É usual referir-se, a propósito da prestação de determinado jogador em determinado desafio, a sua entrega ao jogo. Muitas vezes, é até o critério usado para distinguir uma boa exibição de uma má exibição. Dois erros subjazem a tais apreciações: 1) o de achar que aquele jogador que demonstra maior disponibilidade física, que luta mais, que vai mais vezes ao choque, que procura remar contra a maré usando a agressividade, tem mais vontade de ganhar do que os restantes colegas e 2), por arrasto, imaginar que a entrega ao jogo se evidencia pelo empenho físico, pela presença no centro de jogo, pela discussão de todas as bolas.
Entregar-se ao jogo é tudo menos uma questão física. Pelo contrário, "dar o litro", usar todas as energias ao seu dispor para impedir o adversário directo de agir, correr mais que os colegas são, por norma, sinais de falta de entrega. Isto porque a "entrega" não é, ou não deveria ser, uma coisa física. O futebol, apesar de 99,9% dos jogadores, treinadores, comentadores e adeptos não o saberem, é um jogo essencialmente intelectual. Se há coisa, portanto, que um jogador deve entregar de si, é o intelecto. Entregar-se ao jogo significa ceder às exigências tácticas do treinador, ceder àquilo que se lhe pede; significa convencer-se das suas limitações e não as aceitar, jogando sempre, ainda que isso lhe seja complicado, de modo a melhorar-se. Por entrega entende-se então a predisposição para agir em conformidade com o que é contrário à sua natureza, com o que é contrário ao que é fácil de fazer. Um jogador que se entrega é aquele que arrisca sair a jogar quando o fácil seria dar um pontapé para a frente; é aquele que, apertado, tenta dominar a bola e pô-la junto à relva para dar seguimento à jogada; é aquele que tenta desarmar o mais lealmente possível pois, não recorrendo à falta, é obrigado a desenvolver outras competências; é aquele que está o mais possível concentrado, de modo a cumprir o melhor possível o seu papel; é aquele que procura a melhor solução, ainda que seja a mais difícil. Estes são os únicos que põem os interesses colectivos à frente dos seus. Aliviar quando não é estritamente necessário, apenas para se salvaguardar de um erro, jogar o mais longe possível para que um eventual erro não aconteça perto de si, cabecear para longe quando poderia dominar e jogar para o lado, correr feito maluco para desarmar um adversário sem ter atenção ao posicionamento dos colegas e de toda a sua equipa, desarmar com agressividade excessiva, correndo o risco de cometer faltas escusadas, jogar num companheiro que, embora tenha condições de receber a bola, vai ficar sem apoios, apenas porque essa era a sua opção mais fácil, são acções de quem não se entrega ao jogo.
Entregar-se ao jogo não tem nada a ver com transpirar, com quilómetros corridos ou com demonstrações de virilidade. Entregar-se ao jogo é aceitar os seus defeitos e procurar melhorá-los, é reconhecer que o futebol é um jogo complexo e que a simplicidade não leva a lado nenhum. Isto, para muita gente, será complicado de perceber, mas corresponde à mais pura das verdades. Muitas vezes, diz-se que os jogadores complicam o que é simples e que, quanto mais simples os processos, mais eficazes. Isso não é verdade. O futebol não é um jogo simples. É até muitíssimo complexo. Se há equipas cujos processos parecem simples, é porque os jogadores têm a capacidade de tornar o que é complexo em simples. Nada mais. O futebol é complexo e exige muito do intelecto dos jogadores. Aqueles que mais se entregam são aqueles que procuram não simplificar as coisas, só porque lhes é mais fácil. Muitas vezes, estes jogadores são acusados de inventar, de não jogarem simples e até de falta de vontade. Isto é errado. Não raro, estes jogadores têm uma consciência mais apurada que todos os outros e sabem que, em certas situações, é preciso inventar, é preciso complicar, ainda que, a título individual, isso possa trazer-lhes complicações. Ao colocarem os interesses colectivos à frente dos seus, arriscam-se a serem condenados pela percepção errada que os outros têm das coisas.
Resumindo, a entrega ao jogo, esse mito urbano, é algo que só faz sentido a nível intelectual. Aqueles jogadores que referem, no final dos jogos, que apesar de não terem ganho, deram tudo o que tinham, raramente estão correctos. Dar tudo o que se tem não é dar toda a disponibilidade física que possuem, não é despender todas as energias ao seu dispor; é, isso sim, fazê-lo de uma maneira correcta, pensando sempre se cada pingo de suor está a ser empregue de forma inteligente e pensando sempre que, por mais difícil e custosa que seja cada acção, se deve tentar ser capaz de coisas cada vez mais difíceis. Entregar-se ao jogo tem, pois, muito pouco a ver com aquilo que Liedson ou Bynia fazem, só para dar alguns exemplos. Aqueles que mais se entregam são, normalmente, muito mais discretos do ponto de vista da agressividade. Mas o povo quer é empenho físico, quer é choques em contramão, quer é sangue, suor e lágrimas. É compreensível: afinal, se uma divindade descesse ao mundo dos homens, facilmente passaria por intrujão. A bitola do povo, por norma, está ao nível das suas competências intelectuais. Pedir a um público essencialmente analfabeto para ver num jogo mais do que aquilo que o seu intelecto estaria disposto a dar, caso fossem jogadores, seria como pedir a São Francisco de Assis que se tornasse materialista.
Entregar-se ao jogo é tudo menos uma questão física. Pelo contrário, "dar o litro", usar todas as energias ao seu dispor para impedir o adversário directo de agir, correr mais que os colegas são, por norma, sinais de falta de entrega. Isto porque a "entrega" não é, ou não deveria ser, uma coisa física. O futebol, apesar de 99,9% dos jogadores, treinadores, comentadores e adeptos não o saberem, é um jogo essencialmente intelectual. Se há coisa, portanto, que um jogador deve entregar de si, é o intelecto. Entregar-se ao jogo significa ceder às exigências tácticas do treinador, ceder àquilo que se lhe pede; significa convencer-se das suas limitações e não as aceitar, jogando sempre, ainda que isso lhe seja complicado, de modo a melhorar-se. Por entrega entende-se então a predisposição para agir em conformidade com o que é contrário à sua natureza, com o que é contrário ao que é fácil de fazer. Um jogador que se entrega é aquele que arrisca sair a jogar quando o fácil seria dar um pontapé para a frente; é aquele que, apertado, tenta dominar a bola e pô-la junto à relva para dar seguimento à jogada; é aquele que tenta desarmar o mais lealmente possível pois, não recorrendo à falta, é obrigado a desenvolver outras competências; é aquele que está o mais possível concentrado, de modo a cumprir o melhor possível o seu papel; é aquele que procura a melhor solução, ainda que seja a mais difícil. Estes são os únicos que põem os interesses colectivos à frente dos seus. Aliviar quando não é estritamente necessário, apenas para se salvaguardar de um erro, jogar o mais longe possível para que um eventual erro não aconteça perto de si, cabecear para longe quando poderia dominar e jogar para o lado, correr feito maluco para desarmar um adversário sem ter atenção ao posicionamento dos colegas e de toda a sua equipa, desarmar com agressividade excessiva, correndo o risco de cometer faltas escusadas, jogar num companheiro que, embora tenha condições de receber a bola, vai ficar sem apoios, apenas porque essa era a sua opção mais fácil, são acções de quem não se entrega ao jogo.
