O que eu prefiro numa equipa:
1) Prefiro laterais lentos e fisicamente mais débeis, mas com inteligência para perceberem que o jogo interior da equipa pode passar muito pelas suas decisões. Rui Jorge não era rápido, não era habilidoso, não era alto, não era forte, mas era inteligente. E era tudo o que bastava. Um lateral que fisicamente e tecnicamente seja prodigioso, mas que insista em pôr bolas na linha e não no meio não me convence.
2) Prefiro centrais com classe, que conseguem ser bons sendo discretos. A agressividade é, muitas vezes, ilusória. Num central, a velocidade é importantíssima, pois ajuda a compensar eventuais erros posicionais. Pepe, mais do que ninguém, tem na velocidade a sua grande arma. Sem ela, não seria só banal: seria patético. Reconheço que Pepe é bom, mas só porque a sua velocidade compensa o seu mau jogo posicional e a sua fraca leitura de jogo. Interpreta mal os lances, mas recupera muito rápido. É daqueles centrais que não vai ter um final de carreira brilhante, como Maldini, Blanc, Sammer, Matthaus ou Hierro. Porquê? Porque assim que perder a velocidade (a não ser que ganhe miraculosamente a inteligência que não tem) não conseguirá parar avançados mais velozes e inteligentes. Prefiro, aos centrais agressivos, aqueles que conseguem um aproveitamento idêntico sem terem que derrubar o adversário, sem arriscarem uma falta perigosa. Prefiro aqueles que roubam a bola com elegância, como se o adversário fosse de porcelana. Prefiro esses por várias razões. Primeiro, porque não têm a necessidade de provar a ninguém que são mais fortes, que são impetuosos e que ostentam a virilidade de um gladiador: prefiro a perícia à força bruta. Segundo, prefiro-os porque é muito mais notável roubar discreta e elegantemente como um Arséne Lupin do que sacar a mala de uma velha com um puxão e fugir a correr. Terceiro, prefiro-os porque esses são os mesmos que, uma vez com a bola, não a desperdiçam com pontapés sem nexo. Prefiro pois um central com classe, com um bom sentido posicional, rápido (sobretudo a pensar) e ágil. Não me importa a agressividade, a altura, a robustez física. É por isso que não concordo com a chamada de Pepe à selecção, porque prefiro o Zé Castro. É por isso que não concordo com a chamada constante do Luisão à selecção brasileira, porque prefiro o Polga.
3) Prefiro médios-defensivos intelectuais a médios-defensivos batalhadores. Não há ninguém (ou há poucos) que não reconheça que o maior de todos os tempos foi Redondo e ainda assim gostam de jogadores que são o oposto dele. Nesta posição, gosto de jogadores mentalmente muito fortes, que gostem de sentir a bola nos pés, que tenham gozo em pautar os ritmos da equipa. Se uma equipa fosse uma orquestra, o maestro era o médio-defensivo e não o ofensivo. Prefiro, para esta posição, jogadores tecnicamente evoluídos, com uma leitura de jogo ímpar e com uma qualidade de passe fenomenal. Desde Paulo Sousa que a selecção está orfã. Agora começa a surgir Miguel Veloso. Não me agradam os médios-defensivos de combate. E não me agradam porque, sendo fisicamente disponíveis, acabam invariavelmente por se excederem, saindo da sua posição. Defensivamente, pecam portanto por excesso. Ofensivamente, não são capazes quer de coordenar os movimentos atacantes da equipa, fornecendo os apoios necessários, quer de fazer chegar a bola em condições aos colegas. Prefiro pois o Pirlo ao Gattuso, como prefiro o Miguel Veloso ao Petit.
4) Prefiro médios-ofensivos nos quais abunde a criatividade. Aqui reside, talvez, a grande contradição com maior parte dos grandes treinadores actuais. Para estes, a criatividade é coisa para os homens da frente. Não concordo. Acho o Lampard muito bom, mas a falta de criatividade chega a ser constrangedora. Às vezes pergunto-me: como é que alguém tão bom a nível táctico, tão inteligente com a bola nos pés, não tem capacidade para imaginar algo para além do óbvio? Lampard faz tudo bem. Só não consegue ser imprevisível, fazer um passe inesperado, descobrir uma linha de passe louca. Prefiro médios-ofensivos criativos a médios-ofensivos previsíveis. Não que não quisesse Lampard na minha equipa. Mas não quereria dois. Tacticamente, prefiro que sejam evoluídos a nível posicional, que corram mais quando a equipa tem a bola, procurando aparecer em zonas libertas de marcação, do que quando a equipa não a tem. Prefiro médios-ofensivos que trabalham mais para fornecer linhas de passe aos colegas do que médios-ofensivos que só correm em tarefas defensivas. O esforço de um médio-ofensivo é sobretudo quando a equipa tem a bola, embora se pense que, hoje em dia, um bom médio-ofensivo tenha de correr muito a defender. Para defender, basta posicionar-se bem. E a inteligência fará com que isso aconteça sem uma sobrecarga de esforço. O principal desgaste de um médio-ofensivo deve ser a nível ofensivo, sobretudo nas movimentações constantes.
