Não está em questão a relação entre o lance e o resultado final, nem sequer me parece que isso possa servir de justificação, quando haviam sido criadas tão poucas oportunidades de golo até ao momento. O empate penaliza a pouca imaginação da equipa de Jorge Jesus, e não creio que mereça, como talvez tenha merecido noutras ocasiões, referências ao trabalho do árbitro. Se o Benfica deixou pontos em Olhão, foi principalmente porque não conseguiu contrariar o bloco baixo e a agressividade defensiva do adversário. Uma vez mais, a importância de ter alguém em campo que sabe movimentar-se entre linhas, arrastar marcações, jogar ao primeiro toque, tabelar, e encontrar espaços rapidamente em zonas muito densas foi amplamente negligenciada por Jorge Jesus. Quando se preferem atributos individuais a atributos colectivos, a equipa fica mais refém das individualidades, e com menos capacidade para ultrapassar estratégias deste tipo. Não é novo, e um lance de bola parada até podia ter resolvido a coisa, mas é uma tendência que se acentua de jogo para jogo, fruto daquilo em que a equipa se tem gradualmente vindo a transformar.
Interessa, apesar de tudo isto, analisar a expulsão de Aimar, principalmente pela estupidez das opiniões acerca do lance. A menos que Aimar tenha músculos que um ser humano normal não tem, não consigo perceber como é que se pode acreditar que tenha pontapeado propositadamente o seu adversário. Eu gosto de acreditar que as pessoas, antes de falar, antes de emitirem opiniões, usam a cabecinha. Se calhar é ingenuidade minha. A verdade é que, para a grande maioria, como o pé de Aimar foi embater na coxa de Rui Duarte, só pode ter sido intencional. Não sei se as pessoas estão cientes de que, muitas vezes, o que acontece não é planeado mentalmente. Se calhar não estão. O lance explica-se facilmente. Aimar e Rui Duarte disputam uma bola com força, acertando nela praticamente ao mesmo tempo. Com a força do impacto, as pernas de cada um deles sofrem movimentos inesperados, que nenhum deles controla. Por força do embate, Rui Duarte, por exemplo, perfez praticamente 180º em torno do seu pé de apoio. O mesmo aconteceu à perna de Aimar, que acabou por ir tocar em Rui Duarte, valendo-lhe a expulsão. Vendo o lance calmamente na repetição, é perfeitamente claro que Aimar não estica a perna para lhe acertar, que o seu pé bate na coxa de Rui Duarte unicamente por força do impacto anterior. Francamente, acho até fisicamente impossível alguém conseguir pontapear outro após um impacto daqueles. João Capela, porém, não teve dúvidas, e achou que Aimar tentou deliberadamente agredir o seu adversário.
As opiniões dos que viram as repetições são estúpidas o suficiente, mas não são de alguém com responsabilidades. O árbitro da partida, porém, é um agente responsável. E a sua responsabilidade não termina com a responsabilidade de ter os olhos bem abertos. Um árbitro não deve apenas assinalar o que vê com os olhos. Deve interpretar. Jorge Jesus tocou, a meu ver, num ponto relevante: Aimar não é o tipo de jogador que agrida outros. Podia acontecer, mas a pouca frequência devia pelo menos fazer pensar João Capela. Não fez. Viu um pé na coxa e achou que só podia ser agressão. Mais uma vez, falta à grande maioria dos árbitros aquilo que me parece mais importante não só num árbitro, mas num ser humano: bom senso. Com um pouco de bom senso, facilmente suspeitaria de que aquilo que os seus olhos tinham visto tinha de ter outra explicação. Como não tem bom senso, João Capela (e a grande maioria dos árbitros) agiu maquinalmente, analisando o lance como o analisaria qualquer instrumento mecânico que para o efeito de analisar lances destes se criasse. E Aimar, num lance incrivelmente fortuito, sem maldade alguma, foi expulso como se tivesse cometido uma atrocidade. A reacção que se seguiu é a normal em quem se sente injustiçado.
