"Confrontado com a eventualidade do F.C. Porto de Mourinho «defender à zona», J. é peremptório: "Não. Eu não concordo com isso. Eu acho que vocês estão completamente enganados. Sabe porque é que eu digo que estão completamente enganados? Porque o Porto é uma equipa que faz um pressing alto (...)" e "(...) jogar à zona é jogar numa zona expectante, dando a iniciativa ao adversário e jogando na sua zona defensiva"." Para A., "jogar à zona é estarem todos atrás da linha da bola. Agora, jogar à zona não é termos todos os jogadores a jogar dentro da nossa área, mas sim o adversário estar a trocar a bola entre a defesa e a nossa equipa estar toda atrás da linha da bola"."
J. e A. são designações para dois treinadores de futebol. Tanto um como outro têm um conceito de defesa à zona profundamente errado. Para muita gente, como para estes senhores, jogar à zona é colocar os jogadores todos atrás da bola, aglomerá-los numa posição estática, expectante. Nesse sentido, uma equipa que defendesse à zona, seria sempre uma equipa que concederia a iniciativa de jogo ao adversário e que tentaria aproveitar os erros do mesmo para, depois, jogar no espaço criado pela subida das suas linhas. Ora bem, defender à zona não é nada disso. É possível, por exemplo, defender à zona executando um pressing alto.
Antes de começar, propriamente, gostaria de deixar claro que o livro de Nuno Amieiro que citei é um estudo eloquente e muito bem exposto do conceito de defesa à zona. Nele, Amieiro fala dos vários conceitos de zona e expõe as razões para se privilegiar um em detrimento dos outros. Para quem quiser, de facto, aprender algo sobre a zona, recomendo a leitura integral do livro, uma das poucas coisas sobre futebol que vale, de facto, a pena ler. Ora bem, antes de me deter nas várias concepções de zona, gostaria então de dar uma ideia geral do que é defender à zona. Ao contrário do que J. e A. parecem presumir, defender à zona não tem a ver com uma mentalidade mais ou menos defensiva. É possível defender à zona pressionando alto, como é possível defender à zona com um bloco baixo. Aquilo que define a zona não é a mentalidade, mas as referências de marcação. Ao contrário das marcações tradicionais ao homem, marcar à zona tem por referência não o adversário directo, mas a bola e a posição da nossa equipa; o que interessa são os espaços e não os adversários. Como tal, é predicado da zona encurtar os espaços, reduzir ao máximo a possibilidade de a bola passar entre os nossos jogadores. Defender à zona implica, portanto, várias coisas: esquecer o adversário, fazer campo pequeno, ou seja, jogar o mais perto dos companheiros que for possível, ocupar o lado forte (lado onde está a bola) e desocupar, porque desnecessário, o lado fraco (lado onde a bola não está). Para dar um exemplo, numa jogada em que o adversário conduz a bola pela esquerda, a equipa que defende à zona deve encontrar-se montada derivando para a direita (do ponto de vista de quem defende), com os jogadores de tal forma perto uns dos outros que o portador da bola só tenha linhas de passe para trás ou virando, por alto, o flanco. O que interessa na defesa à zona é ocupar espaços e manter essa ocupação independentemente da movimentação do adversário. Se os espaços estiverem, a todo o momento, preenchidos, o adversário, porque precisa de espaço para jogar, deixará de ser uma preocupação. A preocupação inicial da defesa à zona é impedir que seja o adversário, pela sua movimentação, a conduzir a marcação para onde lhe aprouver, criando espaços. Ignorando o posicionamento e a movimentação de cada um dos adversários, a equipa manter-se-á sólida, organizada, compacta. E será muito mais difícil ao adversário conseguir desequilíbrios. Ao contrário do que acontece numa defesa ao homem, um adversário, ao passar por um defesa numa equipa que jogue à zona, terá outro adversário imediatamente perto dele, porque a estrutura defensiva assenta em coberturas sucessivas. Numa defesa à zona, porque a referência não são os adversários mas os colegas, atrás de um jogador estará sempre outro, ao lado desse, outro, de acordo com a própria estrutura posicional pretendida. Dito isto, abrem-se várias possibilidades de interpretação, o que no fundo faz com que haja várias concepções de zona diferentes.
1) Em primeiro lugar, a chamada "zona mista". O pressuposto inicial é o mesmo que o da defesa à zona, isto é, o que interessa é a bola e os colegas, pelo que cada jogador deve estar posicionado em função da posição da bola no terreno e em função do posicionamento dos colegas. No entanto, esta variante da defesa à zona pressupõe que, entrando um adversário na zona de competência de um dos defensores, esse defensor deve encarregar-se de marcá-lo, largando-o se ele sair da sua zona. Isto implica definir a zona de competência, o que não é propriamente fácil e entra em contradição com um dos pressupostos base da zona, ou seja, a sua maleabilidade. Defender à zona não tem nada de estático. Não há zonas de competência no campo, porque a zona de competência é diferente a cada instante. Uma vez que a defesa à zona tem por referências a posição da bola e dos colegas, ela varia consoante a posição da bola e dos colegas. Logo, definir zonas de competência parece-me francamente difícil. Ainda assim, poder-se-ia definir essas zonas de competência a cada instante, ficando o defensor, a cada instante, com a competência de uma zona, digamos, equivalente a alguns metros à sua volta. O que me parece, contudo, contraproducente, neste tipo de variante da defesa à zona é o facto de, ainda que apenas quando um adversário directo entra na zona de jurisdição de um defensor, haver momentos em que a preocupação dos defensores deixe de ser a bola e os colegas e passe a ser o adversário. No fundo, a troca de referências, ainda que instantânea, poderá acarretar, ainda que por instantes, a perda de noção dos espaços. Defender segundo este conceito, ainda que não conceda espaços tão amplos como quem defende estritamente ao homem, acaba sempre por ser um modo de defender pouco eficaz. É inevitável, porque é natural e constante que os adversários entrem nas zonas de competência dos defensores, que se abram espaços. Esta concepção de zona é a mais utilizada hoje em dia. E é-o porque é o modo mais fácil de interpretá-la. No entanto, acarreta quase tantas consequências como uma defesa ao homem.
