sábado, 26 de dezembro de 2009

Liedson, Saleiro e Postiga: um Estudo Comparativo

No passado fim-de-semana, o Sporting defrontou a Naval e Carlos Saleiro actuou ao lado de Liedson. Abaixo fica o registo das intervenções de ambos, assim como as de Hélder Postiga, que entrou a render o primeiro aos 75 minutos de jogo.

1 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça.)

2 mins: Boa opção. (Saleiro joga de frente em Miguel Veloso.)

3 mins: Perda de bola. (Liedson recebe, vira-se, tenta fintar e perde a bola.)

3 mins: Boa opção. (Saleiro recebe e dá pelo ar para João Moutinho.)

5 mins: Boa opção. (Liedson dá de primeira em Izmailov.)

7 mins: Mau passe. (Liedson tenta jogar com Saleiro, mas um defesa corta a jogada.)

8 mins: Cabeceamento. (Saleiro perde de cabeça.)

8 mins: Deixa-se antecipar. (Liedson esconde-se atrás de um defesa, ignorando a linha de passe que deveria dar, e não recebe o passe de Miguel Veloso, que se perde.)

10 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça após passe longo de Tonel.)

10 mins: Remate. (Liedson recebe depois de um ressalto e chuta contra o guarda-redes.)

12 mins: Perda de bola. (Saleiro recebe uma bola à queima-roupa e perde no ressalto.)

13 mins: Boa opção. (Saleiro recebe na esquerda, alonga o passe para Adrien, que ganha canto.)

15 mins: Faz falta. (Saleiro ganha de cabeça, vira-se e faz pé em riste.)

15 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça para Veloso, que chega tarde.)

17 mins: Cabeceamento. (Saleiro salta de cabeça e perde.)

18 mins: Cabeceamento. (Liedson perde de cabeça.)

18 mins: Boa opção. (Liedson recebe na esquerda, roda sobre si mesmo e joga para trás para Moutinho.)

19 mins: Perda de bola. (Liedson, entre dois adversários, tenta fazer cueca e perde a bola.)

20 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça.)

21 mins: Cabeceamento. (Liedson ganha de cabeça.)

21 mins: Cabeeamento. (Saleiro ganha de cabeça.)

22 mins: Cabeceamento. (Saleiro perde de cabeça.)

24 mins: Perda de bola. (Liedson tenta fintar, perde a bola e faz falta.)

24 mins: Corte. (Liedson, em esforço, corta para fora.)

25 mins: Má opção. (Liedson, na esquerda, recebe passe longo, mas deixa a bola bater duas vezes e permite o corte do defesa da Naval.)

26 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça.)

28 mins: Boa opção. (Saleiro joga de frente, embora a bola viesse pelo ar e difícil.)

29 mins: Recuperação de bola. (Liedson recua e ganha de cabeça, recuperando a bola para a sua equipa.)

30 mins: Cabeceamento. (Liedson perde de cabeça.)

33 mins: Boa opção. (Saleiro recebe a bola, roda para a direita e dá em Izmailov.)

33 mins: Sofre falta. (Liedson recebe e sofre falta.)

34 mins: Cruzamento. (Saleiro recebe a bola na esquerda e cruza contra um defesa.)

35 mins: Boa opção. (Liedson, após um canto, fica com a bola e joga para trás.)

35 mins: Remate. (Liedson salta dentro da área, tenta rematar de cabeça, a bola bate no defesa que saltara com ele e sobra para Saleiro, que marca golo.)

35 mins: Golo. (Saleiro, ao segundo poste, aproveita um ressalto para introduzir a bola na baliza.)

36 mins: Cruzamento. (Liedson falha a recepção e vai cruzar à linha para as mãos do guarda-redes da Naval.)

37 mins: Recuperação de bola. (Saleiro ganha a bola e com um pontapé lança Liedson, que estava em posição irregular.)

37 mins: Fora-de-jogo. (Liedson é apanhado em fora-de-jogo.)

38 mins: Recuperação de bola. (Saleiro ganha a bola.)

38 mins: Má opção. (Saleiro perde muito tempo a soltá-la e embrulha-se. A bola acaba por sobrar para Veloso.)

40 mins: Boa opção. (Saleiro dá de primeira para Liedson.)

40 mins: Má opção. (Liedson recebe a bola de Saleiro, tenta fintar e perde a bola, que no entanto sobra para Izmailov.)

40 mins: Remate. (Saleiro é lançado por Izmailov, chuta em esforço, no chão, o guarda-redes defende e choca com Saleiro. Ao levantar-se para perseguir a bola, Saleiro é agarrado pelo guarda-redes. Penalty não assinalado.)

42 mins: Cabeceamento. (Saleiro perde de cabeça.)

42 mins: Má opção. (Liedson faz a bola passar por cima de um adversário e perde a bola.)

42 mins: Perda de bola. (Saleiro é solicitado de frente, joga de primeira, mas Adrien e Veloso não percebem, ficando a bola à mercê de um adversário.)

43 mins: Faz falta. (Liedson chega atrasado ao lance e faz falta.)

44 mins: Sofre falta. (Saleiro sofre falta.)

45 mins: Remate. (Liedson responde a um cruzamento, tocando ao de leve na bola, que chega ao guarda-redes adversário.)

45 mins: Má recepção. (Saleiro recebe um passe longo, mas a recepção não é a melhor e acaba por perder a bola.)

