sábado, 27 de agosto de 2011

Oportunidades de Golo

É vulgar que o principal critério usado para justificar o mérito de um resultado sejam as oportunidades de golo criadas por uma equipa, quando cruzadas com as oportunidades de golo criadas pelo adversário. E é comum que se defenda que a equipa que mais justifica a vitória seja a que mais oportunidades de golo consegue criar. Embora concordando que as oportunidades de golo criadas por uma equipa digam algo acerca da sua produção ofensiva, e que as oportunidades de golo concedidas ao adversário digam algo acerca da sua produção defensiva, discordo deste critério. Para além do problema óbvio do critério utilizado para avaliar aquilo em que consiste uma oportunidade de golo, parecendo difícil, em muitas situações, dizer se um determinado lance constitui ou não uma oportunidade, a minha discordância diz respeito sobretudo à quantificação da coisa. O que quero dizer é que as oportunidades de golo não sao todas iguais, que há diversos factores que devem ser pesados, e que me parece perfeitamente defensável que uma equipa que crie uma oportunidade de golo mereça mais a vitória do que outra que consiga criar dez. Deste ponto de vista, o critério que estou a defender é um que substitua a análise quantitativa das oportunidades de golos criadas pelas duas equipas por uma análise qualitativa.

Não é isto, como é fácil de perceber, uma conversa sobre vitórias morais. O argumento consiste essencialmente em defender que há equipas que, por mais perto que andem da baliza adversária, por mais que rematem, por mais que metam a bola na área, não fazem o suficiente para criar verdadeiras oportunidades de golo. Cruzamentos para área, a pedir uma resposta de cabeça, sobretudo quando a densidade populacional na área é grande e sobretudo quando o adversário está de frente para a bola e organizado, raramente são oportunidades de golo claríssimas. Mesmo originando confusão, mesmo causando calafrios, mesmo que um avançado consiga cabecear e levar a bola a passar perto da baliza, mesmo que o guarda-redes a defenda. A menos que o avançado cabeceie em condições favoráveis, com espaço e tempo para escolher o sítio para onde quer enviar a bola, dificilmente concordaria que um desvio de primeira, no meio da confusão, equivalha a uma oportunidade de golo clara. Há equipas que conseguem ter um caudal ofensivo grande, que conseguem passar grande parte do desafio no meio-campo adversário, mas que têm pouca imaginação nas imediações da área e as oportunidades que criam são invariavelmente deste tipo, que dependem mais de um desvio feliz do que do talento finalizador, da frieza, da qualidade do avançado. Quando se diz, portanto, que uma equipa conseguiu criar lances suficientes para vencer um jogo, é preciso primeiro ver que tipo de lances foram esses, de que condições aquele que finaliza dispôs para finalizar, quais as probabilidades de êxito de cada acção, etc..

