A opinião aqui lançada há dias sobre o real valor do central brasileiro Lúcio mereceu desaprovação por parte da grande maioria dos nossos leitores. O texto em questão reportava-se ao jogo frente ao Catania, o qual o Inter perdera e em cuja derrota Lúcio tivera a sua parte de responsabilidade. Aqueles que o defendem alegam dizendo que se tratou de um caso isolado ou vão até mais longe afirmando que, apesar de não ser óptimo em termos posicionais, é um excelente central. A mim, faz-me confusão a possibilidade de existir um excelente central que não seja excelente em termos posicionais. Lúcio é fraco nesse particular, assim como é fraco em termos de abordagem aos lances, e erros como aqueles frente ao Catania são recorrentes. É um jogador impetuoso, muito agressivo, que vai a todas e não vira a cara à luta. O problema é a falta de frieza, a incapacidade para perceber que nem todos os lances devem ser disputados na sua máxima intensidade, a incompetência posicional, o facto de não perceber que a sua concentração deve estar centrada em perceber o que se está a passar a cada momento e não em perceber unicamente quando é que deve arrancar para a bola. O problema de Lúcio é o mesmo problema de David Luiz, Pepe ou Vidic, defesas centrais já aqui apontados como francamente displicentes. São jogadores que, do ponto de vista intelectual, deixam muito a desejar. E não é raro que contribuam para maus desempenhos defensivos das equipas em que jogam. Aqui fica então um conjunto de erros, assim como a análise a cada um desses erros, protagonizados por Lúcio no desafio frente ao Chelsea, na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
1. No primeiro lance, o pormenor menos importante é o choque com Malouda. A meu ver, não existe penalty, e não é por aí que o comportamento defensivo de Lúcio neste lance pode ser condenável. O problema é tudo o que antecede esse choque. Em primeiro lugar, o desrespeito táctico pela cobertura ao seu lateral, estando extremamente afastado de Maicon; depois, o facto de se encontrar uns bons metros abaixo do resto dos defesas, desrespeitando a linha defensiva do Inter. Maicon sobe para pressionar, num lance que se desenrola do seu lado, e Lúcio, responsável por manter a linha defensiva, naquele momento, unida, afunda-se no campo, separando-se do colega. Lúcio está demasiado baixo e demasiado longe do seu lateral, o que possibilita que haja tanto espaço no meio, espaço esse que Malouda aproveita para explorar, numa penetração interior que só não teve piores consequências porque não calhou.
2. No segundo lance, o espírito abnegado de Lúcio vem ao de cima. Num lance bem longe do seu raio de acção, sente-se na necessidade de ir ser ele a travá-lo. A bola vai para Ballack, que não encontra oposição, e Lúcio, ainda que apenas momentaneamente (ter-se-á arrependido depois), sai da sua posição para ir impedir o remate. O seu movimento faz com que praticamente ultrapasse Walter Samuel e que abra um buraco entre si e Maicon. Esse buraco acaba por não ser aproveitado pelo Chelsea, até porque Drogba acabou por ficar em posição irregular, mas não deixa de demonstrar, com alguma clareza, o tipo de comportamento defensivo aparvalhado de Lúcio.
3. Repare-se agora onde vai Lúcio pressionar no terceiro lance. Num lance de organização defensiva, numa zona extraordinariamente bem povoada, Lúcio não hesita em sair da sua posição para ir pressionar um jogador (Anelka), que até estava pressionado por um atleta do Inter. Resultado? Dois jogadores batidos e o Inter obrigado a reposicionar-se rapidamente sem necessidade. No caso, é Cambiasso quem dobra, e bem, o companheiro. Mas o Inter desposiciona-se sem necessidade nenhuma, o que permite ao Chelsea gozar de espaço suficiente para conseguir fazer a bola entrar em Malouda. Lúcio, uma vez mais, parecia um tontinho.
