Há pouca coisa em mim - confesso - que me cause mais repulsa que a estupidez do ser humano. Tolero, com facilidade, coisas que maior parte das outras pessoas não tolera, mas sou incapaz de conviver ou de aceitar sequer gente estúpida. Quando essa estupidez, então, me afecta directamente, quer pondo em causa aquilo que sei, quer arrogando-se de franca sabedoria, germinam em mim incontroláveis vontades de desdenhar. O escrúpulo é a ferramenta que usamos para aceitar a opinião alheia, mesmo quando ela não nos satisfaz. Contra estúpidos, porém, é frequente que perca a capacidade de manter os escrúpulos. É a esses doutores que este texto se dirige, na forma de uma lista de propriedades das suas doutas competências intelectuais. São, por isso, verdadeiros energúmenos:
1. Os que acham que a agressividade é uma coisa meramente mental e que para se tornar agressivo basta haver força de vontade.
2. Os que acham que o espírito de sacrifício é a maior virtude de um jogador.
3. Os que acham que o respeito se ganha exigindo-o arbitrariamente e não por demonstração de competência.
4. Os que querem bolas na linha só porque ouviram dizer que se deve jogar pelos flancos.
5. Os que protegem a humildade em vez do talento e os que dispensam os mais talentosos jogadores apenas porque não souberam lidar com o seu feitio.
6. Os que acham que podem justificar as suas ideias dizendo que aquilo que defendem está escrito em "livros" e que, como tal, não pode ser questionado, quando facilmente são desarmados se pensarmos que o livro mais influente na cultura ocidental se baseia na existência de uma entidade que, obviamente, não existe.
7. Os que não percebem que os jogadores mais competentes e através dos quais melhores resultados se podem extrair não são aqueles que dão tudo de si em termos físicos, mas sim aqueles que dão tudo de si em termos intelectuais, procurando perceber e melhorar as suas competências, não se limitando apenas a esticar ao máximo as suas competências actuais.
8. Aqueles que criticam um jogador por inventar e que aplaudem outro quando este faz algo simples, mas previsível.
9. Os que, com uma equipa cujas maiores virtudes são as competências técnicas e intelectuais, acham que os ingredientes necessários para vencer um adversário cujas principais características são a agressividade e a força são precisamente a agressividade e a força.
10. Os que não percebem que a impetuosidade não se contraria com impetuosidade, mas com inteligência, calma e qualidade de passe.
11. Os que não percebem que os melhores jogadores são os que tentam fazer as coisas mais difíceis e que, no meio de cinco adversários, dominar no peito, proteger a bola, metê-la no chão e dar num companheiro de modo a que a equipa possa começar a construir é muito mais difícil do que ir às alturas ganhar uma bola de cabeça cujo destino passa a ser absolutamente imprevisível.
12. Os que preferem jogadores que não compliquem àqueles que, sabendo das dificuldades, procuram ainda assim fazer coisas difíceis por perceberem que o êxito nas mesmas implica ganhos relevantes para a equipa.
13. Os que preferem jogadores velozes mas ineptos a jogadores lentos mas talentosos.
14. Os que têm Diogo Rosado e Fábio Paim no plantel e não os aproveitam, deixando-os no banco e utilizando outros como Wilson Eduardo.
15. Os que pensam que a qualidade de um avançado se determina pela quantidade de golos que marca e depois não têm capacidade para explicar por que é que o melhor avançado da Liga tem um quarto dos golos do melhor marcador da Liga.
16. Os que acham que o momento de atirar à baliza é mais importante que qualquer outro momento de jogo, usando o extraordinário argumento de que, no futebol, a conclusão é mais importante que a introdução e que o desenvolvimento apenas porque sim.
17. Aqueles que pensam que é possível criar jogadas de finalização de forma constante utilizando, em todo o processo ofensivo, apenas três ou quatro toques.
18. Os que ainda não perceberam por que razão é que o Braga, não sendo uma equipa especialmente bem organizada, nem especialmente agressiva, nem especialmente bem preparada fisicamente, está em primeiro no campeonato.