A meu ver, uma equipa que não seja capaz de deixar aquele que finaliza numa posição frontal para a finalização, com espaço e tempo para poder decidir minimamente para que lado quer enviar a bola, seja através de um passe de ruptura pelo corredor central, com o avançado a desmarcar-se nas costas da defesa, seja através de um cruzamento recuado, junto à linha de fundo, seja através de uma tabela, seja através de um cruzamento para a zona entre o guarda-redes e a defesa, uma equipa que não seja capaz de criar situações de golo deste tipo, que todos os lances de perigo que cria são provenientes de lances de bola parada, de cruzamentos a pedir um desvio no meio da confusão, de remates de meia-distância, de ressaltos, uma equipa que, no fundo, não seja competente a propiciar situações de finalização favoráveis, pode criar dezenas de oportunidades, mas as probabilidades de ser bem sucedida manter-se-ão reduzidas. Fala-se excessivamente de problemas de eficácia, quando uma equipa não marca golos, mas domina os jogos e até consegue fazer com que a bola ronde a baliza adversária. Cada vez mais discordo do tema da conversa. O problema dessas equipas não está na eficácia, não está nos golos que podia marcar mas que não marca; o problema está antes, está no tipo de oportunidades que cria. Quando se diz, por isso, que uma equipa tem tido azar, que os postes ou os guarda-redes adversários têm estado insuperáveis, que os seus finalizadores não andam inspirados, que bastava que uma bola entrasse para que tudo fosse diferente, talvez fosse melhor analisar bem o tipo de oportunidades que se têm criado. É que o problema, na maior parte das vezes, não está na falta de eficácia, mas na falta de imaginação em tudo o que antecede o momento em que é preciso ser eficaz. Se se souberem criar situações mais favoráveis, verdadeiras situações, diria até, depender-se-á menos da eficácia. É evidente que estas equipas podem ganhar muitos jogos sem criar oportunidades de golo em melhores condições. Mas dependerão mais daquilo que não podem controlar, da sorte de um desvio instintivo do avançado não ir direito ao guarda-redes, por exemplo. O que estou a afirmar é que não é o volume do jogo, a capacidade para fazer a bola rondar a baliza adversária, a criação de quaisquer situações de perigo, que reduz a dependência de uma equipa da sua eficácia ofensiva; é, isso sim, a capacidade de criar "certas" oportunidades de golo. E o vocábulo "certas" é aqui - perdoem-me a redundância - o mais acertado: pode ter não só a função de pronome indefinido, significando "determinadas", como de adjectivo, significando "verdadeiras". Na minha opinião, portanto, o melhor remédio para os problemas de eficácia de uma equipa raramente é a substituição de um finalizador por outro ou raramente consiste em qualquer afinação do momento de finalização. Pelo contrário, problemas de eficácia resolvem-se criando condições para que não se dependa tanto de momentos de finalização pouco favoráveis. A menos que se trate de um caso de aselhice colectiva - e tal pode eventualmente acontecer - nenhuma equipa perde sistematicamente pontos por falta de eficácia no momento de atirar à baliza. Jogue-se bem e criem-se oportunidades de golo a sério, que os problemas resolver-se-ão por si mesmos.

Para terminar, o texto tem uma aplicação universal e abstracta, mas há dois bons exemplos recentes com que posso ilustrar o que estou a dizer. O início de época do Sporting trouxe ao de cima, para muita gente, determinados problemas de finalização da equipa. A fraca produção de golos - dizem - sobretudo com tanto volume de jogo ofensivo, só tem justificação pela falta de pontaria dos avançados. Discordo inteiramente disto. O problema do início de época do Sporting, a meu ver, está muito mais relacionado com o que antecede esse momento de finalização. Quantos lances conseguiu o Sporting produzir em que aquele que finaliza o faz em posição frontal, com espaço para escolher o lado para onde enviar a bola? Quantas vezes se isolaram os avançados do Sporting? Quantos cruzamentos rasteiros, a pedir um gesto técnico mais simples que o cabeceamento? Quantas verdadeiras oportunidades de golo teve o Sporting até agora? Domingos, a maior parte dos comentadores futebolísticos e alguns feiticeiros garantem que a equipa tem produzido inúmeras oportunidades evidentes de golo. Eu conto pouquíssimas. Nos dois jogos do campeonato, então, conto apenas duas, uma que deu golo de Postiga, contra o Olhanense, mas que foi anulado, outra em que o defensor do Beira-Mar cortou o remate de Capel em cima da linha de golo. O resto são respostas a cruzamentos ou remates à entrada da área, a maior parte das quais em condições francamente deficientes. O segundo exemplo é o jogo de ontem da Supertaça Europeia. Foi sugerido que o Porto merecia vencer, pois criou mais oportunidades que os catalães. Mesmo em número de ocasiões, duvido que isto seja muito exacto. Mas o que me impressiona é a ausência de espírito crítico da análise. Sejamos honestos: o Porto não criou uma única ocasião de golo flagrante. Fez alguns remates de longe, um ou dois mais promissores, teve um cruzamento em que Valdez falhou o tempo de saída da baliza e Mascherano cortou de cabeça, e pouco mais. O Barcelona, sem ter feito um grande jogo, teve 5 ou 6 oportunidades bem mais significativas, e é inquestionável que tenha merecido vencer o troféu. Nada disto tira mérito ao que o Porto fez, principalmente em termos defensivos. Defensivamente, o comportamento da equipa foi exemplar: controlou a posse catalã recorrendo a uma estratégia de pressão muito bem planeada, manteve os sectores juntos, a resposta colectiva aos momentos de pressão foi incrivelmente boa, e conseguiu mesmo provocar erros na construção do adversário que poderiam ter ocasionado lances de perigo a seu favor. Infelizmente, sobretudo em ataque organizado, a equipa voltou a denotar uma esterilidade preocupante, e foi absolutamente inconsequente. Fica, apesar de tudo, o exemplo a seguir da estratégia sem bola.