2) Um segundo tipo de defesa à zona, que é por exemplo a concepção de Jesualdo Ferreira, implica algo ligeiramente diferente. Pode dizer-se, grosso modo, que há dois momentos distintos no acto de defender, um passivo e um activo. O termo "zona pressionante", criado por Arrigo Sacchi, abrange o momento activo da zona. Defender à zona implica sempre a definição de uma zona pressionante, que mais não é que a zona onde se pretende recuperar a bola. Nessa zona do terreno, que pode ser mais alta ou mais baixa, mais larga ou mais estreita, mais junto à linha ou mais central, o acto de defender torna-se uma coisa activa, que pressupõe a recuperação da bola e não apenas uma organização territorial. Mesmo quando a zona pressionante não é definida, a equipa tem momentos em que defende mais activamente, nem que seja junto à área, pelas razões óbvias. Ora, a passagem de um momento passivo para um momento activo, de um momento em que a preocupação é estar organizado para um momento em que a preocupação passa a ser preencher agressivamente os espaços de modo a constranger o portador da bola, é um momento crucial. A interpretação de como este momento deve ocorrer leva a divergências de opinião e a ligeiras diferenças na forma de defender. É neste momento que a zona de Jesualdo difere, por exemplo, da de Mourinho. Ora, no momento de pressionar o adversário que conduz a bola, no momento em que é efectivada a zona pressionante, nesta concepção, a preocupação deixa de ser a bola e os colegas, passando a ser a bola e os adversários. Nesta concepção, que é a de quase toda a gente que defende à zona, pressionar activamente é sempre pressionar homens. Quando o defensor que está perto do portador da bola ataca a bola, os colegas devem reagir procurando acercar-se dos adversários que tiverem por perto de modo a inviabilizarem uma opção de passe. Isto pode parecer uma boa solução, mas creio que acarreta problemas. Com este comportamento, ao esquecerem deliberadamente a ocupação dos espaços, fixando-se num adversário em concreto, perde-se, ainda que momentaneamente, a estrutura de coberturas que estava montada. Imagine-se agora que o portador da bola que era pressionado, em vez de passar a bola, driblava e livrava-se do defensor que o tinha pressionado. As consequências eram óbvias. Após ultrapassado esse obstáculo, uma vez que a estrutura defensiva tinha sido temporariamente desfeita, teria algum tempo e espaço de manobra para progredir. O comportamento defensivo implícito nesta concepção, ainda que não totalmente inadequado, acarreta, portanto, momentos de desorganização que podem ser fatais.
3) Isto leva-nos para uma terceira concepção da zona, que mais não é do que uma consequência, nas zonas do terreno a isso mais propícias, da segunda concepção. Nas imediações da área e dentro dela, o momento defensivo é sempre activo. Porque a baliza é uma referência defensiva óbvia, defender perto dela é sempre defender de uma forma pressionante, atacando o portador da bola. Ora, há quem defenda que, dentro da área e junto a ela as referências não podem ser zonais, mas sim os adversários. O argumento é o seguinte: como, nessa zona do terreno, todos os espaços são importantes, é muito difícil ocupá-los a todos, mais vale seguir cada um dos adversários, ignorando os espaços. Esta atitude mais não é do que uma consequência, como disse, da segunda, que define, no momento pressionante do acto defensivo, que as referências são os homens e não os espaços. Mas, tal como na segunda concepção, isto acarreta consequências. A troca de referências espaciais pelas referências dos adversários e vice-versa não é instantânea; a passagem de uma a outra é sempre um momento de desorganização. Se é verdade que um defensor pode, para si, ser rápido a reagir e a escolher um adversário para marcar, não nos podemos esquecer que a movimentação que resulta dessa decisão vai implicar novas decisões em cada um dos seus colegas que se tinham colocado no terreno em função dele. Transformar um acto defensivo que tem por referências os colegas e a bola num acto defensivo que passa a ter por referências o adversário não é um processo de fácil execução porque, uma vez mais, o comportamento de um jogador vai condicionar o comportamento de cada um dos seus colegas. E essa transformação, por não ser simples, leva tempo. Ou seja, esta teoria, ao tentar resolver aquilo que considera ser um problema irresolúvel, a impossiblidade de ocupar com exactidão os espaços dentro da área, acaba por descuidar um problema provavelmente maior: ao se preocupar excessivamente com os espaços, esquece o tempo, que, provavelmente, até é mais decisivo. Enquanto a equipa se reorganiza, trocando referências, o adversário tem tempo para agir, tempo esse que pode ser crucial. Além de isto ser um problema evidente, mantém-se o mesmo problema de sempre no que diz respeito às marcações individuais: ficando os jogadores entregues a pares de marcações, qualquer desembaraço individual é um desequilíbrio decisivo.
