segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O Boavista de Pacheco: aquilo que uma equipa NÃO deve ser...

É absolutamente patético ouvir Jaime Pacheco falar da sua estratégia convencido de que realizou um grande feito. Ganhou ao Sporting com um futebol medíocre, com uma estratégia errada e que denota a sua pequenez, mas acha que foi um justo vencedor. Justo? Porquê? Porque ganhou? É verdade que o Sporting realizou um jogo fraco, mas não merecia perder, muito menos para uma equipa que defendeu sempre atrás da linha da bola, que criou uma ou duas oportunidades de golo ao longo de todo o jogo. Jaime Pacheco acha que não e orgulha-se de a sua estratégia ter resultado. E que estratégia era essa, afinal? Nada mais, nada menos, do que tentar neutralizar Miguel Veloso. Medo...

Vamos por partes. A título individual, esta equipa do Boavista não é só modesta; vai bem além disso. Zé Kalanga, Mateus e Fary formam, provavelmente, o pior trio atacante da Liga. É caso para perguntar: onde andam Ivan Santos e Hugo Monteiro? O meio-campo é fraquíssimo, não tem um pingo de criatividade e não abunda em massa cinzenta. Diakité é um tipo grande, de cor, que é capaz de assustar e talvez de cheirar mal, mas de bola é fraquinho. É capaz de ser bom para uma distrital, mas mais do que isso não. Fleurival é mau. Jorge Ribeiro não é médio. A defesa é o sector menos mau desta equipa. Ricardo Silva não evoluiu enquanto jogador: continua forte, pesado e lento de rins. Mas é um defesa concentrado e forte nos lances de bola parada. Marcelão, o outro central, parece-me ser do mesmo tipo: é grande, marca em cima e, pelo ar, é quase tudo dele. Os laterais, dois miúdos, parecem-me razoáveis. Gilberto, o lateral direito, já conhecia. Tinha ficado com melhor impressão dele, pois parecia ter bons princípios de jogo, quando actuava pela equipa de júniores. Agora, treinado por Pacheco, talvez se tenha deixado influenciar pela filosofia do treinador: é duro, impetuoso e não perde muito tempo a pensar, como o fazia tão bem antigamente. O guarda-redes fez uma boa exibição, mas não sei o que valerá na realidade. Ou seja, individualmente, esta equipa é talvez a mais fraca de sempre do Boavista. Aliás, de uma equipa em que a vedeta é um defesa esquerdo de qualidade mediana a jogar como médio mais ofensivo, pouco há a dizer.

As equipas podem, se bem estruturadas colectivamente, suprir as deficiências individuais que os orçamentos reduzidos ou os azares lhes impõem. Veja-se o caso do Vitória de Setúbal e de Carlos Carvalhal. Mas uma equipa que individualmente seja fraca e que, colectivamente, seja um desastre, está condenada ao fracasso. O Boavista de Pacheco joga num 433 bem definido. Até aqui, nada a apontar. O problema raramente se prende apenas com o desenho táctico; muito mais importante é a dinâmica de jogo, a filosofia, etc. O Boavista de Pacheco joga, não raro, em função dos outros. Em primeiro lugar, não existe essa treta de marcação à zona. Nada disso! Isso são modernices a mais. O Boavista faz marcação homem a homem. E não são só os elementos mais recuados que o fazem: todos os onze jogadores têm, por tarefa defensiva, acompanhar o adversário que lhes compete para onde quer que este vá. Diakité, supostamente o médio mais defensivo, passou o jogo inteiro a cair nas faixas. A fazer o quê? A marcar Liedson. A Fary ficou entregue não a posição de ponta-de-lança, mas o sacrifício de andar atrás de Miguel Veloso. Ou seja, o Boavista jogou sem avançado para evitar que o Sporting jogasse. A minha pergunta é: Uma equipa que, para evitar que o adversário jogue, abdica de cada um dos seus jogadores, tem legitimidade para acreditar que pode ganhar um jogo? Para Jaime Pacheco, é mais importante que o adversário não jogue do que a sua equipa o faça. Se, por milagre, conseguir marcar um golo, muito bem. Mas isso, para Pacheco, não é importante. Com que moral pretende que os adeptos gastem dinheiro e se entusiasmem com o seu Boavista?