45 mins: Deixa-se antecipar. (Liedson deixa-se antecipar depois de um bom passe vertical.)

46 mins: Mau passe. (Saleiro recebe mas entrega mal.)

46 mins: Deixa-se antecipar. (Liedson deixa-se antecipar.)

46 mins: Cabeceamento. (Liedson perde de cabeça.)

46 mins: Boa opção. (Saleiro entrega de cabeça, de frente.)

48 mins: Boa opção. (Saleiro ganha um lance disputado e joga de frente.)

48 mins: Sofre falta. (Liedson sofre falta.)

49 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha um lance de cabeça na direcção de Liedson, que no entanto fica quieto atrás do defesa.)

49 mins: Deixa-se antecipar. (Liedson fica atrás de um defesa e deixa-se antecipar.)

50 mins: Boa opção. (Saleiro recebe a bola na linha e ganha lançamento.)

52 mins: Sofre falta. (Saleiro sofre falta por trás.)

53 mins: Cabeceamento. (Saleiro perde de cabeça, mas a bola sobra para Moutinho.)

53 mins: Bom passe, mas má opção. (Liedson recebe de Moutinho na zona central, dá três toques na bola, permitindo a recolocação da defensiva contrária, e acaba por dar atrasado em Moutinho, novamente.)

57 mins: Sofre falta. (Liedson sofre falta.)

57 mins: Boa opção. (Saleiro ganha a bola no meio de vários adversários e joga com Izmailov.)

59 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça.)

60 mins: Boa opção. (Saleiro tabela com Moutinho.)

60 mins: Boa opção. (Saleiro recebe novamente de Moutinho e dá em Adrien.)

60 mins: Cabeceamento. (Liedson perde de cabeça.)

60 mins: Recuperação de bola. (Liedson recupera uma bola.)

63 mins: Boa opção. (Saleiro tabela com Miguel Veloso.)

65 mins: Cabeceamento. (Liedson ganha de cabeça.)

65 mins: Cabeceamento. (Saleiro perde de cabeça.)

67 mins: Má opção. (Liedson recebe a bola através de um passe longo, tenta inventar, perde, mas a bola sobra para Grimi.)

67 mins: Boa opção. (Saleiro recebe de um lançamento lateral e dá em Veloso.)

69 mins: Cabeceamento. (Saleiro ganha de cabeça.)

69 mins: Corte. (Liedson corta para fora.)

70 mins: Boa opção. (Saleiro assiste Veloso, que remata.)

70 mins: Má opção. (Liedson recebe de Moutinho e tenta lançar Saleiro, quando tinha apoios de frente. A bola bate em Diego Ângelo e fica em poder da Naval.)

70 mins: Boa opção. (Saleiro recebe e joga no meio, em João Moutinho.)

73 mins: Cabeceamento. (Saleiro perde lance de cabeça.)

74 mins: Má recepção. (Liedson recebe e perde a bola depois de má recepção.)

75 mins: Sai Saleiro, entra Postiga.

76 mins: Perda de bola. (Postiga recebe a bola e perde.)

77 mins: Cabeceamento. (Postiga ganha de cabeça para o meio.)

78 mins: Boa opção. (Postiga recebe de Moutinho e tenta lançar Liedson, que no entanto é apanhado em posição irregular.)

78 mins: Fora-de-jogo. (Liedson é apanhado em fora-de-jogo.)

79 mins: Boa opção. (Postiga recebe e dá em Adrien.)

79 mins: Boa opção. (Postiga recebe e dá em Veloso.)

79 mins: Remate. (Postiga recebe novamente de Veloso, finta e remata de pé esquerdo, obrigando o guarda-redes a defesa apertada para canto.)

80 mins: Cabeceamento. (Liedson perde de cabeça.)

80 mins: Boa opção. (Postiga entra na área e, fingindo o remate, assiste Liedson, que no entanto se deixa antecipar.)

80 mins: Deixa-se antecipar. (Liedson não percebe a intenção de Postiga e deixa-se antecipar.)

82 mins: Boa opção. (Liedson dá atrás em Moutinho.)

84 mins: Recuperação de bola. (Postiga pressiona, recupera a bola e dá atrás.)

84 mins: Boa opção. (Postiga recebe novamente e joga de primeira.)

84 mins: Remate. (Liedson recebe no meio e remata ao lado.)

85 mins: Cabeceamento. (Liedson ganha de cabeça.)

86 mins: Boa opção. (Postiga joga com Liedson, que lhe devolve a bola)

86 mins: Boa opção. (Liedson tabela com Postiga.)

86 mins: Deixa-se antecipar. (Postiga vai para rematar, após tabela com Liedson, mas um defesa corta a bola.)

87 mins: Boa opção. (Liedson assiste Adrien, que remata.)

89 mins: Má opção. (Liedson recebe a bola, fá-la passar por cima de um defesa e perde-a.)

89 mins: Boa opção. (Postiga tabela com Veloso.)

89 mins: Boa opção. (Postiga recebe a devolução de Veloso, progride e dá em Liedson.)

89 mins: Má opção. (Liedson recebe de Postiga, vira-se e perde a bola.)

89 mins: Recuperação de bola. (Postiga recupera a bola.)

89 mins: Sofre falta. (Liedson recebe, vira-se e ganha falta.)

90 mins: Liedson sai.

90 mins: Boa opção. (Postiga dá atrás.)