4) Resta uma última concepção de defesa à zona, que é precisamente a concepção defendida por Nuno Amieiro no livro em questão, assim como por José Mourinho ou Carlos Carvalhal, para dar dois exemplos. É, digamos, a mais pura das concepções, aquela que não se desvirtua, em momento algum do jogo, dos seus pressupostos iniciais. Para muitos, será demasiado lírica; para outros, a mais coerente. Devo dizer que é a concepção que mais me satisfaz, simplesmente porque é nela que sinto residirem menos problemas de coerência. Distingue-se das anteriores, como disse, por em nenhum momento se afastar das referências primordiais estabelecidas inicialmente: a bola, os colegas e a baliza. Ao contrário da segunda concepção, a zona pressionante é mesmo uma zona pressionante, ou seja, é efectivada mediante referências zonais. O jogador que está mais perto do portador da bola ataca a bola e os colegas reagem atacando os espaços de acordo, unicamente, com a movimentação do seu colega e com a movimentação de cada um dos seus colegas. Isto pode permitir, eventualmente, que haja um adversário solto para receber um primeiro passe desse portador da bola. Mas o novo portador da bola, o que a recebe do primeiro portador, tem agora muito menos espaço para jogar, muito menos linhas de passe e, sobretudo, uma estrutura defensiva adversária que se manteve organizada e inalterada. Ao contrário, também, da terceira concepção, segundo esta concepção é indiferente a zona do terreno onde se defende. Porque a baliza é uma das referências, quanto mais perto dela, mais aglomerados devem estar os defensores e, por conseguinte, menores serão os espaços. A única objecção possível a esta teoria seria em caso de contra-ataque ou ataque rápido, no qual, apesar de a equipa que ataca atacar com poucos jogadores, a equipa que defende também ter poucos defensores. Nesse caso - pode dizer-se - não é possível ocupar todos os espaços. Mas a defesa à zona implica ainda uma última coisa: o assinalar do adversário. Apesar de o adversário não ser uma referência como o são a bola, os colegas e a baliza, é necessário haver a noção de onde ele está a cada momento. Isto não serve para que seja possível marcá-lo quando isso se tornar necessário, mas sim para cortar o melhor possível as linhas de passe para o mesmo ou para perceber quais os espaços mais importantes a preencher. Ao contrário, portanto, da terceira concepção, numa jogada de ataque rápido, nas imediações da área, os defensores devem manter as mesmas referências de antes e não se preocuparem com o adversário. Devem, contudo, ter a capacidade de assinalá-lo, de perceber onde ele está, de modo a colocarem-se o melhor possível. Com efeito, se tudo isto for executado a preceito, os espaços de manobra manter-se-ão escassos e a equipa manter-se-á organizada, mesmo em lances de pouca presença na área. Esta concepção - julgo - é a única verdadeiramente colectiva. Defender à zona não é só um capricho ou só uma forma mais eficaz de defender; é também o único modo de uma equipa defender verdadeiramente em equipa, de forma solidária. Não abdicar, em momento algum, das referências dos colegas e da bola é a única forma de, em todos os momentos, a equipa ser equipa; é a única forma de, em todos os momentos, não depender de cada um dos seus elementos, mas sim de algo que se cria com a solidariedade desses elementos. Jogando assim, os jogadores não têm, no momento defensivo, funções individuais, mas uma função colectiva que é igual para todos e que só varia segundo a posição do terreno em que se encontram. Partilhar as mesmas funções que todos os colegas é o único modo de jogar colectivamente.
Para acabar, gostaria ainda de falar dos defeitos normalmente apontados a todas as defesas à zona. Porque se preocupa unicamente com o lado forte da bola, há sempre espaço para jogar no lado fraco e uma variação de flanco rápida pode criar desequilíbrios. Isto é verdade, mas uma equipa que joga assim sabe-o. Sabê-lo implica poder atenuá-lo, treinando-o. Carlos Carvalhal uma vez disse que essa era uma realidade com que as suas equipas tinham de saber lidar e que muito da preparação delas passava por reagir ao momento da variação de flanco o mais rapidamente e adequadamente possível. A grande vantagem desta forma de defender é conhecer, em rigor, as suas próprias limitações, o que, em abono da verdade, é o primeiro passo para as corrigir. A capacidade de bascular rapidamente e em sintonia é pois uma das mais importantes tarefas a treinar. Isto leva-me para outra questão. Com um conceito tão rigoroso, que implica a perfeita harmonia entre vários elementos, um treino superficial e teórico sobre a zona não pode ser eficaz. Defender à zona, porque implica uma perfeita relação entre todos os jogadores, porque implica um saber responder a cada um dos comportamentos de cada um dos elementos do todo, não pode ser treinada levianamente. Todo o treino tem de ser preparado em função desta ideia, de modo a criar hábitos, rotinas, modos de pensar e executar. Daí considerar que, para jogar numa defesa à zona pura, tem de se treinar sob o método proposto pela Periodização Táctica. Com outra metodologia, francamente, acho difícil um conceito como este, que necessita de tanta sistematização e que pressupõe um comportamento absolutamente mecanizado, funcionar bem.
