Entre o Sporting que defrontou (e humilhou!) o Porto e aquele que foi copiosamente derrotado pelo Braga (que não foi tão bom como a opinião generalizada tem defendido - note-se que com isto eu não coloco a justiça do resultado em causa, apenas defendo que não foi tanto o mérito do Braga, mas sim o demérito do Sporting), existe um mar de diferenças.
No confronto com o campeão nacional vimos o melhor (de longe!) Sporting da época, até agora.
Com Adrien a exibir-se num plano exepcional como pivot defensivo, rodando o jogo a preceito e emprestando também verticalidade ao jogo do Sporting, ao mesmo tempo que encurtava os espaços entre sectores (retirando com isto espaço e tempo ao adversário, nas suas transições ofensivas), fruto de um posicionamento e leitura irrepreensíveis, o futebol leonino ganhou esclarecimento (algo impossível com Rochemback).
No vértice mais avançado do losango, foi Romagnoli a rubricar uma excelente exibição, tornando o futebol do Sporting fluído, mercê da sua capacidade parar jogar apoiado, de toque simples, mas que muitas vezes passa ao lado do comum adepto. O facto de se preocupar em fornecer os apoios verticais, não se coibindo de jogar entre linhas, não só liberta os médios-interiores como condiciona a maneira como o adversário defende.
Na frente de ataque, coabitou, porventura, a melhor dupla de avançados do plantel leonino. A capacidade de manter a posse de bola, assim como de jogar de costas para a baliza adversária, permitiu à equipa dominar por completo o jogo, fruto da facilidade com que conseguiam jogar durante largos minutos no meio-campo defensivo adversário. Num dos poucos comentários dignos de registo, um dos comentadores comparou a exibição do conjunto leonino a uma equipa de andebol, isto devido à capacidade de girar a bola até conseguir descobrir um espaço para poder provocar um desequilíbrio no adversário.
Com isto, o clube leonino não só conseguiu atacar de forma segura, como conseguiu impedir o campeão nacional de executar as transições ofensivas com eficácia. Resumindo, foi um Sporting organizado, confiante, sem demasiada pressa em chegar à área adversária, circulando a bola entre sectores, estando os mesmos bem próximos, interpretando os vários momentos do jogo de forma colectiva e não dependendo (demasiado) das individualidades para conseguir perturbar o adversário. O individual ao serviço do colectivo, e não o contrário.
Contra o Braga, a derrota começou na inclusão de Rochemback, passou pela opção de prescindir de Romagnoli (Moutinho como 10 baixa em demasia, o que muitas vezes resume o losango do Sporting a um 442 clássico, com todas as dificuldades que isto acarreta para equipa: falta de apoios verticais, dificuldades em atacar de forma apoiada e organizada, etc.). O Sporting abusou do passe longo, foi lento a girar a bola, optou por forçar os ataques, numa primeira fase, pelos corredores mais congestionados em vez de rodar o jogo (o que, se acontecesse, isto é, girar a bola, os ataques seriam mais lentos, numa primeira fase, mas a equipa beneficiaria de uma maior consistência ofensiva, fruto de um melhor posionamento em campo), de maneira a retirar a bola de zonas em que o adversário tem mais facilidade em pressionar, e isto tudo proporcionou um ambiente (muito) favorável à primeira vitória do conjunto bracarense frente a um dos grandes. Mais do que uma grande vitória de Jesus, assistimos, isso sim, a uma grande derrota de Bento.
P.S. César Peixoto à selecção, não? Talvez esteja demasiado velho...
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Descubram as diferenças...
Escrito por Gonçalo às 18:43:00
Etiquetas: Raciocínios Tácticos, Sporting
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