91 mins: Boa opção. (Postiga tabela com Pereirinha, mas a bola perde-se.)

92 mins: Boa recepção. Postiga recebe em esforço com o peito.

Para que seja mais fácil distinguir a acção de cada um, as suas acções estarão denotadas com cores diferentes: vermelho para Saleiro, verde para Liedson e azul para Postiga. As boas acções de cada um ficam em negrito, para melhor apreciação. Vamos às conclusões:

1) Liedson teve 48 acções durante o tempo que esteve em campo; 20 acções positivas; 42% de acções positivas. Saleiro teve 45 acções durante o tempo que esteve em campo; 32 acções positivas; 71 % de acções positivas. Postiga teve 17 acções durante o tempo que esteve em campo; 15 acções positivas; 88% de acções positivas.
2) Considerando agora os lances com a bola nos pés e com condições para fazer algo (exclui-se, portanto, os lances de bola parada ou as disputas de bola, ou disputas de cabeça, ou os lances em que procura recuperar a bola, ou os lances em que não tem a bola totalmente dominada), Liedson teve 8 boas opções contra 10 más opções; 44% de boas opções. Saleiro teve 20 boas opções contra 3 más opções; 87% de boas opções. Postiga teve 11 boas opções contra 1 má opção; 92% de boas opções.
3) Liedson foi responsável por 14 perdas de bola, 1 por má recepção, 2 por maus passes, 5 por se deixar antecipar e 6 por se virar para o adversário ou por tentar fintar (de fora destas contas ficaram ainda dois lances em que tentou inventar, perdeu a bola, mas ela sobrou para um colega de equipa); Saleiro foi responsável por 4 perdas de bola, 2 por má recepção e 2 por maus passes; Postiga foi responsável por 2 perdas de bola, 1 por mau passe e 1 por se deixar antecipar.
4) Liedson recuperou 2 bolas e fez 2 cortes; Saleiro recuperou 2 bolas; Postiga recuperou 2 bolas.
5) Liedson sofreu 4 faltas e cometeu 1; Saleiro sofreu 2 faltas e cometeu 1; Postiga não sofreu nem cometeu faltas.
6) Liedson foi apanhado em fora-de-jogo por 2 ocasiões; Saleiro e Postiga não foram apanhados em fora-de-jogo.
7) Liedson efectuou 4 remates, sendo que apenas 1 deles levou perigo, 1 foi para fora, outro foi para as mãos do guarda-redes e outro acabou por bater no defesa e sobrar para Saleiro, que fez golo; Saleiro efectuou 2 remates, sendo que 1 deles deu golo e outro foi defendido à queima pelo guarda-redes, que de seguida agarrou Saleiro, fazendo penalty; Postiga fez apenas 1 remate, após boa combinação com Miguel Veloso.
8) Liedson disputou 8 bolas de cabeça, tendo ganho 3 e perdido 5; 38% de lances de cabeça ganhos. Saleiro disputou 16 bolas de cabeça, tendo ganho 9 e perdido 7; 56% de lances de cabeça ganhos. Postiga disputou apenas 1 lance de cabeça, ganhando-o.
9) Liedson recebeu 13 bolas de costas para o jogo e jogou de frente apenas 5 vezes; em 62% dos lances, optou por se virar para o jogo, tendo perdido maior parte das bolas nessas situações. Saleiro recebeu 14 bolas de costas para o jogo, tendo jogado de frente 13 dessas vezes; optou por se virar apenas em 7% dos lances. Postiga recebeu 9 bolas de costas para o jogo, tendo jogado de frente em 8 ocasiões; optou por se virar em apenas 11% dos lances.

Comentários:

O Sporting, enquanto equipa grande, dificilmente se pode dar ao luxo de ter um jogador que, no centro do terreno, funcione tão mal como apoio vertical. Está já exausto o nosso desapreço pelo futebol de Liedson, mas este estudo ajuda a comprovar, uma vez mais, o quão nocivo o jogador é a todo o processo ofensivo. Deste ponto de vista, é muito frutuosa, a meu ver, a comparação com o seu colega de ataque, seja ele Saleiro ou Postiga. Estes dois são os avançados que melhor jogam de costas para a baliza, no plantel, e os que maior quantidades de boas decisões são capazes. Em meu entender, um avançado tem de ser muito mais do que os golos que faz e Saleiro e Postiga, ao contrário de Liedson, são-no.

Saleiro e Postiga têm mais ou menos o dobro da percentagem de boas opções que Liedson, o que indicia que, em relação ao Levezinho, conseguem dar continuidade a duas vezes mais jogadas. A quantidade de bolas que os três jogadores perdem é outro indício do quão problemático é o futebol de Liedson e de quão melhor servido estaria se, na frente, o Sporting jogasse com qualquer um dos outros dois. Há quem diga, ainda, que Liedson não vale apenas pelos golos, mas pelo trabalho defensivo, pelo esforço, pela abnegação. Este estudo demonstra que isso é uma mentira em que muitos quiseram acreditar. Liedson é responsável por tantas recuperações de bola quantas os seus companheiros de ataque, sendo que ambos estiveram em campo menos tempo que ele. O facto de correr muito, como sempre disse, de parecer um tontinho atrás dos outros, não significa que seja bom em termos defensivos. Se quisermos falar em esforço e em dedicação, podemos ainda olhar para quem foi a principal referência no futebol aéreo. Saleiro disputou o dobro das bolas de cabeça de Liedson, mostrando-se competente o suficiente no mesmo e mostrando-se com capacidade de choque. Como se vê, na capacidade de luta não há grande diferença.

