terça-feira, 17 de julho de 2012

Hegemonia e Geração Espontânea

Falar em hegemonia a respeito do futebol espanhol pode parecer, nos dias que correm, profundamente redundante. Depois da conquista de mais um campeonato europeu, poucos se atreverão a não conceder à Espanha esse estatuto. Há 4 anos, porém, quando tudo isto começou, poucos, como nós, arriscavam em votar no favoritismo espanhol. Entretanto, e reagindo ao futebol espanhol como se tem reagido ao Barcelona de Guardiola, insiste-se que qualquer adversário poderoso vencerá esta equipa, e que outros tempos se sucederão aos actuais. Não tenho dúvidas de que a selecção espanhola não ganhará tudo o que há para ganhar, nos próximos anos. Do que tenho dúvidas é de que, tão depressa, apareça um futebol capaz de se sobrepor a este, e de que a Espanha deixe de estar no lote dos grandes favoritos à vitória nas competições em que participar nos próximos... 20 anos. Para muitos, estes três títulos representam uma fase, uma hegemonia temporária, como tantas outras no passado, protagonizadas por outras selecções, que necessariamente será interrompida. Para mim, aquilo a que se assiste agora não tem paralelo na História do Futebol, precisamente porque não se pode medir-lhe a manifestação apenas pelos troféus que tem amealhado. Por trás das vitórias há um modelo fortemente enraízado, um estilo de jogo que é dominador, que condiciona irremediavelmente qualquer que seja o adversário, e que faz daqueles que o põem em prática mentalmente superiores. O jogador espanhol é hoje, pelo próprio estilo de jogo que pratica, superior, em termos de mentalidade, aos seus adversários, como em tempos os germânicos o eram. Para que a Espanha deixe de ser a principal favorita à vitória em cada prova que participar, não basta esperar que esta geração acabe, até porque esta geração tem bem mais do que onze jogadores competentes, e a esta geração, já se percebeu, sucederão outras igualmente talentosas. Também não bastará que seja derrotada na próxima grande competição, porque sabe-se que voltarão a ser favoritos na seguinte, apesar da derrota. Não bastará, ainda, que uma selecção qualquer, muitíssimo talentosa, apareça nos próximos anos, pois essa selecção, pelo carácter extraordinário do seu surgimento, desaparecerá sem deixar legado, enquanto os espanhóis, com novas gerações, continuarão a reinar. Para que a Espanha venha a ter quem lhe discuta a hegemonia, há que iniciar um trabalho a nível de formação, que não está iniciado em lugar algum, tanto quanto sei, muitíssimo parecido com aquele que foi iniciado há duas ou três décadas no país vizinho, e que agora está finalmente a dar os seus frutos. Daí dizer que a hegemonia espanhola terá ainda, pelo menos, 20 anos de vida.

Vem isto a propósito não do recente campeonato europeu ganho pelos espanhóis, mas pelo recente campeonato europeu de sub-19 ganho - imagine-se - pelos espanhóis. Que eu saiba, não há memória de haver uma selecção que dominasse tanto o panorama futebolístico como esta Espanha na última década, ganhando tudo o que havia para ganhar nos últimos 4 anos, a nível sénior, e ganhando quase tudo (quando não ganha, fica perto, e é sempre favorita) nos escalões mais jovens. Permitam-me a comparação com o hóquei em patins. Desde que me lembro de ver hóquei, havia apenas 4 selecções capazes de discutir títulos: Argentina, Itália, Portugal e Espanha. Explica-se isto de forma relativamente simples, pois eram países com tradição na modalidade, que iam formando, geração após geração, jogadores de qualidade em quantidades suficientes para poderem manter equipas competitivas. No caso do hóquei, que é um jogo muito mais simples que o futebol, a excelência colectiva terá sido atingida muito mais rapidamente do que no futebol, e depressa se formaram 4 selecções hegemónicas. Nenhuma outra selecção, a menos que inicie um trabalho de formação de fundo, consegue competir, de forma consistente, ao longo de muitos anos, com estas selecções. Em futebol, pelo contrário, até praticamente ao fim do século passado, faltava muito para que a excelência colectiva fosse atingida, e nações com bases de recrutamento muito grandes podiam ser consideradas favoritas, mesmo apresentando um futebol fraco, em termos colectivos. Hoje em dia já não é assim. E não voltará a ser assim. Arrisco mesmo a dizer que o Brasil, a menos que revolucione o seu futebol, não voltará a ser verdadeiramente favorito à vitória numa grande competição. Claro que poderá ganhar um campeonato ou outro, mas dificilmente voltará a ser a potência que foi se não modificar as suas prioridades. O que se fez em Espanha, nas últimas décadas, foi compreender o jogo, compreender aquilo que o jogo exigia, e formatar os seus praticantes para fazerem face a essas exigências. Hoje olha-se para uma competição de sub-19, por exemplo, e no lugar de miúdos imberbes, alguns com potencial, outros nem tanto, e uns mais afoitos que outros, vêem-se jogadores de futebol. Compara-se a selecção espanhola com as outras e, em vez de se conseguir isolar um ou outro miúdo com capacidades acima da média, capta-se um colectivo completamente distinto, em que todos os elementos possuem uma maturidade táctica acima do normal. Isso só é possível porque o futebol espanhol, em vez de tentar lapidar cada um dos diamantes que, por sorte, iam aparecendo, como se acredita, ainda hoje, que deve ser o trabalho de formação, passou a criar, através de uma concepção do jogo mais elevada, os seus próprios diamantes. Aquilo que distingue este futebol espanhol, cuja hegemonia actual não encontra paralelo em toda a História do jogo, é precisamente a compreensão de que, num jogo colectivo, como o é o futebol, a formação serve para criar talentos, no sentido literal da palavra "criar", e não apenas para permitir que certos talentos brutos, que existem antes de passarem pela fase de formação, adquiram competências que lhes permitam jogar ao mais alto nível. Em Espanha, não se acredita em geração espontânea, e isso faz toda a diferença.

