Sou o primeiro a reconhecer que a sorte desempenha um papel muitas vezes decisivo numa partida de futebol, e sou também o primeiro a dizer que aquilo que muitas vezes parece competência tem muito mais a ver com sorte do que com outra coisa. Não é raro uma equipa dominar um jogo, fazer tudo bem feito, mas não ser capaz de marcar, e sofrer um golo por um escorregão, ou por um ressalto impróprio. Em futebol, a sorte é muitas vezes negligenciada, e é muitas vezes o factor chave no desfecho de um jogo. Como dou tanta importância à sorte, sempre acreditei num modelo de jogo que procurasse depender o menos possível das incidências da mesma. Esse modelo, está claro, passa necessariamente por ter mais tempo a bola, por jogar o mais curto possível, com os jogadores próximos, por abdicar da vertigem de um jogo de transições constantes, pela paciência, pela calma, pela frieza e pelo raciocínio. Em suma, um modelo que, nos dias que correm, o Barcelona de Guardiola tão bem põe em prática. E é sobretudo por acreditar que um jogo jogado nestas coordenadas se defende o melhor possível desse factor a que se chama "sorte" que discordo inteiramente das observações de José Mourinho no final da partida do passado fim-de-semana, que explicou o resultado do clássico dizendo que fora a sorte a ditá-lo.
Os argumentos de Mourinho dizem sobretudo respeito aos golos falhados por Ronaldo, quando estava 1-0 a favor dos merengues e quando estava 2-1 a favor dos catalães, e ao segundo golo do Barcelona. Não sei muito bem se faz sentido falar em sorte e não em aselhice ou em falta de pontaria, no primeiro caso. De qualquer maneira, justificar a derrota baseando-se em dois golos falhados, quando o Barcelona teve o triplo das oportunidades para marcar, não me parece que faça muito sentido. Sim, Ronaldo poderia ter feito o 2-0. Mas se Ronaldo falhou um golo que, no entender de Mourinho, faria com que a partida, com 2 golos de vantagem para os da casa, se tornasse diferente, minutos antes Casillas tinha livrado o Real do golo do empate, após lance de Messi. Se Mourinho falasse do falhanço de Ronaldo, mas se lembrasse da defesa de Casillas, a partida não ficava assim tão diferente quanto isso. Se Ronaldo falhou o 2-1, numa cabeçada a responder a um cruzamento, que por si só não é um lance de execução tão fácil como isso, quantos lances não tinha já o Barcelona tido para ampliar a vantagem? E se pode Mourinho justificar a derrota recorrendo a falhanços ofensivos, é legítimo ignorar que chegou à vantagem após um erro não-forçado do guarda-redes adversário? É engraçado que se justifique a derrota deste modo quando o único golo que se conseguiu se deveu unicamente a um lance infeliz do adversário, um lance em que não só há um mau passe a propiciar a recuperação da bola numa zona perigosa, como dois ressaltos que favorecem claramente os merengues. Enfim, por aqui me parece plausível sugerir que as observações finais de Mourinho não foram proferidas num total bem-estar digestivo.
