segunda-feira, 7 de abril de 2008

Melhor o resultado...

Na jornada que consagrou o “tri-campeão”, nem só os adeptos portistas têm razões para se sentirem felizes. Depois dos tropeções dos “Vitórias” e posteriormente do rival da segunda circular, os sportinguistas não só levaram o Braga de vencida como recuperaram Djaló.

O jogo começou da forma esperada, com um Braga recuado, apostando principalmente na capacidade de luta dos seus jogadores para suster o ímpeto ofensivo leonino. Carlos Fernandes e Rodriguez destacavam-se no sector defensivo: o português pela forma inteligente como fechava o flanco e iniciava os lances de ataque do Braga – quase sempre com uma solicitação em Matheus - o sul-americano na maneira como fechava os espaços, cortando várias linhas de passe.
Não conseguiu ter bola a equipa minhota, mas, apesar disso, conseguiu criar dois lances perigosos, sempre pela ala esquerda, com Linz a revelar-se muito perigoso (aquele toque de calcanhar...).

Mas foi na desorganização do meio-campo bracarense que surgiu o ascendente, ainda que tímido, da equipa leonina. Com Brum sozinho a pensar o jogo, - Contreras e Vandinho apenas se destacavam pela agressividade - a equipa arsenalista perdia demasiadas bolas, facilitando a tarefa à equipa leonina.

Do lado do Sporting, destaque, mais uma vez, para Farnerud. Não gostam do sueco, mas a verdade é que Pontus pensa e executa com grande qualidade. No meio-campo leonino foi o único a conseguir dar “traço” ao jogo da equipa de Alvalade. Com Moutinho escondido a “dez”, e Veloso a definir as suas acções mais vezes mal do que bem, tornando o jogo leonino muito confuso, eram o sueco e Izmailov que iam criando as soluções mais conseguidas do futebol verde-e-branco: o sueco através dos seus passes verticais, solicitando de forma soberba os avançados leoninos, e o russo com importantes movimentos verticais.

Com o primeiro golo (muito bem Liedson – por que é que ele não faz sempre “aquilo”, em vez das habituais tentativas, frustradas, de remate ou drible? –) apareceram, em bom estilo, os avançados, Liedson e Djaló. Logo após a obtenção do primeiro golo, surgiu o segundo, com mais uma excelente combinação entre o duo da frente.

Aqui um pequeno parêntesis: tem sido frequente neste espaço criticar o futebol de Liedson, defendendo que um avançado tem de ser, forçosamente, muito mais que o jogador do último toque. Defendemos que um avançado, como qualquer outro jogador, tem de compreender o que é melhor para a equipa em cada momento. Seja um toque para o lado, ou para trás, seja a opção de rematar, ou fintar, um jogador tem de compreender qual a melhor opção para a equipa. Não embarco no velho dogma que defende que um avançado, para ser útil, tem de ser egoísta. Liedson, sem fazer qualquer golo, fez dos melhores 45 minutos que já o vimos fazer. Infelizmente, na segunda parte, voltou ao seu estilo habitual.

Veio o intervalo e também um Braga mais atrevido. Jaílson, no lugar de Vandinho, mexeu com o jogo bracarense. Deu mais profundidade, assim como mais capacidade ofensiva. Valeu ao Sporting, nos momentos de maior aperto, Patrício, a barra, e Bruno Paixão (aquele golo foi anulado porquê?). O clube de Alvalade voltou a manifestar dificuldade na gestão da posse de bola. Daí não ter conseguido cruzar os últimos 45 minutos sem sobressaltos. Só nos últimos minutos, já com Pereirinha em campo, é que logrou ameaçar novamente a baliza minhota. Pereirinha, com dois remates perigosos, assim como uma excelente jogada de Farnerud, que provavelmente só não deu golo porque o Levezinho optou pelo remate, em vez de lhe devolver o esférico, foram os lances mais perigosos da equipa lisboeta no segundo tempo.

No fundo, uma vitória que se aceita, mas não por estes números. O Braga pagou a factura da pouca ambição demonstrada no primeiro tempo. Mas não é só nos aspectos ofensivos que a equipa de Machado merece reparos. A equipa é mal organizada nos processos defensivos, e nem o facto de jogar num bloco baixo consegue disfarçar este factor.

