no atletismo ou no basquetebol ou no rugby, que pode ou não ser o do teu país, ou do teu bairro, ou da tua cidade, e se ele ganha, tu também ganhas. como é que se faz isto no circo?

quem não gosta do barcelona e da espanha, basicamente, está farto de perder com eles. não significa que não reconheça o valor do seu futebol.

Alexandre Ferreira disse...

Eu pensei que não valia a pena, e não valeu, no que toca ao comentário do Nuno, mas os dois últimos parágrafos do Mike mostram que alguém percebeu porque usei a expressão «gostar» e não outra qualquer. Falei, também por isso, em pesporrência...

Manuel Nascimento disse...

Boas grande Nuno,
Sem retirar mérito ao bom europeu que fez, e considerando principalmente a sua tenra idade, temos que admitir aqui que o Hummels (e o colega) oferecem o primeiro golo à Itália. Noutro caso terias trazido o vídeo e demonstrado que foi o seu comportamento que propiciou tudo o resto.
Hummels acelera muito bem para a cobertura (coisa que o colega depois não faz - nem me lembro de qual deles era) mas quando passa a ser ele em contenção tem um "vaipe à David Luiz". É um bom lance para referir aquilo do "nem sempre, para um defesa, o mais importante é cortar a bola para fora ou para ficar com ela. Muitas vezes só limitar / interromper a progressão do adversário é o mais inteligente - fazê-lo voltar para trás, correndo menos riscos mas conseguindo o que se quer: evitar uma situação de golo"

Depende da inteligência do jogador a abordagem a lances diferentes, e sinceramente esperava o Hummels mais calmo naquela situação. Arrisco-me a dizer, talvez injustamente, que o rapaz estava cheio de confiança pelos jogos que vinha fazendo e sair a jogar naquele lance era começar o jogo a impor respeito. Tenta "adivinhar" o lado para onde vai o Cassano, que se vira e não vai para a esquerda, e tem caminho aberto para fazer o que quer. É aqui que se junta o facto de o Hummels não ter atrás dele a cobertura que tinha acabado de proporcionar ao colega no momento do passe do Chiellini (?), daí que também não seja "só" culpa dele. A Alemanha defendeu mal aquele lance.

Não sei, só achei que o lance tem pormenores engraçados de analisar, principalmente porque tive quase uma semana a ouvir gente que não via o Cassano a jogar há dez anos a dizer que ele joga muito, olha bem para o 1º golo da Itália, que jogador! E é, é de facto bom jogador, não é é devido àquele lance.

Um abraço. Sabes muito.

Anónimo disse...

caro alexandre, o problema, a meu ver, é que a esmagadora maioria das pessoas (sejam académicos, fanáticos associados ou adeptos casuais da imperial e da bifana) vê o futebol, e o desporto em geral, como um fenonemo unidimensional. e quando uma equipa ou um atleta alcançam a dimensão idealizada (seja ela qual for) o discurso em torno desse atleta ou equipa torna-se hiperbolizado e até um pouco irrealista.

daí que os académicos olhem para o barça e selecção espanhola como a 8ª maravilha do mundo e 1ª do desporto, esquecendo ou ignorando o que outras equipas fizeram no passado (e acima de tudo não relativizando esses mesmoss feitos) os fanáticos associados sigam bovinamente os pintos da costa recusando olhar as evidencias e os adeptos da imperial passem a vida a discutir quem é melhor, o messi ou o ronaldo.

e é isto pá. somos todos uns intelectuais de primeira quando toca a futebol, comigo à cabeça.

ps: no meu comentário anterior, entre outros elementares erros de portugues, falei de um grande e fantástico jogador chamado cassado que por ser tão bom merece estar no meu 11 ideal do euro. caso não conheçam é um grande jogador. mas o cassano da selecção italiana é melhor. fica feita a correcção.

Blessing disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blessing disse...

"Eu, por acaso, acho o contrário: acho que a melhor equipa, em termos ofensivos, será necessariamente a melhor equipa, em termos defensivos"

Discordo... Teoricamente tudo certo, mas na prática não funciona bem assim... A organização defensiva é um momento ainda longe do ataque para que essa premissa seja verdadeira. Pode até uma equipa ser melhor na transição defensiva por atacar melhor, mas não necessariamente a melhor em organização defensiva, logo é falso que por isso defenda melhor.

"De facto, em futebol não é difícil de saber o que é atacar e o que é defender: quem tem bola, ataca; quem não tem, defende"

Mais uma discordância. Estrategicamente posso dar a bola ao adversário "de borla" no sentido de o levar a jogar/sair a jogar em zonas que me interessem para o atacar com ferocidade nessas zonas de fragilidade. E aí quando lhe dou o espaço e tempo para ter bola, estou CLARAMENTE a ataca-lo.


