A afirmação é, para muitos, controversa e sensacionalista. Digo-o, no entanto, sem qualquer espécie de exagero propositado e sem qualquer intenção de rebaixar outros atletas: para mim, excluindo Ricardo Carvalho, o melhor defesa português da actualidade é Zé Castro. Para quem viu jogos do Deportivo esta época e esteve atento ao desempenho do central português, a recente chamada à selecção só peca por incompreensivelmente tardia. Esquecido em terras galegas, o português foi titular indiscutível (jogou 2536 minutos) de uma equipa que fez um campeonato bastante aceitável, terminando em sétimo lugar. O Deportivo foi mesmo a terceira melhor defesa da prova (o Barcelona sofreu 35 golos e o Sevilla 39), com 47 golos sofridos, menos 5 que, por exemplo, o Real Madrid. Estes dados, por si só, não revelam absolutamente nada, a não ser, provavelmente, para Queiroz, que terá decidido chamá-lo mais pelos resultados desta época do que por qualquer reconhecimento da sua qualidade. Evidentemente, há que juntar a estes dados a comprovação das exibições. E, nesse particular, a juntar à classe e à capacidade técnica que possuiu desde sempre, há agora uma maturidade que não pode deixar ninguém indiferente. Zé Castro é o patrão da defesa do Deportivo, um jogador seguríssimo, muito bom na leitura dos lances e no tempo de desarme, pouco impetuoso, como se aconselha a um jogador na sua posição, e rapidíssimo a reagir a mudanças de direcção ou a dobrar os colegas. Nada disto é novo, mas acontece agora com uma regularidade maior. Melhorou ainda no jogo aéreo, impondo-se mais frequentemente, e manteve a habitual boa relação com a bola. A facilidade que tem em sair a jogar, a importância que dá à manutenção da posse de bola, procurando entregar o melhor possível sempre que a recupera, fazem dele um central diferente da maioria.
Não queria compará-lo a Pepe ou a Bruno Alves, mas a opinião geral em Portugal sobre estes três jogadores, bem como a tendência para se preferirem defesas impetuosos, carniceiros e atleticamente muito dotados, impõe uma análise desse género. É errado pressupor que um defesa central deva ter determinados atributos físicos. Um defesa central deve ser um defesa central, nada mais. A pressuposição tem por base a ideia de que um defesa central é um jogador que encontra muitas situações de choque, que tem de ser capaz no jogo aéreo, uma vez que joga demasiado recuado para se dar ao luxo de não ganhar bolas de cabeça, que tem de ser duro para impor respeito aos atacantes adversários ou que tem de ser agressivo sobre a bola. Nada disto está correcto. Um central competente do ponto de vista intelectual ocupará melhor os espaços e não necessitará de ir tanto ao choque, conseguirá desarmar pela antecipação ou por ler melhor o lance, sem recorrer à agressividade ou à virilidade, será capaz de ganhar lances de cabeça sem ter de o fazer de uma forma impetuosa, etc. Ao contrário de centrais mais vigorosos, um central deste tipo tem várias vantagens: coloca menos risco em cada uma das suas acções, pois elas comportam mais segurança e mais certeza; está mais lúcido, uma vez que não faz tudo em esforço, para reagir a um percalço, como seja um ressalto ou uma combinação ofensiva rápida do ataque adversário; está mais compenetrado no jogo em si e não tanto na acção decisiva de cortar a bola, o que é o mesmo que dizer que está mais interessado na sua acção colectiva do que na sua acção individual. É esta última característica, que considero aqui vantajosa, que me faz dar clara preferência a centrais de um tipo em detrimento de outro. Um central mais vigoroso, mais aguerrido, está notoriamente focado na bola e na sua acção defensiva individual, no corte, no desarme, no acto de defender por si. Ora bem, um central não deveria servir para defender. É aqui que reside o problema. Este tipo de centrais está interessado em defender, porque consideram que o seu papel numa equipa, em situação defensiva, é defender. E é contra isto que reajo. Mesmo em situação defensiva, o central não deve ter um papel, muito menos um papel tão redutor como seja o de defender. Um central, como qualquer outro jogador, em situação defensiva ou não, deve estar preocupado em jogar, no sentido amplo de jogar. Recuperar a bola deve ser uma preocupação colectiva e não de um jogador em particular, esteja ele a jogar mais recuado ou não. Assim, um jogador que joga de forma mais impetuosa é, na grande maioria das vezes, um jogador que negligencia isto. Enquanto concentrado no seu desempenho defensivo, esquece os colegas, a sua relação com o resto da equipa, as necessidades do colectivo e afins. Quando vai a um lance, vai com o intuito de ganhar a bola por si, quando o acto de ganhar a bola não deve estar confinado a um jogador, mas a toda a equipa. Ao fazê-lo, terá talvez a vantagem de retirar tempo de reacção ao portador da bola, coisa que uma abordagem menos impetuosa não faria ou faria em menor escala, mas incorre em problemas que se sobrepõem claramente aos benefícios. Embora uma abordagem mais impetuosa tenha essa vantagem e, contra uma equipa que não tenha uma organização ofensiva relevante e não saiba jogar colectivamente, reduzindo-se a acções individuais, seja tão ou mais competente que outra abordagem, tem desvantagens óbvias, desvantagens essas potenciadas sempre que se defrontam equipas que privilegiem o colectivo. Exemplo disto foi o jogo entre o Real Madrid e o Barcelona, no qual a abordagem defensiva dos jogadores do Real Madrid foi excessivamente impetuosa, o que propiciou uma desorganização evidente que uma equipa como o Barcelona não poderia deixar de aproveitar. Entre outras coisas, um central que opte por abordagens mais impetuosas está menos apto a reagir a uma tabela (veja-se o golo da Albânia, frente a Portugal, fruto da resposta defensiva de Pepe, facilmente batido por uma simples tabela porque se aproximou impetuosamente do adversário que tinha a bola, sendo que este, ao soltá-la e indo buscá-la mais à frente, evitou, sem recorrer a uma grande perícia, o seu opositor); está menos apto a perceber como se altera, de instante para instante, a estrutura defensiva de que faz parte; está menos apto a travar a sua iniciativa caso haja o perigo de cometer uma falta; etc. Um central que opte por este tipo de jogo pode até ser mais forte do ponto de vista individual, pode até, estatisticamente, ser o responsável directo por mais recuperações de bola, pode até ser mais difícil de ultrapassar individualmente, mas é de certeza menos competente do ponto de vista colectivo e fará parte, portanto, de um colectivo defensivamente mais frágil e fracturado.