4. No quarto lance, Lúcio não respeita, uma vez mais, a linha defensiva. Repare-se que, dos quatro elementos, é aquele que parece que está no campo e não sabe bem o que tem de fazer. Hesita em subir, hesita em recuar, fica ali no meio, um pouco aluado. Os perigos deste tipo de comportamento podem não ser fáceis de perceber. Nem ficariam à vista se Drogba não tivesse cruzado para a área. Mas o que resulta daqui é que o posicionamento alto de Lúcio permite que Malouda entre nas suas costas, entre ele e Walter Samuel. O argentino, para evitar que Malouda ficasse em posição privilegiada para receber a bola atrás de Lúcio, tem de acorrer ao espaço deixado vago pelo colega, abrindo necessariamente um buraco entre si e o lateral esquerdo. É aí que Anelka entra e é aí que recebe à bola, à vontade. O comportamento displicente de Lúcio, uma vez mais, é a causa da desorganização defensiva momentânea do Inter e do espaço que os avançados do Chelsea acabam por auferir.
5. Para finalizar, uma má abordagem a um lance. A bola vem na direcção de Drogba, que tem Walter Samuel nas costas, e Lúcio decide interceptar a bola no ar, à frente de Drogba. Nenhum defesa deve tentar uma intercepção, se não tiver a certeza absoluta de que vai consegui-la. Ao falhar, deixou uma vez mais um buraco na sua zona, por onde entrou Lampard. Drogba conseguiu dominar a bola e conseguiu passá-la a Lampard. O médio do Chelsea só não conseguiu finalizar porque Walter Samuel saiu bem da marcação e acorreu prontamente, impedindo o remate. O que fica, porém, na retina, é a forma absolutamente desconcentrada com que Lúcio leu este lance, arriscando uma intercepção difícil que não era, de modo nenhum necessária, estando a equipa bem arrumada defensivamente.
Antes de terminar, gostaria ainda de fazer referência a uma ideia que parece consensual e com a qual não concordo. Lúcio, é verdade, é um central rápido. Mas rapidez, por si só, não é argumento suficiente para justificar que seja um defesa competente a jogar alto. Ao contrário do que é comum afirmar, não creio que Lúcio seja bom para jogar num bloco alto e acredito até que Mourinho percebeu isso mesmo ao fim de algum tempo a treinar com o atleta. Tê-lo-á contratado com a ilusão de que serviria para pôr a equipa a jogar alto, mas terá percebido que isso lhe traria problemas. E os problemas surgiriam essencialmente de dois defeitos nesta ideia. Lúcio é rápido, mas não é ágil; é rápido depois de embalar, mas não o é no arranque. Para jogar alto, mais do que velocidade, é necessário aceleração, capacidade para mudar de direcção e de velocidade rapidamente, capacidade para reagir a mudanças do centro de jogo, jogo de rins, etc.. Lúcio não tem nada disto. É rápido, mas perde muito tempo a virar-se e a equilibrar-se. Neste particular, é muito diferente, por exemplo, de Pepe ou David Luiz. Além deste pormenor, há outro problema que me parece não poder deixar de afectar uma defesa constantemente subida no campo: o posicionamento. Sendo Lúcio tão errático em termos posicionais e tão desconcentrado, jogar tão subido tornaria ainda mais visíveis tais defeitos. Jogando num bloco baixo, qualquer central com problemas de posicionamento fica mais protegido e terá sido isso, eventualmente, que Mourinho percebeu. Discordo, por isso, de que Lúcio permite à equipa em que joga que esta jogue mais alta. Acho, aliás, que ele pode ser especialmente útil em blocos mais baixos, pela imponência física, pela capacidade para disputar lances aéreos e pela capacidade de luta que demonstra, muito mais relevante quando há pouco espaço para jogar.
1. No primeiro lance, o pormenor menos importante é o choque com Malouda. A meu ver, não existe penalty, e não é por aí que o comportamento defensivo de Lúcio neste lance pode ser condenável. O problema é tudo o que antecede esse choque. Em primeiro lugar, o desrespeito táctico pela cobertura ao seu lateral, estando extremamente afastado de Maicon; depois, o facto de se encontrar uns bons metros abaixo do resto dos defesas, desrespeitando a linha defensiva do Inter. Maicon sobe para pressionar, num lance que se desenrola do seu lado, e Lúcio, responsável por manter a linha defensiva, naquele momento, unida, afunda-se no campo, separando-se do colega. Lúcio está demasiado baixo e demasiado longe do seu lateral, o que possibilita que haja tanto espaço no meio, espaço esse que Malouda aproveita para explorar, numa penetração interior que só não teve piores consequências porque não calhou.
