quinta-feira, 13 de maio de 2010

Certezas (18)

Apareceu este ano a jogar regularmente, desde o início da época, sendo aposta incondicional do seu treinador, ao contrário de certos jogadores consagrados, que tiveram de penar bastante. Enquanto Luca Toni, Miroslav Klose, Bastian Schweinsteiger e Franck Ribéry, sobretudo, tiveram dificuldades em agradar a Louis Van Gaal, este jovem foi uma aposta firme, primeiro numa das alas e depois no centro do terreno, como médio de ataque que ligava o meio-campo ao ataque no 4231 do holandês. É verdade que Van Gaal é dado a caprichos, mas não será menos verdade que de alguma maneira este miúdo o terá impressionado desde muito cedo. Em mim, desde o primeiro momento em que o vi jogar, fez-me sentir uma natural empatia. A sua inteligência e a sua maturidade, raríssimas num jogador com a sua idade, sobretudo atendendo aos excelentes atributos técnicos de que é dotado, foram as coisas que mais me prenderam a atenção. Achei-o, desde logo, extraordinariamente criativo, capaz de inventar soluções de passe com facilidade, um jogador que, embora muito bom a nível técnico, raramente optava por partir para cima dos seus opositores, que procurava apoios próximos, etc. Com a diferença óbvia no tamanho, pareceu-me um jogador extraordinariamente semelhante a Bruno Pereirinha, quer pelo próprio estilo, quer essencialmente pela forma de pensar e perceber o jogo. Na altura, jogava como extremo mas, tal como sempre vaticinei em relação ao jovem leão, era no meio, como médio de ataque, que me parecia que o seu potencial melhor podia ser explorado. A sua simplicidade, aliada às facilidades técnicas que possuía, permitia, a meu ver, que pudesse jogar metido entre as linhas adversárias, conferindo ao futebol da sua equipa uma solução vertical constante. Van Gaal, creio, percebeu isso mesmo. E estou em crer ainda que o futebol do Bayern se revolucionou para melhor desde que este jovem alemão passou a jogar como médio-ofensivo, jogando nas costas do ponta-de-lança e sempre como apoio vertical ao médio portador da bola. Tem ainda, para além desta influência clara, a capacidade para, aproximando-se das linhas, servir de apoio lateral quando o jogo é conduzido pelas faixas, criando situações de superioridade numérica nessas zonas do terreno. É, no fundo, no modelo de Van Gaal, o jogador responsável pela formação de triângulos nas zonas com maior densidade de adversários e, por isso, o jogador mais importante da equipa no momento da construção ofensiva e a peça mais difícil de substituir no onze do holandês. O futebol do Bayern melhorou significativamente na segunda metade da temporada, consolidando-se. Melhorou sobretudo ao nível da construção ofensiva, sendo agora uma equipa muito personalizada. A principal razão, penso, para que isso tenha acontecido, foi precisamente a aposta neste jogador nesta posição. Numa altura decisiva da época, depois de ter sido pré-convocado para a selecção alemã para o mundial da África do Sul, de ter ajudado o Bayern a sagrar-se campeão e dias antes da primeira de duas finais importantíssimas para o seu clube, não queria deixar de reconhecer o extraordinário valor de Thomas Müller.

9 comentários:

Riga/V-1-Boy disse...

comcordo e 1 jogador que me surpreendeu mt

Miguel disse...

sim, mas o pereirinha é melhor, não?!

Unknown disse...

Thomas Muller é muito bom, mas extraordinário é Van Gaal. De um Bayern condenado à eterna chacota de ter (de longe) o melhor plantel da Alemanha e não ganhar coisa nenhuma, construiu uma excelente equipa, acabando com os "lugares cativos". Principalmente os sobrevalorizados Klose, Toni e Schweinsteiger (sobretudo este). Vamos ver se Van Gaal integra o Kroos (o jovem mais badalado da Alemanha de há uns anos para cá) no plantel ou se é mais um dos "sobrevalorizados".

TAG disse...

Dizem que o Kroos e o outro central que lá andam também têm futuro.

Assim do nada o Bayern pode vir a ganhar tudo este ano! LOL

TAG disse...

O central é o Badstuber

Blogger disse...

Como explicar a não afirmação - de uma forma definitiva - do Pereirinha e do Djaló

Será que num clube como o FCP ou o Braga teriam um desempenho mais constante e positivo

Blogger disse...

E já agora, será que o Sporting deveria dar uma oportunidade ao Fábio Paim (como já li num forum)

Nuno disse...

O Kroos não conheço. O Badstuber vi pouco. Parece-me bom, mas não extraordinário.

Quanto ao Pereirinha, não tenho dúvidas de que tem um potencial enorme. Precisa apenas que lhe dêem oportunidade de jogar regularmente. Quanto ao Fábio Paim, parece-me que a cabeça nunca ajudou. Poderia ter tido um acompanhamento melhor e ter sido mimado de outra forma. Pareceu-me sempr que o Sporting desistiu cedo demais dele. Mas agora já é muito difícil voltar atrás.

El Niño disse...

Também fiquei impressionado com o Muller, um jogador muito inteligente, sóbrio e tecnicamente muito completo. Por razão da transmissão de alguns clássicos do campeonato do mundo na SportTV, sempre que vejo a Alemanha dos 80's este Muller faz-me lembrar o Rumennigge, com as devidas diferenças do futebol da época.