O que me impressiona é que, por exemplo, Javi Garcia repita entradas maldosas e francamente arrojadas jogo após jogo, sem que seja punido por isso, e Aimar, ao primeiro lance em que o seu pé toca num adversário não mereça sequer o benefício da dúvida. O futebol continua a ser extraordinário a esse respeito. Basta lembrar como Bruno Alves raramente era expulso, ou basta até lembrar a indignação dos jogadores e treinadores do Real Madrid pela expulsão de Sérgio Ramos no último encontro (e até pelo amarelo a Pepe), frente ao Villareal, depois de uma entrada absurda do mesmo. Para mim, o que é claro é que jogadores maldosos, que entram à bola para aleijar ou intimidar adversários, continuam a ser estupidamente protegidos, enquanto outros, fortuitamente, continuam a ser injustiçados. A protecção e a injustiça não são deliberadas, claro. Resultam da falta de bom senso da grande maioria dos árbitros. Se tivessem bom senso, interpretariam melhor cada lance, perceberiam melhor as intenções dos jogadores em cada lance, etc. Os árbitros estão demasiado atentos ao que vêem, ao resultado de um choque, ao que acontece, e negligenciam invariavelmente o que motiva o que acontece. Em lances como o de ontem, há que analisar a intenção do jogador e não a sua acção. Isto porque a acção pode não ser intencional. O mesmo acontece com quedas na área, que muitas vezes podem não ser motivadas pela intenção de enganar o árbitro. Com um pouco de bom senso, João Capela facilmente perceberia que o lance de ontem foi normalíssimo, que o pé de Aimar ter tocado em Rui Duarte foi obra do acaso. Mas, já se sabe, bom senso é coisa que falta a muita gente, não apenas a um árbitro. Basta ver como a sua decisão foi considerada acertada por quase toda a gente. Assim se mede a estupidez de uma espécie.
Interessa, apesar de tudo isto, analisar a expulsão de Aimar, principalmente pela estupidez das opiniões acerca do lance. A menos que Aimar tenha músculos que um ser humano normal não tem, não consigo perceber como é que se pode acreditar que tenha pontapeado propositadamente o seu adversário. Eu gosto de acreditar que as pessoas, antes de falar, antes de emitirem opiniões, usam a cabecinha. Se calhar é ingenuidade minha. A verdade é que, para a grande maioria, como o pé de Aimar foi embater na coxa de Rui Duarte, só pode ter sido intencional. Não sei se as pessoas estão cientes de que, muitas vezes, o que acontece não é planeado mentalmente. Se calhar não estão. O lance explica-se facilmente. Aimar e Rui Duarte disputam uma bola com força, acertando nela praticamente ao mesmo tempo. Com a força do impacto, as pernas de cada um deles sofrem movimentos inesperados, que nenhum deles controla. Por força do embate, Rui Duarte, por exemplo, perfez praticamente 180º em torno do seu pé de apoio. O mesmo aconteceu à perna de Aimar, que acabou por ir tocar em Rui Duarte, valendo-lhe a expulsão. Vendo o lance calmamente na repetição, é perfeitamente claro que Aimar não estica a perna para lhe acertar, que o seu pé bate na coxa de Rui Duarte unicamente por força do impacto anterior. Francamente, acho até fisicamente impossível alguém conseguir pontapear outro após um impacto daqueles. João Capela, porém, não teve dúvidas, e achou que Aimar tentou deliberadamente agredir o seu adversário.
As opiniões dos que viram as repetições são estúpidas o suficiente, mas não são de alguém com responsabilidades. O árbitro da partida, porém, é um agente responsável. E a sua responsabilidade não termina com a responsabilidade de ter os olhos bem abertos. Um árbitro não deve apenas assinalar o que vê com os olhos. Deve interpretar. Jorge Jesus tocou, a meu ver, num ponto relevante: Aimar não é o tipo de jogador que agrida outros. Podia acontecer, mas a pouca frequência devia pelo menos fazer pensar João Capela. Não fez. Viu um pé na coxa e achou que só podia ser agressão. Mais uma vez, falta à grande maioria dos árbitros aquilo que me parece mais importante não só num árbitro, mas num ser humano: bom senso. Com um pouco de bom senso, facilmente suspeitaria de que aquilo que os seus olhos tinham visto tinha de ter outra explicação. Como não tem bom senso, João Capela (e a grande maioria dos árbitros) agiu maquinalmente, analisando o lance como o analisaria qualquer instrumento mecânico que para o efeito de analisar lances destes se criasse. E Aimar, num lance incrivelmente fortuito, sem maldade alguma, foi expulso como se tivesse cometido uma atrocidade. A reacção que se seguiu é a normal em quem se sente injustiçado.