Esta é, portanto, uma defesa do central Zé Castro, mas, principalmente, uma defesa de um certo tipo de defesas centrais. Não é, portanto, por capricho que ela é feita, mas com base na repetida ideia de um futebol enquanto um todo que este blogue sempre defendeu. O problema não está na impetuosidade em si, mas nas consequências que, por norma, a impetuosidade acarreta, como sejam a falta de lucidez, a irresponsabilidade colectiva ou o risco de cada iniciativa. É por isso que já se denunciou aqui alguma falta de qualidade a Vidic, central que se baseia na impetuosidade; é por isso também que existe tanta diferença, na nossa opinião, entre Daniel Carriço e Miguel Vítor. Admito que, numa equipa que se fundamente em predicados individuais, que dê mais valor aos elementos que compõem o seu todo, como o são mais de 90% das equipas mundiais, do que às relações entre esses elementos, os jogadores com mais competências individuais sejam mais valorizados. Mas isto acontece porque se tem uma ideia demasiado primitiva do jogo. Apesar de toda a modernidade, há pouquíssima gente que compreende o jogo como ele deveria ser compreendido. Neste sentido, é natural que os jogadores que dão mais nas vistas, ou seja, os jogadores com atributos individuais mais relevantes, tenham mais mercado e sejam preferidos em vez de outros. No caso específico dos centrais, é natural que os centrais mais agressivos, mais impetuosos, mais fortes, capazes de recuperar mais bolas individualmente ou de efectuar mais cortes, ou de ganhar mais duelos físicos, sejam preferidos ao invés de centrais que privilegiam o posicionamento, a fineza, a capacidade técnica e a leitura acertada dos lances. O jogo, no entanto, tem evoluído e centrais matacões, como ainda há dez anos os havia, já não têm lugar nas grandes equipas. Nos dias que correm, porque a competitividade já tornou evidente que não bastam argumentos físicos para se ser jogador, os centrais já têm de possuir alguma inteligência. Falta, contudo, ao jogo continuar a evoluir. E a evolução passará inevitavelmente por entender que os factores intelectuais são mais importantes que os restantes. Nessa altura, entender-se-á que, mesmo aqueles jogadores que jogam mais perto da sua própria baliza devem ser jogadores mais inteligentes do que atleticamente dotados e que aqueles que primam por iniciativas do foro atlético disfarçam nessas iniciativas a escassez de argumentos intelectuais que, nessa altura, se considerarão fundamentais. Enquanto, todavia, a evolução do jogo, lenta como toda a evolução, não torna evidente tudo isto, cá estará o Entre Dez para o afirmar.
Da mesma forma que se defendeu que o futebol do Barcelona de Guardiola veio demonstrar que a evolução do jogo exigia coisas diferentes daquelas que se pensava e que esse futebol era, de algum modo, o futebol do futuro (a propósito, Ibrahimovic disse que o futebol do Barcelona era tão diferente que representava o futebol que se iria jogar em 2015), defende-se também que os centrais com capacidades intelectuais relevantes estão mais aptos às necessidades correntes do jogo do que os outros, isto, como é óbvio, se inseridos numa equipa evoluída, revolucionária, verdadeiramente moderna. Como este blogue nunca foi dado a mediocridades, e apesar de reconhecer que jogadores como Bruno Alves ou Pepe podem dar mais, no contexto actual, a uma equipa de futebol, visto que individualmente têm mais trunfos, defende-se que Zé Castro é melhor jogador, pois que ser melhor implica estar mais apto a jogar numa equipa mais exigente. Numa equipa a sério, cujo conceito de colectivo fosse rigorosamente aplicado, não tenho dúvidas que Zé Castro é francamente melhor jogador que qualquer um destes dois, pelo que, em termos absolutos, a minha preferência tem obrigatoriamente de ir para ele.