A principal característica de Liedson - e a única verdadeiramente relevante, diria eu - é a sua capacidade concretizadora. Como é óbvio, o facto de, neste jogo, Carlos Saleiro se ter revelado bastante mais eficaz que Liedson não demonstra nada. Não significa isto que Liedson seja um exímio finalizador. Não é. É um jogador com uma taxa de aproveitamento até relativamente baixa, embora se pense que não. A principal diferença está na quantidade de vezes que aparece em zonas de finalização. Nisso, Liedson revela de facto um instinto felino. Mas é minha convicção que essa faculdade é conseguida a expensas de outras coisas. No meu entender, Liedson consegue aparecer em zonas de finalização mais vezes que os colegas porque é a única coisa com a qual se preocupa. Enquanto Saleiro e Postiga, por exemplo, estão preocupados em procurar os colegas, em entender a movimentação colectiva, em perceber qual a melhor forma de a equipa criar perigo, Liedson está apenas preocupado com a baliza. O exemplo do lance do Hungria-Portugal, que referimos aqui atempadamente, ilustra bem tudo isto. Com bola, Liedson pensa mais em virar-se para a baliza do que em fazê-la girar, recuando se necessário, permanecendo de costas se necessário. Não é estranho, por isso, que 62% dos lances em que recebe a bola de costas sejam resolvidos virando-se para o adversário. Sem bola, Liedson está sempre mais interessado em fugir aos defesas, de modo a aparecer em zonas privilegiadas, do que em aproximar-se do portador da bola para servir como apoio vertical. Não é, por isso, de estranhar, que se tenha deixado antecipar 5 vezes nesta partida, contribuindo para 5 perdas de bola da equipa.

Liedson só é bom em zonas muito próximas da baliza, em zonas em que é mais importante fugir a marcações, demonstrar agilidade e reflexos, aparecer em sítios certos e atacar zonas importantes. Em todo o resto do campo, é miserável. Talvez seja mais expedito que Postiga e Saleiro dentro da área, mas é sem dúvida menos inteligente fora dela, com e sem bola. Saleiro e Postiga compreendem colectivamente o jogo e, com eles em campo, o Sporting jogará sempre melhor. Liedson é um jogador útil num espaço diminuto do campo e perfeitamente inútil na maior parte dele. Nenhuma equipa grande, que queira impor-se como grande, pode ter jogadores que sejam apenas úteis numa zona do terreno. É por isso que Mantorras não joga no Benfica e é por isso que Farías é apenas um plano B no Porto. Liedson é um jogador deste tipo. Poderia ser uma arma para lançar nos minutos finais das partidas, em jogos em que o coração manda mais que a razão, mas jamais um jogador para ser titular indiscutível.

Como já aqui o dissemos várias vezes e não apenas por capricho ou ousadia, o Sporting jamais será campeão enquanto tiver Liedson. A razão pela qual afirmamos repetidamente tal coisa encontra-se relevantemente ilustrada por este estudo. Com Liedson, o Sporting só pode ser uma equipa de coração, uma equipa que tanto ganha um jogo como perde outro, uma equipa incapaz de se impor convenientemente, incapaz de sustentar um futebol de ataque, baseado na posse e circulação de bola, uma equipa, em última análise, pequena, sem ideias, esforçada mas irregular, lutadora mas irracional. Com Saleiro e Postiga, ainda que nenhum destes marcasse talvez tantos golos quantos Liedson, a equipa seria bem mais ofensiva, passaria bastante mais tempo com bola, seria capaz de construir mais jogadas de ataque, seria bem mais racional, bem maior. A resolução dos problemas actuais do Sporting começaria, portanto, aqui, na compreensão de que, com Liedson, jamais se erradicarão tais problemas.

24 comentários:

Diogo Sousa disse...

Gostei da análise. Eu vi o jogo, mas não lhe prestei grande atenção, porque as 2 equipas em causa não me cativam na forma como jogam. A Naval é uma equipa chata, que tem 2 jogadores interessantes: o Diego Ângelo e o Peiser, que é capaz do melhor e do pior. E quanto ao Sporting, a altura em que gostava da forma como jogavam remonta aos primeiros 6 meses do Paulo Bento, logo a seguir ao despedimento do Peseiro. Depois disso, têm tido flashes de bom futebol e o resto é o que se sabe.

Quanto aos 3 pontas de lança, tenho opiniões sobre todos eles: quanto ao Liedson, não desgosto do artista. Acho-o muito incómodo e voluntarioso (até demais, às vezes), além de ser eficiente. Mas neste estilo de avançados, prefiro o Lisandro, que ganhou uma dimensão no Porto que eu, sinceramente, nunca esperei que ganhasse. É um jogador que dá sempre tudo e raramente é inconsequente.

Quanto ao Saleiro, não conheço muito dele. Vi-o algumas vezes nos Sub-21, e nesses jogos pareceu-me inteligente de movimentos e com bom toque de bola. Tinha pinta de avançado. E no Sporting tem-se revelado eficiente, pois no pouco que participou já marcou.