5) Prefiro extremos irreverentes a extremos tacticamente perfeitos. Num 433, por exemplo, o trabalho defensivo de um extremo não tem de ser exigente. Deve ser concedida uma grande liberdade aos extremos, quer com bola, quer sem bola. Prefiro, para esta posição, jogadores fortíssimos no um para um. E não precisam de ser extraordinariamente rápidos. Há um preconceito generalizado de se considerar que um extremo deve ser rápido. Ajuda, claro. Mas o extremo pode ser apenas muito rápido nas mudanças de velocidade, nos arranques, nas travagens, nas mudanças de direcção. Prefiro um extremo irrequieto, que arranca, pára, vem para dentro, vai para fora, a um extremo que corre muito mas só para a frente. O meu extremo de eleição deve ser alguém vaidoso, que gosta de humilhar o adversário que tem pela frente. Deve ser egoísta até, às vezes. Se conseguir ser isso tudo, se tiver capacidade para ser isso tudo, perceberá depois como pôr esses atributos ao serviço da equipa. Só compreendo o futebol com extremos se os extremos forem capazes de suplantar o adversário directo várias vezes por jogo. Se o não forem, mesmo que sejam jogadores que entregam bem a bola, que respeitam os apoios, estão sempre demasiado agarrados à linha e demasiado fora do jogo. Se os extremos não forem extraordinários, se não forem capazes de, individualmente, causar problemas, prefiro sempre um sistema sem extremos, mas muito mais flexível a nível ofensivo.
6) Prefiro um ponta-de-lança que jogue bem para a equipa a um que faça muitos golos. Fazer golos é coisa que a equipa em si deve ser capaz de fazer. É a equipa que deve criar condições para que surjam os golos. E o último toque não tem de ser necessariamente dado pelo homem mais avançado. Não compete a um avançado ser o goleador da equipa. A um avançado compete ajudar à correcta circulação da bola, à correcta movimentação colectiva, etc. Prefiro um avançado que se movimenta bem fora da área a um que só se movimenta bem dentro da área: 90% ou mais do jogo desenrola-se fora da área. Prefiro, para esta posição, um jogador habilidoso, capaz de corresponder a tabelas, do que um jogador grande, com um porte atlético respeitável, que ganha muitas bolas de cabeça, mas que, servido pelo chão, demora dois dias a dominar a bola. Prefiro avançados inteligentes a avançados rápidos: com os primeiros, é possível variar a forma de jogar da equipa, com os segundos, a equipa está necessariamente escrava dos passes para as costas dos defesas. Prefiro, por tudo isto, o Nuno Gomes ao Liedson. Aliás, nem sequer percebo como é que alguém que não gosta do Pauleta gosta do Liedson. São a mesma coisa, praticamente. O Liedson é tecnicamente mais evoluído, é certo. E corre mais, também é certo. Mas pode-se contar mais ou menos com o mesmo...
7) Prefiro um futebol apoiado, com transições lentas, de passe curto e certo, a um futebol directo, de transições rápidas. O segundo tipo de futebol torna a equipa serva da inspiração dos homens da frente. Ou então da sorte. Prefiro um futebol que procure a sorte e nenhum outro o faz melhor que o futebol apoiado. Um futebol demasiado objectivo é também demasiado previsível. Aos defesas adversários, basta que sejam correctos, que não errem, para anular essa objectividade. Compete a uma equipa mentalmente evoluída arranjar constantemente novas soluções para penetrar nas defesas adversárias: um futebol mais directo não o permitirá, por certo. Além disso, um futebol de transições mais lentas permite que a equipa esteja quase sempre compacta. Não cria buracos defensivos, nem desgasta constantemente os homens que são servidos. Dirão que um futebol assim será sempre lento e, por isso, previsível. Incorrecto! As transições podem ser lentas, mas a dinâmica ofensiva não o deve ser. Se as movimentações ofensivas forem constantes e a troca de bola rápida, ainda que as transições se façam através de passes curtos, as defesas contrárias nunca estarão suficientemente organizadas. É claro que, se não houver muita dinâmica, um futebol deste tipo não será proveitoso, pois nem aproveita a subida das linhas adversárias utilizando transições rápidas, nem consegue penetrar em defesas organizadas.