A respeito, mais concretamente, deste europeu de sub-19, tenho várias coisas a dizer. Em primeiro lugar, que são treinadores como Edgar Borges que explicam por que razão Portugal nunca poderá chegar aos calcanhares do que se faz em Espanha. É verdade que ao seleccionador nacional só se lhe deu para as mãos um conjunto de jogadores, com a qualidade duvidosa que têm (ainda estou para perceber por que é que João Carlos, jogador do Liverpool, não foi chamado), a maior parte deles, mas optar, como o fez contra a Espanha, por uma marcação individual aos homens do meio-campo espanhol diz tudo sobre Edgar Borges. Na minha opinião, quem escolhe jogar assim, seja contra quem for, não merece uma segunda oportunidade. Poderia dizer muito mais, mas esta decisão táctica diz praticamente tudo. Quanto a valores individuais, aproveitar-se-ão, entre os portugueses, dois ou três. O melhor deles, o avançado Betinho, praticamente nem se viu, tal foi a pobreza, em termos de construção de jogo, da equipa. Ricardo Esgaio talvez tenha futuro, mas só como lateral-direito, como joga no Sporting. Como extremo, é banalíssimo. Tiago Ilori, se bem trabalhado, e se se modificarem certos preconceitos a respeito de defesas centrais, também dará jogador. Daniel Martins, o lateral-esquerdo do Benfica, também tem algumas características interessantes. Sobre Rafael Veloso, o guarda-redes, é preciso saber como evoluirá, em termos de mentalidade. Quanto aos restantes, sinceramente, não lhes auguro futuros espantosos. A excepção poderá ser o capitão João Mário, de quem não sou particularmente adepto, mas a quem reconheço alguns atributos importantes. João Mário não tem classe; tem tiques de quem tem classe. Se um dia esses tiques derem lugar a um jogador que compreenda quando os deve ter e quando os não deve, talvez venha a poder ser jogador. Para já, é apenas irritante. André Gomes, médio do Benfica, sabe jogar, mas tem contra si o tamanho exagerado, a pouca agilidade, e algumas deficiências técnicas, sobretudo resultantes desses atributos físicos indesejados. Quanto a Bruma, não dará em nada, ainda que, nos últimos anos, tenham chegado a Alvalade propostas milionárias para o levar. Ivan Cavaleiro é idêntico, mas com menos propostas milionárias. Sobre Agostinho Cá, não vou falar porque ainda estou a tentar compreender por que razão é que o Barcelona contratou, para jogar na sua equipa B, alguém que não é, nunca foi, nem nunca será jogador de futebol.

Sobre a Espanha, que é realmente a selecção sobre a qual se deve falar, tal foi o abismo que a separou das restantes, devo dizer que continuam a ser feitas observações precipitadas. Embora os espanhóis tenham mostrado ao mundo que o futebol é um jogo colectivo, e embora todos se apressem a enaltecer as virtudes colectivas desta equipa, quando chega a hora de falar em individualidades, fala-se sempre daquelas que menos atributos colectivos manifestaram. Para a grande maioria das pessoas, as duas principais figuras do torneio foram o goleador máximo da prova, Jesé Rodriguez, e aquele que é considerado o maior talento desta geração, Gerard Delofeu. Não porque é costume ser do contra, mas porque dou mais importância a aspectos colectivos, não foram estes os jogadores que mais me impressionaram. Aliás, não acredito mesmo que Jesé Rodriguez, por exemplo, venha a ter um futuro invejável. É um jogador habilidoso, mas fraco em termos de decisões. Delofeu, por sua vez, é parecido, embora mais rápido, mais forte no um para um, e, sobretudo, joga no Barcelona. Estando no Barcelona, pode aprender o que ainda não sabe. Se o conseguir, saberá como temperar as suas iniciativas um pouco melhor. É que, para já, é apenas um jogador muito forte em termos individuais. O seu principal problema, a meu ver, é não saber decidir quando deve ou não deve apostar em acções individuais. Sempre que Guardiola o colocou em campo, este ano, evidenciou precisamente isso. Na altura, pensei que fosse nervosismo. Depois deste Campeonato da Europa, percebi que era feitio. Gerard Delofeu esteve endiabrado, sim, mas porque apanhou defesas que lhe permitiram as diabruras. Daqui a uns anos deixará de o conseguir fazer com a facilidade com que o fez, e nessa altura terá de apresentar argumentos que não apresentou neste campeonato. Como disse, outros foram os jogadores que me impressionaram. Desde logo, o defesa-esquerdo do Barcelona, Grimaldo. Não é um jogador com grandes valências atléticas, mas sabe sempre o que fazer com bola, jogando invariavelmente no apoio, e, sem grandes correrias, nem um pulmão invejável, dá a profundidade certa à equipa no momento certo. De resto, podia falar em qualquer um dos do meio-campo (o capitão Campaña, médio-defensivo elegante; Suso, médio do Liverpool com um pé esquerdo notável; ou mesmo Ñiguez, igualmente esquerdino, e muitíssimo inteligente em todas as suas acções com bola), todos eles fortíssimos no que toca a decisões, e todos eles bons de bola, mas vou isolar dois, porventura os dois mais pequenos: Oliver Torres, do Atlético de Madrid, e Denis Suárez, do Manchester City. Esqueçam tudo o que acham que sabem sobre futebol, e ponham os olhos nestes dois pequenos jogadores. A forma como tratam a bola, a agilidade, a competência técnica, a facilidade no drible: é isto que distingue o actual futebol espanhol. Pouco jogaram juntos, é verdade (Denis Suárez foi quase sempre suplente), mas os adeptos mereciam que tal tivesse acontecido. Sem bola, procuram dar sempre um apoio vertical ao médio-defensivo, ou uma linha de passe ao lateral. Movimentam-se entre linhas como ninguém, tabelam, tiram adversários da frente com facilidade. Duas pequenas maravilhas! Continuo sem perceber como é que, dando a Espanha tamanho exemplo de competência em todos os escalões, se insiste em não povoar o meio-campo com jogadores com estas características. Oliver Torres e Denis Suárez são o paradigma do médio-ofensivo do futuro, um paradigma que demorou a chegar, mas que Xavi e Iniesta trataram de deixar claro que tinha mesmo de chegar. Se há uns anos se desconfiava que mais do que um jogador com estas características era prejudicial a uma equipa, os dois catalães ensinaram ao mundo de que era com dois assim, se não mesmo com mais, que tinha de se jogar futebol. Estes dois são herdeiros de Xavi e Iniesta, e seria natural que, ainda que não sejam actualmente aqueles de quem mais se fala, daqui a uns anos estivessem na ribalta do futebol europeu. 

42 comentários:

Nuno disse...

Deixa-me ver se percebi. A hegemonia da Espanha (leia-se títulos, começou no Euro 2008 em seniores) começou com base nas competências colectivas? No modelo de jogo? Com a equipa de 2008?

Nuno disse...

Não, Pinto. A hegemonia da Espanha começou há muito mais tempo. Só teve manifestação a nível sénior em 2008. Mas a hegemonia depende das competências colectivas dos jogadores, não das equipas. O meu argumento é o de que essa hegemonia foi construída através da cimentação de um certo conjunto de valores que se foram cultivando, de um certo tipo de jogador que foi sendo formado. Não tem nada a ver com a equipa de 2008. Aliás, se há coisa que a Espanha fez foi ganhar em séniores apesar de a geração de treinadores com que ganhou (Aragonés e Del Bosque) ter pouco a ver com aquilo que ia sendo feito na formação. Foi a formação de certo tipo de jogadores, a predilecção por um certo tipo de características, que fez com que a Espanha atingisse essa hegemonia que hoje tem.

Ricardo Faria disse...

Concordo contigo em absoluto sobre o Agostinho Cá. Vi-o mais atentamente neste Europeu e a sua falta de noção de posicionamento é notável.

Quanto ao João Mário, já não concordo tanto. Acho que tem condições para triunfar a nível sénior (até mais do que o irmão, por exemplo), pois tem uma boa tomada de decisão e de gestão do ritmo do jogo.

Sobre o Ilori, há um lance no jogo com a Espanha (1º ou 2º golo) em que ele se antecipa ao avançado mas falha o corte. Lance muito semelhante ao que teve no jogo com o União de Leiria, pelo Sporting, que deu o golo do Djaniny. Por um lado revela boa leitura de jogo, mas que em caso de não-intercepção se torna perigosíssimo. Não tenho muito boa impressão dele e não devo ser o único, uma vez que na fase final de Juniores ele foi suplente do Edgar Ié e do Tobia Figueiredo. Que achas?