Finalmente, Hélder Postiga. Teve uma época áurea: 2002/2003, em que era simplesmente temível. A partir daí, foi sempre a descer. É um jogador que decide bem, sabe-se movimentar, mas falta qualquer coisa... Confiança não, isso até deve ter a mais. Parece sempre que quando falha alguma coisa, a culpa nunca é sua, protestando constantemente com a equipa. Simplesmente não me cativa.

Ah, gostaria de saber como achas que o Carvalhal vai encaixar o Pongolle na equipa, se sempre for confirmada a contratação.

João D. disse...

o pongolle vai encaixar ao lado do liedson. Com certeza é esta a ideia do carvalhal e da larguíssima maioria de pessoas em relação a esta contratação. Só não entendo é como é que um clube que afirmava repetidamente não ter dinheiro para grandes contratações gasta agora 8 ou 9 milhões de euros em 2 jogadores somente.


Eu não vi o jogo, mas nem ia por aí. Gostava somente de perguntar isto: os adeptos ainda se compreende que vejam o liedson como um excelente jogador, mas como é que os 5 treinadores que ele já teve em portugal(o santos, o peseiro, paulo bento, carvalhal e carlos queiroz) não o vêm da mesma forma que vocês, ou seja um jogador que joga somente numa área específica do campo, não ajudando nos processos de jogo da equipa?

No fundo porque é que todos os treinadores que ele teve até hoje sempre o acharam um jogador muito melhor que vocês o acham? Ou poderão ter alguma pressão inclusivamente da massa adepta do sporting? é que estamos a falar de uma quantidade consideráveel de treinadores...

Diogo Sousa disse...

Fiz a pergunta quanto ao Pongolle porque ouço muito que estes reforços serão para pôr o Sporting em 4x3x3. E sim, isso do dinheiro também não está muito bem explicado. O Paulo Bento só não cortará os pulsos se estiver a viver que nem um ermita, sem acesso ao exterior e à imprensa desportiva. E ainda se fala do Del Horno. É um bom defesa, ou então foi, porque o Valencia tem utilizado sempre desde o início da época outros jogadores que não ele.

Quanto ao Liedson, vamos lá ver: não sou sportinguista, mas aprecio o Liedson. À parte dos defeitos tácticos que se possam apontar, a ideia que tenho dele é o que me agrada num avançado assim: eficiente e incómodo para uma defesa. Não será por nada que desde que ele está no Sporting, se fala sempre de quem irá jogar ao seu lado, e não ao contrário. Mas também há outra questão pertinente: porquê que nunca foi falado o Liedson para uma grande transferência? Os únicos clubes que ouvi nestes anos como interessados nele foram Corinthians e Sevilla. E se não me engano, o Estugarda também. Poderá querer dizer alguma coisa, ou então não.

TAG disse...

É preciso uma paxorra de santo pra estar a analisar um jogo do Sporting Minuto a minuto, é que se ainda jogassem bem dava algum prazer, agora assim? "gandas malucos!" lol

Epa, e o Liedson já chateia, tanto aqui no blog como na vida real, acho que tentar provar no futebol algo com estudos e números não tem grande lógica. O Liedson até podia ter 0% de decisões certas, mas se num lance quase ao calhas marca 1 grande golo e decide o jogo já compensou todas as más decisões que teve. Como se costuma dizer, o que fica prá historia é o resultado.

Ah, e eu nem gosto do Lideson, só estou a achar que se continua a dar muito protagonismo a alguém que não merece.

Nuno disse...

Diogo Sousa, creio que a contratação do Pongolle serve dois propósitos: ou o 442 losango, com ele a encaixar ao lado do Liedson, ou o 433, fazendo uma das alas. Não conheço o Pongolle com muita minúcia, mas daquilo que conheço pode ser um jogador interessante, se bem aproveitado. O problema é que me parece que o Sporting está a gastar mal e muito. E sobretudo para posições que talvez nem estivessem assim tão carenciadas. Acho pertinente, por exemplo, a contratação de um lateral esquerdo, sobretudo uma com melhores condições que o João Pereira para a direita, que ou muito me engano ou vai dar buraco.

A contratação do Pongolle não é má, mas implica desde já que o Pereirinha não é opção para Carvalhal. E isto quando se tem portado como o melhor em campo, desde que Carvalhal assumiu o comando da equipa. Para mim, não faz sentido. Ou só faria se fosse para aproveitar Pereirinha para jogar a lateral direito. Mas para isso não se gastavam 3 milhões com o João Pereira, até porque o João Gonçalves, no final da época, é uma opção mais do que aceitável, não o sendo já agora porque regressou de uma paragem prolongada há pouco tempo. O Del Horno seria bom, mas acho que é muito caro para o Sporting.

João D., isso do dinheiro tem muito que se lhe diga. Basta o clube ter acabado de assinar um contrato com um patrocinador para haver dinheiro, que é o que parece que aconteceu. Quanto ao facto de quase todos os treinadores terem achado isso dele, é um facto. Mas isso só explica que os treinadores que ele teve não dão a importância que nós damos às decisões e que, para eles, como para a maior parte dos espectadores, um avançado é para marcar golos. Ora, é precisamente aqui que entra a nossa discórdia. Eu não consigo ver futebol apenas como um conjunto de impressões. Ao contrário do que o Bad-Religion diz, acho que o jogo é perfeitamente analítico e lógico. Não são só impressões, sendo que a impressão do golo causa mais impacto que as outras. A diferença de qualidade entre jogadores é mensurável por tudo o que fazem. O que é inaceitável, para nós, é que o Liedson tenha a reputação que tenha apenas porque é bom naquilo em que é mais fácil de reparar. Se se reparar em tudo, o Liedson é um jogador banal. O problema é que maior parte dos treinadores está a borrifar-se para o resto. Quer é emoções e impressões fortes, como qualquer vulgar adepto.