Antes de começar, propriamente, gostaria de deixar claro que o livro de Nuno Amieiro que citei é um estudo eloquente e muito bem exposto do conceito de defesa à zona. Nele, Amieiro fala dos vários conceitos de zona e expõe as razões para se privilegiar um em detrimento dos outros. Para quem quiser, de facto, aprender algo sobre a zona, recomendo a leitura integral do livro, uma das poucas coisas sobre futebol que vale, de facto, a pena ler. Ora bem, antes de me deter nas várias concepções de zona, gostaria então de dar uma ideia geral do que é defender à zona. Ao contrário do que J. e A. parecem presumir, defender à zona não tem a ver com uma mentalidade mais ou menos defensiva. É possível defender à zona pressionando alto, como é possível defender à zona com um bloco baixo. Aquilo que define a zona não é a mentalidade, mas as referências de marcação. Ao contrário das marcações tradicionais ao homem, marcar à zona tem por referência não o adversário directo, mas a bola e a posição da nossa equipa; o que interessa são os espaços e não os adversários. Como tal, é predicado da zona encurtar os espaços, reduzir ao máximo a possibilidade de a bola passar entre os nossos jogadores. Defender à zona implica, portanto, várias coisas: esquecer o adversário, fazer campo pequeno, ou seja, jogar o mais perto dos companheiros que for possível, ocupar o lado forte (lado onde está a bola) e desocupar, porque desnecessário, o lado fraco (lado onde a bola não está). Para dar um exemplo, numa jogada em que o adversário conduz a bola pela esquerda, a equipa que defende à zona deve encontrar-se montada derivando para a direita (do ponto de vista de quem defende), com os jogadores de tal forma perto uns dos outros que o portador da bola só tenha linhas de passe para trás ou virando, por alto, o flanco. O que interessa na defesa à zona é ocupar espaços e manter essa ocupação independentemente da movimentação do adversário. Se os espaços estiverem, a todo o momento, preenchidos, o adversário, porque precisa de espaço para jogar, deixará de ser uma preocupação. A preocupação inicial da defesa à zona é impedir que seja o adversário, pela sua movimentação, a conduzir a marcação para onde lhe aprouver, criando espaços. Ignorando o posicionamento e a movimentação de cada um dos adversários, a equipa manter-se-á sólida, organizada, compacta. E será muito mais difícil ao adversário conseguir desequilíbrios. Ao contrário do que acontece numa defesa ao homem, um adversário, ao passar por um defesa numa equipa que jogue à zona, terá outro adversário imediatamente perto dele, porque a estrutura defensiva assenta em coberturas sucessivas. Numa defesa à zona, porque a referência não são os adversários mas os colegas, atrás de um jogador estará sempre outro, ao lado desse, outro, de acordo com a própria estrutura posicional pretendida. Dito isto, abrem-se várias possibilidades de interpretação, o que no fundo faz com que haja várias concepções de zona diferentes.
1) Em primeiro lugar, a chamada "zona mista". O pressuposto inicial é o mesmo que o da defesa à zona, isto é, o que interessa é a bola e os colegas, pelo que cada jogador deve estar posicionado em função da posição da bola no terreno e em função do posicionamento dos colegas. No entanto, esta variante da defesa à zona pressupõe que, entrando um adversário na zona de competência de um dos defensores, esse defensor deve encarregar-se de marcá-lo, largando-o se ele sair da sua zona. Isto implica definir a zona de competência, o que não é propriamente fácil e entra em contradição com um dos pressupostos base da zona, ou seja, a sua maleabilidade. Defender à zona não tem nada de estático. Não há zonas de competência no campo, porque a zona de competência é diferente a cada instante. Uma vez que a defesa à zona tem por referências a posição da bola e dos colegas, ela varia consoante a posição da bola e dos colegas. Logo, definir zonas de competência parece-me francamente difícil. Ainda assim, poder-se-ia definir essas zonas de competência a cada instante, ficando o defensor, a cada instante, com a competência de uma zona, digamos, equivalente a alguns metros à sua volta. O que me parece, contudo, contraproducente, neste tipo de variante da defesa à zona é o facto de, ainda que apenas quando um adversário directo entra na zona de jurisdição de um defensor, haver momentos em que a preocupação dos defensores deixe de ser a bola e os colegas e passe a ser o adversário. No fundo, a troca de referências, ainda que instantânea, poderá acarretar, ainda que por instantes, a perda de noção dos espaços. Defender segundo este conceito, ainda que não conceda espaços tão amplos como quem defende estritamente ao homem, acaba sempre por ser um modo de defender pouco eficaz. É inevitável, porque é natural e constante que os adversários entrem nas zonas de competência dos defensores, que se abram espaços. Esta concepção de zona é a mais utilizada hoje em dia. E é-o porque é o modo mais fácil de interpretá-la. No entanto, acarreta quase tantas consequências como uma defesa ao homem.