Nuno disse...

Se metes o Aragones e o Del Bosque fora do pacote, tudo bem então :) Os jogadores merecem loas porque ganharam pelo que dizes. Recordo que jogaram em 4-4-2 clássico e "antes de Guardiola" em 2008. Mesmo assim sem esses automatismos do Pep entre Iniesta e Xavi por exemplo foram os mais competentes.

SportingSempre disse...

tu não pescas nada de bola rapaz, ZERO.

o Cá nunca será jogador?!?!?
o João Mario irrita-te porque não joga de vermelho.

o Daniel Martins e o Gomes do meio campo são DE LONGE os piores jogadores desta equipa.

numa coisa terei de concordar, aquele treiador português percebe tanto disto como tu, não é só o Joao Carlos, é o Mica, Chaby e o Iuri Medeiros que tinham lugar no onze desta equipa.

são tantas as barbaridades que ficarei por aqui.

PS - liga ao departamento de scouting e recrutamento de La Masia e diz-lhes com muita força e a chorar muito, que para ti, o Cá não é jogador de futebol (apesar R.Madrid, Inter e Barça o quererem), pode ser que eles não se caguem a rir na tua cara.

Pedro disse...

"apesar R.Madrid, Inter e Barça o quererem"

Claro...esses grandes clubes nunca erraram contratações, nunca gastaram milhões em autênticos flops.

Nuno disse...

Ricardo, sobre o João Mário, também acho que tem mais condições que o irmão. Mas já o conheço há algum tempo e não concordo com a boa tomada de decisão. De facto, nesta selecção, era dos melhores. Era o melhor do meio-campo, por exemplo, e até me impressionou por ter tomado melhores decisões do que é costume. Geralmente, gosta de esticar o jogo, e neste europeu não o fez muito. Mas os problemas estão lá na mesma, apesar do estilo com que joga. De facto, dá a impressão de ser alguém que faz as coisas com calma, que parece saber gerir bem os ritmos da equipa. Se o não conhecesse há mais tempo, talvez me deixasse levar. O que acho, porque o conheço, é que aquilo é estilo, mais nada. Às vezes, a calma com que joga é o que a equipa precisa, outras vezes não. E seria de esperar que essa calma o ajudasse a perceber melhor quais as necessidades da equipa, e isso não acontecesse. Exagera no último passe, mesmo quando não é o melhor a fazer, e raramente solicita um apoio vertical pelo chão. Repara que o Betinho passou completamente ao lado deste europeu porque os médios nunca o procuraram para jogar com ele. Aliás, o André Gomes ainda fez isso uma vez ou outra. O João Mário nunca o fez. É por isso que a calma com que jogou é ilusória. Ajudou-o a não se precipitar, é verdade, mas não o ajudou a pautar melhor o jogo da equipa. Nunca arriscou no passe, e isso faz pensar que tomou melhores decisões. Mas há uma diferença entre tomar boas decisões e jogar pelo seguro. O João Mário jogou pelo seguro, à excepção de quando fazia últimos passes a 30 metros da baliza, que são passes vistosos. Passes entre linhas, tabelas, passes a solicitar colegas em zonas mais povoadas, ele optou por não fazer. É por isso que não me entusiasma, apesar de aparentemente parecer ter classe.

Quanto ao Ilori, de facto teve esse falhanço contra a Espanha, e tem de melhor não só o tempo de entrada como outros aspectos defensivos. Mas, além de ser veloz, é muito fino com bola, e isso agrada-me. Nem o Ié nem o Tobias o são, e a fase final de juniores não pode servir para nada. Houve jogos em que o Abel deixou no banco o Chaby, o Iuri, e o Betinho, por exemplo. Deu-me sempre a impressão de que o Abel escolheu os jogadores pela força com que dão cacetada, mas posso estar enganado. Com o Sá Pinto, o Ilori foi sempre titular, e mesmo que o Tobias estivesse bom creio que jogaria.

Nuno disse...

SportingSempre, muito obrigado pelas palavras elogiosas. É um prazer conversar com alguém com tão boa relação com as palavras.

Sim, o Cá nunca será jogador. É um quadrado com pernas, que não faz ideia do que é uma posição, do que é um passe, e do que é uma contenção, só para dar alguns exemplos. Se te dissesse que, contra a Espanha, o vi encostado ao lado esquerdo quando a jogada se desenrolava do lado direito, acreditavas? Se calhar acreditavas, mas não ligavas nenhuma. Se o futebol fosse um desporto que consistisse em transpirar perto dos outros, o Cá talvez tivesse futuro. Como é uma coisa ligeiramente diferente, não tem. Acredita no que te digo, que não costumo falhar muito quando digo que um jogador não tem futuro. Não és o primeiro, nem serás o último, a ficar muito indignado com as apreciações que faço a jovens jogadores. A única coisa que te posso pedir é que tenhas paciência, que verás o que quero dizer. Quanto ao facto de o quererem, por si só não significa nada. Deixa-me que te lembre que, há uns anos, depois de um mundial de sub-20 em que o Pelé, para toda a gente, fez um grande mundial, andava meio-mundo atrás dele. Terei sido dos poucos a dizer que ele era horrível. 5 anos depois, onde é que ele anda? O Cá ainda é pior do que o Pelé, que até tinha uma técnica de passe interessante. Com o Sá Pinto, nem sempre jogava, por exemplo. Quanto ao Barça, o negócio tem a ver com a amortização da dívida do Jeffren, e pouco mais.

O João Mário irrita-me por aquilo que digo acima ao Ricardo. Irrita-me porque joga com estilo de quem é jogador, sem o ser.

Quanto ao Chaby e ao Iuri, também gosto deles, e tinham lugar nesta selecção. Mas são um ano mais novos que os outros, e é política da federação não fazer jogadores subirem escalões a menos que se justifique plenamente. Acho que o Edgar Borges, pelo menos quanto a isso, não tem responsabilidade.

Joel disse...

Nuno, esqueceste-te de dizer
Política Estúpida da federação

SportingSempre disse...

tenho melhor relação com as palavras do que pareceu na ´bola ao poste´ anterior.

era tarde, e confesso que não fui correcto.

passo a explicar:

é incompreensivél e chega a ser irritante alguém contrariar com absoluta certeza as opiniões analiticas da melhor escola de futebol da mundo e da segunda melhor da Europa (porque o SCP queria renovar-lhe o contracto), sem deixar a mais pequena margem de duvida.

o mesmo se aplica, ainda que menos escandalosamente, ao João Mario, um jovem medio cheio de classe, que se diz apenas parecer ter para depois, entre algumas criticas obvias, elogiar os dois piores jogadores desta selecção.

o Bruma, que pa ti também é mau, se não me engano tem a idade do Chaby e do Iuri e não só está lá como é titular, portanto não me parece politica de federação, são apenas quotas para o SCP não ter 11 jogadores (fora os lesionados) na convocatoria e slb e fcp 2 ou 3.

jogar com o Gomes no meio campo onde poderia estar Chaby junto de 2 colegas de clube merecia despedimento.

para não falar apenas do meu SCP, vou discordar mais uma vez e dizer que para além do Bruma, acho que o Ivan Cavaleiro será um excelente jogador, provavelmente bem melhor que o Sami, que não é nada mau, e que o slb despachou á primeira oportunidade.

o Tiago Ferreira, assim como o Ilori, têm muito potencial, mas também imenso para evoluir nos proximos 2 anos.