Além do sistema de marcação homem a homem, a filosofia de jogo do Boavista é de contra-ataque. Com o jogo em 1-0 para os axadrezados, vi Jaime Pacheco a pedir que os seus jogadores bombeassem bolas para a frente. E segurá-la, não? Trocar paulatinamente a bola entre os seus jogadores, para baixar o ritmo de jogo, para conservar a posse de bola, também não? Jogam os onze homens atrás da linha da bola, enfiados no seu meio-campo, cada um entregue a um adversário, e, quando recuperam a bola, tentam lançar os três homens da frente rapidamente; isto quer estejam a perder, quer estejam a ganhar. Uma equipa que jogue assim tem de ter três homens muito bons a nível individual na frente, coisa que não tem. Este Boavista não tem princípios de jogo. E não os tem porque Jaime Pacheco nem sabe o que isso é. Para ele, atacar é pontapear a bola para as costas da defesa e esperar que os seus avançados sejam mais rápidos que os defesas adversários.

Na zona de entrevistas rápidas, Jaime Pacheco vinha a ferver em orgulho. Disse que a sua estratégia fora anular Miguel Veloso, que era por onde passava, segundo ele, todo o jogo do Sporting, e que essa estratégia resultara em pleno e que, por causa dela, vencera o jogo. Devo dizer que Jaime Pacheco nem percebe por que é que ganha jogos. Sacrificar uma peça para evitar que outra jogue traz sempre maus resultados. Pode conseguir o que pretende, mas abre sempre espaços que não deveria abrir. Se o Sporting tivesse sabido aproveitar sobretudo o facto de Diakité raramente estar na zona central do terreno, uma vez que ia para onde Liedson ia, Jaime Pacheco estaria a esta hora a coçar a cabeça, sem saber o que tinha falhado. Mas, como ganhou, pensa que o deve à brilhante ideia de marcar homem a homem os jogadores do Sporting. Nada mais errado. Ganhou porque concretizou um lance de bola parada. Só isso. Se esse lance não tem acontecido, não sei se aguentaria o empate por muito mais tempo. E isto sem o Sporting estar a jogar bem. Se a nível individual o Boavista não tem, quanto a mim, qualidade para a primeira Liga, custa-me a acreditar que, a nível colectivo, haja equipas tão fracas como a de Jaime Pacheco na Liga Vitalis. A mentalidade não é só de equipa pequena; é de equipa de distrital. Interessa a Pacheco, essencialmente, anular o adversário. Se o conseguir, é o homem mais feliz do mundo e julga-se sábio. Não o é, nem uma coisa nem outra. Quer dizer, talvez seja feliz, porque nem tem inteligência para perceber que não o é. Mas como, de vez em quando, mais por demérito do adversário do que por mérito seu, consegue não sofrer golos jogando assim, vai conquistando uns pontitos. E, apesar de ser dos piores treinadores de que me lembro, talvez até consiga permanecer uma vez mais na Primeira Liga.

P.S. Há quem diga que Deus goza com os seres humanos. Se isso é verdade, o seu maior número cómico foi, sem dúvida, ter feito o Boavista de Jaime Pacheco campeão nacional...

22 comentários:

Pedro disse...

A questão é q vai lá explicar ao homem q ele não percebe nada do assunto após ter ganho ao sporting por dois secos...

É o mesmo q dizer aos cromos q no blackjack pedem cartas com 12/13 contra uma quadra ou quina da banca e fazem 20 ou 21 q é sempre mal jogado...

Nuno disse...

Dá-me ideia, Pedro, que o futebol não é blackjack e que, se neste podes jogar com a sorte, no primeiro não o deves fazer...

Mas o problema talvez seja esse. Creio que o Jaime Pacheco pensa o futebol como se tivesse a jogar blackjack. Para ele, o futebol não exige perícia...

Pedro disse...

A ideia era q é tão dificil explicar ao Pacheco q ele está errado como aos jogadores de BJ q aquilo q exemplifiquei é mal jogado.

Costuma-se dizer q no futebol a sorte procura-se...e procurar a sorte é com muito trabalho. Em tempos ainda tive esperança em Pacheco, achava q o Boavista jogava como jogava pq eram as peças q Pacheco tinha ao dispor e q se tivesse peças mais "elegantes" teria outra filosofia...parece q não. Q Pacheco é isto mesmo...

Hugo disse...

Faz-me lembrar quando Pacheco após perder 1-0 nas Antas afirmou ter dado um banho táctico em Mourinho...

firenze disse...

Nuno, o teu texto é interessante...embora óbvio!
Mas as pulsões discriminatórias e racistas que vomitas no mesmo sobre o Diakité são muito infelizes!