2) Um segundo tipo de defesa à zona, que é por exemplo a concepção de Jesualdo Ferreira, implica algo ligeiramente diferente. Pode dizer-se, grosso modo, que há dois momentos distintos no acto de defender, um passivo e um activo. O termo "zona pressionante", criado por Arrigo Sacchi, abrange o momento activo da zona. Defender à zona implica sempre a definição de uma zona pressionante, que mais não é que a zona onde se pretende recuperar a bola. Nessa zona do terreno, que pode ser mais alta ou mais baixa, mais larga ou mais estreita, mais junto à linha ou mais central, o acto de defender torna-se uma coisa activa, que pressupõe a recuperação da bola e não apenas uma organização territorial. Mesmo quando a zona pressionante não é definida, a equipa tem momentos em que defende mais activamente, nem que seja junto à área, pelas razões óbvias. Ora, a passagem de um momento passivo para um momento activo, de um momento em que a preocupação é estar organizado para um momento em que a preocupação passa a ser preencher agressivamente os espaços de modo a constranger o portador da bola, é um momento crucial. A interpretação de como este momento deve ocorrer leva a divergências de opinião e a ligeiras diferenças na forma de defender. É neste momento que a zona de Jesualdo difere, por exemplo, da de Mourinho. Ora, no momento de pressionar o adversário que conduz a bola, no momento em que é efectivada a zona pressionante, nesta concepção, a preocupação deixa de ser a bola e os colegas, passando a ser a bola e os adversários. Nesta concepção, que é a de quase toda a gente que defende à zona, pressionar activamente é sempre pressionar homens. Quando o defensor que está perto do portador da bola ataca a bola, os colegas devem reagir procurando acercar-se dos adversários que tiverem por perto de modo a inviabilizarem uma opção de passe. Isto pode parecer uma boa solução, mas creio que acarreta problemas. Com este comportamento, ao esquecerem deliberadamente a ocupação dos espaços, fixando-se num adversário em concreto, perde-se, ainda que momentaneamente, a estrutura de coberturas que estava montada. Imagine-se agora que o portador da bola que era pressionado, em vez de passar a bola, driblava e livrava-se do defensor que o tinha pressionado. As consequências eram óbvias. Após ultrapassado esse obstáculo, uma vez que a estrutura defensiva tinha sido temporariamente desfeita, teria algum tempo e espaço de manobra para progredir. O comportamento defensivo implícito nesta concepção, ainda que não totalmente inadequado, acarreta, portanto, momentos de desorganização que podem ser fatais.
3) Isto leva-nos para uma terceira concepção da zona, que mais não é do que uma consequência, nas zonas do terreno a isso mais propícias, da segunda concepção. Nas imediações da área e dentro dela, o momento defensivo é sempre activo. Porque a baliza é uma referência defensiva óbvia, defender perto dela é sempre defender de uma forma pressionante, atacando o portador da bola. Ora, há quem defenda que, dentro da área e junto a ela as referências não podem ser zonais, mas sim os adversários. O argumento é o seguinte: como, nessa zona do terreno, todos os espaços são importantes, é muito difícil ocupá-los a todos, mais vale seguir cada um dos adversários, ignorando os espaços. Esta atitude mais não é do que uma consequência, como disse, da segunda, que define, no momento pressionante do acto defensivo, que as referências são os homens e não os espaços. Mas, tal como na segunda concepção, isto acarreta consequências. A troca de referências espaciais pelas referências dos adversários e vice-versa não é instantânea; a passagem de uma a outra é sempre um momento de desorganização. Se é verdade que um defensor pode, para si, ser rápido a reagir e a escolher um adversário para marcar, não nos podemos esquecer que a movimentação que resulta dessa decisão vai implicar novas decisões em cada um dos seus colegas que se tinham colocado no terreno em função dele. Transformar um acto defensivo que tem por referências os colegas e a bola num acto defensivo que passa a ter por referências o adversário não é um processo de fácil execução porque, uma vez mais, o comportamento de um jogador vai condicionar o comportamento de cada um dos seus colegas. E essa transformação, por não ser simples, leva tempo. Ou seja, esta teoria, ao tentar resolver aquilo que considera ser um problema irresolúvel, a impossiblidade de ocupar com exactidão os espaços dentro da área, acaba por descuidar um problema provavelmente maior: ao se preocupar excessivamente com os espaços, esquece o tempo, que, provavelmente, até é mais decisivo. Enquanto a equipa se reorganiza, trocando referências, o adversário tem tempo para agir, tempo esse que pode ser crucial. Além de isto ser um problema evidente, mantém-se o mesmo problema de sempre no que diz respeito às marcações individuais: ficando os jogadores entregues a pares de marcações, qualquer desembaraço individual é um desequilíbrio decisivo.