8) Prefiro um pressing alto a um pressing médio ou baixo. É importante saber executar um pressing baixo, sobretudo porque um pressing alto durante 90 minutos será sempre muito desgastante, mas prefiro que a equipa tenha uma filosofia ofensiva e que queira sempre a bola. A melhor maneira de defender é ter a bola. A maneira mais segura de recuperar a bola é o mais longe possível da nossa área. Nada melhor que pressionar o mais alto possível. Obriga o adversário a jogar de forma mais directa, da mesma maneira que recuperar uma bola numa zona mais subida é sempre mais perigoso para o adversário. Prefiro uma equipa capaz de pressionar o mais alto possível, como a de Co Adrianse no Porto, pois assim passará mais tempo com a posse de bola. Alturas haverá em que será necessário modificar a atitude defensiva: se o resultado estiver feito, se se avizinhar um prolongamento, minutos antes do intervalo, etc. Aí, a equipa deverá suster o ímpeto e pressionar mais em baixo, correr menos riscos e desgastar menos os jogadores. Mas de uma forma geral, deve ser capaz de pressionar alto.
2) Prefiro centrais com classe, que conseguem ser bons sendo discretos. A agressividade é, muitas vezes, ilusória. Num central, a velocidade é importantíssima, pois ajuda a compensar eventuais erros posicionais. Pepe, mais do que ninguém, tem na velocidade a sua grande arma. Sem ela, não seria só banal: seria patético. Reconheço que Pepe é bom, mas só porque a sua velocidade compensa o seu mau jogo posicional e a sua fraca leitura de jogo. Interpreta mal os lances, mas recupera muito rápido. É daqueles centrais que não vai ter um final de carreira brilhante, como Maldini, Blanc, Sammer, Matthaus ou Hierro. Porquê? Porque assim que perder a velocidade (a não ser que ganhe miraculosamente a inteligência que não tem) não conseguirá parar avançados mais velozes e inteligentes. Prefiro, aos centrais agressivos, aqueles que conseguem um aproveitamento idêntico sem terem que derrubar o adversário, sem arriscarem uma falta perigosa. Prefiro aqueles que roubam a bola com elegância, como se o adversário fosse de porcelana. Prefiro esses por várias razões. Primeiro, porque não têm a necessidade de provar a ninguém que são mais fortes, que são impetuosos e que ostentam a virilidade de um gladiador: prefiro a perícia à força bruta. Segundo, prefiro-os porque é muito mais notável roubar discreta e elegantemente como um Arséne Lupin do que sacar a mala de uma velha com um puxão e fugir a correr. Terceiro, prefiro-os porque esses são os mesmos que, uma vez com a bola, não a desperdiçam com pontapés sem nexo. Prefiro pois um central com classe, com um bom sentido posicional, rápido (sobretudo a pensar) e ágil. Não me importa a agressividade, a altura, a robustez física. É por isso que não concordo com a chamada de Pepe à selecção, porque prefiro o Zé Castro. É por isso que não concordo com a chamada constante do Luisão à selecção brasileira, porque prefiro o Polga.
3) Prefiro médios-defensivos intelectuais a médios-defensivos batalhadores. Não há ninguém (ou há poucos) que não reconheça que o maior de todos os tempos foi Redondo e ainda assim gostam de jogadores que são o oposto dele. Nesta posição, gosto de jogadores mentalmente muito fortes, que gostem de sentir a bola nos pés, que tenham gozo em pautar os ritmos da equipa. Se uma equipa fosse uma orquestra, o maestro era o médio-defensivo e não o ofensivo. Prefiro, para esta posição, jogadores tecnicamente evoluídos, com uma leitura de jogo ímpar e com uma qualidade de passe fenomenal. Desde Paulo Sousa que a selecção está orfã. Agora começa a surgir Miguel Veloso. Não me agradam os médios-defensivos de combate. E não me agradam porque, sendo fisicamente disponíveis, acabam invariavelmente por se excederem, saindo da sua posição. Defensivamente, pecam portanto por excesso. Ofensivamente, não são capazes quer de coordenar os movimentos atacantes da equipa, fornecendo os apoios necessários, quer de fazer chegar a bola em condições aos colegas. Prefiro pois o Pirlo ao Gattuso, como prefiro o Miguel Veloso ao Petit.
