domingo, 1 de julho de 2007

"Patinho Feio"

Não é preciso perceber muito de futebol para reparar na ironia. Falo de Beckham.


Decerto que todos concordarão com a ideia que a sua carreira terá ficado aquém das suas possibilidades. E eu não sou excepção, mas encontro razões diferentes das que tenho lido, e ouvido.


Não ignoro o facto de muitas vezes o inglês se ter "distraído" no seu trajecto futebolístico. Mas penso que esta não é a principal razão. Acho até que o jogador é, neste caso, vítima, e não réu.


Por saber muito bem quais a suas principais qualidades, explorou-as sempre ao máximo. Por isso criou-se o mito de que era um jogador limitado no um para um, que não era muito activo nas transições, que se limitava a tocar a bola, e que apenas desiquilibrava nas bolas paradas.


Porque não era daqueles que corria e depois pensava, dava a sensação que não corria muito, que não era muito disponível fisicamente. Nada mais errado! Inteligente, e elegante, disputava sempre os lances em situação priveligiada, dando, por isso, a ideia que não se esforçava. O tal aforismo que o futebol é sobre esforço físico, relegando para segundo plano o intelecto. Tecnicamente evoluído, soberbo na recepção, e no passe, foi sempre de uma tremenda importância para as equipas que representou. Porém, a verdade é que não houve um treinador que soubesse "espremer" todo o talento deste jogador.

Tivesse sido proporcionado a Beckam a possibilidade de fazer parte de um projecto coerente e organizado, e teria sido enorme. Não deixa de ser irónico que talvez o principal defeito que lhe possam apontar é ter sido, durante toda a sua carreira, um jogador que se ocupava mais das necessidades desportivas da equipa, do que do seu ego futebolístico.

Assim, o facto de muitas vezes optar efectuar um passe curto, respeitando a movimentação, e dinâmica da equipa, evitando efectuar um cruzamento, ou um remate, que, não deixando de ter boas possibilidades de fracassar, iriam resultar, algumas vezes, em momentos fantásticos. Tenho a certeza que esta sua maneira de entender o jogo, trouxe mais benefícios do que prejuízos às equipas que defendeu. Mas se ele tivesse optado pela via menos "altruísta", decerto que a meia dúzia de momentos com que seria recompensado o elevariam, junto da crítica, e do comum adepto, a um nível fantástico. É verdade que para essa meia dúzia de momentos surgir, muitos ataques seriam sacrificados, e no fim, provavelmente, as suas equipas teriam acumulado menos alguns pontos, mas também ninguém estaria a contar, certo? Perguntem ao levezinho...
"Não há deus que se digne, que não sacrifique uns quantos carneiros ao povo que passa fome..."

3 comentários:

Anónimo disse...

BeckHam... ;)

Anónimo disse...

obg pelo H ;)

Anónimo disse...

Não sou grande fã do beckham, alias, não sou grande fã dos jogadores ingleses, mas por outro lado detesto fintinhas idiotas e truques que não levam a lado nenhum. Acredito que seja dos dos melhores a jogar para a equipa, e que a nivel de passe tambem, infelizmente no Real acho que nenhum jogador foi aproveitado ao máximo e ele não excepção...

Lembro-me de um tal Michael Thomas que jogou no benfica, e que toda a gente criticava, o facto é que em todos os jogos que ele jogou, o benfica nunca perdeu... porque será?