Pedro disse...

É um jogador banal mas qd atravessa um jejum de golos a equipa ressente-se disso e tb ela passa a atravessar um jejum de bons resultados.

Para um jogador banal isso é muito estranho pois sendo tão banal facilmente outros jogadores podiam fazer o q ele faz. E isso não acontece.

Nuno disse...

"É um jogador banal mas qd atravessa um jejum de golos a equipa ressente-se disso e tb ela passa a atravessar um jejum de bons resultados."

Pedro, tens de comprovar isto com factos. Não há qualquer relação causal entre os maus resultados do Sporting e a assiduidade de golos de Liedson. Isso é falso. O Sporting tanto ganha jogos com Liedson a marcar como ganha jogos sem Liedson a marcar. E tanto perde jogos com Liedson a marcar como perde jogos sem Liedson a marcar. Não há uma relação de causalidade entre o facto de Liedson não marcar golos e o Sporting não ganhar jogos. Isso é um mito para se tentar justificar com facilidade os maus resultados de uma equipa. Como é um mito justificar-se as boas classificações do Sporting nos últimos anos recorrendo à assiduidade de golos de Liedson. Um mito parvo, deixa-me acrescentar.

Cisto disse...

Esta análise com embrulho de artigo científico está interessante, mas muito frágil. Sou adepto de uma aproximação mais racional ao futebol, mas neste desporto, a deturpação dos factos é extremamente fácil e o que aqui parece ser objectivo está coberto de subjectividade. Por outras palavras, esta análise nunca seria aceite numa publicação científica. Não venero o Liedson e concordo parcialmente que neste momento ele represente um problema táctico. No entanto, AFIRMAR-SE QUE O SALEIRO MARCOU O GOLO DEPOIS DE UM RESSALTO só pode ser brincadeira, quando na verdade o remate foi da autoria do defesa (o Saleiro foi demasiado lento), após grande passe de cabeça do Liedson. E escrevi isto apenas como exemplo de quão subjectiva é a análise futebolística, por mais minuciosa que a queiram fazer parecer.. cumprimentos

Nuno disse...

Cisto, nada do que está aqui é subjectivo. Admito que há lances mais difíceis de ajuizar, mas esses são poucos, o que daria uma margem de erro mínima. E o que procuro fazer é, em metade deles, dar o benefício da dúvida a favor e, na outra metade, contra.

Quanto ao lance do golo, é um mau exemplo da tua parte. Já sabia que alguém ia falar nisso, até porque toda a gente se prontificou a considerar que Liedson assistira deliberadamente o colega. A única coisa que peço é: revê o lance. É pouco importante, na minha opinião, que tenha sido o defesa ou Saleiro a empurrar a bola. Nem sequer consigo ficar esclarecido, com o resumo das imagens. Agora, o que não é verdade é que a bola tenha chegado ali após um passe de Liedson. Além de a bola nem sequer vir directamente do Liedson (bate na cabeça do defesa que salta com o Liedson), nem há intenção do Liedson em colocar ali a bola. Se vires bem o lance, o movimento da cabeça de Liedson evidencia que remata à baliza. O que ele queria fazer era rematar. Acontece que, ao sair da sua cabeça, a bola bate imediatamente na cabeça do defesa que saltara com ele, desviando-se e indo na direcção de Saleiro. Isto foi o que aconteceu. Não é subjectivo. Nem requer uma sabedoria extraordinária na interpretação de coisas complexas. Basta ter dois olhos e uma boa imagem de televisão.

Cumprimentos

Cisto disse...

Sem querer entrar em disputa, até pq sou assíduo deste blog, permite-me discordar, novamente. Parece-me estranho afirmares com essa veemência que o Liedson não queria nunca colocar a bola onde a colocou. Por mais estudioso que sejas da sua personalidade futebolística (passe a expressão) é impossível que possas afirmar com 100% de certeza a intenção de um jogador num lance como este. A cabeça do Liedson evidencia apenas que se fez à bola; com toda a sinceridade duvido que quisesse marcar golo estando na posição em que está (longe da baliza e para lá do segundo poste). Também não estou a dizer que teve intencionalidade única colocar a bola precisamente naquele local, uma vez que a mesma até bateu no adversário. Mas chamá-lo de ressalto, omitindo o mérito do jogador que em primeiro lugar fez o passe para o M.Veloso, descongestionando o ataque e criando soluções, e depois, sem estar em posição de fora-de-jogo (especialmente dificil tendo em conta de onde foi feito o cruzamento) participar na disponibilização da bola para o Saleiro (que, repito, mostrou alguma lentidão) é, parece-me, algo injusto. Afirma a objectividade da análise que te apeteça, mas penso que perdes em não conceber o contrário.

Joel disse...

Permite-me discordar...mas não seria a primeira vez que o liedson tente marcar de cabeça de fora de area...na pre epoca por exemplo, no jogo com o guimaraes ele fez isso...

Nuno disse...