2. No segundo lance, o espírito abnegado de Lúcio vem ao de cima. Num lance bem longe do seu raio de acção, sente-se na necessidade de ir ser ele a travá-lo. A bola vai para Ballack, que não encontra oposição, e Lúcio, ainda que apenas momentaneamente (ter-se-á arrependido depois), sai da sua posição para ir impedir o remate. O seu movimento faz com que praticamente ultrapasse Walter Samuel e que abra um buraco entre si e Maicon. Esse buraco acaba por não ser aproveitado pelo Chelsea, até porque Drogba acabou por ficar em posição irregular, mas não deixa de demonstrar, com alguma clareza, o tipo de comportamento defensivo aparvalhado de Lúcio.
3. Repare-se agora onde vai Lúcio pressionar no terceiro lance. Num lance de organização defensiva, numa zona extraordinariamente bem povoada, Lúcio não hesita em sair da sua posição para ir pressionar um jogador (Anelka), que até estava pressionado por um atleta do Inter. Resultado? Dois jogadores batidos e o Inter obrigado a reposicionar-se rapidamente sem necessidade. No caso, é Cambiasso quem dobra, e bem, o companheiro. Mas o Inter desposiciona-se sem necessidade nenhuma, o que permite ao Chelsea gozar de espaço suficiente para conseguir fazer a bola entrar em Malouda. Lúcio, uma vez mais, parecia um tontinho.
4. No quarto lance, Lúcio não respeita, uma vez mais, a linha defensiva. Repare-se que, dos quatro elementos, é aquele que parece que está no campo e não sabe bem o que tem de fazer. Hesita em subir, hesita em recuar, fica ali no meio, um pouco aluado. Os perigos deste tipo de comportamento podem não ser fáceis de perceber. Nem ficariam à vista se Drogba não tivesse cruzado para a área. Mas o que resulta daqui é que o posicionamento alto de Lúcio permite que Malouda entre nas suas costas, entre ele e Walter Samuel. O argentino, para evitar que Malouda ficasse em posição privilegiada para receber a bola atrás de Lúcio, tem de acorrer ao espaço deixado vago pelo colega, abrindo necessariamente um buraco entre si e o lateral esquerdo. É aí que Anelka entra e é aí que recebe à bola, à vontade. O comportamento displicente de Lúcio, uma vez mais, é a causa da desorganização defensiva momentânea do Inter e do espaço que os avançados do Chelsea acabam por auferir.
5. Para finalizar, uma má abordagem a um lance. A bola vem na direcção de Drogba, que tem Walter Samuel nas costas, e Lúcio decide interceptar a bola no ar, à frente de Drogba. Nenhum defesa deve tentar uma intercepção, se não tiver a certeza absoluta de que vai consegui-la. Ao falhar, deixou uma vez mais um buraco na sua zona, por onde entrou Lampard. Drogba conseguiu dominar a bola e conseguiu passá-la a Lampard. O médio do Chelsea só não conseguiu finalizar porque Walter Samuel saiu bem da marcação e acorreu prontamente, impedindo o remate. O que fica, porém, na retina, é a forma absolutamente desconcentrada com que Lúcio leu este lance, arriscando uma intercepção difícil que não era, de modo nenhum necessária, estando a equipa bem arrumada defensivamente.
