O Barcelona entrou hoje para a História do Futebol como a primeira equipa a ganhar as seis competições possíveis numa época: à Taça do Rei, à Liga Espanhola, à Liga dos Campeões, à Supertaça de Espanha e à Supertaça Europeia juntou agora o Mundial de Clubes, troféu que não conquistara ainda na sua História. Esta vitória é a consagração inevitável da melhor equipa de sempre na História do Futebol.
À homenagem gostaria, porém, de acrescentar algumas palavras de desapreço por aquilo que se passou em Abu Dabi. Não foi uma vitória fácil e o Barcelona conseguiu empatar a partida apenas em cima da hora, levando o jogo para prolongamento, durante o qual o viria a resolver. Para quem não assistiu à partida, haverá certamente a suspeita de que a equipa comandada por Guardiola sofreu bastante para conseguir alcançar o triunfo final. Sofrimento houve. Mas não o tipo de sofrimento que imaginam. É que o Barcelona, além de ter de lutar contra um conjunto de argentinos atrevidos, teve ainda de lutar contra uma arbitragem francamente tendenciosa. De outra maneira, só com muita simpatia dos catalães poderia uma equipa tão banal como o Estudiantes arrastar o jogo até prolongamento.
O Barcelona foi prejudicadíssimo pela arbitragem, mas não porque ficou um penalty claríssimo por marcar sobre Xavi, ainda a partida ia em 0-0, ou porque o golo dos argentinos foi obtido em posição irregular. Isso são erros pontuais e que acontecem em todos os campos, por esse mundo fora, e aos melhores árbitros. Nem o Barcelona precisaria da correcção desses lances para vencer a partida, se esta tivesse sido apitada competentemente. O Barcelona foi prejudicado, isso sim, porque do primeiro ao último minuto os argentinos puderam jogar à sul-americana, acertando nas pernas do adversário a cada disputa de bola, fazendo carrinhos assassinos a cada lance. E a quantidade de faltas que ficaram por marcar, com os catalães no chão e os argentinos a seguir a bola, foi uma coisa absurda. Não me lembro de uma arbitragem tão má desde os malogrados anos 90 em Portugal e não me lembro de uma equipa fazer tantos carrinhos num só jogo e sofrer um golo apenas no último minuto.
Para ser sincero, nem sequer acho que houvesse muita maldade da parte dos argentinos, mas aquilo que o árbitro foi concedendo dotou-os de uma arma quase invencível. Apoiando-se numa agressividade bem à margem das leis, conseguiam invariavelmente interromper os lances de ataque do Barcelona sem cair no risco de acumular faltas perto da sua baliza. E os catalães, procurando exercer o seu domínio através do futebol de posse e circulação a que nos habituaram, eram repetidamente travados por atropelos, por rasteiras, por empurrões, sem que isso lhes concedesse a compensação de um livre. Para o final, com o cansaço, as entradas dos argentinos passaram a ser mais ríspidas e ainda foram várias vezes admoestados com o cartão amarelo. Mas uma arbitragem honesta deixá-los-ia, ao fim de meia-hora, com menos dois ou três jogadores em campo e com maior parte dos restantes jogadores amarelados. Foi contra isto que o Barça teve de lutar.
Não creio que a arbitragem tivesse a intenção de prejudicar propriamente a equipa catalã. Acho, isso sim, que o estilo permissivo da arbitragem prejudica qualquer equipa que se destaque pela inteligência e pela técnica, uma vez que favorece o jogo agressivo do adversário. E é isso que tem de ser erradicado do futebol. Na última década, as arbitragens têm melhorado gradualmente a este nível e isto tem permitido ao futebol tornar-se um jogado muito mais elaborado. Esta arbitragem permitiu aos argentinos jogarem como se jogava há 20 anos, ou seja, numa altura em que vencia quem fosse mais agressivo, quem "comesse mais relva". Os argentinos correram tanto, esforçaram-se tanto, deram tanta porrada que por volta dos 70 minutos já não se mexiam. Acabaram por perder também pela estratégia que empreenderam, mas por pouco essa estratégia não lhes trazia proveitosos frutos.