"Diakité é um tipo grande, de cor, que é capaz de assustar e talvez de cheirar mal, mas de bola é fraquinho."

"De cor"??Porquê referir que é de cor?Os outros são brancos ou vermelhos?O Fary é branco?não percebi...esse dado era irrelevante para a mensagem que querias transmitir!

"É capaz de cheirar mal"?Não sei se tu conheces o rapaz na sua intimidade...mas se não é esse o caso parece-me uma alusão ao facto da raça caucasiana não deter uma natural tendência genética para exalar um determinado odor!

Mas vê as coisas do lado contrário..para o Diakité o facto de teres um neurónio "à La Pacheco" também pode ser considerado uma expressão relevante e curiosa da tua própria existência!

firenze

www.antipasto.wordpress.com

Nuno disse...

Amigo firenze, que não tenhas sentido de humor e que te magoe qualquer coisa não é responsabilidade minha. Que não percebas o sentido das coisas e ponhas em causa o teor do que eu digo é parvo.

Quando digo que "Diakité é um tipo grande, de cor, que é capaz de assustar e talvez de cheirar mal, mas de bola é fraquinho", é porque preciso mesmo de referir o seu tamanho, a sua cor, e o eventual cheiro. Queres saber porquê? Porque, segundo o meu argumento, o Jaime Pacheco prefere jogadores desses a gajos que saibam alguma coisa de bola. Para que fiques esclarecido, não há aqui nenhum acto discriminatório contra o Diakité ou contra os pretos em geral. Não posso referir que o rapaz é de cor? Sou racista por isso? E quem disse que associo o cheiro à cor? Isso foi uma ilação tua. E já agora, também estou a discriminar os gajos grandes? É que destaco a cor, o cheiro e o tamanho. Por isso, parece-me que não entendeste bem as coisas.

Quando digo que Diakité é "é um tipo grande, de cor, que é capaz de assustar e talvez de cheirar mal, mas de bola é fraquinho", estou a pensar em características que sejam usadas para intimidar o adversário, que sirvam muito mais as intenções de anular o adversário do que as de jogar à bola. A única discriminação é de gajos que não sabem jogar à bola. Não percebeste isto e achas que estou a discriminar. Dá-me ideia que tu, ao imaginares isso, ao associares logo uma coisa à outra, é que estás a discriminar. Mas pronto, eu é que sou racista por constatar que o rapaz não é branco...

firenze disse...

Amigo Nuno vamos por partes. Inicialmente acusas-me de que não tenho sentido de humor...logo parte-se do princípio que aqueles comentários seriam umas piadas porreiras para tornar o texto mais giro!

E que sou parvo porque não percebo o significado das coisas!
De facto não percebia e não percebo como é que um jogador do Boavista possa ser escolhido em função do cheiro! segundo a tua lógica o cheiro deverá afastar os adversários eheheh...essa é mesma boa! Mas...espera.. mais à frente defendes mesmo este raciocínio!!Agora fiquei confuso!Então estavas a brincar como dizias no início da tua resposta ou estás mesmo a falar a sério?espero que seja a primeira para bem da tua sanidade mental...

Volto a insistir na cor!A cor de um atleta assusta?intimida?
De facto, falar na sua altura (1,88) e peso (80kg..que até é magro face à altura) e envergadura poderiam ser relevantes mas...cor??? todos os negros altos assustam então?? para quê falar na cor quando estas a descrever características que, segundo a tua opinião, tornam o jogador assustador para os adversários?incompreensível..

Quanto à última parte do post deve ser outra piada gira..por eu ter reparado no tua prosa racista (intencional ou não) acabo por ser a pessoa que discrimina...

www.antipasto.wordpress.com

Nuno disse...

Pá, se te melindras com isto, és tu quem discrima, disso não tenhas dúvidas.

Achas que o Diakité intimida mais ou menos que um gajo igual em termos físicos, mas branco? Não é nada contra os pretos em geral, mas por questões de raça ou não, o ímpeto deles não é o mesmo que o dos outros.

O preto grande, forte, feio, é o protótipo do jogador ideal do Jaime Pacheco: foi só isto que insinuei. Tu é que estás a levantar falsas questões. (E sim, podes acrescentar a fealdade às depreciações rácicas que faço ao rapaz.)

Achares que a minha frase é maldosa é não perceberes, em primeiro lugar, o sentido da mesma e, em segundo, ficares melindrado por referir coisas (como a cor ou o cheiro) como tipicamente fica melindrado quem não tem sentido de humor.