Antes de terminar, gostaria ainda de fazer referência a uma ideia que parece consensual e com a qual não concordo. Lúcio, é verdade, é um central rápido. Mas rapidez, por si só, não é argumento suficiente para justificar que seja um defesa competente a jogar alto. Ao contrário do que é comum afirmar, não creio que Lúcio seja bom para jogar num bloco alto e acredito até que Mourinho percebeu isso mesmo ao fim de algum tempo a treinar com o atleta. Tê-lo-á contratado com a ilusão de que serviria para pôr a equipa a jogar alto, mas terá percebido que isso lhe traria problemas. E os problemas surgiriam essencialmente de dois defeitos nesta ideia. Lúcio é rápido, mas não é ágil; é rápido depois de embalar, mas não o é no arranque. Para jogar alto, mais do que velocidade, é necessário aceleração, capacidade para mudar de direcção e de velocidade rapidamente, capacidade para reagir a mudanças do centro de jogo, jogo de rins, etc.. Lúcio não tem nada disto. É rápido, mas perde muito tempo a virar-se e a equilibrar-se. Neste particular, é muito diferente, por exemplo, de Pepe ou David Luiz. Além deste pormenor, há outro problema que me parece não poder deixar de afectar uma defesa constantemente subida no campo: o posicionamento. Sendo Lúcio tão errático em termos posicionais e tão desconcentrado, jogar tão subido tornaria ainda mais visíveis tais defeitos. Jogando num bloco baixo, qualquer central com problemas de posicionamento fica mais protegido e terá sido isso, eventualmente, que Mourinho percebeu. Discordo, por isso, de que Lúcio permite à equipa em que joga que esta jogue mais alta. Acho, aliás, que ele pode ser especialmente útil em blocos mais baixos, pela imponência física, pela capacidade para disputar lances aéreos e pela capacidade de luta que demonstra, muito mais relevante quando há pouco espaço para jogar.
15 comentários:
mais uma excelente análise.
o que tens a dizer sobre o Polga em geral?? e um caso particular, em relação ao 1º golo do maritimo?
Não concordo no caso do David Luiz, acho que ele está a evoluir bastante nesse capítulo...
http://aoutravisao.wordpress.com/
Boa noite, entrei por acaso neste blog e porque o futebol é a minha paixão. Dito isto gostaria que fizessem um texto sobre Gamarra, quanto a mim o melhor central que passou pelo Benfica.
o meu e-mail, no caso de deciderem falar sobre o Gamarra é o claralamarques@gmail.com. Obrigado
" Tê-lo-á contratado com a ilusão de que serviria para pôr a equipa a jogar alto, mas terá percebido que isso lhe traria problemas."
O problema do Mourinho é não ter perguntado a opinião do Nuno antes de contratar o Lúcio... Aliás, o Van Gaal prescindiu dos serviços do Lúcio depois de ter consultado o Nuno... E o Nuno disse: "Ó pah caga no Lúcio, e nem sequer penses no David Luiz ou Vidic...Pepe? Estás doido!!! Olha o Zé Castro...Ou o Meira...QUE CENTRAIS!!!
Ricardo, o Polga, nos últimos anos, tem descido de nível de forma assombrosa. Na primeira época do Paulo Bento, estava extraordinário e, na altura, era para mim um dos melhores defesas da Europa e tinha lugar na selecção brasileira. Actualmente, perdeu tudo o que tinha. Ao contrário do que se diz, já foi bastante rápido. Hoje não o é. Mas o que mais confusão me faz são os índices de concentração. Polga era fortíssimo neste capítulo. Actualmente, é medíocre. Não sei se é desinteresse, se relaxou. Sei que actualmente só tem lugar no Sporting por caridade. Quanto ao golo do Marítimo, é uma reposição rápida do Peçanha. O Sporting estava a jogar em 442 clássico e a sua segunda linha demorou a chegar e permitiu a Djalma receber, rodar, vir para o meio e fazer tudo sem oposição. O Adrien também não fechou por dentro e o Polga não se posicionou o melhor que pôde, mas há muita responsabilidade colectiva no espaço e no tempo que os jogadores do Marítimo tiveram. Carvalhal esteve uma vez mais brilhante, ao lembrar-se de um 442 clássico que permitiu ao adversário espaço e tempo para o que quisessem.