Do lado do clube leonino, destacar a incapacidade em circular a bola entre os seus sectores, sem o fazer em nítido esforço. O futebol sportinguista é confuso e vive apenas de momentos individuais e da inspiração, aleatória, dos jogadores. A sua organização defensiva, prejudicada por erros individuais (Abel tem sido simplesmente horrível na maneira como fecha o lado direito), e pela incapacidade da equipa em manter a posse de bola, expondo-se em demasia às iniciativas dos adversários, tem sido muitas vezes colocada em causa.

Depois, existe a velha questão dos avançados. À excepção de Derlei, e do inoperante Purovic, os avançados leoninos são, acima de tudo, jogadores explosivos, que não se destacam pela forma como conseguem segurar o esférico. Esta debilidade veio a tornar-se decisiva, de forma negativa, de diferentes formas, e em diferentes momentos: numa primeira fase, porque o losango leonino abriu em demasia, e neste caso era importante que os avançados soubessem contemporizar e assumir um maior protagonismo na gestão da posse de bola. Como isto não sucedia, a equipa ficava demasiado dependente das transições feitas através das alas, ficando sem apoios para variar o jogo de forma sustentada e segura. Numa fase posterior, a ineficácia dos avançados leoninos em segurar o esférico, veio-se a revelar contraproducente para o estilo de jogo quer de Veloso, que de Adrien. Ambos são jogadores com uma grande apetência ofensiva, e que baseiam as suas actuações numa grande mobilidade. Isto vai retirar ao jogo leonino apoios, pois muitas vezes estes jogadores, ao envolverem-se directamente na condução dos processos ofensivos, não conseguem criar apoios recuados. Desta forma, era importante que os avançados recuassem, criando superioridade, propiciando desta forma um maior número de apoios ao portador da bola. Sem um jogador como Custódio, o futebol leonino fica sem uma saída de emergência, ficando desta forma comprometida a possibilidade de descongestionar o jogo de forma segura. Daí a nossa insistência: Por que não Farnerud a trinco?

9 comentários:

filipe disse...

Concordo, na globalidade, com a leitura feita ao jogo - embora me custe falar de justiça num jogo com estas características...

Sobre Farnerud, já manifestei a minha concordancia de que se trata de um jogador forte em posse e com características fortes no jogo posicional, existindo um exagero claro naquilo que sobre ele é dito. No entanto, mantenho - e creio que foi visível isso mais uma vez neste jogo (não desfazendo o seu jogo positivo) - que é um jogador com características pouco adequadas a actuar num dos lados do losango. Tem dificuldade em actuar junto à linha, aparecendo mais no apoio à construção. E é um jogador com francas dificuldades na transição defensiva por ser lento a recuperar (essa lentidão na recuperação foi um mal do meio campo do Sporting no segundo tempo que, juntamente com erros na construção e outros de abordagem individual justificou o descalabro defensivo nos primeiros 15 minutos da segunda parte). Aí concordo que poderia ser experimentado numa função mais posicional, por exemplo trocando com Veloso. O que também não compreendo é como se põe em causa as qualidades de Veloso para a primeira fase de construção onde, na minha opinião, tem uma qualidade impressionante. Não é um pivot estático como Assunção, Makelele ou Custódio, mas não vejo que isso possa ser forçosamente um problema. Ainda assim, e voltando à sugestão sobre Farnerud, parece-me que poderia fazer perfeitamente a troca de funções com o sueco, actuando como médio de transição onde penso que se adaptaria bem.

Outra apreciação habitualmente controversa é sobre Liedson. Concordo que não é um jogador temível em velocidade, drible ou mesmo no remate de fora da área. Percebo até (e penso que vem daqui a principal critica feita) que é um jogador que compromete muitas vezes a posse de bola da equipa porque acumula muitas perdas. No entanto, um jogador que actua na posição dele não precisa de dar seguimento a todas as jogadas, desde que seja, como ele é, determinante em meia dúzia de lances. É um jogador fortissimo nas movimentações, quer fora, quer dentro da área e isso é meio caminho andado para se ter sucesso como ponta de lança (é por exemplo, aqui que Makukula se revela profundamente básico). Depois junta a tudo isso uma entrega notável, sendo um elemento perturbador em todos os momentos do jogo para as defesas contrárias. É uma mais valia inquestionável, na minha opinião...

Abraço

Gonçalo disse...