Entregar-se ao jogo não tem nada a ver com transpirar, com quilómetros corridos ou com demonstrações de virilidade. Entregar-se ao jogo é aceitar os seus defeitos e procurar melhorá-los, é reconhecer que o futebol é um jogo complexo e que a simplicidade não leva a lado nenhum. Isto, para muita gente, será complicado de perceber, mas corresponde à mais pura das verdades. Muitas vezes, diz-se que os jogadores complicam o que é simples e que, quanto mais simples os processos, mais eficazes. Isso não é verdade. O futebol não é um jogo simples. É até muitíssimo complexo. Se há equipas cujos processos parecem simples, é porque os jogadores têm a capacidade de tornar o que é complexo em simples. Nada mais. O futebol é complexo e exige muito do intelecto dos jogadores. Aqueles que mais se entregam são aqueles que procuram não simplificar as coisas, só porque lhes é mais fácil. Muitas vezes, estes jogadores são acusados de inventar, de não jogarem simples e até de falta de vontade. Isto é errado. Não raro, estes jogadores têm uma consciência mais apurada que todos os outros e sabem que, em certas situações, é preciso inventar, é preciso complicar, ainda que, a título individual, isso possa trazer-lhes complicações. Ao colocarem os interesses colectivos à frente dos seus, arriscam-se a serem condenados pela percepção errada que os outros têm das coisas.
Resumindo, a entrega ao jogo, esse mito urbano, é algo que só faz sentido a nível intelectual. Aqueles jogadores que referem, no final dos jogos, que apesar de não terem ganho, deram tudo o que tinham, raramente estão correctos. Dar tudo o que se tem não é dar toda a disponibilidade física que possuem, não é despender todas as energias ao seu dispor; é, isso sim, fazê-lo de uma maneira correcta, pensando sempre se cada pingo de suor está a ser empregue de forma inteligente e pensando sempre que, por mais difícil e custosa que seja cada acção, se deve tentar ser capaz de coisas cada vez mais difíceis. Entregar-se ao jogo tem, pois, muito pouco a ver com aquilo que Liedson ou Bynia fazem, só para dar alguns exemplos. Aqueles que mais se entregam são, normalmente, muito mais discretos do ponto de vista da agressividade. Mas o povo quer é empenho físico, quer é choques em contramão, quer é sangue, suor e lágrimas. É compreensível: afinal, se uma divindade descesse ao mundo dos homens, facilmente passaria por intrujão. A bitola do povo, por norma, está ao nível das suas competências intelectuais. Pedir a um público essencialmente analfabeto para ver num jogo mais do que aquilo que o seu intelecto estaria disposto a dar, caso fossem jogadores, seria como pedir a São Francisco de Assis que se tornasse materialista.
52 comentários:
Nuno, estou totalmente de acordo contigo com o teu comentário e até aposto o que te motivou a escrever este post. As estatisticas do jogo Benfica-Sporting foram simplesmente aberrantes, em que o único indicador que a Sport TV apresntou com um orgulho ridiculo, foi prescisamente o da "kilometragem" das equipas,esquecendo por completo os indicadores que têm lógica num jogo de futebol: passes correctos, tempo posse de bola, etc.
O facto de uma equipa correr muito, e mais do que a outra não tem nada a ver por si só com a qualidade das movimentações correctas dos seus jogadores nos somatórios das accções defensiavas/defensivas.
Cumprimentos
Não estava a concordar a 100% com o post, mas esta frase "há equipas cujos processos parecem simples, é porque os jogadores têm a capacidade de tornar o que é complexo em simples" fez-me perceber onde queres chegar.
Estou de acordo, "entrega" ao jogo tem de ser mental, tactica, técnica e fisica.
Exemplo perfeito de um jogador que se entrega ao jogo: Ruben Amorim.
concordo com o Nuno Bragado. As interpretações que se fazem da estatistica dos Kms ja irritam...
No estádio era perfeitamente visivel. Os jogadores do Benfica correram mais porque tinham de compensar a distância que ficava entre o meio campo e o ataque, consequencia dá má interpretação que fizeram, a maior parte do tempo, do sistema 442. O sporting esteve quase sempre melhor posicionado, embora com muito menos dinamica ofensiva.
Batalheiro,
O Sporting começou bem com a dinâmica ofensiva, ao surpreender com um jogo directo para os avançados alternando com uma posse de bola mais segura, o problema foi que os lances de futebol directo começaram a ser demasiado exagerados na minha opinião, ao ponto do terem sido apanhados 5 vezes em fora de jogo, muito por um re-ajustamento da defesa do Benfica. O que estranho, foi que o jogo não estava a ser faltoso, pelo que não compreendi nessa aposta do Paulo Bento. Voltando ao posicionamento táctico do Sporting é incompreensivel que o Rochemback ficasse a discutir no lance do 1º golo com o árbitro e daí tivesse ocorrido um 2.1 entre o Reyes e o Aimar, que resultou no golo. Aí também acho que o Paulo Bento esteve mal, porque na minha opinião Rochemback e Veloso são incompativeis no mesmo 11. À falta de o melhor jogador do Sporting até aqui (Izmailov), a única solução que paulo Bento tem para interior direito na minha opinião só podia ter sido o Bruno Pereirinha.
Sem dúvida! o Pereirinha devia ter sido titular de caras.
Em losangulo concordo que o Rochemback e o Veloso são muito parecidos para jogarem ao mesmo tempo...mas numa táctica de 451 tipo Espanha até encaixavam, do género Veloso mais posicional atras de Moutinho e Rochemback, Pereirinha e Izmailov nas alas...mas quem faria de Torres?
Eu não quero mudar o posicionamento táctico do Sporting, longe disso, nem pretendo comparar o Rochemback ao Veloso porque acho que ao contrário de ti jogadores diferentes, mas que ocupam zonas do terreno semelhantes e isso sim são coisas diferentes. O que acho é que o Sporting na sua forma jogar em lonsago, não tendo ala(s) na verdadeira ascensao da palavra, precisa de jogadores altamente disciplinados tcticamente e inteligentes. O Rochemback na minha opinião não é inteligente a jogar na ala, e muito menos eficiente e rápido a fazer as compensações na defesa.
Primeiro que tudo: É simplesmente fantástico ver um "diálogo" como o do Batalheiro e o Nuno Bragado. Preferia não passar dos 5 comentários em cada post, mas manter esta qualidade nos respectivos comentários.
