segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Falsas aparências... Parte dois...

Há pouco mais de um ano escrevi um texto sobre a "crise" que se tinha abatido sobre a turma de Alvalade. Na altura, critiquei a rotatividade excessiva, assim como a insistência na inclusão de Liedson no onze inicial. Hoje, o problema não se prende apenas com este factor, mas também.
Entre estes dois textos o denominador comum continua a ser Liedson, mas o problema é que, ao contrário da época transacta, não há alternativas ao "Levezinho". Porquê? Porque o Sporting perdeu Alecs, e Djaló teve demasiadas aulas com o "Deus" de Alvalade. E, como se sabe, a influência dos deuses sobre os neurónios nunca foi a mais positiva.
Djaló decidiu ignorar tudo o que lhe permitiu alcançar o estatuto de grande promessa em Alvalade. Para quê? Para se aproximar, futebolisticamente falando, de Liedson. E o resultado é desastroso. Deixou de respeitar os apoios, de jogar simples, para depois, quando de frente para o adversário, tentar tirar partido da sua velocidade no 1x1. Talvez seduzido pelo slogan "Liedson resolve!", pensou em fazer o mesmo, o que resultou num atrofio de todas as suas potencialidades, e num gradual decréscimo de confiança de tal forma que dá a ideia que esta lesão até veio a calhar.
Purovic é um caso diferente. Quando se anunciou a sua contratação já era de esperar que ele não andasse muito longe do que ele demonstra em campo; é um jogador que permite ao Sporting explorar o jogo directo. É uma opção diferente dos outros avançados. Não acredito que numa realidade "normal" Purovic fosse tantas vezes utilizado.
Resta Derlei, o melhor avançado do plantel leonino, a quem o infortúnio bateu à porta.

O Sporting, como se viu na partida contra o Leiria, encontra as suas maiores dificuldades no último terço do terreno. E culpa-se quem? O meio-campo leonino, claro. Chega-se ao ridículo de criticar um jogador que entra a dez minutos do fim pela exibição cinzenta.
O domínio do Sporting encontra sempre a sua maior resistência na zona dos seus avançados. E este factor não está apenas associado à maior aglomeração dos adversários nessa zona. A movimentação dos avançados leoninos é sempre inconsequente, e mal gizada. Um exemplo disso mesmo é a ausência de situações de golo, criadas pelos seus avançados nessa zona. Tirando uma boa movimentação de Derlei, em conjunto com Simon, contra a Académica, nunca mais se voltou a conseguir um golo nesses moldes. Zero! Nem uma tabela, nem um passe a isolar um avançado, ou vice-versa, na cara do guarda-redes. Nada! O alcançado contra o Estrela, por razões óbvias, não conta.
No zona intermediária encontra-se sempre os responsáveis. Ou porque o Moutinho está menos em jogo, ou porque Romagnoli pega pouco no jogo, ou porque o Farnerud não sua a camisola, indo até ao ridículo de culpar a Fátima Lopes... Tudo serve para justificar a situação deplorável do Sporting, tocar na prima donna é que não.

O meio-campo leonino com Veloso,ou Moutinho, na posição de médio-defensivo funciona de forma totalmente diferente do que com Custódio. Não falo de Paredes, porque quero manter o nivel sério deste texto. Com os dois primeiros, um dos interiores terá de ser sempre um jogador que se distinga pela facilidade em equilibrar a equipa, aquando a integração de um destes jogadores no processo ofensivo da equipa em zonas mais avançadas. Pois tanto Moutinho como Veloso têm facilidade, através da suas movimentações, em criar desequilíbrios na equipa adversária, fruto de uma maior apetência para se soltarem em acções ofensivas.
Por outras palavras, só com um jogador com as características de Farnerud, Moutinho, ou Pereirinha, jogadores muito evoluídos tacticamente, é que se poderá explorar ao máximo as qualidades de Veloso. Moutinho tem sido exemplar nesta situação, sacrificando um maior protagonismo em prol do colectivo.