O que me impressiona é que, por exemplo, Javi Garcia repita entradas maldosas e francamente arrojadas jogo após jogo, sem que seja punido por isso, e Aimar, ao primeiro lance em que o seu pé toca num adversário não mereça sequer o benefício da dúvida. O futebol continua a ser extraordinário a esse respeito. Basta lembrar como Bruno Alves raramente era expulso, ou basta até lembrar a indignação dos jogadores e treinadores do Real Madrid pela expulsão de Sérgio Ramos no último encontro (e até pelo amarelo a Pepe), frente ao Villareal, depois de uma entrada absurda do mesmo. Para mim, o que é claro é que jogadores maldosos, que entram à bola para aleijar ou intimidar adversários, continuam a ser estupidamente protegidos, enquanto outros, fortuitamente, continuam a ser injustiçados. A protecção e a injustiça não são deliberadas, claro. Resultam da falta de bom senso da grande maioria dos árbitros. Se tivessem bom senso, interpretariam melhor cada lance, perceberiam melhor as intenções dos jogadores em cada lance, etc. Os árbitros estão demasiado atentos ao que vêem, ao resultado de um choque, ao que acontece, e negligenciam invariavelmente o que motiva o que acontece. Em lances como o de ontem, há que analisar a intenção do jogador e não a sua acção. Isto porque a acção pode não ser intencional. O mesmo acontece com quedas na área, que muitas vezes podem não ser motivadas pela intenção de enganar o árbitro. Com um pouco de bom senso, João Capela facilmente perceberia que o lance de ontem foi normalíssimo, que o pé de Aimar ter tocado em Rui Duarte foi obra do acaso. Mas, já se sabe, bom senso é coisa que falta a muita gente, não apenas a um árbitro. Basta ver como a sua decisão foi considerada acertada por quase toda a gente. Assim se mede a estupidez de uma espécie.
26 comentários:
Não me parece que faça qualquer sentido avaliar os lances de acordo com o "histórico" dos jogadores.
Cada jogo é um jogo, o James nunca agrediu ninguém mas contra o Feirense passou-se, o Zidane era um tipo calmo e na final passou-se.
E da mesma forma é errado o árbitro ir já condicionado a pensar "aquele Pepe é um animal" porque aí pode expulsá-lo em jogadas em que ele não merece.
Cada jogo é um jogo, para mim o árbitro deve tratar todos os jogadores da mesma forma e não pensar se já viram algum amarelo alguma vez na vida.
Recordo por exemplo a Supertaça Europeia, Porto-Milan onde o Seedorf merecia ser expulso e não foi porque nunca tinha sido expulso na carreira. Mourinho no fim desancou o árbitro e com razão.
E quanto a este lance, se a projecção inicial da perna é natural e fruto do lance, a trajectória final parece-me intencional por parte do Aimar. E refiro até, que não sei se tens estado atento, mas nos jogos com Guimarães e Académica Aimar teve entradas duríssimas a pés juntos que só não levaram vermelho porque, lá está, era o Aimar.
Não é por um gajo ter muitos bons pés que deixa de perder a cabeça de vez em quando.
Bom blog, venho cá com frequência. Antes de mais gostava de dizer.
Depois gostava de dizer que li o teu post antes de ver o video. Não vi o jogo nem vi o lance e sabia da polémica à volta mas ainda não tinha conseguido ver.
Sobre o post tenho uma pergunta:
Tu trabalhas para o CSI Linda-a-velha? É que essa análise não lembra a ninguém. Rotações e câmaras lentas e não controlo dos membros, calma lá...
Agora eu vi o video e a minha reacção foi: FODASSE!
Então o homem sofre uma falta, abre os braços a pedir a falta, ninguém marca nada. Ele vê a bola e entra a matar. Nem que não acertasse poderia ter levado vermelho directo.
Além disso nem acho que o árbitro tenha dado o vermelho pelo toque na coxa, mas sim pela entrada, a posição e reacção do árbitro são de quem vê a entrada e dá vermelho, não é pela meia rotação intencional e toque na coxa, isso é um granda filme.
Muito sinceramente só vejo o porquê da polémica porque é quem é... Agora o a equipa adversária não pode ser prejudicada por o Aimar ter o cadastro limpo e fazer voluntariado duas vezes por semana.
Acho que o bom-senso tem que ser e deve ser utilizado, mas nunca em entradas destas.
Um abraço e continuação de bons posts.