Qt ao Jogo, acho que a opção do Sporting em tentar lançar a bola nas costas da defesa do Benfica, ia no sentido procurar(e provocar) possiveis falhas da dupla de centrais do clube da luz. Devido à inexperiência destes dois, é natural que Bento tenha tentado tirar partido disso mesmo. E por pouco que não corria bem. Qt ao 442 do Benfica, o que se notou de forma mais vincada, principalmente na primeira parte, foi a falta de apoios que os alas sentiram. E disso se ressentiu, por exemplo, Ruben Amorim. Já Reyes, porque é um jogador fortísssimo nos duelos individuais, não se ressentiu tanto. Dos principais problemas que eu encontrei no Benfica, o mais grave para mim foi esse. A falta de apoios, ficando os jogadores mt dependentes das suas acções individuais.
Um abraço
Obrigado Gonçalo e concordo totalmente na tua análise, contudo mesmo percebendo que o Paulo Bento queria tirar partido do somatório de 38 anos nos 2 centrais do Benfica e ainda por cima nao tendo leo, e no seu lugar Jorge Ribeiro + Reyes continuo com um amargo de boca (ainda mais) de ele nao ter jogado com o Pereirinha. O lado direito do benfica foi inexistente na 1ª parte, o Sporting teve sempre o meio campo controlado, o Benfica não conseguia ligar 2/3 passes no meio-campo, ao jogar com o meio campo que jogou, e na minha óptica o Sporting devia de ter MUITO mais controle de bola e não só ter mandado bolas directas para os avançados. Ainda queria destacar Romagnoli, que tenho a certeza que com a forma como o jogo lhe estava a correr, se o Sporting tem optado por uma circulação da bola, tinha tirado melhores resultados no jogo. Ainda me recordo no comentador(?!?!?!) Miguel Prates a dizer que o jogo estava a ser um festival de passes perdidos algures na 1ª parte e o Sporting nao tinha falhado mais do que 3 passes nessa altura do jogo. Para concluir, não posso e repito de esquecer este amargo de boca se o Sporting tivesse jogado com mais circulação de bola porque foi assim que o Paços enervou "sempre" os 2 golos de diferença do Benfica.
Não gostei das substituições do Paulo Bento neste jogo. A saída do Romagnoli fez o Sporting perder a ligação entre meio campo e ataque. O argentino era quem mais lutava contra o excessivo jogo directo dos seus colegas e quem mais estava a desequilibrar no meio campo contrário, com aquele jogo de passe curto e serpenteando entre os adversários.
Se o objectivo com a substituição foi alargar a frente de ataque e apostar definitivamente no jogo aéreo, Postiga também nunca deveria ter saído. Além disso, estava a ter um rendimento bastante interessante e bem mais produtivo que o do Djaló.
Peyroteo,
Eu só me referi à 1ª parte. Segundo julgo saber e pelo pouco que li nas manchetes de hoje, o Romagnoli ressentiu-se fisicamente pelo que a substituição se assim o foi não pode ser metida em causa.
Pois, não sei bem se a lesão interferiu ou não na decisão. Se foi por lesão, tudo bem. Mas também sabemos que o Romagnoli é quase sempre dos primeiros a ser substituído.
Nuno Bragado e Peyroteo, não podia estar mais de acordo.
Obrigado Gonçalo, regra geral, as discussões por aqui são interessantes...anonimos á parte.
A questão do jogo directo foi claramente estratégia do Paulo Bento, mas se a ideia era explorar a inexperiência dos centrais então o Paulo fez-lhes um favor, qualquer central que se preze sabe defender bolas longas...até um juvenil.
Batalheiro,
Concordo com essa observação, mas olha que o Paulo Bento neste jogo quase que provou que podia ter sido uma boa estratégia. Golos feitos como no 1º minuto não se podem falhar nem neste nem em qualquer outro tipo de jogos, por outro lado lembra-te dos 2 erros do Ed Carlos que lhe deu o carimbo de volta. Pesando estes factos continuo a achar que quando o Benfica acertou com a defesa, o Paulo Bento devia de ter ligado mais os sectores e forçar a troca de bola, que como o Paços fez e repito teria sido uma melhor opção, porque o Benfica não defende bem.
Batalheiro, eu não disse que concordava com essa estratégia, até admito que se exagerou um bocado( mas não tanto como dizes) nesse ponto. Apenas referi que, possivelmente, foi essa a intenção do Bento. Mas obviamente que defendo que o Sporting deveria procurar outras situações que não o lançamento longo.
Mas sinceramente, o que mais me preocupou neste jogo foi a maneira como o sporting defendeu. A defesa, principalmente os centrais, muito recuados, mesmo qd os avançados( Gomes e Cardozo) baixavam. De resto, até gostei da forma cm o Sporing trcou a bola.
Em relaçao ao Benfica, do meio-campo para a frente, é uma equipa de luxo. O Aimar então...é um privilégio vê-lo jogar...
Abraço
Não li as opinioes dos outros comentários, mas após ler o post do inicio ao fim, formei a minha opiniao. concordei e discordei. concordo ctg quando dizes que a entrega ao jogo deveria ser de forma intelectual, coerente,pensada.inteligente. mas também concordarás cmg que isso é uma idealização do jogador ideal, que aje sempre racionalmente e é uma espécie de guardiola durante todo o jogo. poderia usar o argumento do instinto, contrariando a racionalidade referida,mas poderias contra-argumentar dizendo que até o instinto pode ser racional. ha jogadores que de facto assim parecem, tamanha á a capacidade que tem de agir sempre correctamente. parecem lances d instinto...com mapa e bussola.estao sempre onde devem estar.
Achei pertinente o exemplo do liedson e do binya.penso que o que tu queres dizer é que a "entrega" ao jogo deles, n é frutifera para a equipa. so concebes entrega, no sentido do colectivo ganhar cm essas acções, é isso? penso ser uma boa questão.
já agora, digam-me 4 ou 5 jogadores que de facto se entregam ao jogo.
Aposto que a maioria vai dar o nome do Lucho ;)
abraços nuno, continuação de bom trabalho
www.sao90minutos.blogspot.com
Sim, se o Yannick marca estava tudo a dizer que o Paulo Bento tinha sido genial...
Concordo que o Benfica defende mal, pela mesma razão que ataca mal... o meio campo está muito afastado dos avançados e dos defesas. então à frente dos centrais é gritante! Só mesmo quando jogou o Katso melhorou um pouco...
Gonçalo, acho que se o Izmailov tivesse jogado o Paulo Bento teria optado por um jogo mais curto...mas pronto agora é tudo no campo das suposições...quanto ao Aimar, mesmo que ele quisesse não conseguia jogar mal.
Zeze: figo, nuno gomes, lucho ( ;) ) moutinho e deco
Gonçalo,
Só para terminar a observação ao jogo, acho que o teu post Coragem (17 de Setembro) define tudo aquilo que penso da forma como o Sporting deveria de ter jogado (apesar de considerar que o jogo directo numa fase inicial foi interessante).