Com Custódio, qualquer dos interiores terá sempre um maior protagonismo, pois sendo um jogador que não assume tanto o jogo, preocupa-se sobretudo em equilibrar e criar situações de apoios, do que propriamente em procurar esses apoios.

A preocupação de Moutinho em "fechar" as deambulações de Miguel Veloso, não resulta numa menor exploração do seu flanco. Abel, devido as suas características, tem sido bastante eficaz na definição dos lances pela ala direita. Portanto, não acredito que seja pela má organização e mecanização deste sector que passe os maus resultados leoninos. Acredito que o sector defensivo sofra com o instabilidade criada na indefinição do seu guarda-redes e que, como resultado disso, tenham sofrido demasiados golos, para uma equipa tão organizada; porém, a tranquilidade de uma equipa consegue-se com bons resultados. Mas a verdade é que alcançar vitórias com nove homens, não é tarefa fácil.
Fica uma pergunta: Se o Liedson resolve, porque é que apesar de ele não contribuir em nada para as boas exibições colectivas da turma leonina, só "resolve" quando o Sporting joga bem, e por conseguinte cria inúmeras oportunidades de golo?

35 comentários:

Pedro disse...

Seria o mesmo q dizer q Jardel só resolvia qd a bola lhe chega...

É esse o papel de um ponta de lança, resolver qd tema bola. Ao contrário de outros, bem mais inteligentes, q nunca resolvem nada apesar de terem a bola muitas vezes por jogo...

Metralha disse...

Desta vez tenho de concordar que Liedson tem feito jogos miseraveis.

Gonçalo disse...

Pedro lá esta os avançados p fazer golo e os defesa servem p dfender. Certo? Para ti cada um tem uma função. Po entre dez não, como ficou explicado no post " O fim do estruturalismo".

Bruno Pinto disse...

Os jogadores não são funções. Simplesmente os avançados têm de ter melhor capacidade de finalização que os demais, porque são os que, pela posição que ocupam, têm, regra geral, mais oportunidades de golo. Um avançado cuja capacidade de finalizar é fraca, para a minha equipa, não serve. Não estou com isto a dizer que a única função dele é finalizar. São coisas completamente diferentes.

Pedro disse...

Nem eu disse isso nem isso q dizes é correcto.

Por alguma razão existem avançados, defesas e médios. E cada um tem uma função especifica. Por muitas voltas q tu dês à questão cada jogador tem uma função especifica inerante à sua posição em campo. É óbvio.

Da mesma forma q tb é óbvio q a um defesa não cabe apenas defender como a uma avançado não cabe apenas atacar. Têm q todos trabalhar para o conjunto.

Mas como tu( e o Nuno) acabaram de defender no 442 em q o Romagnoli não tem q vir atrás buscar jogo,com o Liedson passa-se o mesmo. Não é a ele q cabe o papel de ligação defesa/ataque.

Posto isto nem sei o q é q a tua resposta tem a haver com o q eu disse...Sinceramente vocês dão tantas voltas à argumentação q acabam por confundir tudo....

Gonçalo disse...

Depende do que considerares fraco, e do que as caracteristicas desse mesmo avançado ofereça à tua equipa. Neste caso, o que o Liedson te oferece é manifestamente insufeciente para os golos que faz. Ele tem uma média interessante, sem dúvida, o problema é que para alcançar esse patamar individual relegou para segundo plano o colectivo. Por exemplo Jardel, apesra de ser um zero no que toca ao seu desempenho no processo ofensivo da equipa, era fantástico no sentido de oportunidade e poder de concretização. Não sendo um fã dele, nem do estilo, tenho de admitir que ele´era um jogador que, a partir do momentos em que estivesse em condições aceitáveis, seria sempre uma mais valia para a equipa pelos golos que garantia. O que não se passa com o liedson. Por outro lado tens o exemplo do nuno gomes, que não sendo um avançado com uma média de golos, tão alta como a do liedson, consegue ser mais útil à equipa, e não tenho a menor dúvida que uma equipa bem mecxanizada beneficia muito mais com um jogador com as caracteristicas do nuno do que com as do liedson. Um exemplo perfeito disso é o facto das equipas do Mourinho, apesar da sua superioridade, entao em portugal,principalmente nos dois anos que esteve no porto, não evidenciarem um goleador destacado. Se bem te lembras, mccarthy teve uma equipa inteira a juda-lo a atingir esse objectivo nas ultimas jornadas.