Filipe, sou um grande apreciador das caracteristicas do veloso, e já o defendi aqui. Todavia, ele nem sempre utiliza todas as qualidade que possui da melhor forma. Ou seja, ele em muitos lances decide mal, porque insiste em zonas congestionadas, em vez de girar a bola até zonas menos preenchidas. A este facto acumula alguns erros posicionais- por exemplo: por vezes dfende mt dentro da área, quando se pedia que ele ocupasse a zona da meia-lua, o ideal era ter imagens de alguns jogos para exemplificar o que estou a explicar, mas não não me é possivel de momento fazê-lo.

Qt ao Liedson eu admito que ele não seja mau a finalizar, assim cm aceito que ele seja um avançado "chato". O que não aceito é que apregoem que se não fosse ele o Sporting não ia a lado nenhum. Por exemplo: o ano passado se tivessem-no vendido, em vez de Deivid, as probabilidades do Sporting alcançar o titulo teriam aumentado significativamente. Porque na minha opinião( infelizmente na altura ainda não tinha o blog, para defender na blogosfera esta minha perspectiva) Deivid é melhor avançado do que o levezinho. Segura melhor a bola, remata melhor, tabela melhor, passa melhor, etc. Apenas não é tão vistosos cm liedson, nomeadamente na conquista da bola.
Resumindo, acho que o Sporting tem os piores avançados dos três grandes( à execpção de Vukcevic, Djaló neste momento ainda é demasiado parecido com o Liedson). Liedson, purovic, e tiuí, são piores do que lisandro, farias, postiga, cardozo, nuno gomes.

Qt à justiça do resultado... Compreendo o que queres dizer, mas é apenas uma critica á falat de ambição do Braga(pelo menos na primeira parte).

Um abraço.

Nuno disse...

Em relação ao Veloso, o Gonçalo disse tudo o que era preciso. Ele é bom, Filipe, como dizes, mas ultimamente tem falhado em coisas que não costumava falhar, nomeadamente a nível posicional e, com posse, em decisões mal tomadas.

Em relação ao Liedson, não dizemos que ele é péssimo. Dizemos é que não é o que dizem dele. É verdade tudo o que dizes, mas, para nós, um avançado não pode perder tantas bolas como ele perde, tomar tantas más decisões como ele toma e prejudicar tanto o jogo em posse quanto ele prejudica. Tu dizes que ele compensa com o resto. Eu não concordo. A não ser que fosse como o Jardel, que garantisse mais de 30 golos por campeonato, a compensação é pouca para os estragos que provoca. Em relação ao defender aguerridamente, acho isso tão pouco importante que nem sequer é uma mais-valia da parte dele. Um jogador deve ser aguerrido em colectivo, isto é, nas alturas certas. Ir a todas as bolas como ele vai é apenas fogo de vista. Em comparação com Lisandro, que é um jogador do tipo de Liedson, irrequieto, chato, rápido, ágil, com muito bom sentido de baliza e instinto, Liedson fica claramente a perder. E porquê? Porque é muito mau com bola. É a única diferença, e faz toda a diferença. É por acharmos que as tomadas de decisões são o que de mais importante há no futebol que achamos o Liedson banal.

Quanto ao Farnerud, acho que há um preconceito generalizado em relação ao 442 losango. Nesta táctica, os interiores são médios-centro e não alas. Têm responsabilidade primordial preencher espaços centrais. O Maniche e o Mendes, no 442 losango do Mourinho no Porto, não tinham que ir à linha cruzar, ou aparecer a finalizar na área, etc. O Farnerud não é ala e não é responsável por dar profundidade no seu flanco. Num 442 losango, a profundidade nos flancos é garantido ou por um dos avançados, ou pelo 10, ou pelo lateral que sobe. Estes 3, por exemplo, têm muito mais responsabilidade, nesse sentido. Neste contexto, o Farnerud é um jogador super-correcto em termos de terrenos que pisa e do melhor que há no campeonato na tomada de decisões. O problema é que ele faz as coisas com uma simplicidade tão grande que as pessoas pensam que aquilo é fácil. O passe, como tentarei mostrar num texto para breve, é um gesto técnico de grau de dificuldade elevado e é o gesto técnico mais importante no futebol moderno. Nisso, Farnerud é óptimo. Em termos defensivos, reconheço que não é rápido. Mas isso é só mais uma ilusão. Vê quantas bolas disputa agressivamente. Todas as que estão perto dele. Prefere sempre não se desposicionar para tentar ganhar uma bola longe e isso vale-lhe a fama de molengão.