Não queria compará-lo a Pepe ou a Bruno Alves, mas a opinião geral em Portugal sobre estes três jogadores, bem como a tendência para se preferirem defesas impetuosos, carniceiros e atleticamente muito dotados, impõe uma análise desse género. É errado pressupor que um defesa central deva ter determinados atributos físicos. Um defesa central deve ser um defesa central, nada mais. A pressuposição tem por base a ideia de que um defesa central é um jogador que encontra muitas situações de choque, que tem de ser capaz no jogo aéreo, uma vez que joga demasiado recuado para se dar ao luxo de não ganhar bolas de cabeça, que tem de ser duro para impor respeito aos atacantes adversários ou que tem de ser agressivo sobre a bola. Nada disto está correcto. Um central competente do ponto de vista intelectual ocupará melhor os espaços e não necessitará de ir tanto ao choque, conseguirá desarmar pela antecipação ou por ler melhor o lance, sem recorrer à agressividade ou à virilidade, será capaz de ganhar lances de cabeça sem ter de o fazer de uma forma impetuosa, etc. Ao contrário de centrais mais vigorosos, um central deste tipo tem várias vantagens: coloca menos risco em cada uma das suas acções, pois elas comportam mais segurança e mais certeza; está mais lúcido, uma vez que não faz tudo em esforço, para reagir a um percalço, como seja um ressalto ou uma combinação ofensiva rápida do ataque adversário; está mais compenetrado no jogo em si e não tanto na acção decisiva de cortar a bola, o que é o mesmo que dizer que está mais interessado na sua acção colectiva do que na sua acção individual. É esta última característica, que considero aqui vantajosa, que me faz dar clara preferência a centrais de um tipo em detrimento de outro. Um central mais vigoroso, mais aguerrido, está notoriamente focado na bola e na sua acção defensiva individual, no corte, no desarme, no acto de defender por si. Ora bem, um central não deveria servir para defender. É aqui que reside o problema. Este tipo de centrais está interessado em defender, porque consideram que o seu papel numa equipa, em situação defensiva, é defender. E é contra isto que reajo. Mesmo em situação defensiva, o central não deve ter um papel, muito menos um papel tão redutor como seja o de defender. Um central, como qualquer outro jogador, em situação defensiva ou não, deve estar preocupado em jogar, no sentido amplo de jogar. Recuperar a bola deve ser uma preocupação colectiva e não de um jogador em particular, esteja ele a jogar mais recuado ou não. Assim, um jogador que joga de forma mais impetuosa é, na grande maioria das vezes, um jogador que negligencia isto. Enquanto concentrado no seu desempenho defensivo, esquece os colegas, a sua relação com o resto da equipa, as necessidades do colectivo e afins. Quando vai a um lance, vai com o intuito de ganhar a bola por si, quando o acto de ganhar a bola não deve estar confinado a um jogador, mas a toda a equipa. Ao fazê-lo, terá talvez a vantagem de retirar tempo de reacção ao portador da bola, coisa que uma abordagem menos impetuosa não faria ou faria em menor escala, mas incorre em problemas que se sobrepõem claramente aos benefícios. Embora uma abordagem mais impetuosa tenha essa vantagem e, contra uma equipa que não tenha uma organização ofensiva relevante e não saiba jogar colectivamente, reduzindo-se a acções individuais, seja tão ou mais competente que outra abordagem, tem desvantagens óbvias, desvantagens essas potenciadas sempre que se defrontam equipas que privilegiem o colectivo. Exemplo disto foi o jogo entre o Real Madrid e o Barcelona, no qual a abordagem defensiva dos jogadores do Real Madrid foi excessivamente impetuosa, o que propiciou uma desorganização evidente que uma equipa como o Barcelona não poderia deixar de aproveitar. Entre outras coisas, um central que opte por abordagens mais impetuosas está menos apto a reagir a uma tabela (veja-se o golo da Albânia, frente a Portugal, fruto da resposta defensiva de Pepe, facilmente batido por uma simples tabela porque se aproximou impetuosamente do adversário que tinha a bola, sendo que este, ao soltá-la e indo buscá-la mais à frente, evitou, sem recorrer a uma grande perícia, o seu opositor); está menos apto a perceber como se altera, de instante para instante, a estrutura defensiva de que faz parte; está menos apto a travar a sua iniciativa caso haja o perigo de cometer uma falta; etc. Um central que opte por este tipo de jogo pode até ser mais forte do ponto de vista individual, pode até, estatisticamente, ser o responsável directo por mais recuperações de bola, pode até ser mais difícil de ultrapassar individualmente, mas é de certeza menos competente do ponto de vista colectivo e fará parte, portanto, de um colectivo defensivamente mais frágil e fracturado.
Esta é, portanto, uma defesa do central Zé Castro, mas, principalmente, uma defesa de um certo tipo de defesas centrais. Não é, portanto, por capricho que ela é feita, mas com base na repetida ideia de um futebol enquanto um todo que este blogue sempre defendeu. O problema não está na impetuosidade em si, mas nas consequências que, por norma, a impetuosidade acarreta, como sejam a falta de lucidez, a irresponsabilidade colectiva ou o risco de cada iniciativa. É por isso que já se denunciou aqui alguma falta de qualidade a Vidic, central que se baseia na impetuosidade; é por isso também que existe tanta diferença, na nossa opinião, entre Daniel Carriço e Miguel Vítor. Admito que, numa equipa que se fundamente em predicados individuais, que dê mais valor aos elementos que compõem o seu todo, como o são mais de 90% das equipas mundiais, do que às relações entre esses elementos, os jogadores com mais competências individuais sejam mais valorizados. Mas isto acontece porque se tem uma ideia demasiado primitiva do jogo. Apesar de toda a modernidade, há pouquíssima gente que compreende o jogo como ele deveria ser compreendido. Neste sentido, é natural que os jogadores que dão mais nas vistas, ou seja, os jogadores com atributos individuais mais relevantes, tenham mais mercado e sejam preferidos em vez de outros. No caso específico dos centrais, é natural que os centrais mais agressivos, mais impetuosos, mais fortes, capazes de recuperar mais bolas individualmente ou de efectuar mais cortes, ou de ganhar mais duelos físicos, sejam preferidos ao invés de centrais que privilegiam o posicionamento, a fineza, a capacidade técnica e a leitura acertada dos lances. O jogo, no entanto, tem evoluído e centrais matacões, como ainda há dez anos os havia, já não têm lugar nas grandes equipas. Nos dias que correm, porque a competitividade já tornou evidente que não bastam argumentos físicos para se ser jogador, os centrais já têm de possuir alguma inteligência. Falta, contudo, ao jogo continuar a evoluir. E a evolução passará inevitavelmente por entender que os factores intelectuais são mais importantes que os restantes. Nessa altura, entender-se-á que, mesmo aqueles jogadores que jogam mais perto da sua própria baliza devem ser jogadores mais inteligentes do que atleticamente dotados e que aqueles que primam por iniciativas do foro atlético disfarçam nessas iniciativas a escassez de argumentos intelectuais que, nessa altura, se considerarão fundamentais. Enquanto, todavia, a evolução do jogo, lenta como toda a evolução, não torna evidente tudo isto, cá estará o Entre Dez para o afirmar.