Bruno Pinto disse...

Gonçalo, em termos do raciocínio assino por baixo este teu último comentário. O que discordo é que o Nuno Gomes compensa com outras tarefas colectivas os golos que falha. Como também discordo que os golos do Liedson não compensem o que ele faz de mal. Outra coisa que discordo é que Liedson seja um zero em termos colectivos e não participe na organização colectiva leonina. Assim como o facto de quereres dar a entender que o mau momento do Sporting se deva, em garnde parte ao Liedson, quando na minha opinião, acontece exactamente o contrário: o Liedson está em decréscimo em resultado do abaixamento do Sporting enquanto equipa. Concordo com o teu raciocínio geral, não concordo com a leitura que fazes do que concretamente acontece.

Gonçalo disse...

Pedro é a tua maneira de pensar, e entender o futebol. Mas descansa, como tu há muita gente, dá a ideia que cada vez menos, é verdade, mas ainda os há. Tu entedes que o colectivo é a soma dessas funçoes, eu acho que o colectivo é muito mais do que isso. Mas como é óbvio, pensamos de maneira diferente. E como tal, não me parace que se vá conseguir algum consenso no que quer que seja, nesta situação. mas ainda assim vou-te esclarecer:
As funçoes de um colectivo, são as mesmas dos seus individuos. Exemplo, um defesa para mim tem de ser forte no processo defensivo, assim como no ofensivo, de acordo com a sua zona de construção. não consigo perceber como é que nos dias de hoje ainda se separa os mais variadaos processos, quando é evidente a existencia de uma coreelação enorme entre eles. Diz-me uma coisa então para ti um médio defensivo tem de se destacar apenas por defender? certo? quer dizer se ele recuperar inumeras bolas, independentemente de as entregar com prejuizo para a sua equipa, será sempre um bom m+edio defensivo. Falas em trab para o conjunto, e porque é que não pode ser, trab em conjunto? Tu sem querer dizes uma coisa que até pode estar correcta se souberes interpreta-la da melhor forma: O papel do ponta de lança, assim como de qlq jogador é resolver qd tem, e naõ tem a bola, da melhor forma para o colectivo. Ou seja se em dada altura a melhor opção para o colectivo for umatabela entre um ponta de lança e um médio, terá de ser essa a sua opção, e não tentar o ponta de lança "resolver" da maneira que tu dizes.

Gonçalo disse...

Ok bruno, é a tua opinião. Mas atenção eu disse que o desempenho do Jardel era zero, não o do liedson, se o assim dei a entender foi por lapso. Eu acho é que o liedson qd se integra na organização e definiçao dos ataques leonino, fá-lo sempre através de más opções, que se tornam muito prejudiciais ao colectivo verde e branco. E não tendo ele alguém a seu lado que saiba colaborar nessas situações a equipa do sporting, muitas vezes, vê-se "reduzida" a 9 elementos. Ao analisar qlq jogo do sporting irás concordar que são muitas as vezes que ele compremete o sucesso de uma movimentação colectiva, com as suas acções. Exprimenta observar um jogo com esta preocupação. So uma coisa, não o faças contra o louletano por razões óbvias.

Bruno Pinto disse...

Nisto das funções, é apenas uma questão de semântica. O resultado do colectivo é mais que a soma dos vários jogadores da equipa, isto é óbvio, e para isso é que se treina, é que se fala em entrosamento entre os sectores e aquele blá, blá, blá habitual. Todos defendem e todos atacam, não há dúvida, ou pelo menos assim deveria ser. É evidente que a cada jogador não está inerente uma função específica, é nesta lógica que se deve dizer que os jogadores não são funções. Um central não é só para defender, como o lateral não é só para cruzar ou marcar o extremo, como o avançado não é só para facturar. Agora, também há que dizer que cada jogador tem determinadas tarefas distintas consoante a posição no campo e as suas características particulares, e, ao dizer isto, não estou a dizer que os jogadores são funções. Numa equipa de futebol não há divisão de tarefas (tipo especialização), sim interacção de tarefas. Para tal suceder, nenhum jogador pode ser bom apenas numa coisa.