4) Resta uma última concepção de defesa à zona, que é precisamente a concepção defendida por Nuno Amieiro no livro em questão, assim como por José Mourinho ou Carlos Carvalhal, para dar dois exemplos. É, digamos, a mais pura das concepções, aquela que não se desvirtua, em momento algum do jogo, dos seus pressupostos iniciais. Para muitos, será demasiado lírica; para outros, a mais coerente. Devo dizer que é a concepção que mais me satisfaz, simplesmente porque é nela que sinto residirem menos problemas de coerência. Distingue-se das anteriores, como disse, por em nenhum momento se afastar das referências primordiais estabelecidas inicialmente: a bola, os colegas e a baliza. Ao contrário da segunda concepção, a zona pressionante é mesmo uma zona pressionante, ou seja, é efectivada mediante referências zonais. O jogador que está mais perto do portador da bola ataca a bola e os colegas reagem atacando os espaços de acordo, unicamente, com a movimentação do seu colega e com a movimentação de cada um dos seus colegas. Isto pode permitir, eventualmente, que haja um adversário solto para receber um primeiro passe desse portador da bola. Mas o novo portador da bola, o que a recebe do primeiro portador, tem agora muito menos espaço para jogar, muito menos linhas de passe e, sobretudo, uma estrutura defensiva adversária que se manteve organizada e inalterada. Ao contrário, também, da terceira concepção, segundo esta concepção é indiferente a zona do terreno onde se defende. Porque a baliza é uma das referências, quanto mais perto dela, mais aglomerados devem estar os defensores e, por conseguinte, menores serão os espaços. A única objecção possível a esta teoria seria em caso de contra-ataque ou ataque rápido, no qual, apesar de a equipa que ataca atacar com poucos jogadores, a equipa que defende também ter poucos defensores. Nesse caso - pode dizer-se - não é possível ocupar todos os espaços. Mas a defesa à zona implica ainda uma última coisa: o assinalar do adversário. Apesar de o adversário não ser uma referência como o são a bola, os colegas e a baliza, é necessário haver a noção de onde ele está a cada momento. Isto não serve para que seja possível marcá-lo quando isso se tornar necessário, mas sim para cortar o melhor possível as linhas de passe para o mesmo ou para perceber quais os espaços mais importantes a preencher. Ao contrário, portanto, da terceira concepção, numa jogada de ataque rápido, nas imediações da área, os defensores devem manter as mesmas referências de antes e não se preocuparem com o adversário. Devem, contudo, ter a capacidade de assinalá-lo, de perceber onde ele está, de modo a colocarem-se o melhor possível. Com efeito, se tudo isto for executado a preceito, os espaços de manobra manter-se-ão escassos e a equipa manter-se-á organizada, mesmo em lances de pouca presença na área. Esta concepção - julgo - é a única verdadeiramente colectiva. Defender à zona não é só um capricho ou só uma forma mais eficaz de defender; é também o único modo de uma equipa defender verdadeiramente em equipa, de forma solidária. Não abdicar, em momento algum, das referências dos colegas e da bola é a única forma de, em todos os momentos, a equipa ser equipa; é a única forma de, em todos os momentos, não depender de cada um dos seus elementos, mas sim de algo que se cria com a solidariedade desses elementos. Jogando assim, os jogadores não têm, no momento defensivo, funções individuais, mas uma função colectiva que é igual para todos e que só varia segundo a posição do terreno em que se encontram. Partilhar as mesmas funções que todos os colegas é o único modo de jogar colectivamente.
Para acabar, gostaria ainda de falar dos defeitos normalmente apontados a todas as defesas à zona. Porque se preocupa unicamente com o lado forte da bola, há sempre espaço para jogar no lado fraco e uma variação de flanco rápida pode criar desequilíbrios. Isto é verdade, mas uma equipa que joga assim sabe-o. Sabê-lo implica poder atenuá-lo, treinando-o. Carlos Carvalhal uma vez disse que essa era uma realidade com que as suas equipas tinham de saber lidar e que muito da preparação delas passava por reagir ao momento da variação de flanco o mais rapidamente e adequadamente possível. A grande vantagem desta forma de defender é conhecer, em rigor, as suas próprias limitações, o que, em abono da verdade, é o primeiro passo para as corrigir. A capacidade de bascular rapidamente e em sintonia é pois uma das mais importantes tarefas a treinar. Isto leva-me para outra questão. Com um conceito tão rigoroso, que implica a perfeita harmonia entre vários elementos, um treino superficial e teórico sobre a zona não pode ser eficaz. Defender à zona, porque implica uma perfeita relação entre todos os jogadores, porque implica um saber responder a cada um dos comportamentos de cada um dos elementos do todo, não pode ser treinada levianamente. Todo o treino tem de ser preparado em função desta ideia, de modo a criar hábitos, rotinas, modos de pensar e executar. Daí considerar que, para jogar numa defesa à zona pura, tem de se treinar sob o método proposto pela Periodização Táctica. Com outra metodologia, francamente, acho difícil um conceito como este, que necessita de tanta sistematização e que pressupõe um comportamento absolutamente mecanizado, funcionar bem.
14 comentários:
apenas tenho um senão que se prende com precisamente com a jogadas de contra ataque ou situações de desiquilibrio. Creio que assinalar o adversário e ocupar os espaços consoante eles estejam posicionados é muito complicado de fazer numa jogada em alta velocidade e onde os adversários estão constantemente a mudar de posição. É que neste lance, continuando a defender à zona, um defesa tem como referência a bola, os colegas e neste caso o adversário! São 3 coisas que o defesa tem que controlar e que numa jogada rápida é muito complicado de fazer. Creio que se opta pela marcação individual nestes lances pois assim o defesa passa a ter apenas como referência a bola e o adversário. Apesar de ter todas as consequências que referiste o defesa apenas tem que controlar 2 coisas e poderá fazê-lo com muito mais eficácia. Além disso é apenas uma situção momentânea e de recurso que creio ser muito útil.
cumprimentos
sois merda. tenho dito.