Não acho, como disse, que o árbitro tenha agido de má fé, mas sim por manifesta incompetência. E essa incompetência foi de tal forma gritante que, para além de permitir o jogo duro e ilegal dos argentinos, ainda cometeu erros de apreciação que só podem comprovar essa mesma incompetência. Destaco dois lances patéticos que tornam evidente que esta arbitragem prejudicou o futebol técnico e de categoria do Barcelona e beneficiou a combatividade e a agressividade dos argentinos. No primeiro lance, ainda na primeira parte, já depois de suportar duas cargas à margem das leis, Ibrahimovic finca o pé no chão e protege a bola de um adversário que vem atrás dele. O adversário despenha-se com toda a força contra o sueco, com o intuito claro de prejudicar a sua acção de uma forma ilegal e, obviamente, não estando tão equilibrado e não tendo a força de Ibrahimovic, cai por terra, permanecendo o avançado do Barça com a bola. Por ordem do fiscal de linha, o árbitro assinala falta contra o Barcelona. O ridículo da situação não está só no facto de aquele que tem a posse de bola ter sido acusado de fazer falta a quem lhe tentou tirar a bola; está ainda mais no facto de, mesmo tendo a bola e levando porrada, mesmo tendo evitado a agressividade, ter sido penalizado por ter conseguido permanecer na posse de bola contra alguém que não teve outra intenção senão acertar nele. O segundo lance é já na segunda parte e é protagonizado por Henry. O francês consegue driblar o central do Estudiantes, na entrada da área, e é rasteirado. Antes de cair, consegue tocar a bola para Ibrahimovic, que se encontrava dentro da área e poderia ter dado seguimento à jogada. O árbitro não só não deu a lei da vantagem, o que possivelmente beneficiaria o Barcelona, como assinalou falta a favor dos argentinos e amarelou Henry. Confesso que, a não ser que agora ser rasteirado seja motivo para amarelo, não percebi a decisão. Se o árbitro tiver interpretado que Henry o tentou enganar, simulando uma falta à entrada da área, fica por explicar então por que razão ainda se teria esforçado para endereçar a bola para Ibrahimovic.
Após este segundo lance, viu-se Xavi com as mãos na cabeça, não acreditando no que estava a acontecer. A incompetência da arbitragem acabara de exceder todos os limites e o Barcelona parecia condenado. Felizmente para o futebol, já em cima do minuto 90, Pedro conseguiu igualar a partida e levá-la para prolongamento. Já com os argentinos a pagar a factura de um jogo jogado à máxima intensidade, o Barcelona dominou por completo e Messi, com o peito, selaria a vitória. A tendência da arbitragem acabou por não ser suficiente para uma equipa ridícula vencer este Barcelona. O Estudiantes, enquanto colectivo, foi francamente mau, aguentando o desafio até tão tarde apenas graças à permissividade do árbitro. Com marcações homem a homem demasiado cerradas e em quase todo o campo, uma equipa só se poderá aguentar contra este Barcelona se puder jogar repetidamente à margem das leis. Foi o que aconteceu. Os argentinos, pela deficiência posicional, chegavam sempre tarde aos lances, mas, como podia atropelar os adversários, essa deficiência não era preocupante. Assim, com os argentinos entregues a marcações ao homem em todo o campo e pressionando alto, o Barcelona não conseguiu jogar como habitualmente porque a sua capacidade para sair de zonas de pressão ficava invariavelmente posta em causa por aquilo que o árbitro permitia aos adversários e foi tendo problemas em conseguir circular a bola como tão bem faz. O triunfo acabou por lhes sorrir também porque os argentinos não conseguiram continuar a ser agressivos como no início e o árbitro não poderia ajudar de outra forma. Para bem do futebol, o Barcelona venceu. Mas arbitragens como esta deveriam ser seriamente punidas pelos dirigentes da FIFA. O futebol agradecia. E evitar-se-ia a possibilidade de um conjunto de cães com cio ganhar uma final à melhor equipa do mundo.