Sejamos honestos: censurares o que eu digo do Diakité é não querer ferir a susceptibilidade do rapaz. É dizer: "Ya, ele é preto, coitado. Não vamos agora lembrar-lhe isso, está? Pois, cheira mal, como todos os pretos. Coitados! Já é suficientemente atroz o cheiro com que têm de viver, por isso não vamos constatar agora essa evidência!" Pá, referir o refiro não tem rigorosamente nada de discriminatório. É uma evidência, um característica dele. E essa característica (foi aqui que sempre quis chegar) é claramente apreciada por Jaime Pacheco para aquilo que pretende. Não duvides...

Discriminatório é tratá-lo de forma especial. Não referir, porque isso pode ser indelicado, aquilo que ele é as características que tem é que é discriminar. Achares que há coisas que não se podem dizer de certas pessoas é admitires que elas têm de ter um tratamento especial. Não aceito isto, porque, isto sim, é discriminar...

firenze disse...

Muito bem. Os seus comentários estão à vista de todos. A forma ágil como contorna os argumentos que coloquei também.E a persistência no disparate também.
Cumprimentos.

www.antipasto.wordpress.com

Bruno Pinto disse...

"é um tipo grande, de cor, que é capaz de assustar e talvez de cheirar mal, mas de bola é fraquinho", estou a pensar em características que sejam usadas para intimidar o adversário"

Então Nuno, "Cá estamos"!!
Olha uma coisa, será que tu não és capaz de perceber, leia-se de ter noção, das contradições do teu discurso? Primeiro estou-me a borrifar se és racista ou se és só um tipo com muito sentido de humor. A mim não me chocou nada o teu texto nem a forma como falaste do Diakité. O que me faz pensar que talvez também só tenhas um neurónio é o teu discurso contraditório, a forma como contornas as questões, como dizes A e a seguir dizes B.

Lendo aquele teu parágrafo, já percebi que achas que o Pacheco gosta de usar jogadores que assutem, ou seja:
- um tipo grande assusta mais que um pequeno. (Eu tb acho)
- um tipo que cheira mal assusta mais que um que use Boss. (Eu tb acho)
- um tipo que é de cor (preto) assusta mais que um branco. (Eu não acho).

Agora é assim, achas que um preto, pelo tom mais escuro, assusta mais que um mais clarinho? Deduzo que sim, na lógica do teu texto. Então porque é que dizes isto: "Achas que o Diakité intimida mais ou menos que um gajo igual em termos físicos, mas branco?"?

Epá não se percebe, das duas uma: ou achas que um preto assusta mais que um branco e não tinhas que fazer essa pergunta, pois é uma contradição; ou não achas que um preto assusta mais que um branco e então não tinhas que falar na cor do gajo como argumento assustador.

A ver se consegues responder directamente à questão, sem começares a divagar e a meter os pés pelas mãos, como é teu hábito.

Nuno disse...

Bruno, tu parece que andas à pesca a ver se eu, por acaso, me contradigo. Como está a demorar, inventas.

"ou achas que um preto assusta mais que um branco e não tinhas que fazer essa pergunta, pois é uma contradição"

Resposta: Acho. Argumento: Já o tinha dito acima e é este: "Não é nada contra os pretos em geral, mas por questões de raça ou não, o ímpeto deles não é o mesmo que o dos outros." Ou seja, são mais impetuosos. Não tinha que fazer essa pergunta porquê? A pergunta é para o firenze. A minha resposta a essa pergunta, pelo que eu disse, é: intimida mais. Onde é que está a contradição?

Foda-se! Fazes-me perder tempo com uma merda sem nexo nenhum... E discutires ideias, não? É que nem sequer percebo qual é a tua dúvida. Ou leste mal a pergunta, ou vieste só mesmo implicar...

P.S. Já sei que estás contente por o teu Porto estar em primeiro; não precisas de te vangloriar sempre disso diante daqueles que, apesar de tudo, não apreciam o futebol da tua equipa. Chama-se ao que te falta "Classe"...

Bruno Pinto disse...

Eheheheheh, epá ó Nuno, tu és mas é um ganda maluco, é o que é! É por isso que eu gosto de vir aqui.

"Fazes-me perder tempo com uma merda sem nexo nenhum..." Pá que não tem nexo nenhum já eu tinha reparado, por isso é que eu te interpelei. Quanto ao tempo perdido, ei ei ei, alto e pára o baile! Uma vez perdi uma tarde inteira a debater contigo sobre aquele sueco que joga no Sporting, portanto ainda tenho uns créditos para gastar.