Nuno disse...

"Sobre o Liedson, eu percebo perfeitamente porque é que são criticos em relação ao Liedson e concordo que perde muitas bolas em posse. O que eu digo é que num ponta de lança isso não é o fundamental."

Pois, é aqui que as nossas opiniões divergem. Acho que num ponta-de-lança, como num central, como em qualquer outro jogador, a capacidade de tomar boas decisões é o que de mais importante existe.

"a capacidade sua de movimentação sem bola (que para mim é a principal característica de um avançado)"

o que é que entendes por capacidade de movimentação sem bola? É que tem muitas interpreções. Eu acho o Liedson fraco na movimentação sem bola por exemplo. Vamos por partes. 1) Sem bola, a recuperar defensivamente, é forte. Tem atitude e entrega-se sempre ao jogo, embora maior parte das suas acções nesse sentido sejam praticamente inúteis. Mas não se pode acusá-lo de não lutar. 2) Sem bola, em zonas de finalização, é fortíssimo. Tem um instinto de baliza apurado e sabe encontrar o espaço certo para se colocar à espera do cruzamento, do ressalto, de um falhanço do defesa. 3) Agora, sem bola em todas as restantes fases, Liedson é fraco, muito fraco até. Joga no risco? Quem joga no risco é o Inzaghi. O Liedson põe-se a correr sem pensar e, por causa disso, é apanhado em fora-de-jogo constantemente. Faz um exercício: quantas vezes o Lieson se conseguiu isolar, só tendo o guarda-redes pela frente, neste campeonato. Pouquíssimas, de certeza. E, sendo ele um jogador rápido, isso não é estranho? Deriva de duas coisas, de ele não saber jogar no risco e, segundo, de ser mau a ler as intenções dos companheiros, isto é, ser mau sem bola. De resto, oferece pouquíssimas soluções aos médios que não sejam os passes nas costas, ou seja, raramente faz um movimento repentino de recuo para permitir um passe vertical pelo chão. Nisso, Lisandro é óptimo, por exemplo, e Nuno Gomes muito bom. E, numa equipa que jogue em ataque organizado, é essencial que os avançados tenham este tipo de movimentos, para poderem receber os tais passes verticais entre linhas e permitirem à equipa subir em bloco. Assim de repente, lembro-me de um lance em Alvalade, no jogo em que fiz o estudo sobre ele, acho eu, em que ele tem uma movimentação sem bola que ilustra tudo o que ele é nesse tipo de acções: o Izmailov conduz a bola pela direita e Liedson, ainda mais à direita, vai abrindo até ao momento em que decide, apesar de não ter marcação, que não estava ali a fazer nada; então, faz começa a correr em diagonal para passar à frente do Izmailov, na direcção não se sabe muito bem de onde, deixando o russo sem soluções de passe.

"No que respeita à não variação de flanco, isso é algo que talvez só quem define os principios de jogo da equipa poderia esclarecer, mas tenho ideia de que o Sporting não tem por norma - seja o Veloso ou não - fazer variações de flanco."

Isto não é questão de a equipa ter por norma ou não. É uma questão de ser bem feito ou não. Admito que o Sporting tem, como uma das transições preferidas, a insistência num dos flancos, aproveitando a superioridade numérica que os movimentos do 10 provoca, utilizando triangulações sucessivas. Mas isso não implica que, muitas vezes, o flanco esteja fechado e seja necessário rodar o jogo de forma a tentar o mesmo no outro lado. Se reparares, nos últimos tempos, o Veloso, quando de perfil, ao receber a bola, já nem se dá ao trabalho de olhar para o outro lado, preferindo insistir no mesmo sítio. Isto torna o futebol do Sporting demasiado previsível. Se reparares bem, também, nem Moutinho, nem Pereirinha, nem Farnerud têm este vício. Não creio que seja apenas uma questão de rotinas colectivas.

"Sobre o losango, são médios interiores, sim. Mas no caso do Sporting têm a responsabilidade de dar largura em posse de bola (pelo menos 1 dos alas)."

Porquê no caso do Sporting? Por que é que o 442 losango do Sporting tem de ser diferente? Até admito que, com Ronny, fosse necessário um dos interiores compensar a pouca propensão ofensiva do lateral. Mas, com Grimi e Abel, que sobem bem, não concordo. E se pensarmos que os movimentos laterais do 10 no 442 losango do Sporting até são mais frequentes do que noutras equipas que jogam em 442 losango, ainda menos concordo.