Mas falemos do lance do segundo golo do Barcelona, lance que, no entender de Mourinho, determinou o resultado e que foi fruto unicamente da sorte. Disse Mourinho que não houve talento, que não houve competência, que não houve erros defensivos, que a bola entrou apenas porque a sua equipa teve azar. Bom, em primeiro lugar, não é nada certo que Casillas fosse capaz de defender o remate de Xavi, caso a bola não desviasse no defesa do Real, enganando-o. Mas o importante do lance parece-me estar antes do desvio decisivo em Marcelo. Esquece-se Mourinho, e esquecem-se aqueles que concordam com ele, de que o lance nasce após a insistência, tão habitual nos catalães, de entrar no bloco adversário recorrendo a tabelas curtas, colocando os jogadores próximos uns dos outros; esquece-se de que o alívio de Coentrão, que leva a bola até Xavi, é forçado pela excelência do lance em si, e que, sem esse alívio, Fabregas ficaria isolado na cara de Casillas; esquece-se de que a bola sobra para uma zona onde o Barcelona, pela forma como joga, tem constantemente superioridade numérica; esquece-se de que o Barça, nessa jogada, envolve 7 jogadores no processo ofensivo (Abidal, Fabregas, Iniesta, Alexis, Daniel Alves, Messi e Xavi), com 5 jogadores para lá da linha da grande área e outros 2, Messi e Xavi, logo à entrada dela; esquece-se, no fundo, de que tudo o que precede o desvio decisivo é fruto da excelência do modelo catalão, e é, por conseguinte, fruto de talento, competência individual e qualidade colectiva. Sorte? Sim, mas antes de haver sorte há todo um conjunto de condições que propiciam o aparecimento dessa sorte. Não é por acaso que os jogadores catalães parecem ganhar mais ressaltos que os outros, deixando jogadores como Fábio Coentrão com os nervos em franja. Jogam mais juntos, posicionam-se melhor, e, por arrasto, protegem-se melhor da contingência da sorte.
Outra das coisas que explica o sucesso catalão, e que explica também por que razão falar de sorte, neste caso, não é legítimo, é o que fez Valdés ao longo do jogo. O seu erro, na sua primeira intervenção, foi decisivo para o Real ganhar vantagem, mas nem por isso se atemorizou. Continuou a arriscar, a procurar os colegas, mesmo quando o passe envolvia perigos, porque desse risco depende muito do jogo catalão. Guardiola foi claro: prefere que Valdés insista em fazer aquilo, mesmo havendo a possibilidade de isso originar erros decisivos. E prefere que se cometam erros assim porque não o fazer implica comprometer todo o jogo da equipa. O Barcelona, mesmo oferecendo um golo dessa forma, não mudou a sua identidade; manteve-se fiel aos seus princípios e procurou jogar como sempre joga, sabendo que só assim é superior. O golo de Xavi e o domínio catalão dependeram desse tipo de insistência muito mais do que dependeram da sorte. A sorte criou-a o Barça, ao jogar como joga. Na primeira parte, não foi capaz de ser tão dominador como é costume, e errou muitos passes (embora mais por intranquilidade do que por acção do adversário). Mas a segunda parte foi avassaladora. Sorte? Pelo que aconteceu na segunda parte, sorte teve o Real de o resultado não ser mais expressivo e de a humilhação em sua casa não ter sido maior.
Os argumentos de Mourinho dizem sobretudo respeito aos golos falhados por Ronaldo, quando estava 1-0 a favor dos merengues e quando estava 2-1 a favor dos catalães, e ao segundo golo do Barcelona. Não sei muito bem se faz sentido falar em sorte e não em aselhice ou em falta de pontaria, no primeiro caso. De qualquer maneira, justificar a derrota baseando-se em dois golos falhados, quando o Barcelona teve o triplo das oportunidades para marcar, não me parece que faça muito sentido. Sim, Ronaldo poderia ter feito o 2-0. Mas se Ronaldo falhou um golo que, no entender de Mourinho, faria com que a partida, com 2 golos de vantagem para os da casa, se tornasse diferente, minutos antes Casillas tinha livrado o Real do golo do empate, após lance de Messi. Se Mourinho falasse do falhanço de Ronaldo, mas se lembrasse da defesa de Casillas, a partida não ficava assim tão diferente quanto isso. Se Ronaldo falhou o 2-1, numa cabeçada a responder a um cruzamento, que por si só não é um lance de execução tão fácil como isso, quantos lances não tinha já o Barcelona tido para ampliar a vantagem? E se pode Mourinho justificar a derrota recorrendo a falhanços ofensivos, é legítimo ignorar que chegou à vantagem após um erro não-forçado do guarda-redes adversário? É engraçado que se justifique a derrota deste modo quando o único golo que se conseguiu se deveu unicamente a um lance infeliz do adversário, um lance em que não só há um mau passe a propiciar a recuperação da bola numa zona perigosa, como dois ressaltos que favorecem claramente os merengues. Enfim, por aqui me parece plausível sugerir que as observações finais de Mourinho não foram proferidas num total bem-estar digestivo.