Blessing disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blessing disse...

Concordo com a hegemonia espanhola, concordo em absoluto com a apreciacao sobre o Brasil.
Mas como tudo nao podem ser rosas, vou discordar da analise individual aos jogadores...
Aquilo que tu ves nos jogadores espanhois sobressair mais, tem apenas e so uma relacao com o modelo de jogo em que se insere cada equipa.
Quando digo que jogadores deste nivel podem fazer tudo, nao me engano... O que lhes é pedido pelo treinador é que condiciona de sobremaneira a sua accao e o seu comportamento, motor, mental... etc... etc...
Falaste em marcacao hxh no meio campo, depois dizes que viste um medio na esquerda quando a jogada estava a decorrer na direita, nao tera essa resposta motora sido condicionada pela marcacao cerrada que o treinador pediu para fazer?
Nuno, vou dar-te um exemplo do que tento demonstrar...
Comecei este ano a treinar uma equipa de juvenis em porto salvo. O ano passado via jogos deles, e o que o treinador pedia constantemente aos jogadores era para esticarem o jogo em diagonais, de forma a dar ritmo ao jogo dizia ele... O resultado foi ficarem em 4 a contar do fim, eram apelidados de equipa horrivel e os jogadores diziam-se fracos...
Com os mesmos jogadores, tentamos implementar um modelo e organizacao de equipa que priveligiasse a bola em detrimento do esforco... Tarefa dificil, mas a equipa esteve muito bem, os jogadores ja eram os melhores, ja nao gostavam de esticar o jogo, ja adoravam ter bola, ja tabelavam, ja faziam passes de risco nas alturas certas e mantinham a bola noutras... Acabamos o campeonato com vitorias sobre todas as equipas, mas apenas um quarto lugar, 113 golos marcados... Nao ganhamos o campeonato porque nos ultimos 10 jogos os juniores estavam aflitos e precisaram de 4 jogadores (todos eles titulares 3 juvenis de primeiro ano, e um juvenil de segundo ano). Esses juvenis da segunda distrital, jogaram no campeonato da primeira divisao de honra com a mesma qualidade nos ultimos 7 jogos, eramos nos os treinadores por isso adaptacao facil ao metodo de trabalho. No final, os juniores aflitos que nao valiam nada ja jogavam, goleavam, e jogavam de forma muito evoluida para o tempo de trabalho que tivemos.
Como resultado disso, 3 jogadores dos juniores sairam (2 para a terceira divisao nacional de seniores e um para o gil vicente) e dois dos juvenis de primeiro ano vao jogar na primeira nacional de juvenis...
Acredito que o valor intrinseco dos jogadores esta intimamente relacionado com o modelo de jogo e essas nocoes comportamentais e respostas motoras ao desonrolar do jogo se devem ao feedback do treinador.
Portanto acredito que com o modelo certo, e os feedbacks correctos esses meninos se venham a transformar em jogadores de alto nivel mesmo que ainda nao tenham evidenciado tal capacidade.

Nuno disse...

Joel, pois, essa é outra questão. Estava apenas a referir-me ao facto de o Edgar Borges, quanto a isso, não ter propriamente responsabilidade.

SportingSempre diz: "é incompreensivél e chega a ser irritante alguém contrariar com absoluta certeza as opiniões analiticas da melhor escola de futebol da mundo e da segunda melhor da Europa (porque o SCP queria renovar-lhe o contracto), sem deixar a mais pequena margem de duvida."

Claro, se o Barcelona diz que é bom, e se o Sporting diz que é bom, é porque é bom. SportingSempre, isto é um blogue de opinião. Aqui dão-se opiniões, e justificam-se. Tu achas que opiniões, sobretudo opiniões que discordam da generalidade das opiniões alheias, são irritantes. O problema é unicamente teu. Digo do Agostinho Cá o que disse de muitos outros no passado, alguns deles com reputações muito mais consolidadas. Posso-te dar o exemplo do Anderson, que, quando esteve em que esteve em Portugal, era tido como um prodígio, e todos defendiam que ia ser dos melhores do mundo. Sempre defendi que exageravam, e muito. O Agostinho Cá nunca será jogador. E justificar o valor de um jogador com o número de clubes que se mostram interessados nunca foi uma boa estratégia.

"o mesmo se aplica, ainda que menos escandalosamente, ao João Mario, um jovem medio cheio de classe, que se diz apenas parecer ter para depois, entre algumas criticas obvias, elogiar os dois piores jogadores desta selecção."

Cheio de classe? Quando o João Mário usar aquilo que te parece classe para fazer coisas certas, dou-te razão. Para já, são tiques. O André Gomes e o Daniel Martins são bem superiores a alguns outros desta selecção. Desde logo ao Tiago Ferreira, que é ridículo, ao João Cancelo, ao Cá, e ao Bruma. Até o Esgaio, a extremo, lhes é inferior.

"o Bruma, que pa ti também é mau, se não me engano tem a idade do Chaby e do Iuri e não só está lá como é titular, portanto não me parece politica de federação, são apenas quotas para o SCP não ter 11 jogadores (fora os lesionados) na convocatoria e slb e fcp 2 ou 3."

Que parvoíce! Sempre houve excepções. O Bruma, goste-se ou não, tem uma reputação que os outros não têm. E, se não me engano, anda a jogar em escalões acima do seu já há algum tempo. De qualquer modo, a política da selecção, boa ou má, tem o objectivo de equilibrar qualitativamente os escalões. Tirar de um escalão um jogador não é o mesmo que tirar 4 ou 5. Não estou a favor de ninguém aqui. Parece-me só que é exagerado condenar o Edgar Borges por isto.

"para não falar apenas do meu SCP, vou discordar mais uma vez e dizer que para além do Bruma, acho que o Ivan Cavaleiro será um excelente jogador"

Claro que achas. Corre, transpira, dá mocada. Como é que não poderias gostar?

Nuno disse...

Blessing Lumueno diz: "Aquilo que tu ves nos jogadores espanhois sobressair mais, tem apenas e so uma relacao com o modelo de jogo em que se insere cada equipa."