Nuno disse...

Continuas sem dizer onde está a contradição. A única falta de nexo é tua...

Anónimo disse...

Nunca vim a este blogue e este é o primeiro texto que leio.

Respeitando a tua opiniao sou obrigado a discordar contigo em muitas coisas!

1)Neutralizar adversários chave é uma técnica muito usada pelo futebol cínico e pragmático que pode não levar as pessoas aos estadios...mas leva as taças pra vitrine!!! Inclusive abdicando de elementos importantes. Posso dar-te o exemplo do Matthaeus um dos melhores jogadores de sempre e que jogou grande parte da carreira(curiosamente a melhor) preso a tarefas defensivas e de marcação individual com o Trappatoni(curiosamente um dos mais victoriosos de sempre no futebol) tanto no inter como no bayern(que curiosamente tiveram sempre sucesso com esse modelo! Não quero com isto dizer que o boavista tenha jogado bem(longe disso) e que não teve sorte. Teve e muita mas não podes desvalorizar um modelo de jogo apenas porque uma equipa que o praticou não ganhou o jogo pela estrategia mas sim pela sorte.

2) A tripla ofensiva se tivesse processos definidos acredita que seria uma das mais perigosas da liga! os 3 abundam em talento...mas é preciso um treinador! O jorge ribeiro não é medio mas joga que se farta naquela posição. O diakite é um jogador fundamental no boavista. ele não está lá pra jogar à bola... está lá pra não deixar jogar e aí está o teu erro de interpretação.

3) De resto, e não querendo fazer NENHUM elogio à forma como joga o Boavista, acho que devias informar-te um pouco sobre a essência do futebol defensivo e ver as bases do mesmo que, curiosamente, são aquelas que tu dizes serem de equipas distritais. O futebol defensivo é o mais ganhador de sempre na história do futebol.

cumprimentos

Nuno disse...

"Neutralizar adversários chave é uma técnica muito usada pelo futebol cínico e pragmático que pode não levar as pessoas aos estadios...mas leva as taças pra vitrine!!!"

Ya ya... Leva bué taças. Põe uma equipa sem grandes jogadores, que não consiga resolver individualmente, como o Boavista, e vais ver que taças é que eles levam.

"Posso dar-te o exemplo do Matthaeus um dos melhores jogadores de sempre e que jogou grande parte da carreira(curiosamente a melhor) preso a tarefas defensivas e de marcação individual com o Trappatoni"

Isto é falso. Ele jogava mais recuado, sim. Mas o facto de estar preso a tarefas defensivas, não significa que estivesse incumbido de marcar individualmente ninguém. O Matthaus jogava mais recuado porque o Trap não gostava de jogar com médios-defensivos. Simples. Ele podia ter missões defensivas, mas nunca a sua função na equipa foi marcar o adversário directo.

"A tripla ofensiva se tivesse processos definidos acredita que seria uma das mais perigosas da liga! os 3 abundam em talento...mas é preciso um treinador!"

Han?? Talento? Onde, pá? O Zé Kalanga é o Martelinho mas em preto. Corre, mas não tem mais nada. O Mateus é limitado a todos os níveis. Tirando a força e alguma experiência, é miserável. Ainda assim, é o melhor dos três. O Fary, então, é pura e simplesmente uma desgraça. Os três abundam em talento? É das coisas mais cómicas que ouvi nos últimos tempos.

"O jorge ribeiro não é medio mas joga que se farta naquela posição."

Han?? Joga que se farta? A única coisa boa que ele tem é o remate. Em criatividade é zero, não é rápido, não é inteligente, no um para um é limitadíssimo. Joga que se farta como?

"diakite é um jogador fundamental no boavista. ele não está lá pra jogar à bola... está lá pra não deixar jogar e aí está o teu erro de interpretação."

E sabes qual é o teu erro de interpretação? O que eu critico neste texto é um modelo que tem como base haver uns jogadores só para "não deixar jogar". Acredito que, para o modelo do Jaime Pacheco, o Diakité seja útil. O que eu critico é o modelo do Pacheco. Critico o facto de haver gajos só para atacar e gajos só para defender. E, criticando isto, tenho de criticar um jogador como o Diakité. Um jogador que só seja para defender jamais serviria para uma equipa a sério.

"acho que devias informar-te um pouco sobre a essência do futebol defensivo e ver as bases do mesmo que, curiosamente, são aquelas que tu dizes serem de equipas distritais. O futebol defensivo é o mais ganhador de sempre na história do futebol."