"o que esta Espanha fez foi ensinar que é possível atacar defendendo e defender atacando"

Ensinou a quem? Toda gente sabe isso, quem estudou o fenómeno. Eu com 15 anos o sabia.


"Os palermas, tal como preferem fogo-de-artifício a um livro, preferem uma equipa inglesa (e o futebol electrizante praticado em terras de Sua Majestade) ao futebol mais bem praticado de sempre"

A tua preferência é superior porquÊ? Porque é tua?
Arrogante o facto de considerares o melhor de sempre, tendo em conta que não viste todas equipas/selecções de futebol jogarem.

"Gostam das sensações que se habituaram a ter ao ver futebol"

Tal como tu. diferenças. hmmm. já expliquei que reside apenas na singularidade das diferentes formas de ver/sentir o jogo.

"Os palermas não sabem o que é a excelência. Gostam de futebol porque lhes dá comichão, não porque reconheçam o que é excelente"

Repito: o que é excelente para ti não é para mim, e tudo reside nas diferenças formas de ver/sentir o jogo.

Quanto a conclusão da melhor forma de se jogar contra a Espanha, acho que vou discordar. A Itália não pressionou e para mim a melhor forma é pressionar alto, asfixiar nas primeiras zonas de construção e sobretudo quando conseguem jogo interior. Depois claro a Itália teve bola e isso é outro ponto necessário para se bater essa equipa.

Por exemplo, na minha opinião, a Itália foi muito mais competente sem Montolivo no primeiro jogo, jogando com Motta do que com Montolivo neste jogo. Não pelo resultado, mas porque para mim jogou melhor, mais agressiva, mais pressionante, mais organizada e com isso deu menos espaços a Espanha que é essencial caso se queira vencê-la. Portanto a importância que das a Montolivo neste jogo, eu realço a importância que teve Motta no primeiro jogo. Profundo a aparecer a finalizar muitas vezes, dinâmico nos apoios/coberturas (ofensivas, defensivas)/pressão/basculação/compactação e com bola definiu bem e simples, deixando espaço para Pirlo Criar.

Quanto a equipa do ano, mais uma vez são opiniões de diferentes formas de ver/sentir o jogo, valorizando mais uns aspectos que outros. É a tua equipa, a tua opinião, o teu sentimento!

Que podia eu apelidar de palerma...

Mas não me limito a isso porque compreendo perfeitamente a singularidade de cada opinião desde que bem fundamentada.

"Ai implica, implica. Este é o melhor futebol de sempre. Não gostar disto é não gostar de futebol. É gostar das emoções que o futebol oferece. Mas essas emoções também o circo as pode dar. Ou um concerto. Ou outra coisa qualquer"

Novamente arrogante. Melhor de sempre é uma coisa que nunca tu ou ninguém vai poder afirmar. Repito não viste todos os futebois, portanto deverias limitar-te ao melhor que viste jogar.

Já vi chamarem os génios de burros/palermas/idiotas, mas pensava que era coisa do século passado e que a história nos tinha ensinado algo em relação a diferença de opiniões/sentimentos/pensamento.

Texto emocionante, apaixonado mas poderia dizer que irracional nalguns pontos.

Vitó disse...

Nuno, acredito que te estivesses a referir a outro palerma, mas o Tadeia estava a ter exatamente esse discurso na RTP1 durante a final.

Anónimo disse...

"Os palermas, tal como preferem fogo-de-artifício a um livro, preferem uma equipa inglesa (e o futebol electrizante praticado em terras de Sua Majestade) ao futebol mais bem praticado de sempre"

e se eu te disser que nem todos os livros foram escritos pelo saramgo e que também há os da margarida rebelo pinto (e que até há quem não goste de saramago..), e que fazer fogo de artificio até é uma actividade bem complexa (tão complexa que se corre mal pode provocar mortes) e que o futebol do barcelona (o mais bem praticado actualmente), daqui a uns anos, poderá tornar-se completamente obsoleto (excluindo no periodo em que foi exemplarmente executado)?

acreditas?

tu é que sabes. és livre de não acreditar, e uma vez que gostas do barcelona e de ler livros, está descansado, ninguem te vai chamar de palerma.

não te esqueças é que, de acordo com o que se conta, no final do séc. XIX, um americano qualquer que ocupava um cargo cientifico importante disse que "tudo o que podia ser inventado já o foi". no final do séc. XIX. só espero que ele tenha morrido antes da invenção da televisão.