19. Os que acham que pedir atitude aos jogadores é uma fórmula mágica para os motivar e ignoram que a motivação só pode ser fruto do reconhecimento de competência.
20. Todos aqueles que, enfim, não privilegiam as características certas, aqueles que não percebem que tipo de carácter os seus jogadores devem possuir, aqueles que valorizam excessivamente as trivialidades, aqueles que acham que uma equipa deve ser composta por onze monges franciscanos, aqueles que acham que a simplicidade per si é louvável e que o futebol é um jogo simples, aqueles que não conhecem o episódio bíblico de David e Golias e acham que, para se vencerem Golias, se deve ser parecido com Golias, aqueles que não percebem que o próprio conceito de jogo implica que haja formas mais eficazes do que outras de se vencer e que, de maneira nenhuma, todas as estratégias são aceitáveis, etc...
1. Os que acham que a agressividade é uma coisa meramente mental e que para se tornar agressivo basta haver força de vontade.
2. Os que acham que o espírito de sacrifício é a maior virtude de um jogador.
3. Os que acham que o respeito se ganha exigindo-o arbitrariamente e não por demonstração de competência.
4. Os que querem bolas na linha só porque ouviram dizer que se deve jogar pelos flancos.
5. Os que protegem a humildade em vez do talento e os que dispensam os mais talentosos jogadores apenas porque não souberam lidar com o seu feitio.
6. Os que acham que podem justificar as suas ideias dizendo que aquilo que defendem está escrito em "livros" e que, como tal, não pode ser questionado, quando facilmente são desarmados se pensarmos que o livro mais influente na cultura ocidental se baseia na existência de uma entidade que, obviamente, não existe.
7. Os que não percebem que os jogadores mais competentes e através dos quais melhores resultados se podem extrair não são aqueles que dão tudo de si em termos físicos, mas sim aqueles que dão tudo de si em termos intelectuais, procurando perceber e melhorar as suas competências, não se limitando apenas a esticar ao máximo as suas competências actuais.
8. Aqueles que criticam um jogador por inventar e que aplaudem outro quando este faz algo simples, mas previsível.
9. Os que, com uma equipa cujas maiores virtudes são as competências técnicas e intelectuais, acham que os ingredientes necessários para vencer um adversário cujas principais características são a agressividade e a força são precisamente a agressividade e a força.
10. Os que não percebem que a impetuosidade não se contraria com impetuosidade, mas com inteligência, calma e qualidade de passe.
11. Os que não percebem que os melhores jogadores são os que tentam fazer as coisas mais difíceis e que, no meio de cinco adversários, dominar no peito, proteger a bola, metê-la no chão e dar num companheiro de modo a que a equipa possa começar a construir é muito mais difícil do que ir às alturas ganhar uma bola de cabeça cujo destino passa a ser absolutamente imprevisível.
12. Os que preferem jogadores que não compliquem àqueles que, sabendo das dificuldades, procuram ainda assim fazer coisas difíceis por perceberem que o êxito nas mesmas implica ganhos relevantes para a equipa.
13. Os que preferem jogadores velozes mas ineptos a jogadores lentos mas talentosos.
14. Os que têm Diogo Rosado e Fábio Paim no plantel e não os aproveitam, deixando-os no banco e utilizando outros como Wilson Eduardo.
15. Os que pensam que a qualidade de um avançado se determina pela quantidade de golos que marca e depois não têm capacidade para explicar por que é que o melhor avançado da Liga tem um quarto dos golos do melhor marcador da Liga.
16. Os que acham que o momento de atirar à baliza é mais importante que qualquer outro momento de jogo, usando o extraordinário argumento de que, no futebol, a conclusão é mais importante que a introdução e que o desenvolvimento apenas porque sim.
17. Aqueles que pensam que é possível criar jogadas de finalização de forma constante utilizando, em todo o processo ofensivo, apenas três ou quatro toques.
18. Os que ainda não perceberam por que razão é que o Braga, não sendo uma equipa especialmente bem organizada, nem especialmente agressiva, nem especialmente bem preparada fisicamente, está em primeiro no campeonato.