Balakov10, o David Luiz parece mais mansinho em alguns jogos. Mas não creio que esteja a evoluir. Deve ouvir das boas do Jesus. Contra o Paços, é responsabilidade dele o golo de William, ao sair a pressionar a uma zona que não é a sua, provocando reajustamentos desnecessários. Para a segunda parte desse jogo, veio calminho, nunca subiu com bola, nunca tentou aqueles disparates que costuma tentar, nunca procurou ganhar em antecipação. Esteve sempre reservado. Decerto que Jesus lhe disse alguma coisa. Contra o Marselha, voltou a ter falhas comprometedoras, que só não deram em nada porque não calhou e porque o Benfica estava, de facto, a fazer um grande jogo. No entanto, podia facilmente ter acabado a eliminatória, com os erros que cometeu. Não creio que esteja melhor. Creio sim que Jesus andará mais em cima dele.
Xigono, por acaso, pensei recentemente sobre um texto sobre o Gamarra. A ideia era reflectir sobre o que é um grande central. Gamarra foi-o, de facto. Mas o texto seria essencialmente para reinvidicar que o foi mas não pelas razões que as pessoas acham que foi. Para a maior parte das pessoas, Gamarra encheu as medidas porque todos os jogos fazia cortes brilhantes. Era natural que assim fosse, dado que o Benfica, naquela altura, era francamente mau. Mas o valor do Gamarra ia muito para além disso. Cortes no limite também o David Luiz os faz. E o David Luiz ao pé do Gamarra é uma anedota.
Daniel, ainda bem que, tendo tu 5 lances para comentar acerca do que vale realmente o Lúcio, preferes não o fazer e dizer, a todo o custo, que é bom, venha quem vier. Este vídeo é interessante precisamente porque põe em cheque a ideia feita de que o Lúcio é um dos melhores centrais do mundo. Alguém que queira manter a ideia de que ele vale a reputação que tem, tem de discutir o vídeo e não apenas agarrar-se à ideia de que é bom. Daquilo que posso depreender, portanto, é que não tens ideias próprias e que, perante argumentos que sustenta ideias polémicas, preferes a religião dos lugares-comuns. Para ti, o Lúcio é bom porque todos acham que é bom. Erros como estes são ilusões ópticas, porque a opinião geral não pode estar errada. Belo raciocínio!
Nuno,
Confesso que não vi o jogo com muita atenção, mas partilho da tua análise ao Polga.
Era bom para o sporting que encontrassem outro como Carriço.
Já agora, Moisés? Esteve no sporting e nunca jogou, no braga parece-me bastante competente. O que achas?
O golo do Paços é culpa do David Luiz? Muito bem Nuno, essa tua fobia cega-te!!!
Adoro qd arranjas pseudo erros do DL para sustentares a tua teoria mas ignoras por completo as dezenas de jogadas q ela corta com sucesso e sem falta. Mas bom é o Carriço já sei...
Espero q os grandes da Europa tb pensem assim...
Ricardo, o Moisés parece-me bom, de facto. Mas gosto ainda mais do Rodriguez. Acho que o peruano era uma boa contratação para o Sporting.
Pedro, vê o lance novamente. O David Luiz vem à linha de meio-campo pressionar, num lance de organização defensiva, ultrapassando todos os médios do Benfica. Só ele é que não percebeu a inutilidade do que estava a fazer, assim como os riscos. Ao sair da sua zona, obrigou a que Airton fosse para a sua posição, coisa que não faz sentido em lances de organização defensiva. Um cruzamento de muito longe apanhou o Benfica precisamente neste reajustamento desnecessário e o William fez golo. Só há um culpado no lance e é o David Luiz. Aliás, não fui só eu que, na altura, referi este erro do David Luiz. Se o teu amor por ele não te permite perceber a quantidade de erros que comete, é outra questão. Eu não tenho nada a ver com isso. E olha que o Jesus deve ter-lhe dado bastante nas orelhas ao intervalo, porque ele na segunda parte esteve calminho o tempo todo. Nem parecia ele.