4) Prefiro médios-ofensivos nos quais abunde a criatividade. Aqui reside, talvez, a grande contradição com maior parte dos grandes treinadores actuais. Para estes, a criatividade é coisa para os homens da frente. Não concordo. Acho o Lampard muito bom, mas a falta de criatividade chega a ser constrangedora. Às vezes pergunto-me: como é que alguém tão bom a nível táctico, tão inteligente com a bola nos pés, não tem capacidade para imaginar algo para além do óbvio? Lampard faz tudo bem. Só não consegue ser imprevisível, fazer um passe inesperado, descobrir uma linha de passe louca. Prefiro médios-ofensivos criativos a médios-ofensivos previsíveis. Não que não quisesse Lampard na minha equipa. Mas não quereria dois. Tacticamente, prefiro que sejam evoluídos a nível posicional, que corram mais quando a equipa tem a bola, procurando aparecer em zonas libertas de marcação, do que quando a equipa não a tem. Prefiro médios-ofensivos que trabalham mais para fornecer linhas de passe aos colegas do que médios-ofensivos que só correm em tarefas defensivas. O esforço de um médio-ofensivo é sobretudo quando a equipa tem a bola, embora se pense que, hoje em dia, um bom médio-ofensivo tenha de correr muito a defender. Para defender, basta posicionar-se bem. E a inteligência fará com que isso aconteça sem uma sobrecarga de esforço. O principal desgaste de um médio-ofensivo deve ser a nível ofensivo, sobretudo nas movimentações constantes.
5) Prefiro extremos irreverentes a extremos tacticamente perfeitos. Num 433, por exemplo, o trabalho defensivo de um extremo não tem de ser exigente. Deve ser concedida uma grande liberdade aos extremos, quer com bola, quer sem bola. Prefiro, para esta posição, jogadores fortíssimos no um para um. E não precisam de ser extraordinariamente rápidos. Há um preconceito generalizado de se considerar que um extremo deve ser rápido. Ajuda, claro. Mas o extremo pode ser apenas muito rápido nas mudanças de velocidade, nos arranques, nas travagens, nas mudanças de direcção. Prefiro um extremo irrequieto, que arranca, pára, vem para dentro, vai para fora, a um extremo que corre muito mas só para a frente. O meu extremo de eleição deve ser alguém vaidoso, que gosta de humilhar o adversário que tem pela frente. Deve ser egoísta até, às vezes. Se conseguir ser isso tudo, se tiver capacidade para ser isso tudo, perceberá depois como pôr esses atributos ao serviço da equipa. Só compreendo o futebol com extremos se os extremos forem capazes de suplantar o adversário directo várias vezes por jogo. Se o não forem, mesmo que sejam jogadores que entregam bem a bola, que respeitam os apoios, estão sempre demasiado agarrados à linha e demasiado fora do jogo. Se os extremos não forem extraordinários, se não forem capazes de, individualmente, causar problemas, prefiro sempre um sistema sem extremos, mas muito mais flexível a nível ofensivo.
6) Prefiro um ponta-de-lança que jogue bem para a equipa a um que faça muitos golos. Fazer golos é coisa que a equipa em si deve ser capaz de fazer. É a equipa que deve criar condições para que surjam os golos. E o último toque não tem de ser necessariamente dado pelo homem mais avançado. Não compete a um avançado ser o goleador da equipa. A um avançado compete ajudar à correcta circulação da bola, à correcta movimentação colectiva, etc. Prefiro um avançado que se movimenta bem fora da área a um que só se movimenta bem dentro da área: 90% ou mais do jogo desenrola-se fora da área. Prefiro, para esta posição, um jogador habilidoso, capaz de corresponder a tabelas, do que um jogador grande, com um porte atlético respeitável, que ganha muitas bolas de cabeça, mas que, servido pelo chão, demora dois dias a dominar a bola. Prefiro avançados inteligentes a avançados rápidos: com os primeiros, é possível variar a forma de jogar da equipa, com os segundos, a equipa está necessariamente escrava dos passes para as costas dos defesas. Prefiro, por tudo isto, o Nuno Gomes ao Liedson. Aliás, nem sequer percebo como é que alguém que não gosta do Pauleta gosta do Liedson. São a mesma coisa, praticamente. O Liedson é tecnicamente mais evoluído, é certo. E corre mais, também é certo. Mas pode-se contar mais ou menos com o mesmo...