Nuno disse...

"Agora, também há que dizer que cada jogador tem determinadas tarefas distintas consoante a posição no campo e as suas características particulares"

Que tarefas distintas? Marcar golos? Desculpa, Bruno, mas não têm. A única distinção é a posição do terreno em que o fazem. E as características só variam consoante a posição no terreno. Mais nada. Agora, como é óbvio, um jogador que jogue na linha não precisa de ter uma visão de jogo tão apurado quanto alguém que jogue no meio. Mas isto por razões de posição. Somente...

Bruno Pinto disse...

O Liedson resolve quando tem uma equipa a funcionar bem colectivamente. O Sporting está péssimo e o Liedson, por conseguinte, tem estado, nos últimos tempos, uma verdadeira nódoa. Não me custa nada reconhecer. O Liedson tem más opções e perde bolas a mais? Talvez. Mas os golos espectaculares que marcava e o trabalho de pressão sobre os defesas, etc, acho que compensavam isso à vontade. Agora ele não está a marcar tanto. E eu acho que é por o Sporting estar a atravessar uma fase bastante má. Aliás, eu não vejo ninguém actualmente naquela equipa com um rendimento acima da média. Quando o colectivo não funciona, é muito difícil cada jogador sobressair. Fica refém da mediocridade da equipa.

Bruno Pinto disse...

Ó Nuno desculpa lá, não comeces com o teu palavreado habitual. Se o Quaresma fôr à linha e cruzar para o centro da área, o Lisandro tem a tarefa de aparecer e fazer golo, não é o Fucile que tem de aparecer lá. É neste contexto que falo em tarefas, não é no contexto de o Lisandro estar ali apenas para fazer golos. Repito, semântica, é tudo uma questão de semântica das palavras. Mais nada. E cada posição é definida pelas caracteristicas particulares de cada jogador. Se um gajo não sabe cruzar, não pode ser lateral, se não sabe atirar a bola lá para dentro, não pode ser avançado, se não sabe marcar em cima, não pode ser central. Etc, etc, etc. O que tu estás a dizer é puro palavreado.

Bruno Pinto disse...

"E as características só variam consoante a posição no terreno".

Não! A posição é que varia conforme as características do jogador.

Gonçalo disse...

Bruno o liedson resolve, ouseja faz golos, qd o sporting lhe permite varias oportunidades de golo. O problema é que ele contribui mt pouco para elas. E mais muitas vezes com más opções compremet muitas outras. O problema maior do sporting neste momento é que tem dois jogadores assim. jogadores que apenas oferecem alguma coisa no ultimo toque, E nem ai são execepcionais, ou pelo menos não sao suficienetemnte bons para compensar o mal que fazem em acções colectivas. A má forma do sporting não se deve unicamente ao liedson, mas muito, passa pela inexistência de continuidade no processo ofensivo do sporting. Porque é precisamente na zona dos dois avançados, por culpa das más acções desenvolvidas por estes dois que o sporting encontra muitas dificuldades em fazer golos. E os golos que o liedson faz, não sao assim tantos para as oportunidades que dispõe por jogo.

Gonçalo disse...

Só uma coisa estao a falar das caracteristicas das posiçoes ou dos jogadores?

Bruno Pinto disse...

Eu, das características dos jogadores, as quais é que vão definir a sua posição ideal, isto partindo do princípio que o treinador não é incompetente.

Gonçalo disse...

so mais uma coisa e para colocar um ponto final nesta situaçao. O inzaghi é melhor que o ibrahimovic? E o liedson é melhor que o maccathy ?
Se em ambos os casos o segundo é melhor que o primeiro, então o golo não é por si só condição para um jogador ser melhor que o outro na posição de avançado. Ha 30 anos atrás talvez, mas nos tempos que correm... Nao.