Depois de Rinaudo ter sido expulso em guimarães por jogar a bola (nem toca no adversário) qualquer entrada deste género é obviamente vermelho, nem merece qualquer discussão.
Nuno:
Vai à merda. Se este lance fosse com dois gajos da Premier League, ou o Liedson, ou o Pepe, ou Os tomates fossem do Busquets, era uma bárbara agressão, e os árbitros estão lá é para cumprir as leis do jogo.
Se fosse o Postiga, o Farnerud, o Pereirinha, o Aimar ou o Saviola, já era coisa de pessoas estúpidas e facilmente explicado pela física e biomecânica. És um fascista das opiniões do catano.
Concordo com a ideia, mas acho o exemplo extremamente infeliz. Certo, aimar não costuma ser maldoso. Certo, jogadores que não costumam ser maldosos deviam ter o benefício da dúvida na interpretação do lance. Mas só se houver dúvidas. Aqui não há dúvidas. O aimar acertou-lhe com a sola poruqe quis acertar, se não quisesse acertar a própria inércia o ia ajudar a evitar esse contacto.
Anónimo da Silva diz: "Não me parece que faça qualquer sentido avaliar os lances de acordo com o "histórico" dos jogadores."
Não estou a dizer que um jogador deva ser punido num lance em que não fez nada por costumar fazer, nem que não deva ser punido num lance em que fez apenas porque não costuma fazer. Estou a dizer que conhecer o "histórico" do jogador deve auxiliar o árbitro na interpretação dos lances.
De resto, como é que a trajectória é intencional? O Rui Duarte também teve intenção de dar meia-volta sobre o pé de apoio e pôr a coxa a jeito de levar uma patada? Claro que não. A trajectória, tanto do perna direita do Aimar como da perna direita do Rui Duarte são resultado do impacto. Como é que se pode falar em intencionalidade? O Aimar não estica a perna. A perna vai "solta", ele não interrompe o movimento para chegar com o pé à perna do Rui Duarte. Aliás, nem me parece que seja possível uma pessoa ter controlo na perna tão depressa após um impacto daqueles.
Ped Zimmerman, a entrada é normalíssima. É à bola, com o pé de lado. Não sei o que vês na entrada para achares que merecia admoestação.
Greenman, não sei o que uma situação tem a ver com a outra.
Pinto, os árbitros estão lá para ajuizar. Ajuizar pressupõe, de acordo com as leis de jogo, intepretar se um lance é infracção. O árbitro é um intérprete, não é um robot que executa ordens de acordo com um algoritmo. De resto, não me custa aceitar que um jogador que aprecio seja expulso por agredir quem seja. Um dos jogadores que mais admirava foi expulso várias vezes por se passar da cabeça. Falo do Pedro Barbosa. Acontece que o Aimar, neste lance, é expulso porque o árbitro (e a grande maioria das pessoas, já percebi) não sabe interpretar lances de futebol.
Rui Moreira, não há dúvidas como? Queres discutir as razões que apresentei para aquilo não ser intencional? Acertou-lhe porque quis porquê? O que é que te leva a crer isso? A própria inércia do Rui Duarte fê-lo dar meia-volta antes de conseguir recuperar o controlo da perna. Por que é que o Aimar teria de ser capaz de recolhê-la antes?
Pior do que um burro que não vê, é um burro que não quer ver! Eu nem sei se tu próprio acreditas naquilo que escreves, ou só escreves para te tentares convencer a ti próprio! Se fosse um lance normal, de um jogador que dá tudo num lance e a perna só continua o movimento feito para atacar a bola, a perna continuava na mesma direcção que tomou ao atacar o lance! O que acontece é que o Aimar quando chuta a bola a perna vai em frente, e acaba por agredir o colega de profissão com a perna aberta! Isto não é um movimento normal, muito menos inocente!
reparem antes da disputa de bola um gajo do olhao manda o aimar agressivamente ao chao..
ainda é mais evidente que o homem se passou momentaniamente..expulsao obvia.
esta explicaçao é para rir.
se fosse sobre o melhor medio do mundoLOL busquets era irradiaçao nao é?
Acho piada aos gajos que falam sobre a expulsão com tanta erteza e depois ouvem-se as declarações do Rui Duarte e percebe-se logo que não há qualquer justificação para a expulsão. aliás se atentarem na repetição, percebe-se que assim que o aimar percebeu que tocou no Rui Duarte tirou imediatamente o pé ao contrário do que fez por exemplo o Bruno César em Paços de Ferreira, mas enfim, cada um fica com a opinião que quiser.