17 comentários:

Mike Portugal disse...

Eu diria que uma oportunidade de golo será aquele lance em que existe alguém que rematou à baliza (tendo acertado com a baliza ou não).

Como dizes há oportunidades mais flagrantes que outras, pois pode-se contabilizar 10 oportunidades para cada equipa e descobrir que afinal as 10 oportunidades de uma foram porque apareceram 10 vezes isolados em frente ao GR e a outra foram 10 remates de longe.

O problema do SCP nos jogos que empatou não foi só dos avançados. Houve defesas e médio que falharam escandalosamente oportunidades que tu e eu (e quase toda a gente) considera oportunidades flagrantes.

Eu percebo que tu pretendes defender o Postiga, mas temos que ver que ele dificulta a concretização das oportunidades a si próprio. O Postiga é daqueles jogadores que 95% do que faz fora da área é bom: tabela bem com os colegas, posiciona-se para oferecer apoio, movimenta-se na direção da baliza, enfim, tende a decidir bem.

Quando entra na área a sua cabeça muda. E muda bastante. Muito poucas vezes toma a melhor decisão (o lance em que tem oportunidade de passar a bola ao isolado André Santos e tenta a finalização é gritante) e outra coisa que só se vê no estádio, ele não tem técnica de remate e colocação de bola em remate. Se lhe pedirem para colocar a bola em jeito ele até é capaz, mas se lhe pedirem para rematar colocado, vais ver quantas vezes o consegue fazer. Eu assisti uma vez a um aquecimento onde se via bem isso.

Anónimo disse...

Boas Nuno,

Tive exactamente a mesma conversa com o pai enquanto via o jogo.

A melhor oportunidade foi o remate de Guarin de fora de área, que tendo em conta a forma como foi executado pode ser considerado como tal. Depois, todos lhe apontaram o dedo por ter entregue a bola a Messi. Não foi a melhor decisão, é certo, mas reparem na acção de Hulk e Rodriguez a esconderem-se da bola, ambos com desmacações de afastamento, Souza não deu apoio interior (ou pelo menos onde deveria ter dado),o Barcelona evitou a progressão de Guarin mas o mesmo ficou "seco" em relação às linhas de passe. Depois, foi o que se viu...

Abraço,

Jorge D.

Anónimo da Silva disse...

Jorge, tenham feito o que fizerem Hulk, Sousa e companhia, a verdade é que Guarin tem a bola em seu poder mais de 30 segundos e toma todas as decisões erradas que pode tomar. finta na direcção da sua baliza, quando podia em último caso pelo menos aliviar a bola para o kléber.
Para mim não há desculpas neste lance, burrice pura do Guarin.

El Mariachi disse...

peço desculpa se isso estava descriminado no teu texto (não o li todo) mas tu estás a par de que existe um diferença entre avaliar UM lance e avaliar X lances?

Anónimo disse...