O livrinho 'laranja' do Nuno Amieiro devia ser obrigatório a quem segue o fenómeno futebolístico. Já o li há uns tempos, mas volta e meia vou rever breves excertos. É dos poucos livros que sorvemos a informação e sentimos que, linha a linha, frase a frase, estamos a aprender algo de novo ou a melhorar partes do que já sabíamos.
Com mais tempo, procuro dar a minha opinião sobre o conteúdo. Bom post!
Excelente análise.
Embora assuma e aceite que a defesa zonal pura seja a mais coerente e que, bem trabalhada, possa ser a que melhores frutos dará, custa-me defendê-la como forma de assegurar a eficácia defesnivamente. Por duas questões essenciais e que se prendem, as duas, com a dificuldade de implementar essa opção numa equipa de futebol:
- o passado dos jogadores: é extremamente difícil procurar trazer esta concepção de marcação a um jogador depois de anos a fio em que, na formação e noutros clubes, este esteve permanentemente sujeito à ditadura da noção de adversário. Conseguir que este jogador o faça, num período relativamente curto, parece-me bastante utópico e apenas possível se estivermos a falar de um projecto a longo prazo, em que o treinador chega, explica as suas ideias aos jogadores e estes saberão que, mesmo passando meses ou uma época em busca da melhor dinâmica, no fim da época o treinador não será despedido e terão mais duas, três, quatro épocas para desenvolver o projecto e as rotinas e mecanizações. Ora, exceptuando pouquíssimos casos, no futebol actual isso é praticamente impossível. Sendo, e portanto necessitando de "transformar" o pensamento e hábitos dos jogadores numa pré-época, só com um plantel recehado de jogadores capaz e inteligentes, esta solução terá algum sentido. Ou seja, só uma equipa de top, com jogadores de top, com um treinador de top, poderá retirar frutos desta opção.
- a dinâmica colectiva: mesmo conseguindo extrair de alguns jogadores, a dinâmica que se pretende, haverá sempre quem a não entenda. Se for o caso de 1 ou 2 no plantel, não faz mal, procuram-se outras soluções. O problema é se metade do mesmo a não entende ao longo de uma época. O que me parece provável porque a questão "adversário" está, como disse no ponto anterior, altamente interiorizada na cabeça de qualquer jogador. Pedir-lhe que, de repente, menospreze esse factor e comece a dar atenção primordialmente à bola e aos colegas, é de difícil - para não dizer impossível - execução.
Não quero com isto dizer que não me agrada a ideia. Agrada-me. Mas, a não ser que se haja uma enorme empatia entre treinador, presidente, adeptos e o projecto em que todos estão inseridos (e a paciência requerida para o pôr a funcionar), é provável que seja uma ideia com pouca valia competitiva.
Ricardo, concordo contigo, mas acho que treinando em Periodização Táctica muitos desses problemas são atenuados. Porque é pressuposto dessa metodologia cultivar rotinas e solidificar processos mentais na cabeça dos jogadores não de forma teórica, mas sim prática. Através dessa metodologia, muitos dos defeitos e vícios antigos são possíveis de modificar, porque simplesmente o treino é, todo ele, pôr em prática essas novas ideias. E de tanto repetir e sistematizar, os jogadores adaptam-se à nova realidade. Claro que há uns que se adaptam mais rapidamente e outros menos, mas há 2 ou 3 casos, aqueles em que a Periodização Táctica, de facto, é utilizada a 100%, em que os resultados surgem a médio prazo. Mourinho e Carvalhal são, provavelmente, os melhores exemplos. Daí ter dito, no texto, que tudo isto é muito bonito, mas sem um treino especificamente pensado para a metodologia da Periodização Táctica, dificilmente se chega aos resultados pretendidos.
Boas,
O Ricardo comentou que defesa à zona é difícil em equipas que não de topo, concordo... em parte.
Concordo com os pressupostos, discordo que sejam aceites para não evoluir. Tenho o meu exemplo.
Estou a treinar uma equipa "b" de Infantis A, composta por jogadores ainda Infantis B e pelos que não têm lugar na equipa "A" sendo esta já bastante limitada. Mesmo assim não abdico de usar os principios de "defesa à zona" na equipa. Sei que isso me tem custado muitos resultados, sei que vou tendo muitas criticas (até do delegado que vai comigo aos jogos) mas não abdico, muito menos numa equipa tão limitada. Planeei a época em fases de progressão e não em resultados (e vou pagando por isso), 1ª fase ensinar o básico a defender, evitar entradas "à queima", posicionamentos e coberturas, 2ª fase efectuar pressão (subindo no terreno conforme forem melhorando), 3ª fase equilibrio defensivo e ofensivo e transições.
Tudo isto custa muito com miudos de 12 anos onde até efectuar um passe é complicado...