O Benfica claro que tem jogadores do meio campo para a frente fantásticos, e isso é inegável, mas também é inegável que esses mesmos jogadores defendem mal. O Sporting deveria de ter controlado o jogo, os pontos, a posição do campeonato, enfim, tudo isso de uma forma que já começo a questionar do Sporting do inicio da época e da pré-época. O quarteto do meio campo esse sim defendeu mal. Quando jogadores como o Reyes que têm muita facilidade de ter a bola e no 1x1, e o Aymar, só com um Sporting rápido no portador da bola, impondo pressão com mais do que um jogador podia ser feliz. Não foi isso que vi no sábado. Vi um Sporting demasiado expectante e "mole", na vontade de ter a bola. Receio que vá ter esse Sporting que defende com os "olhos" a progressão do adversário, e depois sofre no último terço do terreno. Nos jogos fora do Paulo Bento na 1ª época e nos primeiros desta época vi um Sporting pressionante no meio campo, e em jogadores como o Reyes e Aymar é demasiado perigoso.
Sim, concordo, assim vale a pena discutir futebol. Parabéns aos intervenientes. Só é pena é que não tenha nada a ver com o assunto. :) Mas, ainda assim, é de salutar.
Nuno Bragado, as estatísticas do jogo foram aberrantes, concordo, mas esta ideia já me habitava na cabeça há muito e tem outras repercussões.
"Sem dúvida! o Pereirinha devia ter sido titular de caras."
O Paulo Bento já dava uma oportunidade como deve ser ao puto. Entra sempre uns minutitos, muitas vezes quando a equipa está com o coração nas mãos e muitas vezes para uma posição que não é a sua. Merecia a confiança que Paulo Bento deu a Djaló, ainda que, para o seu lugar, o Sporting tenha muitas e boas soluções.
Zezé diz: "Achei pertinente o exemplo do liedson e do binya.penso que o que tu queres dizer é que a "entrega" ao jogo deles, n é frutifera para a equipa. so concebes entrega, no sentido do colectivo ganhar cm essas acções, é isso?"
Sim, isso mesmo. Entregar-se por entregar não serve para nada. É por isso que acho que as correrias do Liedson, que muita gente usa para o distinguir de outros avançados supostamente menos interventivos defensivamente, não servem para nada.
"já agora, digam-me 4 ou 5 jogadores que de facto se entregam ao jogo."
Os cinco nomes que o Batalheiro sugeriu serviriam bem. Mas o Ruben Amorim, que ele também mencionou, é outro bom exemplo. Falando de um defesa central, gostaria de dar o exemplo do Zé Castro. É um jogador que muitos acham que é macio, mas para mim ilustra aquilo que gosto num defesa: inteligência, capacidade notável a interpretar os lances, velocidade e bom posicionamento. O facto de não ser agressivo advém ainda do cuidado que tem em não cometer faltas desnecessárias. Um exemplo de um jogador de meio-campo que se entrega bem ao jogo, até porque falaram aqui dele ontem, é o Cambiasso. No jogo de ontem contra o Milan, não contei, mas terá roubado mais de 10 bolas e cometeu a primeira falta aos 80 minutos. É obra. Isto é um jogador que se entrega ao jogo, que lê bem o jogo, que está concentrado, que foge, sempre que pode, ao contacto para não provocar faltas estúpidas e que, ainda assim, conquista inúmeras bolas.
Cumprimentos
Olá Nuno,
Este texto e o anterior mais parecem sentenças sobre uma equipa que milita na 1ª distrital e que eu treino.
Fico à espera do próximo domingo. O que vais retirar desse jogo? espero que o tema seja: Humildade, respeito e sentido de grupo ;-)
Abraço
A rigidez Bentiana
O Sporting de Paulo Bento tem-se destacado, na minha opinião, pela Rigidez Bentiana.
Esta rigidez não será alheia a uma das principais características do treinador Leonino, a sua teimosia; que também se demonstra na dificuldade de lidar com as personalidades mais fortes e “especiais” do nosso balneário.
Já se percebeu que Bento “não conta” com quem não seguir ao milímetro o que ele pretende.
De facto a rigidez de princípios é exagerada, o que leva o Sporting a apresentar apenas um modelo de jogo exequível, o tal 4-4-2 losango.
O que sair fora disto dá asneira, o que torna este Sporting demasiado previsível, sendo demasiado fácil para os adversários saberem como o Sporting joga.
Depois é tudo uma questão de equilíbrio de forças, pois contra equipas “fracas”, quase sempre a rigidez Bentiana leva a melhor.
Os Sportings de Bento têm sido capazes de ir mais além ou não, consoante a riqueza do plantel ou a forma em que os jogadores se apresentam na altura dos desafios; mas é tudo muito previsível, muito fácil de “acertar no totobola”.
Também pela rigidez Bentiana se compreende que enquanto tudo estiver a correr de feição nos jogos, o Sporting se aguenta muito bem, seja em que campo for.
De facto, quando o Sporting se apanha a vencer por 1-0, a equipa fica confortável, pois pode aplicar a tal “tranquilidade”. E o historial de Paulo Bento no Sporting, prova que realmente quando se apanha a vencer, tem sido quase impossível aos adversários darem a volta.
Em contrapartida, quando o Sporting se apanha a perder, revela muitas dificuldades, e tem sido muito raro virar jogos, a níveis percentuais invulgarmente raros em equipas ditas grandes. É habitual as grandes equipas virarem jogos; o Sporting tem dificuldade; e porquê?
Penso que essencialmente tudo está estudadinho ao pormenor, o problema é que quando as coisas não correm bem, a equipa fica perdida em campo, muito por culpa de não estarem treinadas formas diferentes de espalhar as peças em campo.
Evidentemente que é nestes momentos que os jogadores que pela sua mais valia técnica podem fazer a diferença, e neste particular acho que estamos um pouco limitados, pois temos poucos “mágicos”.
Liedson (em forma), Rochemback, Vuk e possivelmente Izmailov serão dos poucos capazes de colocar em campo essa imprevisibilidade. Mas importa que possam actuar como “vagabundos” em campo; e não serem amarrados pelo treinador a posições e princípios demasiado tácticos.
Evidentemente que não POSSO exigir ao Sporting que vença os Gigantes Europeus, pois sejamos honestos e realistas, por melhor que joguemos a diferença é abismal; apesar de ser possível de vez em quando arrancar uma exibição fabulosa e vencer um jogo a esses colossos do futebol, como já aconteceu com o Inter, na altura com Miguel Veloso a fazer uma exibição imperial, para mim a melhor da sua carreira.
Este exemplo só vem demonstrar o grande tiro no pé de Barcelona, quando Bento decidiu amarrar Veloso a defesa esquerdo após alguns minutos em que actuou a trinco e conseguiu dar supremacia ao Sporting nesse desafio, tendo inclusivamente chegado ao golo e com 2-1 no placard ter discutido o mesmo em Camp Nou.