Gonçalo disse...

Sim , mas por exemplo o veloso é um trinco com excelente técnica, e alguma fantasia... E que dizer do pirlo? Como é que explicas isso? Eu até percebo o que queres dizer, mas o que eu quero chamar a ate~nção é que se fores um jogador que tenhas boas opções e que percebas bem o jogo, quase que tens condiçoes para jogar a qlq posição. Quase todas. Olha o caso do pereirinha.

Bruno Pinto disse...

O caso do Pirlo já disse aqui uma vez. Explicação: Gattuso ou outro parecido, senão perdia-se o equilíbrio defensivo naquele meio-campo, seguramente. Isto para mim nem merece discussão.

Quanto ao jogar em qualquer posição, não estou totalmente de acordo. Mesmo que sejam inteligentes, isso não lhes permite jogar em várias posições muito distintas, apenas em posições, digamos, 'próximas'. Tipo central ou médio defensivo, lateral ou central, médio interior ou médio ofensivo. Sei lá...
Agora, o Kaká é inteligente, certo? Experimenta colocá-lo a central. Ou o Lisandro a médio-defensivo, ou o Maldini a ponta-de-lança. Isto não existe, logo o teu comentário de que um jogador que seja inteligente quase que pode jogar em qualquer posição é exagerado. As características de cada um são essenciais para se definir a sua posição.

Claro que há adaptações mais arrojadas, mas isso são excepções e não fazem desses jogadores mais inteligentes que aqueles que só rendem numa posição específica. De todo!

Nuno disse...

Pá, um jogador inteligente consegue atenuar a inadequação a certas posições. Um jogador que jogue em certa posição tem características para jogar nessa posição e não noutras. Mas, por ser inteligente, consegue desempenhar, sem muito dano, outras posições. Por que é que achas que o Moutinho faz todas as posições do meio-campo? Porque é inteligente e sabe adequar-se às necessidades de cada lugar. É óbvio que teria dificuldades em ser central, primeiro porque não está rotinado e segundo porque as suas características não serão tão adequadas. Mas como é inteligente, desempenharia melhor a função de central do que um jogador igual a ele em termos de características mas que não fosse inteligente.

"A posição é que varia conforme as características do jogador."

É exactamente o mesmo que o que eu digo. Referi o jogador que não tem tanta visão de jogo a jogar na linha. Mas não é porque não precise dela; é porque há outros que a têm mais.

Não é uma questão de semântica como tu dizes. O Fucile não tem obrigação de fazer golo, se não estiver lá. Cada jogador deve fazer o melhor para a equipa em cada momento: este é a sua única função. A única coisa que lhes é específica é a posição no terreno. Como é óbvio, um jogador que jogue como avançado, porque vai ter mais oportunidades de golo do que os colegas, deve ser melhor a finalizar. Ou seja, os jogadores têm características diferentes consoante a posição que ocupam e não consoante o seu papel. Não é porque o avançado deve marcar golos que tem de ser bom a finalizar. É porque joga lá à frente e, como tal, vai ter mais vezes ocasião de finalizar.

Agora, o processo ofensivo constitui-se de muitas fases. A finalização é apenas a última fase. Um avançado que só tenha, nas suas características, boa finalização, será produtivo apenas na última fase do processo ofensivo. Como tal, precisa de outras coisas, precisa de desempenhar as mesmas funções que os outros todos. O Liedson só é bom nesse último toque e é por isso que não o considero bom.