DC, apesar de aceitar a tua opinião não concordo muito com ela, mas não queria falar muito disto aqui porque não tem muito a ver com o texto do Nuno, mas repara:

Nenhum jogador "isola" um adversário se não entrar em crise de raciocínio, e naquela situação há todo um conjunto de factores que provoca isso. A excelente abordagem defensiva do Barça, e as decisoes dos colegas de equipa que só dificultaram a vida a Guarin. Mesmo não tendo a bola, influenciaram negativamente a sua decisão, deixaram Guarin "seco", sem saída. Eu, acredito que Hulk aproximando, Rodrigues dando apoio lateral, e fazendo o mesmo Souza já num momento seguinte, aquele não tinha sido o momento que foi, porque as hipóteses de Guarin sair daquele espaço mantendo a bola aumentariam bastante.

Ao jogar em Kleber, como disseste, até podia ser uma hipótese. mas, naquele contexto, um passe longo, iria dar a bola ao Barcelona, Guarin tentou que o FCP ficasse com ela, e bem, não o fez foi da melhor forma como sabes. Mas só não o fez, porque a atitude de quem o rodeou também alimentou essa decisão!

Uma coisa era Guarin ter hipótese se sair a jogar e não o fazer, outra e tentar organizar um ataque, e não ter meio para tal, reagindo sobre pressão adversária deu no que deu! Mas, louve-se este tipo de atitude, principalmente contra um equipa como o Barça.

Esta é a minha opinião, não quer dizer que seja a melhor, mas é a que tenho.

Abraço,

Jorge D.

Nuno disse...

Mike Portugal diz: "Houve defesas e médio que falharam escandalosamente oportunidades que tu e eu (e quase toda a gente) considera oportunidades flagrantes."

Mike, não me recordo disso. Devo ter visto outro jogo. Vi falhanços de cabeça, remates à entrada da área, remates de longe, ressaltos. E vi os dois lances que referi. Não estou a falar dos jogos contra os dinamarqueses. Aí acho que houve mais algumas situações, sobretudo no primeiro jogo. Mas para o campeonato a abundância de oportunidades flagrantes de que se tem falado não existiu.

"Quando entra na área a sua cabeça muda. E muda bastante. Muito poucas vezes toma a melhor decisão (o lance em que tem oportunidade de passar a bola ao isolado André Santos e tenta a finalização é gritante)"

Discordo inteiramente disto. Quanto ao lance em questão, a melhor decisão do Postiga seria rasgar imediatamente no André Santos, assim que dominou a bola no flanco. Nessa altura, deixá-lo-ia em posição frontal, tendo o André apenas de conduzir a bola para finalizar. Mas, a partir do momento em que decidiu progredir mais um pouco, deixou de ter essa opção. O André não acompanhou bem o lance, abrindo em demasia, e os defesas dinamarqueses interpuseram-se entre ele e a bola. No último momento, quando decide o remate, era já a melhor opção que o Postiga tinha. Fazer um passe, naquela altura, a pedir a finalização do colega, dificilmente resultaria. Isto porque, para que a bola não fosse interceptada, teria de fazer um passe tenso, e o André Santos vinha demasiado recuado para isso. Repito: não foi a melhor decisão, mas a haver uma má decisão, foi no início da jogada e não dentro da área.

Jorge D., completamente de acordo quanto ao lance do Guarín. Penso que o Rodriguez faz bem em afastar-se, para não criar saturação de adversários naquela zona, mas o Hulk, e principalmente o Souza não fazem nada para fornecer apoios ao colombiano. O Hulk teria de abrir na linha, e o Souza deveria ter-se aproximado imediatamente, dando um apoio recuado. O problema, parece-me, é que o fornecimento de apoios próximos não é um princípio contemplado no modelo portista. O Guarín acabou por ficar entregue a si próprio e até podia ter resolvido bem. Bastava que a finta sobre o Iniesta tivesse resultado e já não teria de fazer aquela passe em último recurso. Mas o problema ali foi, evidentemente, a não preocupação imediata dos colegas em dar uma linha de passe. Essa preocupação é uma das coisas que o Barcelona faz na perfeição, e que mais nenhuma equipa faz.