A excepção (que confirma a regra)
Os jogos com o FCP têm sido a excepção na carreira de Paulo Bento como treinador do Sporting. De facto temos quase sempre vencido, principalmente por duas razões:
- Em todos esses desafios, o FCP tem sempre partido como favorito, quer pela estatística pontual, quer pela soma monetária teórica do valor dos passes do plantel, quer pela generalidade da imprensa e “opinion makers”; dando sempre a sensação nesses jogos que entram em campo “convencidos” que vão acabar por vencer o Sporting. E isso tem quase sempre funcionado a favor do Sporting, pois damos sempre a sensação que os surpreendemos em campo.
- O Jesualdo tem errado constantemente em termos tácticos, sendo que mudou o esquema só para os jogos com o Sporting e apenas em mais uma ocasião, quando foi a Londres perder por 4-1 com o Arsenal. Realmente o Jesualdo lá saberá porquê; pensando eu que o faz porque julga que o meio campo Leonino é superior ao dele, pelo que o tenta modificar, mas com as modificações ou sem elas, tem sido ai que o FCP perde os jogos com o Sporting, na batalha do meio campo.
Desta vez, e após alguns jogos, principalmente 2 Supertaças e uma Taça ganhas pelo Sporting ao FCP, e pelas prestações pobres do mesmo FCP esta época, não acredito que o FCP entre como “favorito” em Alvalade na próxima jornada, pelo que estou bastante céptico para este desafio, cheirando-me o mesmo demasiado a empate; até porque na “cabecinha” de Bento será muito mais importante não perder 2 jogos seguidos com os maiores rivais do que vencer.
Aceito que um treinador rígido como Paulo Bento possa no final das épocas conquistar mais umas taças para a nossa colecção gigantesca de mais de 13.000, mas até por isso, pelas mais de 13.000 taças que o Sporting tem, pergunto a mim mesmo e aos Sportinguistas se é isto que pretendemos?
Se calhar com outro treinador dariamos mais espetáculo mas no final ganhariamos menos, mas uma coisa é certa e sabida: não gosto de perder como perdemos em Barcelona ou na Luz, nem de ganhar a defender como em Braga.
http://afirma24.blogspot.com/
O porto nao perdeu 4-1 com o arsenal, mas sim com o liverpool.
Sim, foi com o Liverpool na época passada.
Já agora, gostava de saber a vossa opinião sobre o Celsinho. Ele tem aquela fama de brinca-na-areia mas acho que não é bem o caso. Do pouco que vi dele na época passada e pelo que tem demonstrado este ano no Estrela, parece um jogador com uma boa visão de jogo e com excelente capacidade de passe. Neste dois últimos jogos do Estrela ele teve participação activa nos 6 golos da equipa e 3 foram assistências directas para golo.
Peyroteo, ainda não vi o suficiente dele. Concordo que no ano passado, nos poucos jogos que vi dele, fiquei com essa impressão, ainda que demosntrasse alguma lentidão nos processos. Todavia, é um caso a rever.
Um abraço
Nuno, essa suposta superioridade do teu intelecto sobre todos os outros deixa-me abismado.
Vou arriscar ao dizer isto, mas quem te ensinou de que a inteligência é tudo na vida infelizmente enganou-te e quando começares a trabalhar para o teu sustento irás perceber do que falo.
Há que aliar o a inteligencia à entrega, à ambição, a conviver com diferentes formas de estar e de pensar, no fundo a vários intelectos.
"essa suposta superioridade do teu intelecto sobre todos os outros deixa-me abismado."
Metralha, gostava mesmo de perceber como é que o teu raciocínio insondável te levou a ficar abismado por uma coisa que eu não disse.
"Vou arriscar ao dizer isto, mas quem te ensinou de que a inteligência é tudo na vida infelizmente enganou-te"
Ainda bem que eu ando enganado. Ia jurar que aquilo que aquilo que nos diferencia dos animais é a capacidade intelectual. Felizmente, apareceste tu e ensinaste-me o verdadeiro caminho. Aquilo que o ser humano tem de fazer é precisamente não raciocinar, é ser o mais animal possível. Estou feliz por perceber que preferes não pensar e ser animal...
"quando começares a trabalhar para o teu sustento irás perceber do que falo."
O que é que te leva a crer que não trabalho para o meu sustento? Isto tem mais ou menos por trás a seguinte implicação: "Pensar e ser inteligente é giro, mas é coisa de crianças. Quando se começa a trabalhar, tem de se esquecer de pensar e ser trabalhador, abnegado, humilde. Quando se trabalha, não tempo para ser inteligente..." Boa atitude, miúdo...
"Há que aliar o a inteligencia à entrega, à ambição, a conviver com diferentes formas de estar e de pensar, no fundo a vários intelectos."
A única coisa que eu disse neste texto é que a entrega, enquanto esforço físico isolado, não vale nada. Só isto. Tu pressuposeste outras coisas. Talvez seja por teres começado a trabalhar e teres deixado de usar o intelecto...
Enfim, insultos básicos a quem toca no seu hiper-mega-ego.
Deves ter ficado muitas vezes sozinho a chutar a tua bola nova contra a parede eqt os outros se divertiam no recreio.
Pelos vistos arrisquei bem.
"Pelos vistos arrisquei bem."
Suponho que isto signifique que achas que eu não "trabalho para o meu sustento". Como é que tu, que trabalhas para o teu sustento e, por isso, não usas a inteligência, chegaste a esta conclusão? Estas deduções apalermadas são do mais ridículo que há.
Tipo:
Premissas: Todos os homens que acham que a inteligência é o mais importante no Homem não trabalham para o seu sustento; O Nuno acha que a inteligência é o mais importante no Homem;
Dedução: Logo, o Nuno não trabalha para o seu sustento.
Aquilo que acho fenomenal é a primeira premissa. É do outro mundo...
Também tenho um silogismo para ti:
Premissas: Um gajo sem cérebro tem necessidade de se afirmar através do esforço, da dedicação e do trabalho; o Metralha acha que o esforço, a dedicação e o trabalho são essenciais, ainda que não sejam necessários;
Dedução: Logo, o Metralha não tem cérebro.
P.S. Não deduzas. Um gajo que não tem cérebro, normalmente, engana-se a deduzir. Fica-te pela observação. Conselho de amigo.
Nuno e Gonçalo.
Sabendo, que estou a fugir do tema, gostaria que me dessem a vossa opinião acerca de alguns (5) jogadores que chegaram este ano ao nosso campeonato , a ver se coincidem com as minha, que vou depois citar.
-Yebda
-Sidnei
-Tomás Costa
-Guarín
-Fernando
Zé Bragão, não conheço o suficiente de todos esses jogadores, como tal, vou me manifestar apenas sobre aqueles que conheço.
Yebda: Acho-o muito bom, um verdadeiro "achado". Alia inteligência a qualidades fisicas e técnicas, lê e entende bem o jogo. Apenas acho que, de quando em vez, manifesta alguns erros nos apoios que ( não) concede. Mas isto até pode nem ser culpa dele.