"A cabeça do Liedson evidencia apenas que se fez à bola"

Cisto, isto é falso. Ou então estás a ver o lance de muito longe ou com uma qualidade de imagem má. Vê no link abaixo, na repetição do ângulo por trás da baliza, aos 1:44:

http://www.tvgolo.com/futebol.php?subaction=showfull&id=1261260377&archive=&start_from=&ucat=39&

O Liedson salta e faz a rotação de cabeça de modo a rematar à baliza. Isto é evidente. Aliás, neste ângulo é até possível ver a reacção dele após o contacto com a bola. A primeira reacção dele, a seguir a cabecear, é olhar precisamente na direcção que tinha dado à bola, ou seja, na direcção da baliza; só instantes depois, quando o seu olhar captou a posição da bola, é que ele virou a cabeça, olhando para a zona para onde a bola se iria dirigir. Isto demonstra inequivocamente que a sua intenção não era cabecear para ali, nem muito menos assistir o Saleiro. A sua intenção era rematar à baliza. Isto não é sequer contestável.

Acho, sim, que quis marcar golo daquela posição, embora as condições (distância da baliza, aglomerado de adversários perto de si e a bola vir em balão) não fossem as mais favoráveis. Aliás, se há alguém que não liga muito às condições em que se encontra quando remata é o Liedson. Portanto, a bola chegou ao Saleiro por causa de um ressalto, por um remate que foi desviado.

Podes, se quiser, dar mérito ao Liedson por ter saltado no meio dos defesas e de se ter esforçado para conseguir alguma coisa. Não podes, de maneira nenhuma, é dar-lhe mérito por ter feito um passe, isto é, por ter feito algo de forma deliberada e intencional quando o não fez.

Quanto aos restantes méritos que lhe queres dar, a boa opção de ter jogado para trás para o Veloso foi considerada no estudo, sendo a entrada imediatamente anterior ao lance do golo. Portanto, está contemplado o bom desempenho dele na jogada antes da bola vir para área. Quanto ao ser difícil evitar o fora-de-jogo por o cruzamento ter sido tirado de muito longe, sinceramente, não percebo. Se estivesse em fora-de-jogo, naquela situação, isso sim, seria uma burrice de todo o tamanho. Não sei qual é a dificuldade de se posicionar em jogo numa bola que vai ser bombeada, em que a linha de defesa não está a subir e a linha de ataque não está a procurar entrar nas costas.

Cisto disse...

Repara, eu admito isso. Nao quero sequer defender o Liedson. Peguei nesse lance apenas como exemplo da minha mensagem. Se queres continuar a acreditar no rigor e unidimensionalidade da tua objectividade, da-lhe.

Nuno disse...

Cisto, como disse, há lances mais difíceis de analisar que outros. Este estudo, como aliás qualquer estudo científico, para usar a tua comparação, não é 100% rigoroso. Estou ciente disso e afirmei-o. Mas também disse que procurei nivelar o erro concedendo, umas vezes, o benefício da dúvida e noutras não. Em 48 acções do Liedson, para dar um exemplo, terei interpretado com dificuldades, no máximo, 5 ou 6 vezes. Dessas, de acordo com o meu método, metade não dei o benefício da dúvida. O que faz com que haja, no máximo dos máximos, 3 lances em que a análise não seja rigorosa. Ou seja, em 48 lances, há 3 que podem suscitar controvérsia. Isso daria, em 48 lances, 42% de acções positivas, que foi o que teve mais 6,25% de margem de erro. Ou seja, Liedson estaria entre os 42 e os 48% de acções positivas. Repara, este é o intervalo máximo possível e que prevê, então, a tal subjectividade de que falas. Não creio que mude muito as conclusões, embora, realmente, aparente dar mais rigor.

Agora, o que não é aceitável é que se contestem lances em que a minha análise é evidente. Este lance é um deles e neste, sim, não aceito outra interpretação. Neste lance, há rigor e unidimensionalidade. Isto porque não poderia não haver. Não é aceitável, para mim, que alguém diga que aquilo foi uma assistência porque as evidências de que não foi são muitas. Repara, o que faço é escrever sobre algo dentro de um limite razoável de inteligibilidade. Discutir certos lances mais complexos é aceitável porque são complexos. Discutir a intenção do Liedson neste lance, com as imagens que há, não é aceitável. Isso ultrapassaria os limites do razoável. Dentro dessa perspectiva, tudo então seria subjectivo. Dentro dessa perspectiva, poderia alegar que um jogador X que marca um golo não o marcou. Isto é estúpido. E ultrapassa os tais limites de razoabilidade em que este texto e qualquer discussão racional e inteligente tem de se alicerçar.

Para terminar, a subjectividade existe, mas não tanto como crês. Existe numa quantidade ínfima de lances. O resto é altamente objectivo e este estudo, sem ter pretensões científicas, é rigoroso q.b. dentro daquilo a que se propõe. Como é óbvio, interessa-me focar as decisões com bola, essencialmente. Não estive muito preocupado, como não poderia estar, com outras coisas que também podem ser significativas como movimentação sem bola, posicionamento, etc. O objectivo deste estudo era avaliar as decisões e as acções mais visíveis dos jogadores. Nesse capítulo, não sei se poderia ser muito mais rigoroso e mais objectivo. Há uma margem de erro que não foi contemplada porque, simplesmente, é pequeno e não altera significativamente as conclusões. Quem quiser aceitar o rigor do estudo, faz bem. Quem não quiser, tem de pelo menos demonstrar falácias lógicas e de rigor. Aquilo que fizeste foi dar um palpite e tentar ilustrar isso com um exemplo. Como o exemplo não é exemplo de falta de rigor, o palpite de que esta análise é subjectiva não fica comprovado.