19. Os que acham que pedir atitude aos jogadores é uma fórmula mágica para os motivar e ignoram que a motivação só pode ser fruto do reconhecimento de competência.
20. Todos aqueles que, enfim, não privilegiam as características certas, aqueles que não percebem que tipo de carácter os seus jogadores devem possuir, aqueles que valorizam excessivamente as trivialidades, aqueles que acham que uma equipa deve ser composta por onze monges franciscanos, aqueles que acham que a simplicidade per si é louvável e que o futebol é um jogo simples, aqueles que não conhecem o episódio bíblico de David e Golias e acham que, para se vencerem Golias, se deve ser parecido com Golias, aqueles que não percebem que o próprio conceito de jogo implica que haja formas mais eficazes do que outras de se vencer e que, de maneira nenhuma, todas as estratégias são aceitáveis, etc...
23 comentários:
Tás bravo...
Acho que gosto mais dos teus textos quando tás bravo... :-)
Que se passou com o Josué??
"o livro mais influente na cultura ocidental se baseia na existência de uma entidade que, obviamente, não existe."
Adorei o "obviamente". Penso exactamente o mesmo.
Bem qt ao resto...ui..o q se passou?
"Aqueles que criticam um jogador por inventar e que aplaudem outro quando este faz algo simples, mas previsível."
É uma frase muito generalista mas por vezes o mais simples só está ao alcance dos mais talentosos!!!
Obviamente? Explica-me la este obviamente?
Joel... vê o zeitgeist ;)
Quanto ao post está muito bom, mas é complicado mudar a mentalidade de 90% da população portuguesa apreciadora de futebol, vai lá dizer isto a uma equipa de inatel e podem-te chamar galileu e dar-te 1 valente arraial de porrada LOL
Nuno senti-me ofendido pelo ponto 15, lol.
É que para mim um avançado tem de marcar golos. É obvio não é só isso que define um bom avançado, mas é uma qualidade fundamental para se ser avançado. Claro que o melhor avançado pode não ser o melhor marcador de um campeonato, e muitas vezes não é. No ano passado isso aconteceu no campeonato português com o Lisandro, no campeonato espanhol com o Eto'o...
Esse ponto 15 leva-me ao Postiga. Não consigo gostar dele. O Postiga para poder ser considerado um bom avançado tem de fazer golos!
Abraço
Também concordo que, em termos de estilo (ou forma), os teus textos ganham quando estás visivelmente enervado.
Em relação ao ponto 6. É um bom exemplo, tal como "Mein Kampf". No entanto cometes um erro académico ao utilizar a expressão "obviamente não existe." Expões-te à crítica por não elaborares. Foi desnecessário, bastava teres dito, por exemplo: "o livro mais influente da cultura ocidental tem como verdades absolutas, dogmas que carecem da mais elementar confirmação cientifica".
Dessa maneira protegias-te da relatividade da tua opinião (por não estar desenvolvida) sem perder a eficácia do argumento.
Abraço
Ricardo, o que sei do Josué é o que a notícia documenta. Basicamente, um dos melhores jogadores da equipa, ainda por cima jovem e talentoso e cujo futuro pode depender da forma como é castigado e educado, é dispensado ao fim do primeiro quarto do campeonato? Parece-me um castigo pesado, imponderado, pedagogicamente errado e sobretudo a um jogador que, pelas suas qualidades, merecia certamente outra protecção.
Pedro, o simples, por si, não é bom. O simples só é bom quando é o melhor a fazer, quando é imprevisível precisamente por ser simples. Por exemplo, é muito mais simples a um lateral esticar o jogo pela linha. Não arrisca perder a bola. Mas raramente jogar pela linha é a melhor solução para um lateral. Nesses casos, ele deve complicar, jogando para o meio, vindo para dentro, devolvendo nos centrais. É um exemplo de como a simplicidade não é frutuosa. Aliás, quando dizes que o simples, por vezes, só está ao alcance dos mais talentosos, é porque não é simples. Esses talentosos é que tornam aquilo, aparentemente, simples. Mas não é.