Fernando: Já no Estrela tinha reparado nele. Posiciona-se bem, tem bons argumentos técnicos, e dá bastante importância à segurança nas transições.
Os outros, terei de os ver melhor para poder dar uma opinião correcta sobre os mesmos.
Um abraço
Zé Bragão, desses 5, só me posso pronunciar com algum grau de certeza sobre o Yebda. Acho basicamente o meso que o Gonçalo, embora tudo o que tenha de bom não se manifeste a toda hora. Há algumas vezes em que as suas decisões não são as melhores. Mas, como disse o Gonçalo, isso até pode nem ser culpa dele.
Quanto aos outros, o Fernando conheço-o relativamente mal. O Tomás Costa parece-me muito correcto e bom posicionalmente, o Guarín parece-me horrível de ideias, mas é muito cedo para me pronunciar profundamente sobre ele. O Sidnei parece-me ter muito boas qualidades e pode vir a ser muito útil ao Benfica, mas há que ter calma. Também tem algumas coisas (excesso de virilidade) que podem ser prejudiciais.
Metralha,
ninguém disse que "inteligência é tudo na vida". aliás eu arriscaria mesmo que nada é tudo na vida.
não entendi a relação entre inteligência e ganhar ou não ganhar o sustento.
de qualquer forma, mais dentro do tópico, ontem os comentadores do sporting-basileia já estavam a chatear com a bajulação ao Derlei. "merece o golo porque não dá nenhum lance por perdido" deve ser das coisas mais estupidas que ouvi esta semana...
Batalheiro, vai ao histórico deste blog e repara na quantidade de vezes que se fala em inteligencia...
Não tenho culpa que tenham dito ao rapaz que ele era inteligente.
Quanto ao Derlei, muita parra e pouca uva, e com uns pés que parecem cómodas. Aliás ele marca o golo porque escorrega e faz um chapéu com uma "tesourada" na bola...
não presta o derlei?!
peyroteo, para o estilo de futebol que o Sporting actualmente pratica, ou seja, o "abolido" kick and rush é o melhor avançado para este tipo de jogo. Mas assim será dificil ganhar jogos consecutivos e vermos a equipa evoluir para um futebol com três passes seguidos sem perder a bola.
Batalheiro,
A coisa mais estúpida que ouvir dizer esta semana, foi o António Tadeia ontem dizer que as equipas Russas têm dificuldade de jogar na liga dos campeões porque estão em final época, ao comentar o Zenit-Real Madrid. Tenho a certeza absoluta que ele não viu o jogo. Nem aquele nem nenhum. Mas disse com aquele penteadinho ridiculo de ontem com uma pala volumosa para tentar combater os caracoisinhos do outro, sim porque a arrogância que falam é de vomitar.
Parece que estamos aqui a falar de um Purovic. O Derlei não é nenhum tosco nem serve apenas para um estilo de jogo directo. No Porto de Mourinho era um jogador importante e de certeza que o futebol dessa equipa não era de kick and rush.
O Derlei sabe movimentar-se, combina bem com os companheiros e tem sentido de baliza. Às vezes exagera na agressividade mas isso não lhe retira valor.
"peyroteo, para o estilo de futebol que o Sporting actualmente pratica, ou seja, o "abolido" kick and rush é o melhor avançado para este tipo de jogo"
Fdx... é confusão minha ou no meio desta "merda toda" nada bate certo?
O Sporting kick and rush? E o Derlei só porque é voluntarioso não sabe jogar ?
acho que fui mal entendido. eu só disse que afirmar que um jogador merece um golo porque não dá nenhum lance por perdido é estupido. estava a falar no abstracto.
o Sporting não joga em Kick and Rush! há uma diferença entre kick and rush e de vez em quando fazer um passe longo.
o antónio tadeia faz comentários com pouca substância. mas o corte de cabelo não bate o do rui santos.
Todos,
se não é "kick and rush" qual é o tipo de futebol do Sporting?
É que não vejo algo melhor para definir o jogo do Sporting.
Derlei nunca foi nem será um tecnicista, sempre foi bom nas movimentações e nos duelos fisicos. Não é por acaso que o RP chute na sua direcção quando faz reposições de bola.
Eu percebi, batalheiro. O comentário era virado para p metralha.
"Derlei nunca foi nem será um tecnicista"
Então, e o Liedson é tecnicista? E só pq um jogador não é(mt) evoluido tecnicamente, só serve para o jogo directo? Uma coisa implica a outra?
O jogo do Sporting é kick and rush? Mas porquÊ? Não concordo, em nada, com essa afirmaçao. Se é verdade que no jogo com o Benfica se notou mais essa situação, do passe longo, é pq a mesma destoa do padrão de jogo Sportinguista. Um equipa que jogue directo, não deixa de fazer só porque esporadicamente fez 3/4 passaes curtos. Da mesma forma o Trap, só pq as vezes( a5 minutos do fim qd estava a perder) utilizava 2/3 avançados em simultaneo não passava a ser um treinador ofensivo, e por ai fora.
Eu percebi, batalheiro. O comentário era virado para p metralha.
"Derlei nunca foi nem será um tecnicista"
Então, e o Liedson é tecnicista? E só pq um jogador não é(mt) evoluido tecnicamente, só serve para o jogo directo? Uma coisa implica a outra?
O jogo do Sporting é kick and rush? Mas porquÊ? Não concordo, em nada, com essa afirmaçao. Se é verdade que no jogo com o Benfica se notou mais essa situação, do passe longo, é pq a mesma destoa do padrão de jogo Sportinguista. Um equipa que jogue directo, não deixa de fazer só porque esporadicamente fez 3/4 passaes curtos. Da mesma forma o Trap, só pq as vezes( a5 minutos do fim qd estava a perder) utilizava 2/3 avançados em simultaneo não passava a ser um treinador ofensivo, e por ai fora.
mas achas q o liedson e o derlei n prestam, é isso?
Parece que vou ter que ensina a tabuada ao Metralha.
Batalheiro diz: "ninguém disse que "inteligência é tudo na vida". aliás eu arriscaria mesmo que nada é tudo na vida."
Metralha responde: "Batalheiro, vai ao histórico deste blog e repara na quantidade de vezes que se fala em inteligencia..."
Para o Metralha, como se fala muito em inteligência, a inteligência é tudo na vida. Metralha, a inteligência não é tudo, como é óbvio, na vida. Mas deveria balizar tudo o que se faz. Se eu tiver um acidente de avião e me despenhar no deserto, posso precisar de uma boa resistência física para me aguentar, posso precisar da sorte para ser encontrado, posso precisar de muita coisa que não tenha necessariamente a ver com a inteligência. Mas garanto-te que as probabilidades de me safar serão maiores se agir inteligentemente, se souber como reparar os danos no rádio do avião, se me souber orientar pelo Sol e pelas estrelas, se tiver conhecimentos de geografia e me souber enquadrar no sítio onde estou, se souber caminhar de modo a poupar energias, se souber onde encontrar água, etc...
