A convite do Pedro Bouças, colaboro desde a semana passada com o Lateral Esquerdo. Embora prefira escrever do meio-campo para a frente (ou não se chamasse este blogue como se chama), é um privilégio enorme para mim. Quando se arrependerem, já será tarde...
A primeira colaboração foi publicada no fim-de-semana. Envergonhei o bom nome do Lateral Esquerdo com um texto sobre o quão arriscada pode ser a brincadeira de aliviar a bola à toa para o meio-campo adversário.
P.S. Esta colaboração não afectará o funcionamento regular do Entre Dez. E muito menos o seu funcionamento irregular, que é o funcionamento que tem tido nos últimos tempos. A única coisa que posso prometer é que vou continuar a aparecer por aqui. Não deixem de vir cá espreitar. E não deixem de espreitar o Lateral Esquerdo.
6 comentários:
O Lateral Esquerdo passa a contar com os préstimos do Messi da blogosfera( no que ao futebol diz respeito). Olha que ainda vão se arrepender! Esta coisa de rebater as verdades "irrebatíveis" do futebol um dia não acaba bem.
O Secretário também jogou no Real Madrid.
Bom ano!
Boas Nuno! Queria-te perguntar uma coisa sobre o teu último post no Lateral Esquerdo, mas como o comentário foi bloqueado pergunto-te aqui( https://i.gyazo.com/4935e67cd2600fe205f86adf128f23b7.png // https://i.gyazo.com/0939cc29dce5f38f79e0be73101a4d69.png )...
"Fantástico post, como sempre! Mas queria perguntar-te se viste o jogo hoje do City, em "casa" do West Ham. Como o Bcool referiu, já na segunda parte com o Burnley e mesmo jogando com 10, o Pep aproximou-se mais do que são as suas ideias(abdicando do 441 e passando a jogar em 432, com os laterais mais projetados e os extremos mais dentro), pelo menos até fazer o 2-0, e hoje pareceu-me que foi claramente dos melhores jogos do City na temporada. Apresentaram-se numa espécie de 442 losango, com o Yaya Touré a 6, Zabaleta e De Bruyne a interiores e Silva a 10(embora acabasse por ser um losango assimétrico, com o De Bruyne a assumir um papel mais ofensivo que o Zabaleta), e qualquer semelhança com os jogos anteriores foi uma coincidência. Muito mais jogo interior, visto que com o Sterling fora da zona da linha lateral acabou uma das tentações que, a meu ver, estava a prejudicar mais o futebol deles, que era darem-lhe a bola para forçar 1x1/2/3(que ele invariavelmente perde, ou, se ganha, dá mau seguimento a seguir), e, pelo contrário, com o Silva a sentir-se tão em casa como no início da época, a receber em zonas interiores de forma constante e tendo condições para manipular o adversário como ele faz com mestria. Muito mais coragem a sair desde trás, também, mesmo jogando com um GR claramente inferior ao titular a jogar com os pés, e para isso muito contribuiu a superioridade em termos estruturais de terem apenas um médio-defensivo a entrar no meio dos centrais e não dois, como vinha acontecendo.
Espero que este jogo, até pelo resultado que teve, sirva para o Pep perceber de vez que o caminho a seguir é fazer com que os adversários se adaptem a ele, não o contrário, visto que o futebol dele é ideologicamente superior ao dos seus concorrentes. E pela conferência pós-jogo dele( https://www.youtube.com/watch?v=GTzYCc3glYg ) parece-me que percebeu bem a melhoria no jogo da equipa em relação aos dois meses anteriores.
Lyrical Ghost, com o Burnley não vi. Com o West Ham, fiquei com "mixed feelings". O losango que referes não foi definido com rigor desde o início. Inicialmente, a disposição táctica do City era um 442 clássico, com o Zabaleta ao lado do Touré e o Silva e o de Bruyne nas alas. Mas com bola aquilo mudava: o Silva e o de Bruyne vinham para zonas interiores e baixas, o Touré ficava na posição 6, e era o Zabaleta que subia para aparecer em zonas de finalização. Só mais tarde, já depois dos primeiros 20/25 minutos, é que o Silva passou a ocupar sistematicamente as zonas centrais, e o Zabaleta apareceu mais à direita. E, a partir daí, sim, parece-me que se pode falar no 442 losango que referes. Quanto àquilo que o City conseguiu fazer à custa dessa disposição táctica, também não tenho uma opinião assim tão favorável. O City acabou por fazer 3 golos muito rapidamente, e sobretudo na segunda parte controlou muito bem o jogo com bola. Mas, enquanto o resultado esteve indefinido, não acho que tenha sido extraordinário. Houve mais pausa e mais critério nas primeiras fases de construção, é verdade, mas não houve muita qualidade entre linhas. É um primeiro bom sinal, mas ainda acho pouco. O melhor sinal de todos, para mim, é realmente o que fica da conferência de imprensa, na qual o Guardiola reconheceu a fraca qualidade dos últimos dois meses.
Eu acho que foi durante esse jogo com o Burnley que começou essa mudança positiva. Estava a ser um jogo absolutamente horrível por parte do City, tanto 11 x 11 como especialmente depois da expulsão do Fernandinho, em que o City passou a um 441 que fez com que a banda de música que se junta aos domingos para tocar bombo dentro das quatro linhas, que é aquela equipa do Burnley, conseguisse tirar a bola ao City durante muitos dos 15 minutos entre a expulsão e o final da primeira parte. Posso estar muito enganado, mas acho que isso fez o Pep repensar em algumas coisas.
Quanto ao jogo com o West Ham, o tom elogioso é mais em termos comparativos que em termos gerais, claro. Ou seja, obviamente que espero que uma equipa do Guardiola dê mais que aquilo, mas comparando com o que se viu nos últimos tempos foi espetacular... Mesmo quando ao jogo entre-linhas, embora tenham tido dificuldades, acima de tudo pareceu-me que o que referi de não terem seguido com o vício dos últimos tempos de meter a bola nas alas, especialmente no Sterling, e esperar que ele ganhasse no drible, é uma tendência extremamente positiva e, que, a continuarem a rejeitar esse vício, o jogo entre-linhas só poderá melhorar.
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