Ainda em relação às funções. Tu dizes que não acreditas que os jogadores têm funções, mas depois dizes o contrário. Se achas que é o Lisandro e não o Fucile que tem de aparecer ao cruzamento do Quaresma, estás enganado. É o Lisandro, porque é ele que está ali, naquela altura. E este "porque" é muito importante. Se o Lisandro fizer uma tabela que permita ao Quaresma ir cruzar, não vai conseguir aparecer a finalizar. Se a equipa funcionar adequadamente, aparecerá alguém a fazer as vezes do Lisandro. Como tal, um avançado não serve para marcar golos. Um avançado, assim como um médio-ofensivo, assim como um médio-defensivo, servem para colaborar no processo ofensivo (falando apenas do processo ofensivo), de acordo unicamente com a posição que ocupam em campo. E colaborar no processo ofensivo implica participar em várias fases do mesmo. Como é óbvio, o médio-defensivo participará em fases de construção diferentes daquelas em que o avançado participará. Mas também é óbvio que ao avançado não compete apenas a última das fases de construção. Como tal, um avançado que só seja bom a finalizar, tem participação negativa nas restantes fases de construção e é um estorvo para a desenvoltura táctica da equipa.

Quanto ao Sporting estar a jogar mal, não andas mesmo a ver os jogos certos. Os processos ofensivos são eficazes até ao último terço de terreno. Só aqui é que as coisas não desenvolvem. De quem é a responsabilidade? Daqueles que têm mais protagonismo no processo ofensivo nessas fases. Ou seja, o que está mal é a interacção entre médios-ofensivos e avançados. Tendo em conta que os médios-ofensivos interagem bem com os médios-defensivos em fases mais recuadas, estou em crer que é evidente que o problema é dos avançados. Isto é tão óbvio que até custa a acreditar que haja quem não o perceba. O problema do Sporting está na circulação de bola no último terço do terreno, na troca de passes, nas movimentações neste espaço. É isso que está mal, não o resto. Ou seja, tirando isso, o Sporting está a jogar bem. Portanto, é errado dizer-se que a equipa não está a jogar bem. Está, até uma certa altura. Depois disso, admito, não está a jogar bem. Mas a culpa, aí, será do pessoal da frente.

Anónimo disse...

Epa 2/3 dos ultimos posts têm sido a falar no Liedson... epa, já nem perco tempo a ler, não batam mais na mesma tecla, sinceramente o blog era um bom blog... não havia nexexxidade... ;)

Nuno disse...

Tens razão. Às vezes, chego a pensar não escrever certas coisas, para não bater mais no ceguinho. Mas é que são coisas tão evidentes. E depois ouço coisas como o Sporting só se manter à tona graças a ele e não resisto...

Pedro disse...

É pá a conversa já adiantou bastante desde o meu comentário e muito já foi dito. Por incrivel q pareça concordo em muito com o Bruno diz por isso não me vou repetir. Mas tenho q dizer algo:

Gonçalo um médio defesivo não é um bom médio defensivo pq apenas defende bem. No futebol actual é preciso mais q isso e já o disse várias vezes. Pelos vistos não lês o q escrevo o q torna dificil estes "debates".

Um médio defensivo tem funções diferentes de um ponta de lança. É tão óbvio q não sei como o dizer de outra forma. O colectivo tem q se impor ao individual, todos sabem disso. MAs dentro do colectivo todos têm funções próprias e todos têm funções identicas. É a velha máxima "todos atacam, todos defendem". Mas dentro dessa "máxima" cada um tem o seu papel definido de acordo com a sua função.

"Agora, o Kaká é inteligente, certo? Experimenta colocá-lo a central"

Exacto!

"Por que é que achas que o Moutinho faz todas as posições do meio-campo? "

Pq ele é um magnifico médio. Mete-o a central ou a ponta de lança....

Pedro disse...

PS: Não há forma da caixa de comentários ser "expandida"? irrita-me q fique sempre assim pequenina...

Nuno disse...

"Um médio defensivo tem funções diferentes de um ponta de lança. É tão óbvio q não sei como o dizer de outra forma."

É por isto ser tão óbvio para ti que não percebes que estás errado em tudo o que dizes. Simples... Achas, tal como o Camacho, que há uns para atacar e outros para defender. Pois isso é errado. Quais são as funções diferentes? Um médio tem que defender tanto como um ponta-de-lança. Só o fazem em diferentes locais do terreno. Um médio tem que marcar golos da mesma maneira que o ponta-de-lança. É natural, contudo, que o ponta-de-lança o faça mais vezes porque a sua posição é mais próxima da baliza adversária. O médio tem que construir tanto jogo como o ponta-de-lança. Só o fazem é em fases diferentes, de acordo com a posição que ocupam no terreno. O médio tem que fazer tudo o que o ponta-de-lança faz. Logo, não tem funções específicas. Como o ponta-de-lança as não tem. Repito: quais são as funções diferentes?