A inteligência não é tudo na vida, mas é, garantidamente, o mais importante. Mas nem sequer foi isso que se disse aqui. Aqui, só se tem falado de futebol. E o futebol é um jogo intelectual, um jogo muito mais próximo do xadrez do que do boxe, em que são muito mais importantes os atributos intelectuais que os físicos. É só isso que se tem dito aqui. O meu desporto favorito é, como para muita gente, o futebol. Mas, ao contrário de maior parte das pessoas, eu tenho uma razão válida para que isso assim seja. Para a maior parte das pessoas, a paixão pelo futebol resulta da cultura em que estão inseridas, da educação que tiveram, do facto de ser, hoje em dia, quase uma religião e de servir para libertar o stress do dia-a-dia. Mas isso não são razões válidas. Se vivessem nos Estados Unidos, essas pessoas gostariam de futebol americano, de basebol, de basquetebol e de Hóquei. Porquê? Porque, na cultura americana, dentro dos hábitos dos americanos, esses desportos oferecem precisamente aquilo que as pessoas em Portugal procuram no futebol. Ora, eu gosto do futebol por razões completamente diferentes. Como é óbvio, apaixonei-me pelo jogo desde pequeno e, se vivesse nos Estados Unidos, provavelmente isso não teria acontecido. Mas habituei-me a ver no futebol mais do que paixão de massas, mais do que uma batalha, mais do que um sentimento religioso. Desafectei-me, por exemplo, em relação ao meu clube. Neste momento, e já há alguns anos, o futebol é para mim o desporto favorito porque é aquele que é mais exigente, do ponto de vista intelectual, para com o ser humano. É verdade que o xadrez, por exemplo, exige um intelecto mais apurado, mas ao mesmo tempo não exige mais nada. O futebol exige isso em conformidade com a excelência física, técnica, etc. Gosto de futebol porque é o desporto mais completo que há, mas sobretudo porque é de tal forma intelectual que qualquer pessoa, independentemente dos genes com que nasceu, pode jogá-lo. Hoje em dia, por exemplo, jogadores de voleibol com menos de 1,90 não têm sequer hipóteses de virem a ser reconhecidos. No Basquetebol, o mesmo. No atletismo e na natação, a tua disposição genética é absolutamente determinante. Olha o Phelps, olha o Bolt. Isso, para mim, torna esses desportos menos interessantes. No futebol, tudo pode ser contrariado pela inteligência. É por isso que é um desporto tão fascinante. Se é a inteligência que permite que os menos favorecidos geneticamente possam atingir níveis de excelência tão altos quanto os outros, é natural que eu priviligie a inteligência em detrimento do resto.
Resumindo, o facto de eu dar mais importância à inteligência do que ao resto no futebol advém do facto de ser precisamente a inteligência que distingue o futebol dos restantes desportos. O futebol é o desporto mais completo por causa da inteligência. Negligenciá-la seria atribuir ao futebol um estatuto idêntico ao estatuto de qualquer outro desporto. Basicamente, o que tu denuncias, ao achares que a inteligência no futebol não é mais importante que o resto, é que o futebol, para ti, serve um propósito pessoal, é um entretenimento, é uma coisa que produz os mesmos efeitos que uma religião. Ora, para mim o futebol é muito mais que isso. Para mim, o futebol é arte. E é por ser arte que é essencialmente intelectual. Para ti, ver futebol é como ir ao cinema, é como ver fogo-de-artifício. Ou seja, vale pelos efeitos que produz em ti, pelo grau de satisfação que te causa, vale, como um espectáculo de comédia, pela quantidade de riso que proporciona, vale pela reunião comunitária que propicia, vale por tudo isso. Vale por tudo menos por si próprio. Basicamente, o valor que encontras numa partida de futebol é o resultado dos efeitos que provoca em ti, da emoção que te faz viver. Isso não é ver futebol. Isso é valorizar um fenómeno por aquilo que esse fenómeno pode fazer por ti. Para ver futebol como deve ser, tal como para ver uma obra de arte como deve ser, deve haver uma distanciação. O valor de uma obra de arte, ou o valor de uma partida de futebol, não tem a ver com aquilo que essa obra nos faz sentir, não tem a ver com as emoções que provoca. Um homem que ficou órfão à nascença, desse ponto de vista, seria muito mais afectado por ler o Oliver Twist de Dickens do que por ler a Divina Coméida de Dante. E isso faz com que a obra de Dickens seja melhor? Não faz. O valor de uma coisa não tem a ver com aquilo que essa coisa provoca em quem a vê. O valor é intrínseco e está nas suas propriedades estéticas. O valor de uma partida de futebol ou de uma obra de arte está nas propriedades dessa partida ou dessa obra e não nas emoções que emanam. É por isso que a inteligência é determinante, no futebol.
Rui, mas eu disse que o Derlei não prestava? A partir de que frase concluiste isso?
Excelente comentário, Nuno.
No entanto, como é natural, não estou de acordo com tudo.
Como tenho tido pouco tempo e para ser o mais breve possível, vamos por pontos:
1) Não concordo com a denominação de inteligência quando te referes às características mentais de um jogador. Inteligência é bem mais do que isso por um lado, e por outro não me parece englobar tudo o que são as características mentais necessárias a um jogador de futebol. Por exemplo, a visão de jogo, crucial num jogador de (penso) qualquer desporto, não se enquadra no que entendo por inteligência. Mas gostava de perceber porque usam tanto a palavra inteligência para este fim...
2) Penso que qualquer desporto colectivo se assemelha mais ao xadrez que ao boxe por esse simples facto, o de ser colectivo. Adoro futebol, também me consigo distanciar o suficiente do meu clube a ponto de ser (ou tentar bastante) imparcial, mas não concordo que, por exemplo raquebi, futebol americano ou hoquei em campo, sejam menos complexos que futebol. Todos têm a sua complexidade, mas tenho só a noção que futebol americano consegue atingir uma complexidade maior, tanto para o comum adepto, como para treinador e jogadores.
3) Por acaso, uma coisa que estou constantemente a referir é que o futebol, desde que se disponha de condições mínimas técnicas, mentais e físicas, pode ser praticado independentemente de ser ser baixo, alto, gordo, magro, etc. (sem evidentes exageros). Penso que é uma das razões que faz deste desporto o mais popular do Mundo!
No entanto, também no futebol a genética desempenha um papel importante, tanto a nível de características técnicas, como mentais ou físicas. Tudo o que somos também o devemos em alguma parte à herança genética. Há é algumas coisas que se consegue trabalhar melhor que outras...
Cumprimentos.
Fernando, como defines a visão de jogo? Para mim visão de jogo é inerente à leitura do mesmo. E aí já se entra, claramente, na componente da inteligência.
Um abraço
Sim, concordo contigo Gonçalo.
Mas falava num conceito de visão de jogo um pouco mais redutor. Referia-me mais à capacidade de percepção de um jogador da sua posição em campo, do posicionamento dos colegas, adversários e de tudo o que o rodeia. Para mim, leitura de jogo já pressupõe um entendimento do mesmo assente na visão de jogo.