Mas falemos do lance do segundo golo do Barcelona, lance que, no entender de Mourinho, determinou o resultado e que foi fruto unicamente da sorte. Disse Mourinho que não houve talento, que não houve competência, que não houve erros defensivos, que a bola entrou apenas porque a sua equipa teve azar. Bom, em primeiro lugar, não é nada certo que Casillas fosse capaz de defender o remate de Xavi, caso a bola não desviasse no defesa do Real, enganando-o. Mas o importante do lance parece-me estar antes do desvio decisivo em Marcelo. Esquece-se Mourinho, e esquecem-se aqueles que concordam com ele, de que o lance nasce após a insistência, tão habitual nos catalães, de entrar no bloco adversário recorrendo a tabelas curtas, colocando os jogadores próximos uns dos outros; esquece-se de que o alívio de Coentrão, que leva a bola até Xavi, é forçado pela excelência do lance em si, e que, sem esse alívio, Fabregas ficaria isolado na cara de Casillas; esquece-se de que a bola sobra para uma zona onde o Barcelona, pela forma como joga, tem constantemente superioridade numérica; esquece-se de que o Barça, nessa jogada, envolve 7 jogadores no processo ofensivo (Abidal, Fabregas, Iniesta, Alexis, Daniel Alves, Messi e Xavi), com 5 jogadores para lá da linha da grande área e outros 2, Messi e Xavi, logo à entrada dela; esquece-se, no fundo, de que tudo o que precede o desvio decisivo é fruto da excelência do modelo catalão, e é, por conseguinte, fruto de talento, competência individual e qualidade colectiva. Sorte? Sim, mas antes de haver sorte há todo um conjunto de condições que propiciam o aparecimento dessa sorte. Não é por acaso que os jogadores catalães parecem ganhar mais ressaltos que os outros, deixando jogadores como Fábio Coentrão com os nervos em franja. Jogam mais juntos, posicionam-se melhor, e, por arrasto, protegem-se melhor da contingência da sorte.
Outra das coisas que explica o sucesso catalão, e que explica também por que razão falar de sorte, neste caso, não é legítimo, é o que fez Valdés ao longo do jogo. O seu erro, na sua primeira intervenção, foi decisivo para o Real ganhar vantagem, mas nem por isso se atemorizou. Continuou a arriscar, a procurar os colegas, mesmo quando o passe envolvia perigos, porque desse risco depende muito do jogo catalão. Guardiola foi claro: prefere que Valdés insista em fazer aquilo, mesmo havendo a possibilidade de isso originar erros decisivos. E prefere que se cometam erros assim porque não o fazer implica comprometer todo o jogo da equipa. O Barcelona, mesmo oferecendo um golo dessa forma, não mudou a sua identidade; manteve-se fiel aos seus princípios e procurou jogar como sempre joga, sabendo que só assim é superior. O golo de Xavi e o domínio catalão dependeram desse tipo de insistência muito mais do que dependeram da sorte. A sorte criou-a o Barça, ao jogar como joga. Na primeira parte, não foi capaz de ser tão dominador como é costume, e errou muitos passes (embora mais por intranquilidade do que por acção do adversário). Mas a segunda parte foi avassaladora. Sorte? Pelo que aconteceu na segunda parte, sorte teve o Real de o resultado não ser mais expressivo e de a humilhação em sua casa não ter sido maior.
15 comentários:
"Esse modelo, está claro, passa necessariamente por ter mais tempo a bola, por jogar o mais curto possível, com os jogadores próximos, por abdicar da vertigem de um jogo de transições constantes, pela paciência, pela calma, pela frieza e pelo raciocínio."