À homenagem gostaria, porém, de acrescentar algumas palavras de desapreço por aquilo que se passou em Abu Dabi. Não foi uma vitória fácil e o Barcelona conseguiu empatar a partida apenas em cima da hora, levando o jogo para prolongamento, durante o qual o viria a resolver. Para quem não assistiu à partida, haverá certamente a suspeita de que a equipa comandada por Guardiola sofreu bastante para conseguir alcançar o triunfo final. Sofrimento houve. Mas não o tipo de sofrimento que imaginam. É que o Barcelona, além de ter de lutar contra um conjunto de argentinos atrevidos, teve ainda de lutar contra uma arbitragem francamente tendenciosa. De outra maneira, só com muita simpatia dos catalães poderia uma equipa tão banal como o Estudiantes arrastar o jogo até prolongamento.
O Barcelona foi prejudicadíssimo pela arbitragem, mas não porque ficou um penalty claríssimo por marcar sobre Xavi, ainda a partida ia em 0-0, ou porque o golo dos argentinos foi obtido em posição irregular. Isso são erros pontuais e que acontecem em todos os campos, por esse mundo fora, e aos melhores árbitros. Nem o Barcelona precisaria da correcção desses lances para vencer a partida, se esta tivesse sido apitada competentemente. O Barcelona foi prejudicado, isso sim, porque do primeiro ao último minuto os argentinos puderam jogar à sul-americana, acertando nas pernas do adversário a cada disputa de bola, fazendo carrinhos assassinos a cada lance. E a quantidade de faltas que ficaram por marcar, com os catalães no chão e os argentinos a seguir a bola, foi uma coisa absurda. Não me lembro de uma arbitragem tão má desde os malogrados anos 90 em Portugal e não me lembro de uma equipa fazer tantos carrinhos num só jogo e sofrer um golo apenas no último minuto.
Para ser sincero, nem sequer acho que houvesse muita maldade da parte dos argentinos, mas aquilo que o árbitro foi concedendo dotou-os de uma arma quase invencível. Apoiando-se numa agressividade bem à margem das leis, conseguiam invariavelmente interromper os lances de ataque do Barcelona sem cair no risco de acumular faltas perto da sua baliza. E os catalães, procurando exercer o seu domínio através do futebol de posse e circulação a que nos habituaram, eram repetidamente travados por atropelos, por rasteiras, por empurrões, sem que isso lhes concedesse a compensação de um livre. Para o final, com o cansaço, as entradas dos argentinos passaram a ser mais ríspidas e ainda foram várias vezes admoestados com o cartão amarelo. Mas uma arbitragem honesta deixá-los-ia, ao fim de meia-hora, com menos dois ou três jogadores em campo e com maior parte dos restantes jogadores amarelados. Foi contra isto que o Barça teve de lutar.
Não creio que a arbitragem tivesse a intenção de prejudicar propriamente a equipa catalã. Acho, isso sim, que o estilo permissivo da arbitragem prejudica qualquer equipa que se destaque pela inteligência e pela técnica, uma vez que favorece o jogo agressivo do adversário. E é isso que tem de ser erradicado do futebol. Na última década, as arbitragens têm melhorado gradualmente a este nível e isto tem permitido ao futebol tornar-se um jogado muito mais elaborado. Esta arbitragem permitiu aos argentinos jogarem como se jogava há 20 anos, ou seja, numa altura em que vencia quem fosse mais agressivo, quem "comesse mais relva". Os argentinos correram tanto, esforçaram-se tanto, deram tanta porrada que por volta dos 70 minutos já não se mexiam. Acabaram por perder também pela estratégia que empreenderam, mas por pouco essa estratégia não lhes trazia proveitosos frutos.