Da mesma forma que se defendeu que o futebol do Barcelona de Guardiola veio demonstrar que a evolução do jogo exigia coisas diferentes daquelas que se pensava e que esse futebol era, de algum modo, o futebol do futuro (a propósito, Ibrahimovic disse que o futebol do Barcelona era tão diferente que representava o futebol que se iria jogar em 2015), defende-se também que os centrais com capacidades intelectuais relevantes estão mais aptos às necessidades correntes do jogo do que os outros, isto, como é óbvio, se inseridos numa equipa evoluída, revolucionária, verdadeiramente moderna. Como este blogue nunca foi dado a mediocridades, e apesar de reconhecer que jogadores como Bruno Alves ou Pepe podem dar mais, no contexto actual, a uma equipa de futebol, visto que individualmente têm mais trunfos, defende-se que Zé Castro é melhor jogador, pois que ser melhor implica estar mais apto a jogar numa equipa mais exigente. Numa equipa a sério, cujo conceito de colectivo fosse rigorosamente aplicado, não tenho dúvidas que Zé Castro é francamente melhor jogador que qualquer um destes dois, pelo que, em termos absolutos, a minha preferência tem obrigatoriamente de ir para ele.
23 comentários:
Boas,
Tinha acabado de fazer um comentário no "Jogo Directo" sobre a questão da titularidade do Zé Castro e agora vocês publicam este texto. Mesmo a propósito...:)
É escusado dizer que concordo a 100% com o teor deste vossa reflexão. Sempre preferi o Zé Castro e, já agora, o Fernando Meira e o Jorge Andrade ao Bruno Alves e ao Pepe. Como tu dizes e bem, os dois últimos, apesar de serem jogadores mais interventivos e espalhafatosos, não têm a segurança, a inteligência e a classe dos outros. E prefiro um defesa central que seja mais discreto e que faça menos cortes e desarmes, mas que raramente perca um lance, a um que jogue sempre em antecipação, constantemente no limite, que recupere muitas bolas, mas que depois perca outras bolas ridículas.
Em termos muito resumidos, é por estas razões que defendo a titularidade do Zé Castro (ou outro com as mesmas características) no eixo da defesa de Portugal.
Sobre os outros centrais que referiste, também acho escandaloso como é que se prefere o Miguel Vítor (exibições patéticas no Torneio de Toulon) ao Daniel Carriço. No plano internacional, o Vidic, embora esteja, para mim, entre os 10 melhores centrais europeus (neste ponto, discordamos, ao que parece) não pode ser comparado a um Ricardo Carvalho, a um John Terry ou a um Rio Ferdinand. Isto já para não falar de um miúdo que está a surgir agora, o Gerard Piqué, que tem tudo para ser o pioneiro de uma nova escola de centrais...
Saudações desportivas.
Boas Nuno,
Concordo em parte com o texto.
Mas resta perceber até que ponto é que, por exemplo, Bruno Alves e Pepe não serão mais vítimas do que réus. Isto é, até que ponto não lhes é exigido isto da própria equipa técnica ou da forma de como as suas equipas estão estruturadas. No caso do Pepe, no tempo do Adriansen, não era um jogador tão impetuoso e jogava muito mais na expectativa.
Cumprimentos.
Nuno, vim aqui falar embora não sobre o texto dos centrais. Sobre isso só um pequeno aparte, sempre achei um crime um jogador como o Zé Castro sair a custo zero do nosso campeonato, sem sequer ter passado por nenhum grande!
Vim aqui falar porque sei que conheces bem jovens jogadores portugueses e já tinhas falado do Diogo Rosado, senão estou em erro num comentário no Jogo Directo.
Fui à Luz ver o derby de juniores no passado fim de semana e confesso que fiquei bastante desiludo com o Rosado. Nunca o tinha visto e não gostei. Até me parece ser um jogador dotado tecnicamente, com alguma visão de jogo, mas é muito "vedeta". Cabelo à Veloso, pouca garra, muitas reclamações com o arbitro, manda se para o chão em metade dos lances, amuou quando foi substituido...enfim, quando se fala que é o próximo jogador a vir para o plantel principal...ou muda muito ou dificilmente terá sucesso como profissional. Não concordas?
Relativamente a Wilson Eduardo, Diogo Amado, André Martins, Cedric já os conhecia e parece-me que um dia também terão oportunidades no plantel principal. Ibrahim também gostei.
Desculpa o comentário um bocado ao lado do tema sobre o qual escreveste. Continua com os teus textos que sou um leitor assiduo.
Abraço
nunca mudei tanto de opinião do inicio de um texto relativamente ao fim. O ze castro que eu conheci, aquele que jogou na academica, era um central premissivo que pecava por um exarcebado vedetismo e pouca "capacidade de sujar os calções". Apesar de tu desconstruires por completo a utilidade de "sujar os calções" o Ze Castro da Academica era culpado de muitos golos que esta sofria, o que não invalida de em Coimbra se dizer que ele foi um dos melhores (senão o melhor) jogadores que passou pelos escalões de formação da briosa. Nao tinha grande vontade de ver o jogo com a estonia. Se o fizer é só por uma razão: um tal de Zé Castro.