Mas é precisamente por este aspecto (falta de qualidade da maioria), que julgo ter tomado a melhor opção. Na próxima época serão iniciados, disputarão o campeonato de futebol de 11, o que será deles se não aprenderem a tirar proveito de algo que não dependa directamente das suas habilidades individuais com a bola? A prova que (provavelmente) estou certo vou obtendo quando um dos meus jogadores vai efectuar um jogo com o plantel "A" e tenho como retorno do colega que a treina um "melhor do que esperava"... como o exemplo de um atleta que vai pela primeira vez, consegue obter o único golo da equipa e num caso de emergência oferece-se para central onde acaba por ser considerado o melhor em campo "soube sempre cortar o último passe, soube antecipar-se..." (a propósito, o jogo acabou 1-1 e foi a única não vitória do adversário em 14 jogos).
No entanto concordo... é lixado arriscar o lugar por um ideal e sei bem do que falo porque não fossem colegas treinadores (até de fora do clube)e uns qtos olheiros de clubes grandes que por lá vão passando a dizer "se sangue não se fazem morcelas", " a equipa é muito fraca mas está bem arrumadinha em campo", no fundo apoios inesperados que me vão dando algum crédito junto de pais e direcção, caso contrário já estaria na rua faz muito tempo.
Enfim, se nem os misters craques se entendem sobre "defesa à zona" quem sou eu para estipular ideias definitivas?
Nuno, queria só aqui lançar um assunto que surgiu hoje.
Mourinho quando questionado do porquê de rivas em detrimento de córdoba respondeu simplesmente que o tinha incluido para ganhar altura nas bolas paradas dado o United ter muitos jogadores acima do metro e 90. Ora sabendo tu, e todos, que o córdoba é infinitamente superior ao Rivas em todos os outros aspectos do jogo, como encaixas estas declarações nos teus argumentos numa discussão que houve aí há tempos como te deves recordar.
Outro assunto que gostava que comentasses era a marcação homem a homem nos cantos que o inter fez. Já o tinha treinado no fim de semana frente ao bolonha.
cumprimentos
Pedro, em relação ao Rivas, não terei melhor resposta que a que o próprio Mourinho deu ao intervalo: sai Rivas, entra Córdoba. Bom, acho que os lances de bola parada são excepção àquela discussão que aqui houve. E só se coloca a questão de querer altura nas bolas paradas e não no sector recuado, certo? Ora, nas bolas paradas, será mais uma questão de altura de toda a equipa e não apenas dos defesas.. O mesmo é dizer que se o Mourinho tivesse muitos jogadores altos, poderia jogar na mesma com dois centrais baixos. A discussão que aqui houve prendia-se com o facto de os defesas terem de ser altos. Não é o caso, parece-me. De qualquer modo, o próprio Mourinho ter-se-á arrependido, pois o jogo do Rivas foi horripilante.
Quanto à opção por marcar ao homem nos cantos, não sei ao certo. Talvez o Mourinho não esteja satisfeito com a forma como os seus jogadores interpretam a zona. Talvez fosse estratégia contra o Manchester. Nem sequer sei ao certo o que Mourinho pensa da zona nas bolas paradas.
Cumprimentos
Sim, o ponto da discussão que foco não é o de os centrais terem que ser altos. A questão é o mourinho ter optado por um central exclusivamente por ser mais alto, apesar de ser pior em todos os outros aspectos do jogo (por exemplo como tu tanto gostas de enaltecer a inteligência). Essa é a grande questão, preferiu um elemento que lhe desse mais garantias físicas nas bolas paradas, a altura do que um jogador melhor e mais inteligente.
Quanto à marcação creio que foi mesmo só para o united e que voltará depois da eliminatória à zona. Mas acho que é um bom tema de conversa, pois por exemplo já vi o felipe defender que a marcação homem é homem é mais eficaz em equipas mais baixas e o que é certo é que o Mourinho, que sempre defende à zona, perante uma equipa consideravelmente mais alta, optou por efectuar homem a homem apesar do resultado não ter sido positivo.
cumprimentos
A questão não é o Rivas ter jogado bem ou mal mas sim a opção inicial de Mourinho.
Sim, Pedro, talvez fosse uma boa discussão. Mas sem saber qual o motivo da opção de Mourinho podem ser tiros no escuro. Eu defendo o contrário do Filipe, pois acho que defender à zona nas bolas paradas é uma forma clara de atenuar as eventuais diferenças, em média, de alturas, não promovendo o encaixe de pares. O Filipe acha o contrário. A única coisa que sei a esse respeito do Mourinho é que ele disse que, quanto mais alto for o adversário, mais sentido faz usar a zona. Agora, não sei se a estratégia do Mourinho contra o Manchester teve a ver com outra coisa. Não sei.
"Mourinho quando questionado do porquê de rivas em detrimento de córdoba respondeu simplesmente que o tinha incluido para ganhar altura nas bolas paradas dado o United ter muitos jogadores acima do metro e 90"
"A única coisa que sei a esse respeito do Mourinho é que ele disse que, quanto mais alto for o adversário, mais sentido faz usar a zona."
Pois, eu não sei se o Mourinho acha isto ou não. Nunca o ouvi falar sobre o assunto. Mas a verdade é que não só colocou um homem mais alto, como não defendeu à zona.
cumprimentos
mto bom esse bolg
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