Blessing, concordo que a qualidade de um jogador depende, em parte, do modelo em que está inserido, e que depende, em muito, do modelo em que foi formado. Mas essa dependência é parcial. Se, de repente, metesses o Agostinho Cá no modelo espanhol, ele não se transformava no Campaña. Nem nunca se virá a transformar, porque tem anos e anos nas pernas de vícios acumulados. Por acaso, a tua opinião dava um bom texto. Não és o único treinador com a ideia de que, treinando bem, forçando-se os jogadores a comportarem-se de determinada maneira, qualquer jogador evolui. Esse optimismo é típico de alguém que precisa de acreditar que o seu trabalho não é vão. Não discuto que muitos treinadores consigam operar verdadeiros milagres com alguns jogadores. E, acredita, tento ter em conta essa possibilidade, quando olho para certos atletas. E, por mais que tente, há alguns que, simplesmente, não acredito que venham a mudar, por melhores treinadores que tenham. As principais mudanças, a nível comportamental, não podem ser operadas a partir dos 20 anos. Pode ser-lhe ensinado muita coisa a nível táctico, mas a nível de decisão não. Porque a decisão não se muda simplesmente com o treino, como se muda o posicionamento defensivo, por exemplo. Dou-te o exemplo gritante do Mascherano. Está inserido na equipa em que mais eficazmente e melhor o treinador conseguiu modificar decisões nos seus atletas, e mesmo ao fim de 2 anos continua igualzinho. No último jogo do Guardiola, já o Barcelona ganhava por 4 ou 5, pôs-se a fazer passes longos a torto e a direito, o que, claramente, é um indício de que só não os faz normalmente porque leva muito na cabeça. O Mascherano chegou ao Barça com um sem número de vícios e não mudou nenhum deles. E é o Barça, que é consensualmente a equipa em que parece haver um padrão de decisão mais bem definido. Refreou-os, algumas vezes. Mas nunca aprendeu, por exemplo, a importância de um passe vertical, rasteiro, para o apoio frontal. Daí nunca mais ter sido opção para o meio-campo.

"Falaste em marcacao hxh no meio campo, depois dizes que viste um medio na esquerda quando a jogada estava a decorrer na direita, nao tera essa resposta motora sido condicionada pela marcacao cerrada que o treinador pediu para fazer?"

Sim, tens alguma razão. Acho que, se não tivesse sido pedido ao Agostinho Cá que marcasse ao homem, ele não estaria tão longe do lance. Mas, atenção, quando o homem dele fugia para zonas para onde ele percebia que não devia ir (tipo para o pé do Betinho) ele não ia, ou ia só até um certo ponto. Mas depois, em vez de se posicionar minimamente bem, ficava ali no meio, feito parvo, à espera que aparecesse alguém para marcar. Desculpa, mas mesmo com essas ordens, ele devia ter tido cuidados posicionais que claramente não teve. Não acho que fosse por acaso que, com o Sá Pinto, ele não tivesse assim tantas oportunidades.

Nuno disse...

"Acredito que o valor intrinseco dos jogadores esta intimamente relacionado com o modelo de jogo e essas nocoes comportamentais e respostas motoras ao desonrolar do jogo se devem ao feedback do treinador.
Portanto acredito que com o modelo certo, e os feedbacks correctos esses meninos se venham a transformar em jogadores de alto nivel mesmo que ainda nao tenham evidenciado tal capacidade."

Como disse antes, o valor do jogador pode depender em parte do modelo em que está inserido. Mas é em parte. Se não fosse assim, qualquer um se poderia vir a tornar num jogador de alto nível. A carreira de um atleta é uma constante aquisição de vícios de comportamento, e 20 anos de aprendizagem não se transformam de um dia para o outro. Se andaram a pedir ao Agostinho Cá, por exemplo, que andasse atrás de adversários durante 20 anos, por mais que lhe digam agora que não deve fazer isso, ele fá-lo-á. Ou mesmo que tente não fazê-lo, fá-lo-á inconscientemente, e em certos lances dará por si a descuidar o posicionamento. São quase insignificantes, em futebol, as acções unicamente conscientes de um jogador. O que é difícil de mudar é a forma como o jogador se comporta numa fracção de segundos, ou a forma como ele se comporta inconscientemente. É por isso que, sobre jogadores desta idade, é já perfeitamente possível, com pouca margem de erro, traçar-lhes o perfil de decisão. E esse perfil de decisão, não sendo absolutamente decisivo, é fundamental para o sucesso que possam vir a ter como profissionais.

Blessing disse...

"Não és o único treinador com a ideia de que, treinando bem, forçando-se os jogadores a comportarem-se de determinada maneira, qualquer jogador evolui. Esse optimismo é típico de alguém que precisa de acreditar que o seu trabalho não é vão"

Nao acredito nisso, porque me disseram, acredito simplesmente porque tenho experiencia e acontece. Nao acredito em milgares tambem e sim por vezes o trabalho do treinador é em vao pois nao tem resultados praticos na melhoria colectiva e individual dos jogadores. Mas se o treinador conseguir passar as ideias da melhor forma e os jogadores as interpretarem de forma autonoma (nao automática) o colectivo melhora e consequentemente o individual. Nao disse que todos jogadores se podem tornar nos melhores, mas as exigencias de alta competicao como por exemplo, jogar, numa primeira divisao dos melhores campeonatos da europa, é para mim alto nível e aí eles com essa aprendizagem podem melhorar. Nao disse tambem que todos os jogadores melhoram significativamente, alguns dao o salto qualitativo necessario pois o modelo foi essencial para exponenciarem as suas melhores caracteristicas, esconder as piores e estarem intimamente realcionados com a forma como eles pensam/sentem o jogo. E aí se nota a diferenca dos bons, para os melhores.

''Pode ser-lhe ensinado muita coisa a nível táctico, mas a nível de decisão não''

O que é a táctica para ti?
É que para mim decisao e tactica sao o mesmo. O jogador decide (consiente ou inconscientemente), e perante essa decisao tem um determinado comportamento motor adequado ou nao ao problema que lhe surgiu... Os problemas do jogo sao sempre de natureza tactica, logo as solucoes tambem... Logo essa decisao é sempre, para mim táctica... E para mim essa resposta pode ser treinada, por mais vícios que os jogadores evidenciem mas a adaptacao a outras respostas nao é pacifica para todos os jogadores... O exemplo do Macher é perfeito... O Barcelona é/era (pelo meno com Guardiola) a equipa mais difícil de jogar no mundo, aquele modelo exige respostas tacticas sempre, sempre acertadas e para jogadores que venham de fora, essa exigencia torna-se ainda maior... Entao ai é preciso mais tempo... Nao digo que as coisas acontecam por osmose, mas com o tempo necessario todos o jogadores se adaptam e cada um deles tem o seu tempo, uns mais depressa, outros mais devagar. E igualzinho claro que nao continua, mas esse refrear de comportamentos e surgir de outros, parte de treino e do compreender exactamente a forma como o treinador sente o jogo, e como os colegas o solicitam e sao solicitados, o Macher, para mim, precisa apenas de mais tempo.

''A carreira de um atleta é uma constante aquisição de vícios de comportamento, e 20 anos de aprendizagem não se transformam de um dia para o outro.''

Exacto, é preciso tempo, e cada individualidade tem o seu...

''O que é difícil de mudar é a forma como o jogador se comporta numa fracção de segundos, ou a forma como ele se comporta inconscientemente''

Nao entendo como fazes essas premissas tao acertivas e depois concluis de forma erronea...
A subtileza da questao está apenas no tempo que cada um precisa para adaptar os esquemas mentais/emocoes/feedbacks/memórias/modelos de forma a responder da melhor forma, mais vezes, dentro das ideias de jogo de uma equipa.

António Damásio poderia dar uma explicacao mais completa sobre esse fenómeno mental, uma vez que está na vanguarda sobre esse estudo comportamental do ser humano e sobretudo sobre o funcionamento do cérebro...

Luís Garcia disse...
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Gil Von Doellinger disse...