Joel, o "obviamente" foi uma provocação e um exagero, evidentemente. Acho que aquilo que o Batalheiro diz reflecte o que poderia ter dito. Essencialmente, acreditar no que os livros dizem só porque "são livros", é o mesmo que acreditar dogmaticamente em Deus só porque o livro mais influente da cultura ocidental é diz que ele existe.
Pedro Morgado, há já, pelo menos, 3 anos que o meu avançado de eleição é o Ibrahimovic. No entanto, tirando a época passada, ficou sempre a anos de luz dos melhores marcadores. Isso acontece com muitos outros, também. É claro que os melhores aliam golos ao resto. Mas o resto é que não pode faltar. O Mourinho é campeão no Porto com o melhor ataque e sem o melhor marcador; é campeão no Chelsea com o melhor ataque e sem o melhor marcador; o Barcelona de Guardiola ganha tudo, marca mais 20 e tal golos que o Atlético de Madrid, e o Eto'o acaba por não marcar tantos quantos o Forlan. Por que será? As equipas que jogam como um todo distribuem mais os marcadores de golos. Nestes casos, o avançado, não tendo marcado tantos golos, contribuiu decisivamente para que se tratasse do melhor ataque da prova. No exemplo que dei, o Saviola tem apenas 2 golos, mas é o melhor avançado da Liga por tudo o resto. Não tenho dúvidas que a sua contribuição para o melhor ataque do Benfica é superior à contribuição, por exemplo, do Cardozo, que já leva 8 golos. O mesmo poderia dizer do Postiga, que era o avançado do Mourinho no primeiro ano do Porto. Não foi o melhor marcador do campeonato, mas ajudou, e de que maneira, para que o Porto fosse o melhor ataque. Um avançado, muito mais do que marcar golos, tem de ajudar colectivamente a equipa a marcá-los. O Postiga faz golos. Não faz tantos como o Liedson porque está preocupado com outras coisas. Mas faz golos. E se lhes juntares o resto, tens que contribui bem mais que o Liedson para o sucesso ofensivo do Sporting, tal como o Saviola contribui bem mais que o Cardozo para o sucesso ofensivo do Benfica.
Nuno, qd digo q o simples só está ao alcance dos mais talentosos estou a falar dessas situações onde jogar simples é a melhor solução. Por vezes um simples passe é a melhor solução e a maioria dos jogadores prefere tentar algo mais complicado enquanto q os mais talentosos fazem logo esse passe simples. Por exemplo Aimar faz muito isso em jogadas em q vejo outros a "inventarem"...
E não tenhas medo do "obviamente". É q é mesmo óbvio.
Pedro, o Aimar não joga simples. Parece simples tal a forma "suave" com que ele encontra soluções para o mais complicado problema, mas as soluções dele são tudo menos simples. No fundo, apenas a manifestação do seu futebol aparenta simplicidade, mas só depois de o argentino ter definido a jogada, porque antes a solução a que tu chamas simples nem sequer é equacionada pela maioria dos adeptos. Dai não gostarem do Farnerud, e terem orgasmos com o Raul Meireles.
Gonçalo, isto de comunicar via escrita de vez em qd não é fácil. O simples que eu me estava a referir é a algo mesmo simples. Tão simples como um passe para o lado ou para trás.
Por vezes a melhor solução é "começar" de novo uma jogada por exemplo, meter a bola para os centrais para recomeçar a jogada, etc. Algo mesmo simples. E muitas vezes esse "simples" só é feito pelos talentosos pq os outros tentam inventar uma solução com medo (talvez) de fazer algo tão simples que possa ser considerado errado.
sobre o ponto 11. Q dizer do Luisao? Se n me engano, voces n iam nada À bola com ele. E agora?
A mim, parece-me um jogador totalmente diferente de qd chegou. Na maioria das x, já tenta, n só cortar, mas sim recuperar a bola (essa do peito, ele tem feito inumeras vezes, sem colocar em causa a equipa...). Para alem de toda a segurança defensiva q tem conferido. Está mais confiante, mais experiente. O q antes era só insegurança, agora é totalmente o oposto.