Off topic: Nuno, hoje estou a ver um jogo do futebol australiano e encontrei uma equipa o Brisbane Roar que joga essencialmente no passe e desmarcação, com apoios constantes, sendo que a opção por construção de jogo é primeira opção em qualquer zona do terreno, com pouco recurso a lançamentos longos sem sentido na expectativa que caia alguma coisa é quase uma constante.
Defensivamente já não me parecem tão interessantes, embora por vezes a pressão após a perda de bola dê origem a recuperações no meio campo adversário.
Gostava que caso tivesses a oportunidade, tentasses ver um jogo deles, embora já tenha acabado a fase regular e portanto já só tenham mais 2 ou 3 jogos a realizar esta época e analisasses a forma de jogar. O jogador com mais técnica é um brasileiro de nome Henrique que curiosamente, ou talvez não, é o que privilegia menos o jogo colectivo.
Mas é refrescante ver uma equipa qe mesmo não tendo jogadores com grande capacidade de drible, mas que se preocupam em jogar bom futebol. Não sei é quem é o técnico deles.
Bcool973,
Podes ver aqui: http://www.zerozero.pt/equipa.php?id=28550&epoca_id=141
Vais-te surpreender com o treinador de GR deles ;)
Nuno,
Embora não concorde a 100% com algumas das tuas explicações, eu defendia que o Aimar deveria ter visto o amarelo e não o vermelho. E amarelo porque a entrada embora possa ser condicionada pelo choque não deixa de ter algum perigo.
David, eu tenho a infelicidade de presumir que dialogo apenas com seres humanos racionais. Como disse antes, talvez seja ingenuidade minha.
"Se fosse um lance normal, de um jogador que dá tudo num lance e a perna só continua o movimento feito para atacar a bola, a perna continuava na mesma direcção que tomou ao atacar o lance!"
Continuava na mesma direcção??? Experimenta dar um pontapé numa árvore a ver se a tua perna continua na mesma direcção. O movimento da perna direita do Aimar, tal como o movimento da perna direita do Rui Duarte, é o normal após o impacto.
"O que acontece é que o Aimar quando chuta a bola a perna vai em frente"
Vai em frente? Após o impacto, a perna do Aimar roda sobre a sua perna de apoio, acabando por atingir nesse movimento o Rui Duarte. A rotação não é tão acentuada como a do Rui Duarte, é um facto, mas ainda assim acontece. Tem sobretudo a ver com o apoio que os dois fizeram.
SportingSempre diz: "reparem antes da disputa de bola um gajo do olhao manda o aimar agressivamente ao chao..
ainda é mais evidente que o homem se passou momentaniamente..expulsao obvia."
SportingSempre, até admito que o Aimar tenha disputado a bola com mais agressividade por causa do lance anterior, mas a verdade é que o faz dentro da lei, com o pé de lado, na bola, sem qualquer intenção de magoar ninguém. Infelizmente, o seu pé foi embater na coxa do Rui Duarte após o choque, e acabou punido por isso. O amarelo já era excessivo. A expulsão é ridícula.
Este lance é em tudo idêntico àqueles lances em que um jogador, para proteger a bola, roda o tronco e acerta com o braço na cara do adversário. É inadvertido, e não deve ser punido por isso. Lembrem-se do lance do Pepe com o Fabregas, e lembrem-se do que o Fabregas disse, no final do jogo, apesar de ser com o Pepe, de quem se pode sempre suspeitar de intenções maldosas. São lances que acontecem, e é preciso distingui-los de lances maldosos. O Aimar tentou unicamente jogar a bola, e jogou-a unicamente. Nem sequer foi uma entrada perigosa. Na sequência do lance, não conseguiu controlar o pé e este foi bater na coxa do Rui Duarte. Isto acontece a toda a hora, e parece-me uma clara falta de bom senso aceitar sem discussão que um pé que toca num sítio inapropriado seja necessariamente uma agressão.
Mais grave que isto é que vieram para aqui pessoas a garantir que isto foi de certeza uma agressão, mas que garantem ao mesmo tempo que a entrada do Pepe sobre o Dani Alves na meia-final da Champions do ano passado (em que o Pepe entra com a sola, acerta no Daniel Alves, e ainda o vira) não foi. Isto é que é gente coerente. A falta de bom senso também é isto.