MM disse...

Não sei como são achados os tempos, por quem mede esses dados, mas estranho que a Itália tivesse tido mais bola do que a Espanha na 1ª parte.

Subscrevo tudo o que post diz e compreendo o tom mais ou menos agressivo da escrita, imaginando dirigir-se a uma discussão lida noutro local, mas com pequenas discordâncias:

Portugal não foi a equipa mais competente abaixo das 3 mais fortes. Esteve na meia-final mas a Croácia foi muito melhor e mais competente do que Portugal. Teve algum azar em ter caído no grupo da Espanha e Itália, olhando (a posteriori) ao que a Itália fez durante o torneio, e Portugal teve sorte de ter caído num grupo acessível (olhando também ao que a Holanda fez durante o torneio) mas sobretudo:

Sorte em ter apanhado a República Checa nos quartos-de-final. Tudo somado, Portugal teve muitas dificuldades em ultrapassar os obstáculos moles que encontrou pelo caminho, isto porque Portugal foi também ele um contendor fraco.

Discordância também sobre a percepção da final. A Itália na 1ª parte não equilibrou o jogo, foi engolida e a Espanha fez o que nunca até então (com aquela autoridade) tinha feito durante todo o Euro. Não conseguiu jogar (Itália) e não incomodaram os Espanhóis. Na 2ª parte sim, foi como o post diz o concretizar de uma goleada que nada diz sobre o valor dos Italianos. Rigorosamente nada, porque eles foram quebrados na 1ª parte. Nunca foi uma final equilibrada.

MM disse...

'Discussão lida noutro local' refere-se claro a uma das últimas mensagens do Em Jogo, uma que repete noções exibidas ao longo do torneio ("futebol aborrecido", entre mais) carregando ainda noutras ao nível de comentários difíceis de compreender como as que versam sobre a Espanha enquanto nação, pretendendo diminui-la. Mas conteúdos, somente, nada relacionado com adjectivações: um dos problemas é mesmo o de ver nisto Portugal ou Espanha, como países ou nações, deitar uns abaixo por serem Espanhóis e ver coisas soberbas do lado Português que nunca existiram. Mas é engraçado porque numa perspectiva completamente diferente (futebolística) até poderia ver-se a coisa nesse formato, quando as conclusões seriam pouco simpáticas para Portugal: o típico perfil de jogo Português, aquele que levou muitos mundo fora a apelidá-lo de "Brasil da Europa", nunca esteve neste Europeu, tal como não tinha estado pela África do Sul.

A selecção Portuguesa nos últimos 6 anos tornou-se numa coisa difícil de compreender ou rotular. Não é completamente miserável, mas também não joga futebol, nunca vencerá (deste modo) nada mas vai conseguindo prestações relevantes a nível de resultados. Enfim, uma coisa que não interessa para muito lado-a-lado com o que fizeram Alemanha, Itália, Espanha e mais uma ou outra. Torna-se difícil gostar desta selecção Portuguesa quando em 2000 e 2004 fez coisas tão boas e essas sim merecedoras de relevo.

Hugo disse...

É uma pena ver uma pessoa com o Nuno que tem grandes conhecimentos enveredar pelos fanatismos e palas "espanholas" e "catalãs".
Dizer que o Terry ou o Lescott são superiores ao Pepe é de chorar a rir

cc disse...

Triste é a habitual postura (ou atitude) do escriba Nuno.
Que o homem percebe de futebol, nem vou comentar. Eu, analfabeto me confesso.
Mas a habitual arrogância dos comentários mete nojo. Nojo mesmo. E isso é de um palerma ou de pessoa com baixa auto-estima. Enfim... é só um desabafo, porque sei que aqui podia aprender a "ler" um jogo de futebol, mas as recorrentes tiradas de "Rei Sol" do autor, irritam-me. Enfim... Saudinha da boa...

Pedro disse...

Mania de se confundir arrogância com convicção...

Unknown disse...

Penso que a linha que separa convicção de arrogância pode passar por insultar constantemente as pessoas que têm 1 pensar diferente sobre o fenómeno futebolistico. Afirmar constantemente ser o dono da razão e que so eu percebo de futebol, enquanto que os outros nao sabem nada e sao uns ignorantes é capaz de ser arrogância e não convicção.

Nuno disse...

Mike Portugal diz: "As 2 oportunidades claríssimas de marcar antes da Itália marcar o 1º e mais as 2 oportunidades à boca da baliza logo no inicio da 2ª parte que metia o resultado em 2-1 se não estou em erro."