7) Prefiro um futebol apoiado, com transições lentas, de passe curto e certo, a um futebol directo, de transições rápidas. O segundo tipo de futebol torna a equipa serva da inspiração dos homens da frente. Ou então da sorte. Prefiro um futebol que procure a sorte e nenhum outro o faz melhor que o futebol apoiado. Um futebol demasiado objectivo é também demasiado previsível. Aos defesas adversários, basta que sejam correctos, que não errem, para anular essa objectividade. Compete a uma equipa mentalmente evoluída arranjar constantemente novas soluções para penetrar nas defesas adversárias: um futebol mais directo não o permitirá, por certo. Além disso, um futebol de transições mais lentas permite que a equipa esteja quase sempre compacta. Não cria buracos defensivos, nem desgasta constantemente os homens que são servidos. Dirão que um futebol assim será sempre lento e, por isso, previsível. Incorrecto! As transições podem ser lentas, mas a dinâmica ofensiva não o deve ser. Se as movimentações ofensivas forem constantes e a troca de bola rápida, ainda que as transições se façam através de passes curtos, as defesas contrárias nunca estarão suficientemente organizadas. É claro que, se não houver muita dinâmica, um futebol deste tipo não será proveitoso, pois nem aproveita a subida das linhas adversárias utilizando transições rápidas, nem consegue penetrar em defesas organizadas.
8) Prefiro um pressing alto a um pressing médio ou baixo. É importante saber executar um pressing baixo, sobretudo porque um pressing alto durante 90 minutos será sempre muito desgastante, mas prefiro que a equipa tenha uma filosofia ofensiva e que queira sempre a bola. A melhor maneira de defender é ter a bola. A maneira mais segura de recuperar a bola é o mais longe possível da nossa área. Nada melhor que pressionar o mais alto possível. Obriga o adversário a jogar de forma mais directa, da mesma maneira que recuperar uma bola numa zona mais subida é sempre mais perigoso para o adversário. Prefiro uma equipa capaz de pressionar o mais alto possível, como a de Co Adrianse no Porto, pois assim passará mais tempo com a posse de bola. Alturas haverá em que será necessário modificar a atitude defensiva: se o resultado estiver feito, se se avizinhar um prolongamento, minutos antes do intervalo, etc. Aí, a equipa deverá suster o ímpeto e pressionar mais em baixo, correr menos riscos e desgastar menos os jogadores. Mas de uma forma geral, deve ser capaz de pressionar alto.
4 comentários:
Concordo em algumas coisas contigo, principalmente nos centrais com classe e nos "trincos" com tecnica, nos médios ofensivos não percebi que tipo de jogadores preferes (exemplos), um João Moutinho?
Quanto aos extremos já dá para ver que deves ser fã do Cristiano Ronaldo... jogador que eu detesto profundamente, falta-lhe aquilo que apregoas para quase tods os outros: intelgiência. Quanto ao avançado nem ha duvida nenhuma, o Pauleta é horrendo!! Gosto muito do Nuno Gomes, mas ha que assumir que tem estado um pouco em baixo de forma.
É engraçado... nunca falas nos guarda redes.. (adorava o kasey keller o mondragon e o preud'homme)
Quanto aos médios-ofensivos, tens razão, não fui explícito. O que queria deixar claro é que prefiro aqueles em que abunda a criatividade. Adoro o Moutinho, mas reconheço que não é um jogador muito imaginativo. É demasiado correcto, respeita em demasia as necessidades da equipa. Para dar exemplos de médios-ofensivos que me agradam neste momento: Riquelme, Kaká, Diego, Deco. Por contraste a Ballack, por exemplo, a quem falta muita imaginação.
O Ronaldo não é o meu extremo de eleição, acredita, e até concordo contigo quanta à falta de inteligência. Mas não posso deixar de reconhecer que a sua capacidade individual faz dele um dos melhores na sua posição. Para mim, neste momento, ninguém bate o Messi. Gosto muito do Robben, também. Em Portugal, o Quaresma, claro.