Bcool973, nunca os vi. Se os vir, depois digo alguma coisa.
Mike Portugal, eu não percebo o perigo que possa ter. O Aimar entra à bola, com o pé de lado. Claro que entra com força, e isso, com o impacto, fez com que o pé fosse depois bater na coxa do Rui Duarte. Mas isso é como qualquer lance em futebol. O Huntelaar fez um golo recentemente pela selecção em que cabeceou com toda a força uma bola que ia ser disputada com o defesa inglês. Resultado: fez golo e saiu K.O. do campo. O adversário também teve que ser assistido. Foi uma entrada perigosa? Claro que não. Mas não deixou de colocar em risco a sua saúde. Isto acontece a toda a hora num campo de futebol. São lances normais, sem qualquer maldade e sem qualquer perigo. De vez em quando, esses lances também provocam consequências indesejadas. Só isso.
"Experimenta dar um pontapé numa árvore a ver se a tua perna continua na mesma direcção." Muito bom! Acho que só fazendo este exercicio é que as pessoas se iriam convencer que o lance foi casual. Mas é realmente incrível que quase toda a gente acha que a expulsao foi justa. Parece que se está a explicar a regra do fora de jogo a uma gaja. Por mais que se explique nao percebem.
Iniesta de Mundet, é mesmo. Tal e qual.
Completamente de acordo com o post, Nuno. Alguém pensa que se tivesse tido agressão, com a dureza do impacto e lhe fincando os tacos, Rui Duarte não teria sofrido uma lesão grave? Queixou-se do pé -porque dobrou-se-lhe, ao chocar com a bola e o pé de Aimar, que chegou dantes-, mas não sofreu o menor dano pela acção do benfiquista.
E as declarações são mais que evidentes: "Todos desempenhamos nosso rol". Aimar o seu, eu o meu e o árbitro decide". Mais claro que o água clara.
É preciso ver que Rui Duarte não se aleijou! Ele ficou agarrado a canela (Aimar "atingiu" a coxa) e levanta-se logo sem precisar de assistencia, assim que o Aimar é expulso! Se o Aimar o tentou aleijar, então teria sido a pior tentativa de agressao já feita!
O B.César no jogo com o Paços, aí sim, deixou ficar o pé, e viu-se que aleijou o jogador do Paços. Deveria ter sido expulso nesse lance.
O que me parece é que o árbitro não errou propositadamente, o lance é dificil de analisar mas é preciso ter o minimo de bom senso futebolistico, o que a maioria dos arbitros não têm! Quem ja jogou futebol, nem que seja com os amigos, percebe que o a perna do Aimar depois do choque, e pela inercia inerente ao choque, volta para trás! O Rui Duarte tb teve um movimento identico! Isso é normal e ás vezes leva a que não tenhamos capacidade de controlar rapidamente os nossos movimentos de maneira a nao atingir o adversario. Se fosse mesmo para agredir o Aimar tinha esticado a perna para atingir a coxa do rui duarte com força e não flectindo a perna, como se ve nas imagens, fazendo roçar levemente na perna do rui duarte. Ok, mesmo roçar levemente no adversario com os pitõs pode alejar tb, mas acho que ninguem tenta aleijar dessa forma, pk se é para aleijar o adversario, entao que seja de uma forma que temos a certeza que o vmaos aleijar! Esta "agressao" do Aimar teria tudo para ser mal sucedida LOL
Se o aimar poderia ter feito algo mais para evitar o choque? Talvez poderia, não sei. O que sei é que é evidente que não tentou agredir. Foi uma infelicidade tanto para o Aimar como para o arbitro que analisou mal o lance. Nao acho nd que o arbitro tenha agido de má fé! Errou, mas vá, ate se compreende. Eu tava no estádio e tb tive dúvidas na altura!
Agora se duvidas ouvesse, leiam as declaraçoes do Rui Duarte acerca do lance!
Ele diz: «O árbitro é que tem que explicar essa situação. Eu joguei a bola, o Aimar vem por cima e o árbitro decidiu assim. Não me cabe a mim dizer se é lance para amarelo ou vermelho. Eu fiz o meu papel. Eu entrei por baixo, de lado. Ele entra por cima e o árbitro é que decide. Não sou eu que tenho de decidir. Estou aqui para jogar, disputámos a bola e o árbitro decidiu assim. Simplesmente fiz o meu papel, tal como o Aimar e o árbitro.»