Embora concorde contigo que é mais seguro fazer este tipo de jogo, se vires bem, no passado, muitas equipas Italianas não precisavam de ter muita posse de bola para ganhar jogos de uma forma sistemática. Se uma equipa souber jogar no erro do adversário (e mais importante, souber provocar o erro no adversário), pode ser um método de jogo igualmente eficaz.
"Não sei muito bem se faz sentido falar em sorte e não em aselhice ou em falta de pontaria, no primeiro caso."
É mesmo aselhice. Mas depois aqui entra outra factor, que é o estado anímico de quem falha e o estado anímico de quem não sofre. Isto influencia muito um jogo.
No entanto, nota-se que a equipa do Barça está a milhas de outras qualquer e o Real não tem equipa para eles ainda. Veremos é se se aguentam contra as equipas mais pequenas, pois um campeonato não se faz contra os grandes. O Real tem os mesmos pontos e 1 jogo a menos. Se o ganhar fica novamente a 3 pontos. Pode ser uma margem importante. Como já disse noutros blogs, faltam jogadores cerebrais no meio-campo do Real, pois são todos atletas, bons tecnicamente, mas pensar, tá quieto.
Mourinho, como não conseguiu obter uma vitória em campo, tenta agora obter uma vitória moral, não se apercebendo que elas não dão pontos nem ganham troféus. Talvez para tranquilizar os adeptos que acabaram de ver a equipa perder em casa com o grande rival, não sei. A única coisa que sei é que o Barça jogou melhor, muito mais paciente e esclarecido, sem precipitações. O Real foi uma equipa demasiado "típica", incapaz de perceber que não é a jogar como jogam tantas outras equipas que se trava e leva de vencido o Barça.
Pergunto-me agora quando é que os treinadores de futebol no mundo inteiro abrem os olhos e reconhecem que o futebol do Barça é a evolução natural do futebol e que não depende apenas e só da capacidade técnica dos jogadores, deixando finalmente o estado de negação em que se encontram.
Mike Portugal diz: "Embora concorde contigo que é mais seguro fazer este tipo de jogo, se vires bem, no passado, muitas equipas Italianas não precisavam de ter muita posse de bola para ganhar jogos de uma forma sistemática."
Sim, no passado.
"Veremos é se se aguentam contra as equipas mais pequenas, pois um campeonato não se faz contra os grandes."
Mike, tens visto os jogos do Barça e do Real? O Barça, mesmo nos jogos em que perdeu pontos, foi sempre dominador, e podia ter ganho qualquer um deles facilmente. Contra o Getafe, em que perdeu, tem uma bola no poste no último minuto, um penalty não assinalado um minuto antes, etc. Contra o Sevilha, criou perto de 20 boas oportunidades e só um milagre fez com que o jogo terminasse 0-0. Contra o Bilbao, num campo alagado, difícil de jogar, o Barça foi ainda assim superior. O Real, contra vários adversários, tem tido bastantes dificuldades, e ganhou jogos que não merecia. Contra o Valência, levaram um tratamento. E só uma distracção colectiva no primeiro golo e um erro do guarda-redes, no terceiro permitiram ao Real a vitória. Com o Atlético de Madrid, jogaram 75 minutos contra 10. Nos primeiros 15, estavam a perder por 1, podiam estar a perder por mais, e estavam a ser completamente dominados. O campeonato ganha-se contra os pequenos, claro, e é verdade que o Barcelona até tem perdido mais pontos com os pequenos, mas contra os pequenos o Barcelona continua a ser muito superior ao Real. Muito.
La Palice, não sei. Acho que é preciso o Barcelona continuar a ganhar coisas durantes mais uns anos para quebrar de vez certas mentalidades.
Nuno, acho que o facto de não teres comentários em quantidade relativamente a este post demonstra que já há mentalidades que começam a quebrar face à evidência da superioridade desta nova era do futebol preconizada pelo barcelona de Guardiola.