Não falei dos guarda-redes porque não reconheço características melhores ou piores. Ou se é bom, ou não. Os guarda-redes que me marcaram foram o Preud'homme, o Schmeichel e o Buffon...
concordo em quase tudo.
em relação as laterais devem ser rapidos assim como os extremos por razoes obvias de um encontrar o outro. a inteligencia tactica pode ser muita mas se por exemplo o lateral nao tiver pernas para acompanhar o extremo esta a maior parte das vezes lixado e vai concerteza precisar da ajuda de um central que por sua vez vai deixar a sua posicao em aberto para o adversario. claro que isto é muito teorico mas e o que costuma suceder.
outra que discordo e preferires o nuno gomes ao liedson. admito que o nuno gomes jogue mais para a equipa mas tem-se visto o que o benfica tem beneficiado com ele nos ultimos 3 anos e o que o sporting tem beneficiado com o liedson. parece-me inquestionavel que qualquer equipa precisa de um homem-golo pois os outros apesar de tambem o fazerem nao estao vocacionados para isso nem colocados no campo na melhor posicao para o fazerem, logo tem que ser o homem mais adiantado a decidir.
parabens pelo blog! depois de ter passado a vista por alguns actualmente é o unico sobre futebol que perco tempo a ler. tambem gosto bastante do que escreve o luis freitas lobo (leitura de ferias! lol)
Eu concordo com quase tudo, e tenho lido as opinões do Nuno à já algum tempo. Contudo, na questão do Liedson não concordo
nada.
O Liedson é o melhor ponta de lança a jogar em Portugal. Eu tenho lido nas opinões dele que acha que o Liedson corre sem
"sentido" como uma "cabra" tonta, pois eu não concordo com o Nuno e vou explicar porquê.
Os ritmos do Liedson na sua forma de jogar são muito próprios, ou seja, ele para entrar no "seu" ritmo e tirar proveitos
disso mesmo, precisa de ser "desconcertante", ele precisa de "ajeitar" o ombro da camisola, ele precisa de enervar os
opositores, ele precisa de não ser visto no mesmo local muito tempo, ele precisa de andar literalmente atraz dos defesas para
acontecer o erro, ele precisa no fundo de motivar a "burrice" que é muito comum nos centrais que são uns "cepos" e baseiam o
seu jogo no jogo físico.
O Liedson não tem culpa que o seu treinador o faça cair na ala para motivar um desgaste ainda maior que eu sei que achas que
não é necessário, mas na minha opinião o Liedson tem "necessidade" desta rotação ao longo dos 90 minutos. Para mim esta é
outra mais valia do seu jogo, a sua morfologia por ser "leve" leva-o a patamares fisicos que não encontro em muitos na sua
posição (um pouco à semelhança do João Pinto). Por outro lado concordo contigo que com as vindas atrás numa defesa patética
provoca desposicionamentos ridiculos da equipa, mas acho também que ele é inteligente nas escolhas dos mesmos.
Não é fácil no nosso mercado e nas nossas "posses", arranjar um avançado indicado para jogar nos 3 grandes, por isso penso
que seja necessário arranjar um avançado que seja diferente. Pois eu acho que o Liedson tem esse diferença. Não é fácil de
contratar um "topo de gama", que faça a diferença, e o Liedson faz. Agora também sei que ou se gosta, ou se detesta ou se é
indiferente, mas relembro que por exemplo o Romário não reunia consensos mas era perfeito no que fazia.
No fundo, acho que o Liedson na sua progressão de carreira é um jogador de "topo", para o nosso país, e até vou mais longe a
dizer que ele é um jogador de topo para qualquer clube. Eu sei que aquilo que possa estar aqui a escrever seja uma "heresia"
para ti, mas acho que ele naquilo que eu entendo de futebol e em alto nível não tem formas de estar "grosseiras" em campo, e
que os instintos que ele tem são suficientes para jogar em qualquer campeonato. A sua forma de jogar é suficiente e de que
maneira para colocar um dos centrais de uma das melhores selecções do mundo em pânico (Luisão: passe a ironia), é suficiente
para marcar em qualquer estádio na Europa (já o provou), e é suficiente para ser sem margem para dúvidas na minha opinião
para ter lugar no escrete canarinho. Esta afirmação eu sei que possa ser forte mas ele não é pior do que o Bebeto, nem pior que Donizetes, nem pior que Wagners Love.
Cumprimentos a todos !
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