Luís Garcia, essa coisa de promoveres o teu blogue nos comentários já cansa. Isso já não se usa e parece mal... Irra!

Luís Garcia disse...

Tens razão. Não irei tornar a fazê-lo. Não consigo apagar o meu anterior comentário, por isso pedia aos administradores para o fazerem por mim, sfv.

Luís Garcia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nuno disse...

Blessing Lumueno diz: "O que é a táctica para ti?
É que para mim decisao e tactica sao o mesmo. O jogador decide (consiente ou inconscientemente), e perante essa decisao tem um determinado comportamento motor adequado ou nao ao problema que lhe surgiu... Os problemas do jogo sao sempre de natureza tactica, logo as solucoes tambem..."

Pois, eu distingo as duas, sobretudo porque acho difícil sustentar a teoria de que todos os problemas do jogo sejam de natureza táctica. Por natureza táctica entendo modelo táctico de jogo (com princípios, sub-princípios, e sub-sub-princípios, eventualmente) e essa teoria pressupõe que todas as situações de jogo estão contempladas por esse modelo táctico. Acho que é um erro muitíssimo comum de um treinador acreditar que, num jogo, tudo é táctico, e acho que cometem esse erro por causa de uma outra crença errada, a de que o trabalho de treino é directamente responsável por tudo aquilo que o jogador apresenta em campo. Subjaz a esta maneira de pensar outro erro, este o principal de todos, o de achar que o futebol é um jogo colectivo de indíces de tipicidade elevados. Acho que em jogos de outro tipo, em jogos em que a grande maioria das situações são situações típicas, como o é o voleibol, por exemplo, a grande maioria das situações de jogo são tácticas (neste sentido), e podem e devem ser trabalhadas pelo treino. Este tipo de treino, aliás, consiste num treino de especialização em determinadas tarefas. Ora, o futebol é diferente do voleibol em muitas coisas. Mas é diferente, sobretudo, por ser um jogo em que a maioria das situações são não-típicas. São situações cujas circunstâncias não podem ser replicadas em treino e para as quais o jogador tem de dar igualmente uma resposta, normalmente sem muito tempo para pensar. Chamo "decisão" à resposta a situações não-típicas, a situações que não podem ser exactamente reproduzidas em treino, e para as quais o jogador não tem uma aprendizagem de tipo "tentativa e erro", de especialização, como é a aprendizagem de situações típicas. Distingo, portanto, decisão, de táctica, nesse sentido.

Não achas que é diferente treinar a resposta colectiva da linha defensiva em organização defensiva de treinar, por exemplo, a decisão de um jogador que, em dado momento, tem de escolher entre antecipar-se ao adversário ou deixá-lo receber para não arriscar falhar o lance? Se, no primeiro caso, podes treinar padrões de decisão colectivos, conforme situações típicas (bola num flanco, com 4 atacantes; bola pelo meio, com 3 atacantes, etc.), no segundo, não consegues treinar grande coisa porque a decisão do jogador depende da situação (que não é típica, e portanto não é recriável), das circunstâncias em que se encontra. A melhor decisão, quanto a antecipações, depende de um cálculo que tem de ser feito no momento e que contemple as características do defesa, as características do avançado, o grau de risco a que se expõe caso falhe, a quantidade de avançados que o adversário tem por perto, a quantidade de defesas que há por perto, a organização defensiva que existe, etc.. Ou seja, requer um cálculo daquilo que é o lance, naquele momento. Ao contrário do que acontece em situações típicas, o jogador não tem perante si uma ou duas coisas às quais, identificando-as, sabe como reagir necessariamente. Tem, isso sim, muitas coisas às quais precisa de saber dar atenção. E isso não se treina, ou não se treina, pelo menos, do mesmo modo que se treina o resto. Não é um treino, pelo menos, de especialização. O que se pode fazer é ir dando ferramentas com que o jogador possa calcular cada vez melhor o que deve fazer. Mas essas ferramentas, ao contrário de um treino de especialização, dependem sempre do uso que os jogadores lhe derem, e, em última análise, o sucesso com que as usa dependerá pouquíssimo do trabalho diário do treinador no campo.

Blessing disse...

Estamos quase a chegar onde quero.

Sim todas as situações de jogo são de natureza táctica pela forma como se apresentam. A relação que esses problemas têm com o modelo de jogo nem sempre são pacíficas, mas tendo em conta as respostas treinadas o fb do treinador, a relação sucesso insucesso de situações se,melhantes o jogador dá uma resposta. Essa resposta vai ter em conta os padrões que definiste e muitos outros, que são caóticos e impossíveis de prever.
O futebol sempre foi um jogo com alto índice de caos, e o sucesso advém sempre da forma como as equipas se reorganizam , mutam , e voltam a desorganizar para novamente organizar a partir desse caos.
Isso é que está relacionado com o modelo.
Mas esse tipo de resposta que sugeres, também está... E não há uma forma treinar exactamente a situação pretendida pois são todas diferentes. Então o trabalho passa por fazer os jogadores passarem pelo máximo de situações diferentes possíveis, pois apesar de a resposta não ser igual, é do mesmo tipo. Ou seja: o jogador deve analisar a posição dos adversários, dos colegas, da bola, do espaço e decidir em função ... As respostas nunca são iguais porque são impossíveis de.prever, mas o facto de o jogador ter experienciado em treino e em jogo, ter tido sucessos o insucessos com o devido fb, faz com que a resposta vá melhorando pois a capacidade de análise da situação/problema vai-se tornando mais rápida e eficaz... Mesmo as que não estão relacionadas com o nosso modelo, mas sim com o, adversário. Esse incremento dos índices de análise levam a maior precisão de análise e consequentemente a melhores decisões...
Agora um problema desses como o que tu deste, não é de natureza táctica? Os factores de análisesão sempre os mesmos, adversário, colegas, espaço, bola... Não são sempre esses? Impossível é replicar a forma como acontecem, mas bastante.possível é melhorar a velocidade de análise e dentro de uma determinada ideia dar um fb do comportamento a ter...
Claro que nem tudo pode ser treinado, pois existem ainda assim coisas que aparecem no jogo e que não se replicam, mas a maior parte delas tem este leva a este tipo de análise para depois se dar uma resposta.
O que define os melhores é a forma como resolvem problemas tácticos que não podem ser replicados no treino com altos índices de sucesso...
Desculpa alguns erros mas este telemóvel me .

Blessing disse...

Claro que tomar boas decisões é diferente de tomar as melhores decisões... Mas ainda assim um jogador passar de más a, boas é uma melhoria significativa no seu jogo e ele passa a ser capaz de competir ao mais alto nível. E depois há os que tomam "sempre" as melhores ...
Mas desses não há muitos ex no alto nível o futebol tem 90% dos ...

Lambe Mos disse...

Nuno, o que achas do André Castro?
Parece que vai ficar no plantel do Porto este ano.

Nuno disse...

Acho o Castro um jogador banal. É solícito, e super-disponível. Dá tudo o que tem, e agrada à maioria dos treinadores por ser aquele tipo de jogador que faz tudo o que lhe é pedido. Mas falta-lhe muita coisa, sobretudo com bola.

Unknown disse...

não vi tanto domínio assim nestas olimpíadas....

Nuno disse...