A criatividade colectiva, orgânica do Barcelona é um conceito novo mesmo teóricamente,. A criatividade sempre foi associada ao individuo ou a deuses, nunca foi um conceito aplicado ao coletivo. e este barça tem-na. através do treino, sistematização, noção do funcionamento do todo e das partes pela parte dos individuos gerou-se a um segundo nível uma consciÊncia coletiva que pode ser exemplificada peor lances tipo o do Muller ou pelos bloqueios posicionais que abrem tuneis virtuais e permitem raides individuais de messis e outros criando novos posicionamentos e novas regras e novas possibilidades de soluções.
Tirando o Helder Potiga (embora concorde que é mais e melhor jogador e mais util que um liedson)sou gémeo teu na filosofia . eh eh
Como escreves muito bem, gostaria que um dia abordasses os bloqueios que o barça faz para encetar o ataque posicional e reposicionar o centro do jogo mais à frente, sucessivamente ). explicando: Por exemplo, à entrada do meio campo adversário, o xavi endossa para o iniesta, que recebe a bola de costas para a baliza adversária e marcado por trás. o iniesta devolve ao xavi, ligeiramente mais para o lado e para a frente e roda, "marcando" marcando o defesa dele e do xavi, abrindo um novo espaço, mais à frente para o primeiro. e assim sucessivamente vão posicionando ou desposicionando a equipa adversária, montando tenda, definindo o localonde as trincheiras do oponente ficam, esticando ou comprimindo a distancia entre linhas destes. este é só um dos vários momentos de jogo que o barcelona aplica que fazem parte do rol de soluções colectivas que lhes permitem em determinadas situações estabelecerem-se. creio que este género de marcação está ainda por detrás das recuperações de bola que o barça faz no meio campo adversário. referi um exemplo com a bola, mas a equipa funciona no seu todo assim, ao mesmo tempo. ficando sempre com espaço na primeira linha de construção onde qualquer bola perdida ou ressalto é sempre recuperada. desculpa lá o português utilizado. estas caixas de texto não são muito amigas de gente que gosta de escrever :)
Nuno B. diz: "acho que o facto de não teres comentários em quantidade relativamente a este post demonstra que já há mentalidades que começam a quebrar face à evidência da superioridade desta nova era do futebol preconizada pelo barcelona de Guardiola."
Nuno, não sei. Acho que se deve mais ao facto de o Barcelona continuar a ganhar. Creio que, no dia em que o Real ganhar um jogo ao Barça, voltam em massa as ideias contrárias.
Sobre os bloqueios, não sei se percebi aquilo a que te referes. Importas-te de explicar um pouco melhor. Acho que, de facto, a ideia de levar o centro de jogo, a pouco e pouco, cada vez mais para perto da área adversária, é uma coisa que a equipa faz na perfeição. Não sei se percebo é o método com que o fazem, que estás a descrever.
De resto, obrigado pelos elogios. Mas atenção, eu não acho o Postiga o melhor do mundo. Acho é que é bom, bastante bom até para os pontas-de-lança portugueses que houve no passado, e acho absurda a campanha contra ele.
Acho que não há ninguem que não reconheça mérito ao Barça e uma inacreditável superioridade em relação às demais equipas. O que eu acho é que muitos acham (e parece-me bem) q o Barça actual é uma junção da táctica com os jogadores perfeitos. Iniesta, Xavi e Messi são perfeitos na aplicação da táctica do Barça. E quando a táctica não resolve lá aparece o génio de Messi. Não é à toa que até no Entre10 Xavi, Iniesta e Messi são considerados os melhores do mundo. É lógico que se questione se sem eles será q o Barça seria tão forte como é?
Eu acho que não. Acho que o Barça ficaria muito mais próximo das restantes equipas e perdia mais vezes o que faria com q a táctica fosse mais vezes posta em causa.