Pedro disse...

"O médio tem que construir tanto jogo como o ponta-de-lança"

Claro q não. Podes até utilizar o conceito de "construir jogo" ao trabalho natural de um ponta de lança para ser útil à tua argumentação q continuas errado. Ao ponta de lança não lhe cabe a função de transportar a bola e de a distribuir aos colegas na transição ofensiva. Ele pode fazer isso e concerteza q o fará no decorrer do jogo mas não é essa a sua função. A sua função é estar adiantado no terreno para dar seguimento à função dos médios. Tu pretendes é manter o q eu digo numa forma estática pq isso te convêm. Mas eu já repeti q no futebol moderno todos têm q fazer tudo pq existirão alturas do jogo em q o ponta de lança está mais recuado e é ele o primeiro elemento da transição ofensiva como um defesa pode, num dado momento, ser o elemento mais avançado da equipa e ter que agir em conformidade, abrindo espaços, tabelinhas, etc. Mas não é essa a sua função. Nem nunca será.

E tu vais de encontro ao q eu digo quando dizes "Só o fazem é em fases diferentes, de acordo com a posição que ocupam no terreno"

É exactamente o q eu venho a dizer. As tais fases diferentes de acordo com a posição q ocupam no terreno obrigam a funções diferentes. Um defesa não tem a função de ir à área adversária finalizar. Não tem essa função, por muitas voltas q dês. Agora, como é natural, em momentos do jogo pode ser ele o finalizador. Perfeitamente natural.

David Luiz é um central q sai muito bem com a bola jogável, por diversas vezes é dele q sai a transição ofensivae é ele q, galgando terreno, constroi jogo e o distribui aos avançados. Mas não é essa a sua função.

Nuno disse...

Repito: quais são as funções correspondentes a cada elemento?

Pedro disse...

As funções inerentes a cada posição.

Gonçalo disse...

Pedro tu andas a contradizer-te um pouco... atina, que é para eu te poder responder. Sério, sem qlq tipo de sarcasmos. Ah e ja agora, alguém aqui sabe o significado da palavra "quase"? é que senão ha um comentario que eu tenho de rever. E o pirlo não precisa de maneira alguma de um jogador como o gattuso para ser brilhante a trinco. Nao dessa forma como dizes. Ele precisa tanto disso como os outos jogadores de jogarem a seu "lado". Por isso é um jogo colectivo. Em relaçao as funçoes mais claro que o nuno é impossivel... por isso não adinato mais nada em relaçao a essa situação.

Pedro disse...

Pelo contrário...quem se contradiz são vocês q dizem q estou errado mas depois admitem q as funções mudam de acordo com a posição em campo.
:)

Não te preocupes pq estou bem tranquilo. O traquejo nestas coisas tem essa vantagem..

Nuno disse...

Contradizer significa dizer coisas incoerentes. Vem nos dicionários... Ninguém admitiu que as funções mudam de acordo com a posição. Mas não lês ou és só tontinho? As funções são as mesmas do colectivo; cada jogador pratica-as é em diferentes lugares no terreno. Lamento que não percebas português e que não consigas atingir o que dizemos. Talvez lá vás com traquejo. Ou não...

Nuno disse...

Mas ainda não respondeste. Quais são as funções de cada jogador? Para dar um exemplo prático, ou dois, quais são as funções de um defesa central? E quais são as funções de um médio ala?

Pedro disse...