Cumprimentos

Unknown disse...

Caro Nuno,

como tenho direito a etiqueta (ao lado de "monstros" do futebol como António Tadeia e Luís Freitas Lobo, o que só pode augurar um futuro cintilante na "imprensa desportiva"), em post que tem muito de injusto mas que não afasta as boas observações e análises que por aqui se fazem - nomeadamente este post que já recomendei a muitas pessoas - queria perguntar-lhe o que acha do Manuel Fernandes, jogador do Valência.

JFC disse...

Nuno

isto é completamente fora do contexto mas será que me podes indicar a tua fonte da teoria de que o "talento" tem a origem na cabeça e nao no codigo genetico de cada um. Tive uma acessa discussão sobre defensores cegos do ADN enquanto fonte de talento e gostava de saber mais sobre o assunto.

bom ano!

Nuno disse...

Caro PLF, o Manuel Fernandes, quando apareceu, tinha qualidades muito boas. Infelizmente, chegou a uma altura na sua carreira em que tomou más decisões. Foi jogar para Inglaterra e ganhou o vício da combatividade, parando de evoluir em termos intelectuais. Como tal, não foi até onde poderia ter ido. É um jogador forte nos duelos individuais, mas que já foi bem melhor a decidir com a bola nos pés. Actualmente, não acho que seja sequer seleccionável e não considero ter qualidade para entrar na equipa principal do Sporting. É, talvez, uma boa alternativa de banco, mas não mais que isso, na minha opinião. Se vier, será com certeza para jogar. Acho que, com ele, o Sporting conseguirá maior combatividade, mas perderá racionalidade e ainda mais ideias.

JFC,

Não tenho propriamente fontes que defendam isso em relação a talento. Aquilo que defendo é que o talento é um atributo intelectual e, como todos os atributos intelectuais, é adquirido ao longo da vida. Ter um talento é ter um determinado "conhecimento". E "conhecimento", no meu entender, não está no ADN nem nasce com ninguém. É aprendido. Certa tradição filosófica corrobora este tipo de ideia. Os principais filósofos morais, por exemplo, estão em sintonia com isto, ao defender que ninguém nasce nem bom nem mau. A moralidade é construída ao longo da vida, tal como todo o conhecimento. Em relação a qualquer talento, o que digo é que ninguém nasce mais apto ou menos apto. É como a moral. O talento é algo que se aprende, sendo importante, em coisas muito complexas como as artes ou um desporto muito técnico, que essa aprendizagem seja precoce.

Bom Ano!

Miguel Nunes disse...

PLF, pelo nome, e pq uma vez nos cruzamos (Se fores quem eu penso) num jogo qq de formação, no Caixa futebol campus, diz-me uma coisa.

És o Pedro da Velha Guarda, do futebol do E.Universitário?

Unknown disse...

PB,

Então não jogava com o PLF13 nas costas?

Miguel Nunes disse...

PLF,

Eu era o prof dos tipos (A.A.) que ganharam aquilo tudo.

Lembraste qd o Camacho saiu e o Tralhão, passou p os seniores com o Chalana? ainda tive c o teu grupo temporariamente.

abraços e felicidades

Zé Barbosa disse...

Desculpa lá, mas ao analisars analiticamente vais cair no mesmo erro que o jaime pacheco.... ele também analisa se o físico e só o fisico tá bom ou nao tá, e depois escolhe... as coisas nao sao lineares como tás a dizer... existem um sem número de variáveis muito complicadas de controlar... há que trabalhar sim, mas não para tentar controlá-las...há que trabalhar mas pa preparar os jogadores para melhor decidirem quando se deparam com essa panóplia de variáveis... não podemos limitar a ação de um jogador somente ao cumprimento dos principios de jogo (e ver se tomou uma boa opção ou nao).. principalmente um jogador de ultimo terço... concordo que há que saber jogar de costas e saber movimentar-se para a entrada de outros, mas há também que assumir e ser imprevisível... Dentro disto tudo tens ainda o modelo de jogo...que pode definir que aquele jogador pode inventar o que quiser na frente e os outros cumprirem... até porque se todas as equipas se resumissem a cumprir princípios..... não se jogava

duvka disse...

eu cada post q leio fico cada vez mais espantado de tanta porcaria dita ao mesmo tempo...comparar boas acções de um jogo?por favor...
um jogador q rende uma média superior a 10 golos/epoca so no campeonato, que é só o melhor marcador da história do sporting em competições da UEFA...não vejo razão possivel pa considerar o liedson nocivo no ataque do sporting...poupe os seus comentários e antes de falar qualqer coisa viva o futebol e saiba le-lo por dentro...
tenho a certeza q n faz a minima noção do que é um jogador com as caracteristicas fisicas o liedson nos dias de hoje e se acha que é nocivo tenha em consideração e pense o momento decisivo do apuramento do sporting frente ao everton...

Nuno disse...

O momento decisivo do apuramento foi o falhanço do Distin... Só...

duvka disse...

o falhanço do distin, o aproveitamento de liedson e a forma com que um jogador, que por acaso se chama liedson, consegue, com a sua estrutura fisica aguentar a carga de um atleta 20 kg mais pesado, conseguindo arrancar um penalti...mas o liedson não presta....é nocivo