Por isso é que tenho essa curiosidade. Perceber porque gostam da palavra inteligência para definir atributos mentais ligados a um jogador de futebol. É certo que a palavra inteligência é das mais difíceis de definir (ou impossíveis?), por isso essa curiosidade.
Cumprimentos.
Nuno, os atributos fisicos são importantes em qualquer desporto.
No futebol não tens centrais abaixo do 1.80 com excepções de Cannavaro e pouco mais.
Bolt tem a concorrencia de Asafa Powell que é cerca de 20/25 cm mais baixo que ele.
Quanto à emoção de um jogo, e esse suposto afastamento emocional por gostares de um desporto e não de um clube, é um sinal que te estás a afastar do que é a competição em si , além de ser pouco inteligente afastar a emoção de tudo o que seja considerado arte...
Fernando diz: "Não concordo com a denominação de inteligência quando te referes às características mentais de um jogador. Inteligência é bem mais do que isso"
Sim, falo de inteligência num sentido lato, mas é de inteligência no momento de decidir o que é melhor em cada jogada que se pressupõe.
"Por exemplo, a visão de jogo, crucial num jogador de (penso) qualquer desporto, não se enquadra no que entendo por inteligência."
Visão de jogo não é inteligência, como é óbvio, mas é um acto essencialmente intelectual. Ser capaz de perceber rapidamente como estão dispostos os colegas, como vão ficar dispostos os adversários no segundo seguinte, em que direcção correm, que espaços livres se proporcionam, etc, é um acto intelectual.
"Penso que qualquer desporto colectivo se assemelha mais ao xadrez que ao boxe por esse simples facto, o de ser colectivo."
Sim, o facto de ser colectivo implica isso. Mas não é a única razão para achar que o futebol é mais parecido com o xadrez do que com o boxe. Poderia falar, em vez de boxe, de remo ou de natação sincronizada, ou de qualquer corrida de estafetas, que também são colectivos. Ao contrário destes três, em que a interacção e a coordenação entre elementos tem pouco peso e aquilo que é o verdadeiro valor do conjunto é a soma do valor de cada um dos elementos do conjunto, no futebol uma equipa é muito mais do que essa soma. Além disso, o futebol é ainda um jogo em que existe, como no xadrez, fricção com um adversário. Além de ser colectivo, além de ter que se juntar ao valor dos elementos de uma equipa o valor da interacção entre eles, tem ainda de se ter em conta essa fricção. E essa fricção é, no meu entender, a mais complexa de todos os desportos. É por isso que considero o futebol o desporto mais complexo.
"Não concordo que, por exemplo raquebi, futebol americano ou hoquei em campo, sejam menos complexos que futebol"
Este é um tema sobre o qual já há muito queria ter escrito. Desses três, o único que me causaria alguma dificuldade era o hóquei em campo. Passo a explicar. O Râguebi tem mais elementos que o futebol, mas, pelas características, não provoca uma fricção tão complexa. Por norma, são dois blocos bem distintos, definidos pela linha da bola, que entra em colisão um com o outro. Não haver linhas de passe adiantadas, estando, pelas regras, obrigado a jogar sempre para trás, a fricção com o adversário nunca pode ser tão complexa como no futebol. As possibilidades de definição das jogadas, em cada momento, são claramente menores do que no futebol. Isso torna o jogo menos complexo. É por isso que era perfeitamente impossível a Portugal ganhar a uma Nova Zelândia. Contava, acima de tudo, o valor individual dos neo-zelandeses. Aliás, a complexidade de um desporto pode ver-se, muito claramente, na possibilidade de vitória dos menos conceituados. Dificilmente haverá desporto em que os menos dotados tenham mais possibilidades de ganhar os mais dotados do que no futebol. No futebol-americano, é verdade que as possibilidades de jogadas são muito maiores do que, por exemplo, no râguebi, mas o facto de o jogo se reiniciar constantemente e de isso permitir que as defesas e os ataques partam de posições organizadas implica que a complexidade seja menor. No Hóquei em campo, é verdade, a interacção é parecida com o futebol, mas o campo é menor, os espaços são menores e a própria natureza do jogo implica, certamente, menos complexidade.
"também no futebol a genética desempenha um papel importante, tanto a nível de características técnicas, como mentais ou físicas"
Sim, a genética é, obviamente, importante. Mas é o desporto em que talvez seja menos relevante. E é por isso que para mim é o melhor. Não percebo é que importância tem a genética no que concerne a características mentais...
Metralha diz: "Nuno, os atributos fisicos são importantes em qualquer desporto."
Depende. Há desportos em que os atributos físicos não são importantes: xadrez, por exemplo. Há desportos em que são menos importantes: fórmula 1 (a condição física tem de ser boa, mas não interessará muito ser forte fisicamente, ou ser mais alto ou mais baixo). Há desportos em que, contudo, são determinantes: Atletismo, natação, halterofilismo.
No futebol, os atributos físicos são muito menos importantes que no râguebi, que no basquetebol, que no voleibol, que no Pólo Aquático, etc.
"No futebol não tens centrais abaixo do 1.80 com excepções de Cannavaro e pouco mais."
Tens algumas excepções. E essas excepções confirmam que não é necessário ser alto para se ser bom central. Como é evidente, sendo alto, tens vantagens em relação aos outros, logo haverá mais centrais altos do que baixos. Mas há quem seja bom independentemente da altura. Para dar um exemplo de como isso não é assim noutros desportos, não vês postes no basquetebol que sejam baixos. Nenhum. O único jogador que pode ser baixo em basquetebol é o base. No Voleibol, já não vês jogadores como o Miguel Maia. Na formação, em volei, já se escolhem os jogadores pela altura. É muito diferente do que se passa no futebol.
"Bolt tem a concorrencia de Asafa Powell que é cerca de 20/25 cm mais baixo que ele."
Quando falei no Bolt, não foi por causa apenas da altura. É por demais evidente, no atletismo, que as condições genéticas são quase tudo. Não é por acaso que os atletas de fundo mais bem sucedidos (as condições de treino, hoje em dia, são iguais ou quase iguais para todos) são quenianos e etíopes. Não é por acaso que não vês negros em natação (os músculos dos negros são mais densos e têm muito mais dificuldade em nadar). Há desportos, como o atletismo e a natação, nos quais as características genéticas são quase tudo.
"Quanto à emoção de um jogo, e esse suposto afastamento emocional por gostares de um desporto e não de um clube, é um sinal que te estás a afastar do que é a competição em si"
Errado. A competição não tem nada a ver com emoção. Na Guerra, há competição entre dois exércitos. Mas não há emoção.
"além de ser pouco inteligente afastar a emoção de tudo o que seja considerado arte...
Pronto, estragaste tudo. Já te expliquei que a arte não tem nada a ver com emoção. O valor da arte reside nas propriedades intrínsecas dela e não nas sensações que provoca. Não quereres entender isto diz muito daquilo que pensas sobre as coisas...
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