Não é preciso ser um especialista para conseguir extrair das declaraçoes do Rui Duarte, que ele sabe que o Aimar não o tentou agredir. E se não perceberem pq concluiu isso, digam que eu explico ou então vão ler um pouco sobre psicologia e vejam as declaraçoes de jogadores, que efectivamente foram agredidos, a explicar o lance.
Explico se o autor do blog me deixar postar mais um testamento como este lol
PS: sou sportinguista, por isso pessoa mais imparcial que eu não pode haver. Quero sempre que o Benfica perca, e por goleada! :)
Ass: Bruno Gonçalves
ouvesse -> houvesse
desculpem o erro!
Joan Carles, o teu idolo e o Aimar, tbm naones grande exemplo de imparcialidade.
Nuno, esta tudo dito. Basta ver que continuas a defender a simulacao do Daniel Alves quando nem 2 minutos perderias no youtube para constatar a verdade; enfim...
Nuno, já o disse no meu cantinho e noutros blogs e repito aqui.
A expulsão de Aimar é injusta. Os dois jogadores batem na bola ao mesmo tempo e quem já jogou à bola e lhe aconteceu o mesmo sabe perfeitamente que a bola faz o efeito de mola e impulsiona a perna do jogador para trás. Infelizmente o "ressalto" da perna do Aimar fez com que batesse no Rui Duarte.
O problema é que isto só se vê na TV. No campo, na perspectiva do árbitro, em jogo corrido é perfeitamente aceitável que o árbitro tenha visto uma entrada para agressão.
O problema, a meu ver, não reside na expulsão que a compreendo mas sim no possível castigo que Aimar terá. Fosse o CD da Liga um conselho de disciplina a sério e Aimar não seria castigado pq as imagens mostram que não há intensão e foi uma casualidade de ambos os jogadores acertarem na bola ao mesmo tempo. A luta do SLB devia passar por aí mas, infelizmente, até agora nada falou sobre o assunto.
Na Premier League é frequente o CD lá do sítio não castigar jogadores por confirmar nas imagens q não houve agressão.
Admitindo que : (1) o historico de um jogador não invalida que possa ter uma entrada mais dura, e por isso deve ser castigado; (2) que, da posição onde estava, o árbito tenha visto o que pensou ser uma agressão, e por isso expulsou bem (na sua cabeça) o Aimar,
O Anónimo da Silva não deixa de ter TODA a razão na interpretação do lance. o chutarem em simultâneo a bola, a força cinética imprimida pelas pernas dos jogadores não é transferida (totalmente) para a bola, e é devolvida às pernas de ambos os jogadores, que têm por isso trajectória incontroladas, apósbo impacto. O lance é claramente involuntário porque o Aimar não teria possibilidade de "escolher" a trajectória da sua perna, tal como o jogador do Olhanense não poderia "escolher" não ricar 180 graus. Claro que, para perceber isto, as pessoas teriam de ter conhecimentos mínimos de FíSICA, o não acontece, na maior parte dos casos.
Além disso, a prova que Aimar tenta tirar o pé e não aleija o adversário é (1) depois de cair o jogador do
Olhanenese agarra-se ao tornozelo direito (do pé que chocou com a bola) e não à virilha esquerda..., (2) poucos segundos depois do lance, já está de joelhos a refilar com o Aimar, e não parece estar contorcer-se com dores na virillha...
Para quem tem dúvidas sobre o efeito da força cinética, sugiro faça a seguinte experiência: encoste uma bola de futebol a uma parede, e chute com toda força, para ver o que acontece à sua perna... Ou uma experiência ainda mais refinada: coloque um alvo a 1 metro de distância da bola, e tente acertar-lhe, na sequência de chutar a bola...
Se ficarem com dúvidas, mandem o caso para nós!
Estou a escrever no iPAD e não dá muito jeito... Desculpem os erros ortográficos no meu comentário anterior. Além disso, como deve ser evidente pela leitura do comentário, estou a dar razão ao Nuno, não ao Anónimo da Silva.
Abram a mente e vejam mais MYTHBUSTERS (em alternativa a uma licenciatura em Física...).