Pedro, neste sábado também tivce a oportunidade de ir ver esse jogo. E para teres uma ideia do que achei do mesmo, quando falei com o Nuno disse-lhe este jogo, e esta equipa de juniores do Sporting, só veio reforçar, ainda mais, o mérito que o Guardiola teve este ano. A equipa de juniores do Sporting deste ano, na minha opinião, tem um potencial assombroso: Pedro Mendes, Cedric, Amado, Martins, Rabiu, Rosado,etc., são jogadores de uma qualidade superior, todavia, o facto de fazerem parte de uma equipa que não joga a bola, que não a tenta circular, procurando fazer tudo em esforço, e com transições demasidado rápidas, retira qualidade a estes jogadores. Raramente tentam progredir através de passes verticais, que não sejam o lançamento longo não são pacientes na circulação do esférico, etc. Dai o banho que o Benfica, sem ter uma equipa que o justificasse, deu ao futebol.
Á minha frente um velho dizia que o Sporting era só vaidade, eu digo o contrário, com o Lima, o Sporting( os seus jogadores) perdeu toda a vaiadade, aquela que se aconselha, aquela que "obriga" os seus jogadores a serem superiores.
Rosado, e na altura em que o caracterizamos nas certezas alertamos para as semelhanças que este possuia com o Barbosa, de certeza que vai passar mal em Alvalade, com um futebol( e um publico) tão mediocre como aquele que ele encontra. Pedro, acredita que este puto merece que o vejas jogar numa equipa a sério. Já agora mandou-se para o chão? Na altura até comentei com o Nuno que o critério do árbitro pareceu: pah, se é sobre o Rosado, não é falta.
Já agora como é que podes ter achado que o Wilson tem qualidade? Ele ainda fez um jogo pior do que o do Rosado...
Um abraço
Sou sportinguista, mas não tenho acompanhado com grande atenção a nova geração da Academia, ao contrário de outros anos. Porém, continua a fazer-me alguma confusão como é que o José Lima continua à frente da equipa, tal é a falta de categoria e conhecimentos do homem.
Sobre os miúdos, não os conheço com grande profundidade, mas de um ou outro jogo que tenho visto e daquilo que tenho lido e ouvido noutros blogs e em conversas, tenho a sensação de que a equipa de juniores tem um potencial bastante interessante.
O guarda redes Golas não me parece ter grande futuro, mas o lateral direito Cédric e os dois centrais, Pedro Mendes e Nuno Reis, penso que são valores seguros na sua faixa etária. O meio-campo é, na minha opinião, o sector mais forte: Diogo Amado, Diogo Rosado, Rabiu e André Martins são todos bastante talentosos, sendo que este último me faz lembrar, em alguns pontos, o João Moutinho. No ataque, o Wilson Eduardo conheço mal, mas não o acho grande espingarda.
Uma última nota elogiosa para o Diogo Rosado, que penso que é o jogador com mais potencial de toda a equipa; acho a comparação com Pedro Barbosa bastante certeira e espero que tenha, em breve, uma oportunidade na equipa principal.
E, sim, o público do Sporting (não deve ser exclusivo de Alvalade, claro) é ridículo. Que ignorância e que boçalidade. É só lembrar os assobios ao Rui Patrício, ao Romagnoli e ao Pereirinha. Cada vez gosto menos de ir ver os jogos; mas o amor ao clube fale mais alto...
Saudações desportivas.
Gonçalo concordo com as criticas que fazes à forma de jogar dos juniores do Sporting. Com a qualidade existente no plantel, o futebol apresentado deveria ser muito melhor. Faltou realmente uma maior circulação de pé para pé. Rui Jorge seria uma boa aquisição para treinar os juniores? Parece que fez um bom trabalho no Belenenses.
Fico contente com a tua opinião Gonçalo sobre o Rosado. Espero que ele venha a ser um grande jogador, vou ter de ver mais jogos dele. Eu adorava o Barbosa! Como disse só vi este jogo do Rosado, não tenho mais nada em que me basear. No entanto mantenho a critica ao seu comportamento durante o jogo.
Mal comparado, isto é com as devidas diferenças de nivel em que cada um actua, o Wilson Eduardo parece-me ser parecido com o Henry. Quando embala é muito dificil de parar e tem boa finalização (fartou-se de marcar golos esta época). É verdade que raramente esteve em jogo no derby mas já tinha visto jogos dele.
Já agora quem é que o Pedro Mendes? Foi aquele que saiu lesionado na cara? Os 2 centrais titulares parecerão-me muito bons.
Abraço
* pareceram-me
Refutador diz: "No plano internacional, o Vidic, embora esteja, para mim, entre os 10 melhores centrais europeus (neste ponto, discordamos, ao que parece)"
Também não podíamos concordar em tudo. Em relação ao Vidic, admito que não provoque tantos erros como o Pepe ou o Bruno Alves. Mas a sua forma de jogar, o privilégio que dá às antecipações, ao ímpeto, às entradas no limite, ao suor, em detrimento da capacidade de estar concentrado, intervindo apenas quando tem de intervir, fazem dele um defesa de quem só poderei desconfiar. O seu estilo é em tudo idêntico ao do Pepe, embora talvez um pouco menos disparatado. Mas, em suma, considero impossível a um jogador que joga de forma tão impetuosa, sempre tão agressivo, conseguir permanecer ao mesmo tempo concentrado no que interessa. Se os seus erros não originam tantos problemas quanto os do Pepe, talvez seja fruto do acaso ou por jogar em Inglaterra, num estilo que se identifica mais com esse tipo de iniciativas. De qualquer forma, este final de época foi penoso para o Vidic. Depois daqueles dois erros graves contra o Liverpool, nunca mais se recompôs e chegou a ser bastante criticado. O golo de Eto'o na final da Champions volta a estar ligado a uma tentativa de corte excessivamente arriscada, que fez com que ficasse facilmente fora do lance. Este tipo de coisas é recorrente no Vidic, daí que lhe reconheça os mesmos defeitos que ao Pepe.
Fernando diz: "Mas resta perceber até que ponto é que, por exemplo, Bruno Alves e Pepe não serão mais vítimas do que réus. Isto é, até que ponto não lhes é exigido isto da própria equipa técnica ou da forma de como as suas equipas estão estruturadas."
