Acreditem em mim: isto não é perseguição. O facto de o jogo em que ocorreu o lance de que vou falar me ter chegado comentado pelo Luis Sobral é apenas coincidência.
Ontem, o Benfica começou a construir a gorda vitória com um golo de Cardozo, depois de o pontapé de baliza batido por Diego Benaglio ter embatido no peito do paraguaio, o que o deixou isolado. Luis Sobral, o comentador de serviço, não hesitou: a culpa é do guarda-redes, que bateu mal o pontapé de baliza. Não tenho a certeza, mas creio que Luis Sobral jogou à bola, o que ainda me deixa mais perplexo. Que o comum mortal não saiba que o erro não é do guarda-redes, tudo bem. Mas alguém que praticou futebol tem de sabê-lo obrigatoriamente. Acredito que ninguém questionou a observação de Luis Sobral e que concordam que a responsabilidade do lance é de Diego Benaglio. Como tal, isto não é um ataque à pessoa que o disse, mas a um conjunto de pessoas que pensam desta maneira. Quem joga futebol deve conhecer algumas regras básicas: o homem que faz o lançamento lateral não deve levantar os calcanhares quando lança; no pontapé de baliza não há foras-de-jogo; etc. E há uma regrazinha simples que se ensina aos centrais: quando o nosso guarda-redes se apronta para bater o pontapé de baliza, os centrais devem estar imediatamente à frente dos avançados adversários, de modo a prevenir um eventual mau pontapé do guarda-redes. Perante isto, é-me fácil dizer que, embora o guarda-redes suíço não tenha batido bem o pontapé de baliza, a culpa do golo é principalmente de Ávalos, que se esqueceu que isso poderia acontecer e deixou Cardozo sozinho. Ainda que isto não se ensinasse, facilmente se percebe que um erro técnico, como um pontapé mal batido, um passe falhado, um tempo de salto mal calculado, nunca podem ser mais penalizados que as distracções. Tecnicamente, todos podem falhar. A nível de concentração é que não. É verdade que Benaglio falhou a nível técnico, como Quim, na época passada frente ao Braga, falhou ao colocar a bola ao dispor de Zé Carlos. Mas como ao guarda-redes do Benfica, ao do Nacional é permitido falhar do ponto de vista técnico. O que não é permitido é que o Petit e o Luisão estejam a dormir, como não é permitido que o Ávalos esteja a pensar em empadas e bacalhau à Gomes de Sá.
Corolário de tudo isto: Diego Benaglio foi um réu injusto da derrota da sua equipa ante o Benfica. Além de não ter culpa no lance do primeiro golo, como o quiseram fazer crer, ainda teve um punhado de boas defesas e impediu que o Nacional fosse humilhado.
Ontem, o Benfica começou a construir a gorda vitória com um golo de Cardozo, depois de o pontapé de baliza batido por Diego Benaglio ter embatido no peito do paraguaio, o que o deixou isolado. Luis Sobral, o comentador de serviço, não hesitou: a culpa é do guarda-redes, que bateu mal o pontapé de baliza. Não tenho a certeza, mas creio que Luis Sobral jogou à bola, o que ainda me deixa mais perplexo. Que o comum mortal não saiba que o erro não é do guarda-redes, tudo bem. Mas alguém que praticou futebol tem de sabê-lo obrigatoriamente. Acredito que ninguém questionou a observação de Luis Sobral e que concordam que a responsabilidade do lance é de Diego Benaglio. Como tal, isto não é um ataque à pessoa que o disse, mas a um conjunto de pessoas que pensam desta maneira. Quem joga futebol deve conhecer algumas regras básicas: o homem que faz o lançamento lateral não deve levantar os calcanhares quando lança; no pontapé de baliza não há foras-de-jogo; etc. E há uma regrazinha simples que se ensina aos centrais: quando o nosso guarda-redes se apronta para bater o pontapé de baliza, os centrais devem estar imediatamente à frente dos avançados adversários, de modo a prevenir um eventual mau pontapé do guarda-redes. Perante isto, é-me fácil dizer que, embora o guarda-redes suíço não tenha batido bem o pontapé de baliza, a culpa do golo é principalmente de Ávalos, que se esqueceu que isso poderia acontecer e deixou Cardozo sozinho. Ainda que isto não se ensinasse, facilmente se percebe que um erro técnico, como um pontapé mal batido, um passe falhado, um tempo de salto mal calculado, nunca podem ser mais penalizados que as distracções. Tecnicamente, todos podem falhar. A nível de concentração é que não. É verdade que Benaglio falhou a nível técnico, como Quim, na época passada frente ao Braga, falhou ao colocar a bola ao dispor de Zé Carlos. Mas como ao guarda-redes do Benfica, ao do Nacional é permitido falhar do ponto de vista técnico. O que não é permitido é que o Petit e o Luisão estejam a dormir, como não é permitido que o Ávalos esteja a pensar em empadas e bacalhau à Gomes de Sá.