Na minha opinião o árbitro não tem nem deve saber se o jogador é bem comportado ou mal comportado, se tem histórico ou não, se conhece ou não o adversário e são amigos etc. Como elemento neutro que deve ser, deve sim avaliar aquilo que viu em poucos segundos e sem basicamente qualquer auxílio. O difícil aqui seria não expulsar o Aimar porque o que ele vê é um movimento anormal do pé do argentino a ir de encontro com o Rui Duarte. O resto é fisíca. Ainda que possa ter errado neste lance (o que não é claro) o Benfica perdeu porque não fez nada e nem concordo que o Olhanense tenha feito um jogo por ai além (nem em termos defensivos). Aliás o Benfica só se lembrou de jogar algo a partir da expulsão do Aimar porque até lá só em bolas paradas. Muito pouco para um ainda candidato ao título
Postiga, essa ideia de que o árbitro deve ser um elemento neutro é mais um lugar-comum que não faz sentido. Muitos dos lances em futebol (eu diria que a esmagadora maioria) carecem de interpretação, e não há algoritmos que algum dia possam substituir um ser humano. Nesse sentido, um árbitro é um intérprete, não um elemento neutro; é alguém que aplica um juízo, de acordo com as leis e de acordo com a situação em questão. Sendo um intérprete, e não um robot, tem de interpretar o melhor possível. Para isso, quanto mais souber, quanto mais ferramentas para o auxiliar tiver, melhor. Saber o histórico de um jogador pode por isso ser bastante útil. Seria, neste caso, como disse, para duvidar daquilo que, à primeira vista, lhe pareceram ser as intenções do Aimar.
Quanto ao resto, concordo, e disse-o no texto: a expulsão pouco ou nada teve a ver com o resultado, que reflectiu bem a inoperância ofensiva do Benfica em todo o jogo.
Já agora, e frisando que mantenho a opinião de que o histórico não deve contar para nada (bem como a opinião de que o Aimar podia ter evitado o contacto), parece que o histórico do Aimar não é assim tão idóneo, tendo inclusive já cuspido no Capdevilla.
Anónimo da Silva, e isso foi há quantos anos? E que idade tinha o Aimar na altura? E o que fez o Capdevilla antes? Tudo isso deve ser levado em conta. O Aimar não é nenhum santinho. Nem tem que o ser. Agora, desde que está em Portugal tem sido correctíssimo. Em todos os aspectos. E não era expulso por agredir alguém desde que jogava no Valência. Isso devia estar na cabeça dos árbitros. Eu, se fosse árbitro, a primeira coisa que me passava pela cabeça, na posição do João Capela, era pensar se tinha visto bem o que achava que tinha visto, era tentar encontrar uma explicação racional para ter visto um jogador correctíssimo agredir outro. E com alguns segundos de ponderação facilmente chegaria à conclusão do que realmente tinha acontecido.
Sempre que vejo alguma coisa estranha, a minha primeira reacção é tentar dar racionalidade à coisa. O problema do João Capela, e o problema dos árbitros em geral que estou a tentar denunciar, é não sentir estranheza com o que vê. Esse é o grande problema de qualquer intérprete: é não identificar o que é estranho e carece de interpretação. Os árbitros falham sobretudo porque acham que tudo é claro, que tudo os que os olhos vêem é o que aconteceu. Quando um árbitro erra, raramente se diz que interpretou mal o lance. Diz-se sempre que não viu. Mas aposto o que quiserem que em 90% das ocasiões o problema não é de má visibilidade, é de interpretação. Mais de 90% dos lances em que os árbitros erram são resultado de más interpretações do que acontece. O problema é que os árbitros nem têm consciência disso. Acham sempre que estavam muito longe do lance, ou que aquilo se processou a uma velocidade tal que dificultou a percepção. Estão enganados. Aquilo que eles deviam treinar não era o olhar, não era a capacidade física, a atenção. Nada disso. Deviam treinar era as suas faculdades interpretativas. Os melhores árbitros são aqueles que interpretam melhor o jogo.
Os meus parabéns, muito atrasados mas no momento possível, pela análise do lance. Começava a pensar que ninguém conseguia analisar este lance com seriedade.
Apenas discordo com o que "exige" ao árbitro. Acredito que ele tenha "visto" uma entrada para vermelho e ponto. Acresce aqui que o árbitro é benfiquista o que lhe limita de algum modo a capacidade de análise.
O que também ficou à vista foi a "qualidade" da comissão disciplinar, que com todas as condições para analisar o movimento decidiu aplicar 2 jogos de castigo ao Aimar.
Cumprimentos
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