Bom, essa é uma possibilidade. Mas não creio. O Bruno Alves até tem evoluído ao contrário, com tendência a refrear os ânimos. Creio que são características deles, características essas muito difíceis de erradicar, sobretudo se maior parte das pessoas as gaba.
"No caso do Pepe, no tempo do Adriansen, não era um jogador tão impetuoso e jogava muito mais na expectativa."
Quanto a isto, não sei se concordo. Tanto quanto me lembro, nessa altura o Pepe era sobretudo um jogador de profundidade, o último defesa que fazia uso da sua velocidade para acorrer aos lançamentos longos dos adversários. Pelo simples modo de jogar da equipa, o Pepe não era tão solicitado para atacar o portador da bola, daí ficar mais expectante. No entanto, creio que esta tendência já se verificava na altura.
Pedro Morgado diz: "Vim aqui falar porque sei que conheces bem jovens jogadores portugueses e já tinhas falado do Diogo Rosado, senão estou em erro num comentário no Jogo Directo."
Antes de mais, não conheço assim tão bem os jovens jogadores. Costumo acompanhar os juniores, sobretudo nas fases finais e em um ou dois jogos da fase regular. Mais nada. Quanto ao Diogo Rosado, sim, terei provavelmente falado dele aí, mas também já escrevi sobre ele aqui, assim como o Gonçalo. Há dois textos, mais especificamente, sobre ele. Podes consultar recorrendo à etiqueta com o seu nome. Chamo especial atenção para o ponto 16 do segundo texto sobre ele. Nele relato a conquista do campeonato de juniores da época transacta por parte do Sporting. Rosado foi o herói, dando uma sapatada num jogo horrível da sua equipa, fruto de um treinador demasiado fraco para estar num clube como o Sporting. Já o tinha sido contra o Leixões, no jogo anterior. Ou seja, foi o principal responsável pelo título da época passada. Nesse jogo, como em grande parte dos jogos do Sporting, foi o jogador mais assobiado. Quem se lembra dos jogos do Barbosa, lembra-se de 89 minutos de assobios e 1 minuto de aplausos extremos. É tal e qual. É um jogador de extremos, sobretudo porque vai contra tudo o que os adeptos teimam em pensar que um jogador deve ser. Não é humilde, é vaidoso, é irreverente, é talentoso, tem uma maneira pedante de estar em campo. Há quem ache que isto, por si só, é mau. Eu não acho. Acho que um jogador deve ser vaidoso. Sobretudo se tiver razões para sê-lo. E é isso que é preciso ver. Se devidamente acompanhado, todas essas características são as características de um génio. E o Rosado, se bem aconselhado, sem bem explorado, pode ser enorme dentro de pouco tempo. Dito isto, não vi o jogo. O Gonçalo disse que tudo lhe saiu mal. Há dias assim. Sobretudo se se joga numa equipa tão fraca, do ponto de vista colectivo, como é esta orientada por José Lima. O Rosado não é aquele tipo de jogador regular, como um Moutinho ou um Pereirinha. É um jogador genial, capaz de coisas impressionantes. Estes jogadores, sobretudo quando inseridos num colectivo pouco desenvolto, são mais discretos, parecem falhar tudo, parecem desinteressar-se, parecem perder ambição. Parece. É só o seu carácter genial que está em acção. Daí que recomende que não faças juízos de valor precipitados. Acredita que 99% do estádio de Alvalade, no jogo contra o Porto da época passada, teve a mesma opinião que tu durante 90 minutos e que depois, já nos descontos, todos o aplaudiram, todos se renderam ao seu talento. Eu estava atrás de 3 atrasados mentais que passaram o jogo todo a chamar-lhe nomes, a assobiá-lo e a criticá-lo, e quando ele marcou o golo vi-os em êxtase, vi-os comentarem baixinho que afinal o gajo até era bom. No meu íntimo, soube muito bem aquele acto de contrição envergonhado.
Quanto aos outros 4 de que falas, é esperar para ver. Aquele que acho que tem mesmo muito valor é o André Martins. Dos outros, o Cedric é o que conheço pior, por isso tenho de lhe dar o benefício da dúvida. O Diogo Amado pode evoluir, mas não será, a curto prazo, uma opção válida para o plantel sénior. Quanto ao Wilson, é francamente mau, apesar da reputação que tem.
JFC diz: "O ze castro que eu conheci, aquele que jogou na academica, era um central premissivo que pecava por um exarcebado vedetismo e pouca "capacidade de sujar os calções"."
Discordo disto, sobretudo porque não acho que fosse minimamente permissivo (basta lembrar como Liedson não conseguia fazer nada quando o apanhava) e porque não creio que a "capacidade de sujar os calções" seja uma virtude. De qualquer forma, parece-me que ele se modificou um pouco neste aspecto. Quanto ao jogo com a Estónia, não sei se jogará. Seria bom para ele.
Gonçalo, terá mm o Sporting jogadores mt melhores q o Benfica? (nos junioreS)
é q na última convocatoria, o SLB deu 9!! (sendo que um dos melhores da equipa nem é portugues. Yartey. É obra.)
Depois, mts são os q ainda são de 1ºano.
Aliás, nos adeptos do Benfica, parece haver uma crença q em termos de qualidade individual, o SCP está a léguas do SLB. O problema é João Alves.
(n sei se será verdade. Até pq, um dos adjuntos do Alves (campeao de escolas na epoca transacta)é um grande amigo meu).
Desde q o SLB investiu no departamento de prospecção (onde o Sporting fazia realmente a diferença)e colocou pessoas com boa formação à frente das equipas, as distâncias foram encurtadas (nos anos anteriores,o SLB já começou a ser campeao nos escaloes de base (escolas e infantis), e nesta época, poderá fazer o pleno (escolas, infantis, iniciados, já está. Falta juvenis e juniores).