Pelas tuas palavras as funções de um defesa central são iguais às de um médio ala...claro...é perfeitamente natural um médio ala fazer marcação ao avançado da equipa adversária e tb é perfeitamente natural o central fazer incursões pela ala com o objectivo de ir à linha e cruzar. Aliás todos os treinadores do mundo devem ser uns atrasados mentais pq têm a mania de colocar os centrais a centrais e os alas a alas...vá-se lá perceber o pq de existir esta coisa de posições numa equipa de futebol...enfim...

Esta tua postura assemelha-se mais com um puto com birra do q com um "adulto" a querer debater ...mas isso é problema teu.

Ontem apanhei, num zapping, o pontapé de saída na RTP Norte ou lá como aquilo se chama e lembrei-me de vocês e dos arrepios q deviam ter se estivessem a ver aquilo: o problema do scp é o "corredor central", muitas criticas ao Romagnoli, etc...hehehe

Nuno disse...

Pedro, a única coisa específica que um jogador tem de fazer é cumprir o seu posicionamento em campo. Um ala cumpre a posição de ala e o central a posição de central. Sempre dissemos isto e isto não são funções. Agora, se me dizes que o central tem a função de marcar o avançado, digo-te que estás errado. O que defendemos é que, num futebol que privilegie o colectivo, não há funções. Num futebol desse tipo, não há marcações individuais. Tudo é feito à zona. O defesa tem por obrigação defender a zona, como o ala tem por obrigação defender a zona. Só defendem zonas diferentes porque estão colocados de forma diferente no campo. Se achas que é função do ala ir à linha cruzar, digo-te, mais uma vez, que estás errado. O ala não tem que ir à linha. Vai, se isso for o melhor a fazer em cada momento. Mas não é função dele ir à linha. A sua função é igual à dos colegas: decidir o melhor em cada momento. Se assim não fosse, se o ala tivesse por obrigação ir à linha e apanhasse um lateral muito bom que não lhe permitisse ultrapassá-lo e nunca o deixasse ir à linha, se lhe fizesse marcação em cima o jogo todo, o ala faria um jogo fraco. Porquê? Porque estaria a jogar de forma individual e, individualmente, não conseguira vencer o seu opositor directo. Agora, se jogar de forma colectiva, será útil à equipa sem ter que vencer o adversário directo. E como se faz isso? Não tendo a função de ir à linha, que mais não é que uma acção individual.

No futebol como é visto tradicionalmente, há funções. O que dizemos é que o futebol deve ser visto como um colectivo. E como colectivo não há funções. Isto é óbvio. Quem achar que há funções, não pode achar que o jogo é colectivo. É uma contradição. Achar que o avançado serve para marcar golos, ou que o ala serve para ir à linha, ou que o central serve para marcar avançados, ou que os médios servem para recuperar bolas e distribuir jogo, acha que cada unidade tem um papel individual no colectivo. Isto é ver o futebol como ele foi visto e continua a ser visto até aqui. O que digo é que o futebol deve ser mais do que a soma de papéis individuais. Porquê? Simples, porque se houver papéis individuais, basta um dos elementos não estar a funcionar para tudo desabar. Basta o médio não ser capaz de distribuir jogo, de os seus passes estarem a sair mal para a equipa não conseguir municiar os avançados. Como mais ninguém tem esse papel, os avançados não têm bolas. No futebol como colectivo, não há papéis individuais. Se um médio não está a fazer um bom jogo, outro médio (que terá exactamente as mesmas funções que o primeiro) encarregar-se-á de suprir essa falta. É enquanto equipa que as coisas devem acontecer. É enquanto equipa que se deve marcar golos, é enquanto equipa que se deve ir à linha, é enquanto equipa que se deve marcar avançados, é enquanto equipa que se deve recuperar bolas e é enquanto equipa que se deve distribuir jogo. Quem não pense assim, não pode ao mesmo tempo achar que o futebol é um jogo colectivo.

Houve um senhor que mostrou claramente a diferença entre entender o futebol de uma forma tradicional, como tu o vês, e de uma forma colectiva, como eu o vejo. Essa diferença é tão abismal e tão fundamental para o sucesso de uma equipa que ele ganhou tudo o que havia para ganhar. Chamaram-lhe Especial. Vá-se lá perceber porquê...