Mas o que é que tu "viste", para além dos resultados?

Em primeiro lugar, se houve alguma coisa que não faltou foi domínio. Pode ter faltado resultados, sorte, concentração, discernimento. Domínio não faltou. Se tivesses visto os jogos, terias percebido isso. Em segundo lugar, achas mesmo que é um torneio jogado no final de Julho, por meia-dúzia de selecções escolhidas de acordo com critérios francamente arbitrários, com árbitros de fraca qualidade, um torneio em que a Espanha, com um treinador horrível, opta por não levar, ao contrário das outras selecções, nenhum jogador com mais de 23 anos, que faz cair o argumento? Se o torneio começasse outra vez agora, a Espanha era outra vez a principal favorita. Esse é que é o ponto. Podem não ganhar torneio nenhum nos próximos 2 ou 3 anos, mas serão sempre os principais favoritos, em todos os escalões. Isso é que é domínio. E nenhuma eliminação precoce pode pôr isso em causa, ainda por cima quando a Espanha jogou como sempre, a encostar os adversários às cordas, com mais de uma dezena de oportunidades claras de golo. Enfim...

Blessing disse...

Para rir realmente

Ricardo Faria disse...

Nuno, mas terás de concordar que a Espanha não foi tão fiel aos seus princípios (quantas vezes vimos os centrais a jogarem longo na frente?) e, além disso, o meio campo com Koke e Isco parece-me ter menor capacidade de decisão de todas as outras seleções espanholas, tanto a principal como, por exemplo, a recente campeã da europa sub-19.
Acho que com Thiago Alcantâra e Canales, certamente veríamos uma Espanha diferente

Nuno disse...

Daí ter referido o mau treinador que o Milla é. Era tão fácil jogar com o Javi Martinez e o Bartra a centrais, e o Oriol a trinco. E mesmo não tendo levado o Thiago e o Canales (presumo que por lesões), tinha o Herrera no banco, que é milhares de vezes melhor que o Koke, e, sobretudo, podia ter levado o Parejo, que é inexplicável como nem sequer fez parte das suas opções. O Isco é bom, e não é por aí. Já a opção pelo Koke, que é horrível, explica o treinador que ele é. Esta geração não é inferior em nada a outras; o treinador é que prefere grunhos a jogadores de futebol. Como ficou visível, também, na opção de levar, como suplente a Muniain e a Mata, não o Cuenca, mas o Tello. Enfim...

Ricardo Faria disse...

Sim, o Thiago e o Canales estão lesionados. Concordo contigo e reconheço no Isco mais qualidade do que no Koke, mas ainda assim inferior aos dois nomes no início do post, por exemplo.

E volto a concordar contigo quando dizes que não é por as coisas (resultados) correrem mal nestes dois jogos que se começa a esbater a hegemonia espanhola que até dá o título ao teu post.

Já agora Nuno, o que achas do Adrian? Vejo-o como um avançado móvel mas a partir daí não consigo defini-lo de forma mais profunda, pois não vejo atributos, mesmo a nível de decisão, que me saltem à vista.

Nuno disse...

Eu gosto do Adrian. Tem o problema de, no Atlético, ter de discutir um lugar com o Falcão. Como é rápido, tem bastante mobilidade, e é bom no drible, é muitas vezes puxado para uma linha, o que o prejudica, acho eu. Mas é um avançado tecnicamente evoluído, inteligente, e veloz, que sabe jogar de costas para a baliza quando é preciso. E acho nos próximos anos estará na selecção principal.

SportingSempre disse...

parvoice é dizer que o Gomes e o Martins são bons e o Cavaleiro é mau.

tu queres ser do contra, ir contra a opinião mais comum, corrente e logica parece ser o que realmente procuras. diverte-te

SportingSempre disse...

só por uma opinião ser partilhada por muitos não quer dizer que não seja a correcta, o contrario existe mas éverifica-se menos.

tu pareces viver para contrariar factos que uma maioria dão como evidentes para mostrar que és mais esperto, temo que é o oposto que se verifica.

perde-se assim a validade da opinião de alguém que poderia contrubuir para um bom debate.

GBC disse...

Estou a ver o Sporting B e das duas uma Nuno: ou o jogador mudou muito, ou então não o conheces suficientemente bem.

Pode estar só a fazer um bom jogo, mas não me parece (nem é tanto por isso).

A forma como o João Mário tabela com os colegas, ao seu lado e à sua frente, é de jogador.

André Gomes? Está certo...

Nuno disse...

GBC, é um caso a rever, sobretudo porque a adaptação a sénior vai transformar muita coisa nele.

Unknown disse...

Lembro-me de ler este post há mt tempo atrás, durante o auge do barcelona de Guardiola (sim, porque foi apenas o barcelona de Guardiola e não o Barcelona de Messi ou o Barcelona da "filosofia"). Já na altura achei que isto foi apenas um ataque de verborréia de "modinha". Hoje em dia, pergunto: Para onde foi essa "filosofia"? Onde andam os "superiores" jogadores espanhóis? O que aconteceu nos jogos olímpicos? O que aconteceu nos 7x0 contra o bayern? O que foi aquela final na taça das confederações em que eles foram completamente atropelados pela selecção brasileira? O que é este barcelona que assistimos jogar hoje?

Nuno disse...

Mas a selecção espanhola não é novamente das grandes favoritas à vitória no mundial? Não é a selecção com mais vitórias consecutivas de sempre nas competições de selecções? Não é a selecção mais hegemónica de sempre, a ganhar europeus e mundiais desde o de 2008? O Barcelona do ano passado não chegou igualmente às meias-finais? Não foi campeão com 100 pontos, igualando o record do Real do ano anterior? Não é, este ano, novamente um dos principais favoritos à vitória na Champions? Não há jogadores espanhóis de segunda linha nos mais diversos campeonatos, sobretudo no inglês, como nunca tinha havido até aqui?

Sim, já não é o Barça de Guardiola. Sim, pode acontecer que percam jogos de forma humilhante, que joguem pontualmente muito mal, mas continuam a ser bem superiores à maioria dos outros, as hegemonias têm ciclos, w seria impensável que isto continuasse sempre da mesma maneira, o que aconteceu, porém, é que, se já não são superiores como antes, continuam a ser dos principais candidatos a tudo. Antes de 2008, a Espanha era candidata a alguma coisa? Quanto à final da Taça das Confedereções, sugeira que relativizasse o que aconteceu. Jogar sob condições de temperatura e humidade completamente distintas daquelas a que estão habituados tornou qualquer conclusão acerca do que se passou um disparate.

Unknown disse...

Sinceramente, não acho que seja das grandes favoritas. Antes da Espanha, na minha opinião, vejo Brasil, Alemanha, Argentina e Uruguai. A Espanha viria num segundo lote, como aliás, não é novidade! A Espanha é desde "sempre" uma selecção perigosa e prometedora (como a Holanda, por exemplo), claro que agora a Espanha ganhou e ganhou muito, atingiu outro patamar. Não é a selecção mais hegemónica de sempre, a seleção uruguaia entre 1916 e 1956 ganhou a copa américa por 9 vezes e ganhou dois mundiais. A selecção brasileira de 1994 a 2013 ganhou 2 mundiais, 4 copas américa e 4 taças das confederações, foi a 3 finais de mundial 94, 98, 2002.