PS - Tenho vários amigos que sao treinadores principais do SCP (escolas e infantis) e eles próprios me dizem q está a ser dificil competir com o Benfica. Precisamente, pq neste momento, o Benfica está a chegar mais cedo aos melhores jogadores.
PSII - Quem é aquele troglodita do Baldé???? lol
PB, a equipa de juniores do Sporting é bastante melhor que a do Benfica. Não vi este jogo, mas vi um da fase regular. Nesse jogo, é verdade que o Nélson Oliveira foi expulso aos 10 minutos e que o David Simão não jogou, mas a diferença era assombrosa. Isto em termos individuais, claro. Quanto à convocatória, falta lá o Diogo Amado (não sei se está lesionado), que não fica nada a dever a nenhum dos médios convocados pelo Benfica. Quanto a André Martins e a Diogo Rosado, têm claramente mais talento do que qualquer um dos médios convocados do Benfica. Se acrescentarmos a estes dois o Rabiu, vemos que só no meio-campo o Sporting está a léguas do Benfica. Na defesa, tanto o Pedro Mendes como o Nuno Reis são mais fortes que qualquer defesa do Benfica. Nas laterais, contudo, a equipa do Sporting está debilitada, sendo que Cedric ainda é de primeiro ano, ou seja, sub-18. Na frente parece residir o principal calcanhar de Aquiles desta equipa. Baldé é muito mau e Wilson Eduardo acho-o francamente fraco. Aqui, o Benfica talvez seja superior.
Quanto ao Yartey, não conheço. O Gonçalo disse que tinha algum potencial.
Quanto à formação do Benfica estar a apanhar a do Sporting, não poderia estar mais em desacordo. Títulos, sobretudo nos escalões mais jovens, não significam absolutamente nada. A coordenação da formação continua a não ser especialmente avançada, tendo em conta o exemplo do Sporting e não é verdade que o gabinete de prospecção esteja a ser capaz de chegar aos melhores jogadores. Nisto, o Sporting continua a ser bem superior, ainda que não seja esta a principal virtude que fazia a diferença. O sucesso provisório do Benfica tem a ver sobretudo com um método que não creio ser produtivo. O Benfica, nas camadas mais jovens, opta por recrutar jogadores mais desenvolvidos para a idade, quer seja mentalmente, quer seja fisicamente. O Sporting dá preferência ao potencial dos jogadores. Nesse sentido, e se juntarmos a isto a insistência de o Benfica fazer actuar por algumas das suas equipas jogadores com idades superiores ao desse escalão (prática que continua a ser comum), explica a diferença de produção a curto prazo das duas formações, bem como a incapacidade que a formação do Benfica continua a ter para, a longo prazo, revelar jogadores interessantes. As equipas têm tendência a ser mais fortes nos escalões mais baixos porque os seus jogadores são, para aquela idade, os mais maduros e os mais bem constituídos fisicamente. Sei do que estou a falar. As equipas do Sporting de escolas têm tendência a apresentar jogadores mais lingrinhas, embora bastante mais talentosos. Isto, a curto prazo, faz a diferença. Mas a longo também. Porque esses jogadores mais desenvolvidos param de evoluir rapidamente. E nos escalões de formação mais próximos dos seniores (juvenis e juniores), essa diferença já é mais reduzida e a diferença de talento entre Benfica e Sporting uma coisa abismal. Este ano, o Benfica até está no bom caminho para se sagrar campeão de juniores, mas isso pouco significará. Não há um único jogador que tenha qualidade para integrar os séniores. A não ser que o Nélson Oliveira seja já chamado. E a formação não pode ser um campeonato à parte. Os títulos não devem ser a prioridade das formações. Nesses aspecto, a formação do Sporting continua muito longe da do Benfica.
Falando agora da principal virtude da formação do Sporting, reside precisamente no facto de não se procurarem títulos. São recrutados jogadores com potencial e não jogadores que podem dar títulos. O interesse é trabalhar os jovens para um dia servirem a principal equipa. Enquanto o interesse for ganhar competições, isso entra em choque com aquele que deveria ser o principal objectivo da formação. É aqui que reside a diferença da formação do Sporting para a do Benfica.
"Tenho vários amigos que sao treinadores principais do SCP (escolas e infantis) e eles próprios me dizem q está a ser dificil competir com o Benfica. Precisamente, pq neste momento, o Benfica está a chegar mais cedo aos melhores jogadores."
Isto não é verdade. A reputação do Sporting tem sido suficiente para que os pais dêem preferência ao Sporting. Além disso, há um modo de trabalhar diferente, a prática comum de pôr antigos jogadores do plantel a convencer os miúdos a ficarem no Sporting. Lembro o caso do William Carvalho, dos juvenis, que veio para o Sporting a época passada, vindo do Real, e que foi o Nani quem o convenceu a não ir para o Benfica. Lembro também o caso do Alfredo, jovem escola do Sporting, que o Porto queria levar o ano passado, tendo até oferecido trabalho ao pai, e que foi o Quaresma, na altura no próprio Porto, quem veio falar com o míudo (o Quaresma era o ídolo dele) e o convenceu a ficar no Sporting.
Pedro, o Pedro Mendes é o central que jogou o jogo todo. Aquele qu queria sempre sair a jogar, mesmo quando a equipa tinha medo de lhe dar os apoios obrigatórios.
Pb, qt aos jogadores do Benfica, eu gosto muito do nelson Oliveira(para berve deverá ser alvo de uma análise) acho que o Yartey parece ter valor, e o Abel Pereira é um lateral interessante. A partir dai... Talvez o David Simão, mas tenho algumas dúvidas. Qt ao resto, acho que o Nuno já disse muito. Já agora, o facto de o Benfica ter colocado tanta gente nos sub-19... Por si só não significa nada...