Corolário de tudo isto: Diego Benaglio foi um réu injusto da derrota da sua equipa ante o Benfica. Além de não ter culpa no lance do primeiro golo, como o quiseram fazer crer, ainda teve um punhado de boas defesas e impediu que o Nacional fosse humilhado.
9 comentários:
Concordo contigo Nuno, mas não totalmente. O principal culpado do lance é e será sempre o guarda-redes porque foi ele quem executou mal primeiramente. Tudo bem a defesa nacionalista não é inimputável. No entanto, o que eles poderiam fazer seria corrigir o erro, nunca evitá-lo.
Não sei se me expressei bem.
Sim, expressaste. Mas não concordo contigo. Este é do tipo de erros que se pode e deve prevenir sempre. Os centrais nos cantos não estão dentro da área para o caso da bola vir na sua direcção a tirarem dali? Nos pontapés de baliza também devem estar colocados num sítio específico, a saber, à frente dos avançados. E nunca posso perdoar um erro por distração ou esquecimento da mesma forma que perdoo um erro técnico. Os centrais sabem que o guarda-redes pode falhar. E têm como prevenir esse falhanço. O guarda-redes é que não tem como prevenir o falhanço dos defesas. Claro que efectuou um mau pontapé. Mas não achas que é muito mais fácil estar concentrado e bem posicionado do que efectuar um pontapé? Eu acho...
Ah, e quem errou primeiramente foram os centrais, não o guarda-redes. Antes dele bater, já estavam mal colocados...
Sim, compreendo perfeitamente o teu ponto de vista, mas o Benaglio não deixa de errar. Ele é cúmplice, não pode ser inocente, tal como os defesas não podem ser. Eu já joguei e já fui treinador...e acho que seria sempre repartido. A questão é que um erro é de execução (muito mais perfeitamente desculpável, simplesmente porque acontece a todos), e o outro é erro de atenção - os treinadores adoram estes erros para chamar os jogadores à atenção.
No entanto, creio que estás a desculpar em demasia o erro do Benaglio.
"No entanto, creio que estás a desculpar em demasia o erro do Benaglio."
Ya também acho que estás a desculpa-lo demais, os centrais podem não ter tido atenção, mas se ele não tivesse batido mal os centrais nem seriam chamádos á atenção. Eu percebo que condenar o rapaz pelo resultado não é justo, mas tambem não acho que seja justo ilibalo do lance, quando 90% da culpa é dele. É que para alem de bater mal teve azar... podia ter batido mal para o outro lado, onde não estava ninguem...
É claro que tem parte da culpa, mas o seu erro não teria consequências sem o erro dos colegas. Não tem 90% da culpa, mas muito menos, pois os colegas têm mais culpa que ele. Claro que não seriam chamados à atenção, mas isso não lhes retira a culpa. Benaglio falhou, mas o Nacional só sofreu golo porque os defesas também falharam. Se fossem só os defesas a falhar, o Nacional não sofria golo, mas eles continuavam a estar erradamente posicionados. Acho que o erro maior tem sempre de ser dos defesas, porque é deles a responsabilidade do erro do guarda-redes se ter tornado grave...
Quando comecei a jogar futebol as 3 primeiras coisas que me ensinaram a fazer foram : Sempre com os olhos na bola sem nunca perder a percepção do adversário,nunca virar as costas à bola,e meter-me sempre entre o guarda-redes e o avançado num pontapé de baliza(eu era central)...
E ainda lhes pagam para jogar futebol...
Exactamente, anónimo. Esse é o meu ponto. Nas distritais, o mais reles central faz isto de olhos fechados. Era mais do que obrigação deles estarem bem colocados e, portanto, é um erro imperdoável...
o mal é que alguns principios de jogo nem sempre são cumpridos pelos jogadores por mais vezes que os treinadores lhes chamem à atenção... e depois quando o erro acontece levantam o braço a pedir desculpas...
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