O barcelona de hoje em dia não joga "pontualmente" muito mal, o barcelona de hoje em dia joga pontualmente muito bem. Na maioria dos jogos está longe, mas muito longe de ser dominador (para usar o termo que usou no post). É impossível incluir este barcelona no lote dos favoritos à Champions este ano, o Barcelona vem, sim, num segundo lote de favoritos, os favoritos a meu ver são Real, Bayern, Chelsea, PSG e Man. City (provavelmente irá perder a eliminatória para o barça esta semana).

Quanto à taça das confederações, isso cheira-me a desculpa. Jogaram em pleno inverno, não estava tão quente. Foram dominadores em quase todos os jogos, só não foram na final porque pegaram o Brasil. Um Brasil que estava apenas a 60%(?) da sua preparação (o Scolari tinha apenas poucos jogos ao comando). Quem viu o jogo, sabe que 3x0 soube a pouco, o resultado poderia ter sido muito mais elástico.

Enfim, são opiniões. Concordando ou discordando, o facto é que, hoje em dia, afirmações como as que se seguem são no mínimo hilariantes:

"Por trás das vitórias há um modelo fortemente enraízado, um estilo de jogo que é dominador, que condiciona irremediavelmente qualquer que seja o adversário, e que faz daqueles que o põem em prática mentalmente superiores. O jogador espanhol é hoje, pelo próprio estilo de jogo que pratica, superior, em termos de mentalidade, aos seus adversários"

Saudações desportivas.

Nuno disse...

Unknown diz: "Antes da Espanha, na minha opinião, vejo Brasil, Alemanha, Argentina e Uruguai."

Não vou fazer apostas. Pelo simples facto de que as condições climatéricas podem fazer toda a diferença. Aliás, escrevi sobre isso no final da Taça das Confederações. Em condições normais, só a Alemanha, desses 4, seria favorita, a meu ver. Em condições especiais, acho possível uma equipa sul-americana sagrar-se campeã.

"Não é a selecção mais hegemónica de sempre, a seleção uruguaia entre 1916 e 1956 ganhou a copa américa por 9 vezes e ganhou dois mundiais. A selecção brasileira de 1994 a 2013 ganhou 2 mundiais, 4 copas américa e 4 taças das confederações, foi a 3 finais de mundial 94, 98, 2002."

Claro que, se alargarmos o espectro dessa maneira, a Espanha não é tão hegemónica. Não me parece é que isso faça sentido. Falando dos últimos 10 anos, para ser um número redondo, a Espanha ganhou tudo o que importa a nível sénior nos últimos 6 anos, praticamente não perdeu jogos oficiais, e ganhou quase tudo o que havia para ganhar em selecções de escalões inferiores. Quando falo em hegemonia, não falo apenas na selecção principal. Falo na selecção espanhola em todos os escalões. Nesses termos, parece-me, é absurdo sequer discutir a supremacia espanhola. Além da Espanha, não há nenhuma selecção que esteja no grupo dos principais favoritos em todos os escalões.

"O barcelona de hoje em dia não joga "pontualmente" muito mal, o barcelona de hoje em dia joga pontualmente muito bem. Na maioria dos jogos está longe, mas muito longe de ser dominador (para usar o termo que usou no post)."

Mas tem visto os jogos do Barcelona?? O Barcelona continua a ser muito dominador. É a única equipa no mundo (agora o Bayern também) que tem sistematicamente mais posse de bola, seja o adversário quem for, do que o opositor. É claro que não é tão forte como já foi e é claro que esse domínio, por vezes, não se materializa, como antes, em bom futebol e em oportunidades de golo. O jogo com o Valladolid foi um exemplo disso: uma equipa que dominou o jogo, mas que teve poucas ideias. Não é verdade que o Barcelona jogue bem apenas pontualmente. Pode não conseguir ter a regularidade que tinha antes (embora a primeira volta tenha sido, salvo erro, a mais regular dos últimos anos, inclusivamente nos anos de Guardiola), mas continua a ser uma equipa muito forte e, desde que motivada, uma equipa muito difícil de parar. É preciso não esquecer que têm havido problemas, com algumas lesões importantes, e que a fase decisiva da época costuma motivar quem não está motivado. É preciso esperar antes de começar já a cantar o hino fúnebre.

"É impossível incluir este barcelona no lote dos favoritos à Champions este ano, o Barcelona vem, sim, num segundo lote de favoritos, os favoritos a meu ver são Real, Bayern, Chelsea, PSG e Man. City (provavelmente irá perder a eliminatória para o barça esta semana)."

É impossível incluir o Barça, mas inclui a equipa que perdeu com o Barça na primeira mão dos oitavos de final?? A menos que ache que pode ser eliminada mas que foi superior. É isso? É que, se for esse o caso, recomendo-lhe que volte a ver o jogo. O Barça ganhou, foi superior e jogou relativamente bem (melhor, muito melhor, do que o City, pelo menos). Como é que uma equipa que se mostra claramente superior a outra, em casa desta, não é candidata, mas aquela que foi inferior é? Parece-me é que isso é mais um desejo do que uma análise séria.

Nuno disse...

"Quanto à taça das confederações, isso cheira-me a desculpa. Jogaram em pleno inverno, não estava tão quente."

Como deve saber, o Brasil é praticamente um continente. Dizer que em Junho é Inverno no Brasil é um bocado arriscado, uma vez que em boa parte do Brasil não há propriamente estações. Na Taça das Confederações houve muitos jogos com temperaturas a rondar e acima dos 30 graus, assim como houve níveis de humidade altíssimos. Isso foi, aliás, motivo de discussão, porque o desgaste provocado nas equipas foi notório.

"Foram dominadores em quase todos os jogos, só não foram na final porque pegaram o Brasil."

Não viu os jogos, com certeza. Eu lembro-me da meia-final com a Itália ter acabado aos 60 minutos. A partir daí, Espanha e Itália limitaram-se a cumprir os 90 minutos e os 30 seguintes do prolongamento, deixando a decisão para os penalties. O desgaste foi tanto que nenhuma equipa, depois de alguns dias de competição, foi capaz de jogar mais de 1 hora. Na final, aconteceu o mesmo, com o agravante de a Espanha estar em desvantagem e ter de tentar recuperá-la quando já não tinha forças. Aliás, escrevi depois desse jogo que o mundial, se jogado em condições destas, arriscaria a ser o pior desde o mundial de 2002, precisamente porque as melhores equipas poderiam não se exibir nas melhores condições devido ao clima.

Unknown disse...

Quando li as respostas que me deu, achei tão ridículo que decidi não responder. Os seus argumentos não vêm da razão, vem do coração.

Li palavras suas que diziam "o maior adversário da espanha são as condições climatéricas"... Pelos vistos, as condições climatéricas fizeram efeito instantâneo. Dois jogos e eles já estavam estafados???

Falar que a espanha dominaria as competições de seleções nos próximos 20 anos foi uma burrice tremenda. Bastaram dois anos para arrumarem na primeira fase dos jogos olímpicos, para serem pulverizados na taça das confederações e perder categoricamente estes dois primeiros jogos do mundial (nem com ajuda da arbitragem, pois aquele penalty no diego costa.....)