Um abraço
sim. claro q n significa. Basta ver as convocatórias do Queiroz.
Nuno, mtas das coisas q dizes, fazem parte daquilo q foi a formação e a prospeção do Benfica de há mts anos. Não de agora.
Digo-te isto, pq ja fiz parte da estrutura da prospecçao (e é bem possível q na proxima época faça da formação) que foi até à época passada coordenada pelo Bruno Maruta (meu colega de faculdade).
PS - n estava a dizer q os jogadores do SLB sao melhores q os do Sporting. Até pq n conheço os do sporting. (e o conhecimento q vou tendo do SLB, é relativamente recente)
PS II - O Alfredo é primo (afastado) do Quaresma :) Vejo-o treinar 2x por semana (neste momento, a bola já n lhe chega ao joelho lol). Estranho o facto de ser tao pequenino, qd o pai é enorme!
Olá Nuno,
Antes de mais, dizer-te que sigo regularmente as tuas intervenções. Nem sempre concordo a 100%, mas não posso deixar de expressar a minha admiração pela qualidade da escrita e dos argumentos.
Curiosamente, tudo indica que o Barcelona avançará para a contratação de Bruno Alves. Não será isto um contrasenso? No teu entender, que razões estarão por trás dessa opção? Porque não privilegiar, então, um jogador como Zé Castro? Por uma questão de complementaridade com o colega de sector? Pelo motivo de dotar a equipa de outras competências que não estão tão presentes?
Desde os tempos da Académica que já se vislumbrava a qualidade técnica de Zé Castro, nomeadamente na segurança como conduzia a bola e na facilidade para arriscar o passe longo. No geral, concordo com o 'retrato' feito ao jogador.
Deixo uma questão final: e quanto a Manuel da Costa? Não tenho acompanhado a sua evolução, desconheço até se atingiu o ponto de maturidade para equipas de maior dimensão, mas recordo-me que se tratava de um central com propensão a sair a jogar.
Grande abraço.
É assim tão evidente que o Barcelona vai avançar para essa contratação? A única coisa que sei é que o Guardiola só pediu um jogador: Ibrahimovic. Quanto ao resto, já se falou em Bruno Alves, em Vidic, em Fabregas, em Mascherano, em Aguero. Não sei até que ponto isso será uma realidade. Ainda por cima, o Barcelona tem 5 centrais: Puyol, Marquez, Piqué, Milito e Cáceres. Se não sair ninguém, acho muito difícil ir-se buscar alguém. Se isso acontecer, cá estarei para falar disso.
Quanto ao Manuel da Costa, nunca achei que tivesse futuro. Tentar sair a jogar muitas vezes não é igual a ter competência a sair a jogar. Achei sempre o Manuel da Costa um trapalhão que tentava fazer coisas que não eram para ele. E o seu percurso tem confirmado aquilo que achava dele, tem sido sempre a descer. É um jogador rápido, mas muito desconcentrado, francamente mau a nível posicional, etc. Acho-o extremamente diferente do Zé Castro, por exemplo.
Cumprimentos
Ola Nuno,
Tenho pouco conhecimento sobre como o Ze Castro anda a jogar hoje em dia, mas aceito que seja muito bom como diz.
Concordo com a maioria das suas ideias em relacao ao generico do defesa central - se olharmos para alguns dos melhores (e incluindo liberos) vemos que o estilo de Ricardo Carvalho e o mais apropriado, um jogador inteligente sem ser necessariamente um poco de forca ou altura.
No entanto nao concordo com a muitas criticas a Bruno Alves e Pepe - se um jogador souber jogar em antecipacao mas ao mesmo tempo tiver excelente velocidade (Pepe) ou impulsao (Bruno) isso nao sera uma vantagem? Acho que a correcta comparacao seria mais com um Materrazzi que so ganha pela forca...
De qualquer modo, muito bom post.
"Quanto ao Wilson, é francamente mau, apesar da reputação que tem."
Esta análise deixa-me com uma levezinha esperança de estarmos perante um Liedson da Academia.
É isso, Metralha. Há muita gente para quem uma manhã de nevoeiro é sempre uma manhã de esperança no regresso de D. Sebastião... E os ratos, quando vêem queijo numa ratoeira, também pensam sempre que se trata de uma refeição gratuita...
Nuno, quem escreve à Rui Santos tem de se sujeitar à critica.
Por falar em critica, essa da ancora da equipa não é do LFLobo?
Já trabalhas?
Metralha, sinceramente, não sei o que é mais ridículo em ti:
1) Não perceberes que o que se faz aqui não tem nada a ver com o espalhafato gratuito do Rui Santos.
2) ou achares que o que se faz aqui é igual ao que o Rui Santos faz e ainda assim dignares-te a descer ao nível de gente tão fraca de espírito.
3) ou não teres percebido uma palavra do meu comentário anterior.
4) ou referires o texto seguinte não tendo percebido que não foi escrito por mim.
5) ou sugerires que uma parte do que se fala no texto é uma cópia de qualquer coisa que o Luís Freitas Lobo escreveu, quando este mesmo blogue chegou a citar um excerto do texto em que Luís Freitas Lobo falava em âncoras (http://entredez.blogspot.com/2007/12/as-asneiras-de-lus-freitas-lobo.html), a 9 de Dezembro de 2007, e o texto de que fala o Gonçalo é muito anterior (http://entredez.blogspot.com/2007/05/outro-mito.html), de 3 de Maio de 2007, sendo que nele se pode ler o seguinte: "No futebol que preconizo, o médio defensivo, por paradoxal que pareça, é, acima de tudo, a âncora do futebol atacante da sua equipa."
6) ou insistires desesperadamente na piadinha em que insinuas que não trabalho.
Não sei mesmo. O que sei é que em três linhas conseguiste dizer quantidades assustadoras de m****...
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