El Mariachi diz: "tu estás a par de que existe um diferença entre avaliar UM lance e avaliar X lances?"

El Mariachi, não percebi a pergunta.

Cisto disse...

concordo plenamento com esta visão - a do texto e a confirmada nas respostas a comentários

Ricardo disse...

De facto, o que aqui se faz não tem parecenças algumas com o que se ouve ao Tadeia.

Excelente.

Ricardo disse...

Na vertente "criar condições favoráveis a uma (melhor) oportunidade de golo" gostaria de chamar o já estafado Barcelona para analisar um ponto específico do seu jogar: é sabido que o Barcelona, muito mais do que a opção cruzamento, privilegia a posse, mesmo que atrasada, na procura pela melhor solução e não pelo simples atirar a bola para a área sem que tenha na mesma condições excelentes para o fazer. Mas o Barcelona, mesmo cruzando muito menos do que a generalidade das equipas, também cruza. Geralmente, claro, quando tem as condições ideais para isso. Mas o que espanta é quando, em disputa rápida pela bola nas imediações da área adversária - ou seja, sem condições para guardar a bola e rodá-la por trás, porque estando a bola dividida entre as duas equipas, no espaço, e sujeita a quem lá chegar primeiro -, os jogadores catalães optam por um cruzamento tenso, não pelo ar, mas a meia altura ou a menos de meia altura. O Alves faz isto, sempre que disputa uma dividida com um adversário. Não é um acaso. E isto é extraordinário porque demonstra uma opção claramente treinada até para as bolas que não estão nem em posse nem perdidas e, mais fantástico, de uma forma que propicie uma mais fácil resolução.

Nem balões infrutíferos para a área, nem bolas tensas pelo ar, nem a diagonal rasteira. Bolas tensas a meia altura.

TAG disse...

Nuno, depois tens que fazer um post sobre as transferências de 2011/2012, no geral (internacional e nacional)

Nuno disse...

Bad-Religion, tinha pensado nisso, de facto. Vou ver se arranjo tempo, até porque há muita coisa sobre o que falar.

Vitó disse...

Sei que não vem agora em contexto, mas...

Desde "sempre" que me interesso por futebol. No entanto, só desde há relativamente pouco tempo é que me apercebi da minha ignorância relativa ao jogo. Um amigo chegado aconselhou-me a ler o livro do Nuno Amieiro sobre a Defesa à Zona de forma a saciar a minha sede por conhecer mais.

A partir daí comecei a seguir diariamente o blog, Jogo Directo. Entretanto fui conhecendo outros espaços, sendo que, actualmente, acompanho o Jogo Directo, o Lateral Esquerdo, o Entre Dez e o Centro de Jogo, bem como o site Letra1. Poderão haver outros espaços, mas estes têm qualidade garantida, a meu ver.

Isto tudo para que? Tanto eu, como os restantes leitores de todos estes blogs, como vocês próprios (autores), temos como objectivo comum atingir um melhor conhecimento sobre o Jogo. Como cada um defende a sua opinião a probabilidade de serem divergentes é grande e é natural que tal aconteça.

Penso que seria proveitoso para todos que esquecessem as quezílias e se centrassem na discussão das vossas opiniões, porque tenho a certeza que nenhum de vós considera que o outro não perceba patavina do que está a falar e não seja minimamente inteligente, ao contrário de muitos dos leitores que deixam, por vezes, comentários escabrosos.

Percebam que não estou no lado de ninguém, que não foi por nenhuma das divergências de opinião que passei a considerar algum mais competente que o outro no que fazem.

Filipe, Nuno, PB, Jorge D., continuem o excelente trabalho que têm vindo a desenvolver, e, se possível, debatam mais sobre os assuntos polémicos em que as opiniões não são consensuais,e esqueçam as eventuais divergências pessoais que existam, penso que todos teríamos a ganhar se tal acontecesse.