O lance começa com o Ceontrão a ficar fora da jogada colocando o jogador do Paços completamente isolado e sem marcação, David Luiz faz a pressão evitando q o jogador do Paços meta a bola rapidamente na frente apanhando a defesa descompensada. A pressão do DL obriga o jogador do Paços a recuar e movimentar-se para a esquerda ao mesmo tempo que dá tempo para q Airton compensa a subida de DL. O único erro do DL neste lance foi ter desistido da pressão e qd regressou ao seu posto o jogador do Paços meteu a bola na área e a defesa do SLB foi incapaz de resolver o lance. O DL fez a pressão q tinha de fazer sobre o portador da bola.
E dizer q teve erros contra o Marselha qd ele fez um jogo fantástico ganhando TODAS as lutas q travou com os avançados...enfim...
Pedro, desculpa, mas a única explicação possível para que não percebas os erros do David Luiz é apagares momentaneamente sempre que o David Luiz entra em acção.
A descrição do lance do golo do Paços que fazes não tem pés nem cabeça. O Coentrão nem sequer entra na jogada e a pressão do David Luiz não evita nada porque não havia nada para evitar. A defesa estava equilibrada, todos os jogadores estavam no seu lugar, não se estava num momento de transição.
Pá, o que se passou foi isto: há um pontapé de um defesa do Paços a aliviar. A defesa do Benfica está toda a arrumada e o David Luiz, imaginando que o Airton não vai chegar, dá dois passos à frente para interceptar a bola. Acontece que o Airton chega a ela e ganha-a de cabeça. A partir desse momento, o David Luiz só tem de interromper a corrida e dar novamente os dois passos atrás, posicionando-se outra vez em linha com o Luisão e o Coentrão. O erro está em não ter feito isto, até porque a bola fica no meio-campo, a saltitar, e o jogador do Paços tem por perto o Ruben Amorim. Não há perigo nenhum de este jogador lançar rapidamente o ataque, porque a bola não está jogável a esse ponto e porque a defesa do Benfica não estava, de maneira nenhuma, descompensada. Ficou, isso sim, descompensada, quando o David Luiz saiu feito parvo atrás de toda a gente. Repara que ele vai pressionar 5 metros à frente da linha de meio-campo, ficando só com Saviola e Cardozo à sua frente. Ele não tem que ir ali. Ele não tem, aliás, que sair àquela bola. É um erro grosseiro que, na maioria das vezes, não tem consequências. É por isso que as pessoas, a maior parte das vezes, não se apercebe do comportamento errático dele. Acontece que teve azar, que o Maycon cruzou de muito longe, aproveitando o facto de a defesa do Benfica ainda estar em reajustamento. E acontece que foi golo. O único responsável é o David Luiz. Ponto final.
Quanto ao Marselha, é mentira que tenha ganho todas as lutas. Falhou em vários lances, mas destaco dois em especial pelo perigo que causaram, um em que tentou sair a jogar, tentando fintar, salvo erro, o Koné, e perdeu a bola, junto à área, descaído para o lado esquerdo, o que deu um lance de muito perigo, mal aproveitado pelos avançados do Marselha, e outro em que leu mal a jogada e, não tendo Coentrão, foi à queima e foi batido por uma simples tabela. Não sei se viste o jogo. Nos resumos estes lances não aparecem, mas para quem viu o jogo foram bem visíveis.
@ R. Galerias, o Moisés esteve no sporting é certo, mas não jogou porquê ainda na pré-época se descobriu que ele tinha um processo em tribunal, movido por um clube brasileiro pois ele rescindiu unilateralmente o contrato por alegados ordenados em atraso. Quando o sporting o contratou não sabia disso, ele e o empresário não disseram nada sobre o processo, e quando o sporting soube disso rescindiu o contrato com ele pois poderia vir a ter problemas com a justiça caso fosse dada razão ao clube brasileiro.
Ok, Nuno vês as coisas de tal forma pré condicionada q não há nada a fazer...
@Hugo, já nem me lembrava disso, recordo-me que havia um problema qualquer. Obrigado por me recordares ;-)
Só por curiosidade, depois acho que foi dada razão ao jogador e ele lá veio para Portugal, se não me engano para o Boavista e agora está em bom nível no Braga. É realmente um bom central e acredito que faria boa figura num dos grandes. Mas já chega de off topic :P
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