Conheço as bases do futebol defensivo muito bem. É o mais ganhador da história? Tirando um ou outro caso, é também o estilo maioritário. Só por aqui dá para justificar muita coisa. Mas nem sei se é o mais ganhador. Muito sinceramente, acho que estás enganado. Mas queres quantos treinadores bem sucedidos que não tenham preferido o futebol defensivo? Só para mencionar alguns: Mourinho, Ferguson, Hiddink, Wenger, Lippi (no contexto italiano é dos mais ofensivos) Rijkaard, etc. A selecção com mais títulos mundias é o Brasil. A Holanda, a Argentina e a Espanha são as grandes potências em termos jovens e nenhuma delas joga à defesa. Tirando o futebol italiano e, em certa medida, as selecções alemãs, não há mais sucesso do futebol defensivo. E o sucesso das equipas italianas a jogar defensivamente explica-se pelo facto de terem os melhores atacantes...

Anónimo disse...

1) Não disse que o boavista levava taças. Disse que aquele futebol levava taças o que é um facto

2)O matthaeus jogou mtas vezes preso a marcar jogadores nomeadamente nos jogos fundamentais!

3) quanto a tripla do boavista. Os 3 sao jogadores mto bons (para o nivel do boavista obviamente) nao para um grande clube. Acho que entao o fary nao precisa de mostrar nada pois ate ja foi o melhor marcador da liga. O jorge ribeiro igual. è o melhor jogador do boavista. Pode ser limitado. Mas para o boavista chega e sobra.

4)Juntando clubes e selecçoes o futebol defensio é sim o mais ganhador. Italia tem 4 campeonatos do mundo e as equipas italianas sao as mais bem sucedidas da historia das competiçoes europeias (Taco a taco com a espanha mas levam ligeira vantagem) e essa de terem os melhores avançados nao interfere no seu modelo de jogo.

depois. Mourinho é claramente um defensor do estilo de jogo defensivo. Qualquer um sabe disso.
O fergusson sucesso? Ganhar o campeonato ingles é a sua obrigação! é o manchester united. Mas e liga dos campeoes? Ganhou 1 em 20 anos e da forma que foi(curiosamente depois do matthaeus ter saido de campo pa ovaçao) de resto ano so nao ganha como sai sempre espezinhado aos pes dum espanhol ou italiano. Mas tem o seu merito claro. O rijkaard é um treinador mto fraco mas aquela equipa do barça era simplesmente imparavel. O merito nao foi dele.

por ultimo. nao existe so futebol ofensivo e defensivo. ha meios termos. Mas uma coisa é certa quem conseguir praticar um dos 2 de forma brilhante ganha de certeza. Os futebois totalmente ofensivos do brasil ou por exemplo desse barça de rijkaard tinham mtas lacunas defensivas mas tal era o poder do ataque que as equipas ganhavam na mesma. e uma equipa que pratique um futebol defensivo mto bom é quase indestrutivel. Quanto tempo nao imperou o Catennacio? sao opinioes..

cumprimentos

Nuno disse...

Pedro, ia todo contente comentar cada um dos teus pontos quando vi isto:

"Mourinho é claramente um defensor do estilo de jogo defensivo. Qualquer um sabe disso."

Confesso que perdi um bocado a vontade de tentar explicar alguma coisa a quem acha isto. Mourinho é defensivo? Recomendo-te que leias um texto que escrevi sobre a questão há já algum tempo. Eis o link:

http://entredez.blogspot.com/2007/04/
o-mundo-ao-contrrio.html

Poderia dizer, como resposta: Mourinho não tem nada de defensivo. Qualquer um sabe disso. Mas pelos vistos não é qualquer um que sabe isso.

"1) Não disse que o boavista levava taças. Disse que aquele futebol levava taças o que é um facto"

Olha que não leva assim tantas.

"2)O matthaeus jogou mtas vezes preso a marcar jogadores nomeadamente nos jogos fundamentais!"

Isso é falso. Dá-me um exemplo que seja. Jogou, enquanto trinco, como homem solto, e tinha uma missão parecida com aquela que Pirlo tem actualmente no Milão. Na defesa, foi sempre líbero, ou seja, ficou sempre às sobras.

"3) quanto a tripla do boavista. Os 3 sao jogadores mto bons (para o nivel do boavista obviamente) nao para um grande clube. Acho que entao o fary nao precisa de mostrar nada pois ate ja foi o melhor marcador da liga. O jorge ribeiro igual. è o melhor jogador do boavista. Pode ser limitado. Mas para o boavista chega e sobra."