Não acho, como disse, que o árbitro tenha agido de má fé, mas sim por manifesta incompetência. E essa incompetência foi de tal forma gritante que, para além de permitir o jogo duro e ilegal dos argentinos, ainda cometeu erros de apreciação que só podem comprovar essa mesma incompetência. Destaco dois lances patéticos que tornam evidente que esta arbitragem prejudicou o futebol técnico e de categoria do Barcelona e beneficiou a combatividade e a agressividade dos argentinos. No primeiro lance, ainda na primeira parte, já depois de suportar duas cargas à margem das leis, Ibrahimovic finca o pé no chão e protege a bola de um adversário que vem atrás dele. O adversário despenha-se com toda a força contra o sueco, com o intuito claro de prejudicar a sua acção de uma forma ilegal e, obviamente, não estando tão equilibrado e não tendo a força de Ibrahimovic, cai por terra, permanecendo o avançado do Barça com a bola. Por ordem do fiscal de linha, o árbitro assinala falta contra o Barcelona. O ridículo da situação não está só no facto de aquele que tem a posse de bola ter sido acusado de fazer falta a quem lhe tentou tirar a bola; está ainda mais no facto de, mesmo tendo a bola e levando porrada, mesmo tendo evitado a agressividade, ter sido penalizado por ter conseguido permanecer na posse de bola contra alguém que não teve outra intenção senão acertar nele. O segundo lance é já na segunda parte e é protagonizado por Henry. O francês consegue driblar o central do Estudiantes, na entrada da área, e é rasteirado. Antes de cair, consegue tocar a bola para Ibrahimovic, que se encontrava dentro da área e poderia ter dado seguimento à jogada. O árbitro não só não deu a lei da vantagem, o que possivelmente beneficiaria o Barcelona, como assinalou falta a favor dos argentinos e amarelou Henry. Confesso que, a não ser que agora ser rasteirado seja motivo para amarelo, não percebi a decisão. Se o árbitro tiver interpretado que Henry o tentou enganar, simulando uma falta à entrada da área, fica por explicar então por que razão ainda se teria esforçado para endereçar a bola para Ibrahimovic.
Após este segundo lance, viu-se Xavi com as mãos na cabeça, não acreditando no que estava a acontecer. A incompetência da arbitragem acabara de exceder todos os limites e o Barcelona parecia condenado. Felizmente para o futebol, já em cima do minuto 90, Pedro conseguiu igualar a partida e levá-la para prolongamento. Já com os argentinos a pagar a factura de um jogo jogado à máxima intensidade, o Barcelona dominou por completo e Messi, com o peito, selaria a vitória. A tendência da arbitragem acabou por não ser suficiente para uma equipa ridícula vencer este Barcelona. O Estudiantes, enquanto colectivo, foi francamente mau, aguentando o desafio até tão tarde apenas graças à permissividade do árbitro. Com marcações homem a homem demasiado cerradas e em quase todo o campo, uma equipa só se poderá aguentar contra este Barcelona se puder jogar repetidamente à margem das leis. Foi o que aconteceu. Os argentinos, pela deficiência posicional, chegavam sempre tarde aos lances, mas, como podia atropelar os adversários, essa deficiência não era preocupante. Assim, com os argentinos entregues a marcações ao homem em todo o campo e pressionando alto, o Barcelona não conseguiu jogar como habitualmente porque a sua capacidade para sair de zonas de pressão ficava invariavelmente posta em causa por aquilo que o árbitro permitia aos adversários e foi tendo problemas em conseguir circular a bola como tão bem faz. O triunfo acabou por lhes sorrir também porque os argentinos não conseguiram continuar a ser agressivos como no início e o árbitro não poderia ajudar de outra forma. Para bem do futebol, o Barcelona venceu. Mas arbitragens como esta deveriam ser seriamente punidas pelos dirigentes da FIFA. O futebol agradecia. E evitar-se-ia a possibilidade de um conjunto de cães com cio ganhar uma final à melhor equipa do mundo.
4 comentários:
Grande Barça! :)
De realçar apenas a confirmação de que a entrada de zlatan dotou esta equipa de um futebol bem superior ao ano passado algo que muitos julgavam impossível. É incrível de facto a forma como o futebol do barcelona ganhou tanto com a troca de eto'o por ibra, que muitos duvidavam que tivesse as características ideais para jogar neste modelo.
De destacar ainda Busquets. Quanto mais o vejo jogar menos gosto do Touré. É um jogador impressionante. Terá que melhorar em alguns aspectos e ainda comete alguns erros não forçados por vezes mas a sua qualidade é abismal.
cumprimentos
Pedro, sem dúvida. Acho que o Barcelona está ainda mais forte com o Ibrahimovic. O Busquets também está a crescer a olhos vistos. Já o ano passado o preferia ao Touré. Agora então muito mais...
Cumprimentos...
E com um golo com o peito!!! Muito bom! :)
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