PS: Podem pensar quem é este para estar a dar lições de moral, não é esse o meu objectivo, quis só deixar o meu desabafo.

Nuno disse...

Vitó diz: "Penso que seria proveitoso para todos que esquecessem as quezílias e se centrassem na discussão das vossas opiniões, porque tenho a certeza que nenhum de vós considera que o outro não perceba patavina do que está a falar e não seja minimamente inteligente, ao contrário de muitos dos leitores que deixam, por vezes, comentários escabrosos."

Vitó, eu já tive oportunidade de dizer que não tenho nada de pessoal contra o Filipe (seria estúpido tê-lo, uma vez que nem sequer o conheço), e que considero o seu blogue um dos mais interessantes sobre futebol. Disse-o e mantenho-o. Posso até achar que perdeu alguma qualidade nos últimos tempos, sobretudo porque muitas das suas análises dependem agora de um argumento em que a estatística é a pedra de toque, mas continua a ter bastante interesse, e recomendo-o a quem queira saber mais de futebol. Já o Filipe, ao que parece, não pensa assim: acha que sou paranóico, que tenho uma doença mental qualquer, e não tem interesse nem em ler ou discutir as minhas opiniões, nem em que os seus leitores possam ser confrontados com as minhas opiniões. Sinceramente, eu acho que é ele e são os leitores dele quem perde. E eu, já agora. Mas ele tem o direito de não gostar das minhas opiniões, de não achar interessante o que eu digo, de se recusar a discutir comigo, etc.. E tem o direito de privar os outros do confronto de opiniões, de julgarem por si mesmos se as minhas opiniões têm interesse, e da discussão que se possa gerar. Tem direito a isso tudo. O blogue é dele e, se ele acha melhor que eu não faça parte, de maneira nenhuma, daquilo que é aquele blogue, pois bem.

Por mim, não sou de recusar discussões, mais ou menos agressivas, com pessoas mais ou menos casmurras. Desde que sejam discussões interessantes. E já o disse aqui uma vez: é por me interessar a discussão e só a discussão que esta personagem a quem dou nome às vezes é tão agressiva. Se estou aqui pela discussão, não posso abster-me de "esticar" a discussão ao máximo só para não ser deselegante. A arrogância, as opiniões fortes, a defesa incondicional da argumentação e a autoridade por vezes excessiva com que falo não são apetrechos de que me possa desfazer sem que, com isso, perca alguma coisa mais.

Posto isto, eu não creio que haja, pelo menos da minha parte, qualquer intenção de guerra. Agora, como é óbvio, a partir do momento em que encontro opiniões do Filipe que me interessam discutir, não o podendo fazer no blogue dele, faço-o no meu. E ele e os leitores dele são bem-vindos à discussão que se vier a desenrolar aqui. Ao contrário dele, eu nunca recusei um comentário dele, nem o farei. Não apenas por defender a ideia de que cada um deve ter direito a expressar a sua opinião, mas também, e principalmente, porque tenho interesse neles, em lê-los, em discuti-los, ou em comentá-los.

Tudo isto para dizer que, da minha parte, não tenho qualquer interesse em manter quezílias acesas só porque sim.

Cumprimentos

Vitó disse...

Não tenho nada a acrescentar, acho que disseste tudo, e concordo plenamente.

Miguel Nunes disse...

Bem. Depois de ter pegado nisto das oportunidades de golo... apareceram duas pessoas diferentes no blog, com opiniões engraçadas.

Uma sugeria q te estava a plagiar, e como tal a prejudicar.

Outro dizia que tu não precisavas que eu te defendesse.

Afinal ter feito textos sobre oportunidades, prejudicou-te ou beneficiou-te? LOL

Nuno disse...

Acho que não me prejudicou nem me beneficiou. Mas nasceu-me uma borbulha num braço que acho que teve a ver com isso...

Vitó disse...

LOL

PB, acho que o teu texto foi um bom complemento ao do Nuno.

Continuem.

Abraço