O Fary é bom porque já foi o melhor marcador da liga? Mas isso é argumento que se apresente? Lembro-me de um ano em que o Benfica foi buscar os dois melhores marcadores da liga do ano anterior. Chamavam-se Hassan e Marcelo. Eram tão mauzinhos... Pá, o facto de ter sido o melhor marcador não significa que seja bom. Fary é péssimo. Não tem argumentos físicos, não é rápido, tecnicamente é deplorável, não tem ideias, etc. É um avançado de um clube pequeno e, nesta fase da carreira, nem sequer acho que tenha condições para estar num plantel da primeira liga. Concordo que o Jorge Ribeiro seja o melhor jogador do Boavista, porque o Boavista joga à boavista. Dou-te dois nomes que, se aproveitados, seriam melhores que ele: Ivan Santos e Hugo Monteiro. O Jorge Ribeiro é banalíssimo e não é médio. Joga a médio porque o Boavista não é uma equipa de futebol...

"4)Juntando clubes e selecçoes o futebol defensio é sim o mais ganhador. Italia tem 4 campeonatos do mundo e as equipas italianas sao as mais bem sucedidas da historia das competiçoes europeias (Taco a taco com a espanha mas levam ligeira vantagem) e essa de terem os melhores avançados nao interfere no seu modelo de jogo."

Vamos por partes. No futebol de selecções, tens 5 campeonatos do mundo do Brasil, um da Inglaterra e dois da Argentina. Tudo isto são selecções de futebol ofensivo. Tens 4 títulos italianos e 3 alemães, e a Alemanha de 74, por exemplo, não era uma equipa nada defensiva. A nível de campeonatos europeus, tens nos últimos anos Dinamarca, Alemanha e França a jogar ao ataque. Só a Grécia é que foi campeã a defender. A nível de clubes, os italianos são mais bem sucedidos? Não fui verificar, mas isso não é bem assim. E o facto de eles terem os melhores avançados explica o facto de ganharem coisas. Não podes escamotear isso. Não podes alegar que o Milan do Capello ganhou aquela Liga dos Campeões porque jogavam à defesa. Ya, jogavam, mas tira-lhes os Donadonis e os Savicevics todos lá da frente e eles não faziam nada. Os clubes italianos, até meio da década de 90, tinham mais dinheiro que os clubes de outros países, por isso tinham as melhores equipas. Ganharam o que ganharam porque tinham boas equipas e não porque o futebol defensivo dá frutos.

"O rijkaard é um treinador mto fraco mas aquela equipa do barça era simplesmente imparavel. O merito nao foi dele."

Não teve mérito como? Os jogadores lembraram-se que tinham de jogar colectivamente? A ideia dos extremos de pé contrário é dos jogadores? O 433 com dois médios claramente ofensivos e só um defensivo foi opção dos jogadores? Claro que a equipa era forte por causa dos jogadores, mas jogava ao ataque por causa dele. Bom ou mau, foi o grande responsável pelo bom futebol do Barcelona. Isso não podes negá-lo...

"uma equipa que pratique um futebol defensivo mto bom é quase indestrutivel."

Ya, a Grécia praticou um futebol defensivo bom. Ganhou um campeonato da Europa porque defendiam bem, mas porque também tiveram sorte a marcar golos cada vez que iam ao ataque. Continuaram a praticar um bom futebol defensivo. Mas a mama acabou-se e não foram ao mundial. Não eram assim tão indestrutíveis. Nenhuma equipa que só jogue ao ataque ou só jogue à defesa é indestrutível. Praticar um bom futebol defensivo é só metade do trabalho. E é a metade mais fácil. Difícil é pôr a equipa a jogar ao ataque de forma colectiva. E então pô-la a jogar assim sem descurar a defesa, é o grande segredo...

"Quanto tempo nao imperou o Catennacio?"

Imperou enquanto o poder financeiro das equipas italianas camuflava as lacunas do Catennacio. A partir do momento em que Espanha e Inglaterra equilibraram as coisas, as equipas italianas deixaram de ter poderio. Dá-me ideia que isso prova que o catennacio nunca foi o segredo de nada...

Anónimo disse...

discutir contigo começa a ser infrutifero alias como ja reparei nao sou so eu que acho. Parece que toda a gente aqui já te conhece.

nao vale a pena discutir. Os argumentos que tu apresentas em nada contrariam o que eu disse. E apoiam muito mal os teus.

cumprimentos

ps se eu nao responder mais aos teus comentarios nao penses que é por concordar contigo. é apenas porque é infrutifero.

