terça-feira, 10 de junho de 2008

Primeiro clássico...

Excelente jogo.

Entrou melhor a Holanda, beneficiando da acção dos seus criativos, Rafael Van der Vaart, e Sneijder. A qualidade técnica e inteligência destes dois jogadores, associada à maravilhosa exibição de Van Nistelrooy (deu uma verdadeira lição de futebol, que talvez Luca Toni devesse estudar), disfarçava as limitações que o duplo-pivot defensivo impunha na dinâmica colectiva laranja. De Jong e Engellar quase que jogavam de mãos dadas, o que só não teve consequências negativas para o conjunto holandês porque os médios interiores transalpinos não davam a devida largura à equipa italiana. Gattuso e Ambrosini não conferiam os apoios (nem a dinâmica) necessários para que a equipa conseguisse criar situações de perigo junto da área holandesa.
Por outro lado, a péssima exibição de Luca Toni não permitia que a equipa o pudesse utilizar como alternativa à falta de soluções oferecidas pelo meio-campo.

Um erro gravíssimo da equipa de arbitragem permitiu à Holanda chegar à vantagem no marcador; antes já Van Nistelrooy tinha beneficiado de uma excelente oportunidade para abrir o activo. A defesa italiana, completamente à deriva (desta vez nem mesmo Buffon se safou) comprometia, de forma quase irreversível, uma equipa que, apesar de bem organizada, via essa boa estrutura esbarrar na pouca qualidade de muitos dos seus jogadores. Aquilani, De Rossi, Del Piero e Cassano, para além de Grosso, são jogadores que acrescentam qualidade que não está ao alcance de Ambrosini, Gattuso, Camaronesi e Materazzi.

Antes do intervalo, num excelente contra-ataque, a Holanda conseguiu chegar ao 2-0, um resultado que talvez fosse exagerado para o que a Holanda havia produzido, em termos qualitativos, mas que fazia justiça aos erros cometidos pelo conjunto italiano.

No reatamento, apesar de uma (tímida) tentativa do conjunto treinado por Donadoni em alterar o rumo do jogo, só quando Del Piero entrou no jogo é que realmente surgiram alguns embaraços para a equipa do país das tulipas. Dois remates com relativo perigo serviram de mote para um período em que, já com Cassano em campo, a equipa italiana conseguiu criar situações de grande perigo junto da baliza de Van der Sar. Toni continuou a sua noite de pesadelo, esbanjando de forma imperdoável a melhor oportunidade do jogo para a squadra azzurra. Poucos minutos mais tarde, e já na sequência de um contra-ataque (mais um), precedido de uma excelente defesa de Van der Sar a remate de Pirlo, Van Bronckhorst estabeleceu o resultado final.

Resumindo, um bom jogo de futebol, o melhor até esta data, mas que demonstrou uma Itália muito aquém do que se esperava, especialmente no que toca à coesão defensiva – a defesa deu sempre demasiado espaço, afastando-se em demasia da linha do meio-campo – proporcionando, desta forma, a possibilidade um resultado muito moralizante para uma Holanda que nas transições viveu demasiado do cunho individual dos seus jogadores.

No plano individual, destacar Sneijder e Van der Vaart, assim como Van Nistelrooy, do lado da Holanda. Já a Itália foi outra com Grosso, Del Piero e Cassano.

7 comentários:

Mister Fred disse...

Sem querer individualizar, pois julgo que o problema defensivo da Itália, foi um lapso essencialmente colectivo, de coordenação e posicionamento, penso que se Cannavaro não estivesse lesionado, teria sido logo outra "loiça". Depois no meio-campo, acho que jogar com Gattuso e Ambrosini, parece-me exagerado, mediante a (pouca) qualidade na construção ofensiva, que estes dois jogadores oferecem à equipa..Um meio-campo à semelhança do Mundial 2006, com Pirlo, Gattuso e De Rossi (julgo que era ele), parece-me mais equilibrado.Depois o Luca Toni também esteve mal neste jogo de facto.
Da Holanda, subscrevo o que dizes. Engelaar e De Jong pareciam siameses. Para onde um ia o outro ia também. E isso traz normalmente problemas a nível da dinâmica. Contudo, o Engelaar parece-me bom jogador, e talvez num meio-campo sem duplo pivot defensivo, com Engelar sozinho num vértice recuado, poderia render mais. Materazzi, também não percebo o seu protagonismo, é um jogador com uma qualidade semelhante ao Bruno Alves, e o Bruno Alves a titular de Itália, uma equipa tradicionalmente com centrais de grande classe , seria no mínimo estranho...
Agora, para além dum ascendente da Holanda sobre a Itália, aquele erro de arbitragem (fora-de jogo por assinalar), que dá o golo ao Nistelrooy, teve um peso imenso no desenrolar do resto do desafio.
Sem mais nada a dizer.
Cumprimentos

Nuno disse...

Afinal, parece que há uma lei que diz que um jogador, quando está com dores fora de campo, está a colocar toda a gente em jogo. Patético!! Aquele golo deveria ter sido anulado, com ou sem a merda dessa lei a favor...

Mister Fred disse...

mas tas a brincar ou a falar a sério?

Nuno disse...

Pá, parece que o golo é válido, segundo a FIFA. A lei 11.4.1, parece...

http://www.record.pt/
noticia.asp?id=790252&idCanal=1252

Anónimo disse...

fred, no mundial o de rossi quase não jogou porque foi suspenso pela cotovelada frente aos eua. Acho que o titular no seu lugar ficou o Perrotta. Já o Materazzi pode ter algumas deficiências mas é um jogador viril e soberano no jogo aéreo. E o certo é que é aposta constante na selecção (já no mundial era titular).

Por último nuno, o toni pode ter jogado mal, mas não creio que precise de lições do ruud (apesar de ser outro excelente avançado)

cumprimentos

Nuno disse...

pedro silva, não fui eu que escrevi o post. Acho o Toni muito melhor do que aquilo que fez contra a Holanda (embora não esteja ao nível do Van Nistelrooy), mas a verdade é que esteve muito mal...

Gonçalo disse...

pedro, a ideia era exaltar a diferença exibicional, e as respectivas consequências colectivas, inerentes a esse facto, entre os dois avançados.

Qt ao Materazzi, é, na minha opinião, um jogador que vale apenas pela forca e altura. Tendo em conta o legado dos gds centrais italianos, é mt pouco.
Um abraço