É verdade que a Alemanha teve algumas boas oportunidades nos primeiros 15 minutos, mas foi só. Na segunda parte, as oportunidades não são à boca da baliza, e o resultado já estava em 2-0.

Mike diz: "também não sou grande apreciador de pepe, mas escolher lescott, mesmo que para uma equipa suplente, em deterimento de pepe é assim como que gozar com a malta. lescott é uma espécie de pepe.. em mau."

Mike, comparar o Lescott ao Pepe não faz sentido. O Lescott é parecido com o Pepe, em características físicas. Mas não o vês a cometer as infantilidades do Pepe, não o vês desconcentrado, e é muito, mas muito melhor com a bola no pé.

"vamos lá ver uma coisa, o futebol, o desporto em geral, oferece um tipo de emoção que o circo, um concerto, ou outra forma de entretenimento nunca poderá oferecer: a sensação de grandeza, de superioridade (lol, superioriadede...) que advém da vitória. explica-me lá como é que no circo se sente isto? ou num concerto? ou noutra qualquer forma de entretenimento?"

Tens razão, não é bem como o circo. O circo também pode dar emoções, mas não emoções relacionadas com competição. Embora me pareça cada vez menos que as pessoas gostem das emoções relacionadas com a superioridade que advém de torcer por uns e não por outros. As pessoas gostam de sentir alguma coisa. E isso tanto lhes dá o futebol como outra coisa qualquer.

Manuel Nascimento diz: "Sem retirar mérito ao bom europeu que fez, e considerando principalmente a sua tenra idade, temos que admitir aqui que o Hummels (e o colega) oferecem o primeiro golo à Itália. Noutro caso terias trazido o vídeo e demonstrado que foi o seu comportamento que propiciou tudo o resto. Hummels acelera muito bem para a cobertura (coisa que o colega depois não faz - nem me lembro de qual deles era) mas quando passa a ser ele em contenção tem um "vaipe à David Luiz"."

É verdade, Manuel, embora ache que o Hummels "facilitou" porque contava com uma cobertura que não existiu. Ou seja, eu acho que ele forçou o Cassano a ir para dentro e, quando o viu a ir, deixou-o ir, porque contava que o lado de dentro estivesse protegido pelo colega, coisa que não estava. Mas, mesmo considerando isso um erro, foi o único de que me lembro, em todo o europeu. O Lahm também comete um erro no segundo golo, e não deixa de ter feito um grande campeonato, apesar disso.

Nuno disse...

Blessing Lumueno diz: "A tua preferência é superior porquÊ? Porque é tua?
Arrogante o facto de considerares o melhor de sempre, tendo em conta que não viste todas equipas/selecções de futebol jogarem."

É superior porque isto é um jogo. É superior porque corresponde à melhor forma de jogar este jogo. Não precisava de ter visto nem metade do que vi. Isto é um jogo que tem vindo a evoluir gradualmente, e era simplesmente impossível que, há 10 anos, houvesse equipas/selecções que jogassem tanto como as de agora.

"a Itália foi muito mais competente sem Montolivo no primeiro jogo, jogando com Motta do que com Montolivo neste jogo. Não pelo resultado, mas porque para mim jogou melhor, mais agressiva, mais pressionante, mais organizada e com isso deu menos espaços a Espanha que é essencial caso se queira vencê-la."

Isto não é verdade. A Espanha criou mais, teve mais posse, e foi sempre mais equipa do que a Itália em todo o primeiro jogo. Na primeira parte da final, a Itália tinha mais posse de bola, tinha criado mais lances junto da área espanhola, e concedeu basicamente 4 ou 5 lances com princípio, meio, e fim aos espanhóis, etc.. E, depois, a Itália no primeiro jogo jogou de forma completamente diferente: não foi só trocar o Motta pelo Montolivo.

Vitó diz: "Nuno, acredito que te estivesses a referir a outro palerma, mas o Tadeia estava a ter exatamente esse discurso na RTP1 durante a final."

Pois, acredito. Era rapaz para o fazer.

Pedro Pinto diz: "Penso que a linha que separa convicção de arrogância pode passar por insultar constantemente as pessoas que têm 1 pensar diferente sobre o fenómeno futebolistico"

Pedro, já o disse aqui várias vezes. Respeito muitíssimo a opinião alheia. E é por respeitar a opinião alheia que gosto de distinguir opiniões alheias interessantes de palermices. Quando insulto alguém, acredita, não é simplesmente por discordar de mim. É porque é palerma...

SportingSempre disse...

did i stutter clown?