Bruno Pinto disse...

""2)O matthaeus jogou mtas vezes preso a marcar jogadores nomeadamente nos jogos fundamentais!"

Isso é falso. Dá-me um exemplo que seja. Jogou, enquanto trinco, como homem solto, e tinha uma missão parecida com aquela que Pirlo tem actualmente no Milão. Na defesa, foi sempre líbero, ou seja, ficou sempre às sobras"

Eheheheh. Pá que fique bem claro que não estou aqui a concordar nem com um nem com outro, porque não me quero meter na discussão... Mas, Nuno, tenho uma pergunta para ti? Sabes quem fez marcação directa (sim, directa, seguiu-o pelo campo todo) ao Maradona na final do Itália'90? Ora vê se adivinhas. Pá, tu não percebes um chavo de futebol, tu não sabes nada sobre história do futebol, tu não conheces das coisas mais conhecidas do futebol. É normal que o ppl perca vontade de discutir com alguém tão limitado e ao mesmo tempo tão irritante, por se achar tão culto quando na verdade é um perfeito burro.

Tenho outro prémio para ti: "Gostava de perceber de futebol para não escrever barbaridades".

Nuno disse...

Bruno Pinto, confesso que não me lembro da final do Itália 90. Mas, uma vez que és mais novo que eu, também não te lembras de certeza. Mas sei uma coisa: o Matthaus, em 90, na selecção alemã, era o armador de jogo da equipa. Duvido que tenha andado a marcar o Maradona nessa final. Talvez tenha apanhado o argentino porque pisaram terrenos parecidos, mas não acredito que tenha andado atrás dele os 90 minutos. Se o fez, de facto é um exemplo. Mas duvido mesmo. Agora, isso não implica que ele tenha jogado toda a carreira dessa forma.

Pedro Silva diz:

"discutir contigo começa a ser infrutifero alias como ja reparei nao sou so eu que acho. Parece que toda a gente aqui já te conhece."

Primeiro, não te compares ao Bruno Pinto. Ele vem aqui só para dizer mal; já há algum tempo que teimou que tem que criticar aquilo que ele acha que são os meus defeitos; já há muito tempo que não vem com intenção de discutir ideias. Agora, é infrutífero o quê? Dei-me ao trabalho de dizer por que é que o Fary não é bom, dei-me ao trabalho de te recomendar um texto sobre a questão do Mourinho ser ou não defensivo. Logo, dizeres isto não faz sentido:

"Os argumentos que tu apresentas em nada contrariam o que eu disse. E apoiam muito mal os teus."

Os meus argumentos contrariam o que tu dizes. Se não tens mais argumentos, não inventes que os meus não contrariam os teus, porque contrariam. Disse-te por que é que o Rijkaard tem de ter mérito no sucesso do Barcelona; mostrei-te números que inviabilizam a tua ideia de que o futebol defensivo é o mais ganhador. Pá, por que é que os argumentos não chegam? Se calhar, dá-te jeito que não cheguem...

Bruno Pinto disse...

"Bruno Pinto, confesso que não me lembro da final do Itália 90."

Então cala-te!!!!!! Não digas asneiras, não fales sem saber. Não sejas tão convicto, quando não sabes o que estás a dizer! No Mundial'90 tinha 8 anos, não vi essa final, mas tenho o jogo gravado, percebes? Gosto de futebol, tenho muitas finais em vídeo, percebes? E quando falo, sei do que falo. Não atiro bitaites para o ar, só para parecer que tenho razão. Tu és um gajo ridículo!

Nuno disse...

Pá, Monsieur Homais, prometo que vou ver o jogo, então. E depois falamos. Apesar de não me lembrar bem dessa final, já vi resumos/lances e conheço a carreira do Matthaus. Além disso, sei que não devo confiar nas tuas intuições sobre futebol e sei que, quando dizes que o Matthaus perseguiu o Maradona durante 90 minutos, podes bem estar enganado. Prefiro confiar naquilo que conheço do Matthaus do que naquilo que tu viste. É uma opção. Quanto ao ser ridículo, é engraçado que o digas. Não me tinha apercebido. Agora que mo revelas, faz sentido. Vou ter mais atenção a isso, a sério. Tenho contudo uma virtude. Embora seja ridículo, não ficaria na ignorância sem saber por que é que me alcunharam de certa maneira...