Quanto ao facto do Farnerud ser lento a recuperar, não concordo, mas aceito que as pessoas critiquem isso nele. Não acho que seja defeito. Acho, como disse, que ele prefere não andar a correr à maluca, desposicionando-se, para só pressionar na sua zona. Raramente acontece ele deixar desguarnecido o seu posto. O lance que dizes resulta de uma subida dele (coisa que criticam por ele não fazer muito), cuja tabela Liedson não respeitou. Depois, o Braga lançou rapidamente o ataque e duvido que ele tivesse tempo de recuperar como deve ser. Mas pode acontecer, pontualmente, que ele tenha falhado em alguns lances desse género. Não dizemos, nem nunca dissemos, que ele era um jogador perfeito. Apenas dissemos que era estúpida a relação dos adeptos com ele. É evidente que há um exagero muito grande em relação a ele, mas há mais do que isso. Aceito até (neste momento da época, não), que não jogasse no meio-campo do Sporting, pois Veloso, Izmailov, Pereirinha, Moutinho e Romagnoli têm muito valor. Mas acho-o uma óptima solução. Acho que o Sporting tem 6 médios de qualidade, coisa que nem Porto nem Benfica têm, por exemplo. O que condeno é o facto de dizerem mal dele e não dizerem mal de Bynias ou de Kazmierczaks, que são jogadores claramente inferiores ao sueco. E isso sim, é estúpido.

Nuno disse...

Ah, Gonçalo, e há uma coisa importante ainda sobre o jogo. Finalmente, pelo menos por 2 vezes, o Farnerud provocou vastos aplausos em Alvalade. Acho que é um facto a assinalar. :)

Peyroteo disse...

Nunca percebi a embirração com o Farnerud. Talvez tenha a ver com o facto de, por vezes, passar despercebido, de não fazer aqueles carrinhos com a bola já fora de campo que os adeptos tanto gostam. Acredito que muitos dos adeptos pensem assim e vejam nele um jogador acomodado e pouco esforçado. Eu não concordo.
O Farnerud, ao nível do passe, é do melhor que o Sporting tem e normalmente toma decisões correctas. Em suma, é um bom elemento.

Mister Fred disse...

Nunca o achei mau, é daqueles jogadores, bons tacticamente, que cumprem à risca o que o treinador diz, e que qualquer treinador gosta de ter, simplesmente, acho que ele pode dar mais ao Sporting, do que o que demonstrou até agora, que tem capacidade para mais. Penso também, que ele não tem jogado na posição onde mais pode render, quem sabe, na posição onde joga normalmente Romagnoli,o chamado vértice "10" do losango.
Como médio mais defensivo na posição onde joga Miguel Veloso (às vezes Adrien), também não seria de facto mal pensado, pois é uma posição que requer grande sentido posicional, bem como o critério a nível do passe, pois este jogador é que inicia toda a construção de jogo da equipa. E Farnerud, encaixaria bem aí.

Gonçalo disse...

Peyroteo e Mister fred: Totalmente de acordo.

Qt à(não) variação de flanco, pego no caso do custódio. Ele fazia isso de uma forma soberba, mesmo sem fazer passes longos, mas iniciava sempre o descongestionamento. Claro que o facto de ele não se envolver tanto(pelo menos directamente) no processo ofensivo, numa fase mais avançada, permite-lhe ter outro tipo de leitura dos lances.
Mas eu qd assinalo este facto, de o Miguel veloso "forçar" em demasia os lances, é acima de tudo para explicar porque é que se nota tanto a incapaciade dos avançados leoninos na produção de apoios. Se os avançados fossem mais eficazes neste aspecto não se notaria tanto esta situação.

filipe disse...

Apenas para esclarecer e sem querer prolongar a discussão, uma vez que as opiniões são claras:

Quando me referi ao "risco" do Liedson não me referi apenas ao "risco" do erro do defesa ou do fora de jogo. Refiro-me também - e mais importante neste caso - ao "risco" em posse de bola. Quanto às movimentações, referia-me a todas elas, mas particularmente à capacidade de ler bem os espaços dentro da zona de finalização (este é para mim o aspecto mais importante num avançado) e, no caso do Liedson, às movimentações constantes para zonas exteriores que atraem as marcações para fora da sua zona natural.

Abraço