Nuno é uma pena o Manchester não poder emprestar o Rooney ao Arsenal, por um dia ...
Boas.
Antes de mais, em Espanha a minha equipa preferida é o Real Madrid, mas este Barça está num patamar muito superior a qualquer equipa actual.
Realmente o Mourinho, que continua a ser um muito bom treinador, não sabe de que forma consegue ganhar a este barça. Talvez precise de ver uns jogos do Valência para ver como é que pode, até certo ponto, ombrear com a qualidade de jogo deste Barcelona.
Já agora podemos ver um vídeo interessante aqui: http://www.youtube.com/watch?v=769Lp70Buao
O futebol está a conhecer um novo paradigma e que só irá ser mais global quando os clubes se mentalizarem que a passagem para um nível superior só pode ocorrer na formação dos jovens jogadores - privilegiar a inteligência e a táctica ao invés da busca cega de jogadores fisicamente perfeitos (altos, rápidos, fortes e maus)- o que não significa que estes também não possam ser do calibre de Xavi/Messi e companhia. Bem como será importante também melhorar a qualidade de muitos dos treinadores, em termos de treinos como na capacidade da gestão de recursos humanos.
PS. Gostava que fizesses, se possível, um balanço a esta primeira fase do campeonato português, fazendo uma pequena análise aos principais clubes (Benfica, Porto, Sporting, Braga e Marítimo)e de que jogadores te têm chamado à atenção.
Desde já um grande abraço.
Pedro, esse argumento, já to disse várias vezes, é um bocado absurdo. Claro que, sem os 3 melhores jogadores da equipa, a equipa fica mais fraca e perde mais vezes. Mas não é assim com qualquer outra equipa? Tira o Ronaldo, o Xabi Alonso e o Ozil ao Real para ver o que acontece. O que acontece é que a própria maneira de jogar protege a equipa da necessidade da inspiração individual. Vê os jogos do Barcelona e vais ver que não há um único jogo, por pior que corra, em que eles não criem 5 ou 6 boas oportunidades de golo. Mais nenhuma equipa do mundo o consegue. O Real, por exemplo, tem ganho jogos sem criar mais do que 1 ou 2 oportunidades. E isso é mérito do que a equipa do Barcelona faz colectivamente.
MM, não sei o que o Rooney faria no Arsenal. Nem sequer sei em que lugar jogaria. Na posição do Van Persie parece-me difícil. Mas acho que não percebi bem o que querias dizer.
Arrenka, talvez o faça antes do final do ano. Não sei se tenho muita coisa útil para dizer, mas fica a sugestão. Obrigado.
Nuno,
O argumento do Pedro não é completamente descabido, talvez exagerado. Eu por mim, queria ver o Barcelona sem o Messi durante uma época (podiam lá ficar todos os outros), para ver se conseguia ganhar tantos jogos. É que o Messi desbloqueia muita coisa.
O Mourinho já ganhou muitos trofeus sem ter o Ronaldo na equipa e sem ter, necessariamente, os melhores jogadores do campeonato onde jogava.
Mike Portugal, e o que é que o Messi desbloqueia quando joga pela selecção argentina? Não achas que a diferença de rendimento tem sobretudo a ver com aquilo que o modelo do Barça possibilita ao Messi? Fala-se muito do que o Messi faz individualmente, mas esquece-se do quão importante é o colectivo do Barcelona nas acções individuais do Messi.
Para ter a certeza nada melhor do que ele não jogar lá 1 época ;)
Mas não é nesse prisma q eu falo da qualidade dos jogadores. Claro que qqr equipa do mundo ressente-se se ficar sem os seus três melhores jogadores. O que eu digo é que os três do Barça, Messi, Iniesta e Xavi são perfeitos para aplicar a táctica q o Barça faz. O q eu acho é que com outros jogadores o Barça não seria tão forte. Mesmo que fossem Ronaldo, Kaka etc...acho que é uma mescla única. Q dificilmente se repetirá.
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