Q vos parece?
O Paim é bom?
Nuno é verdade que por vezes os chamados casos disciplinares são fruto de alguma incapacidade dos treinadores em gerir da melhor forma egos e feitios, mas se se ler a notícia do Josué há que pelo menos dar o benefício da dúvida ao treinador. E se de facto o menino se porta mal recorrentemente (e sublinho o advérbio), há que ser castigado tenha ou não bons pés. Não interessa nada ganhar um jogador se isso pode fazer perder os outros dez, passe o exagero.
PB, óptima observação sobre o Luisão.
Bom post mas isto no futebol é tudo muito bonito, chega-se à prática e não é nada disto.
O Paim tem um jeito dos diabos sem dúvida,não joga porque o W.Eduardo e W.Owuso são muito mais rápidos, muito mais disponíveis e fazem mais golos .No fundo são mais eficientes do que o Paim, que muito se assemelha a um artista de circo. Quem jogou futebol federado sabe que da 2ª divisão para baixo, os jogadores tecnicistas não brilham tanto como deveriam porque joga-se mal, marca-se muito homem a homem, há muita porrada não sancionada etc, as equipas com jogadores maiores e mais disponíveis fisicamente normalmente ganham, o Real não foge à regra, joga para pontuar e não para o espetáculo.
Zé Pedro do Belém jogou alguns anos no Barreirense e nem sempre era titular até dar o salto, porque os jogadores tecnicistas não são tão valorizados nestas divisões, talvez por não terem quem acompanhe o seu raciocínio dentro da equipa.
O problema do Paim vai para alem do futebol. E um puto que sem fazer nada na vida viu-se cheio de dinheiro, pa gastares em carros, noite, gajas. Digo isto porque este verão estive muitas vezes no Estoril no Deck junto a marginal, e fartei-me de ver o Paim a descer no BWM dele sempre com amigos e gajas diferentes.
O principal culpado até e o sporting, porque quando lheu deu o contrato profissional deu-lhe uma pipa de massa por mês, e nao fez o acompanhamento devido.
João Rodrigues, tens toda a razão. Tantas vezes vi o Paim no deck todo acabado.
Culpa do Sporting não digo, talvez dos empresários que sempre lhe prometeram mundos e fundos..
Isso de jogadores rápidos sem jeito em vez dos lentos e talentosos ser uma má opção, não passa de uma fantasia. Claro que todos gostamos de jogadores talentosos, mas se é o Sougou, o Lito, o Douala, o Zé Manuel (este com jeito) que dão os pontos às equipas pequenas..
a questão é q O Sougou, o Lito, o Douala e o Zé Manel dao os pontos (e isso é um facto), porque tao em equipas mal organizadas, em q joga cada um por si...
Curioso esse comentário, com o qual concordo...mas só pq os treinadores dessas equipas n sao capazes de criar um colectivo
http://lateral-esquerdo.blogspot.com/2009/10/tomadas-de-decisao-o-futebol-como-um.html
Um texto q pode abordar um pouco deste tema...
Antes de mais, gostaria de pedir desculpa pela demora das respostas. O tempo não sido muito.
PB diz: "sobre o ponto 11. Q dizer do Luisao? Se n me engano, voces n iam nada À bola com ele. E agora?"
Continuamos a achar que o Luisão não é um jogador extraordinário. Evoluiu, contudo, como grande parte dos jogadores evoluem graças à experiência que acumulam. Tem agora, talvez, mais consciência dos seus defeitos e não se expõe tanto a eles. Isso foi um ganho. Continua, no entanto, a não ser perfeito na leitura dos lances e a ter os mesmos problemas de rins e de capacidade de reacção que sempre teve. A diferença, no entanto, nos últimos 2 anos, é que está integrado numa equipa que tem bons princípios defensivos e esses defeitos não se notam tanto. Acho a evolução do Luisão muito parecida com a do Bruno Alves e acho também que aquilo que continuam a ser os seus defeitos fica mascarado pela forma colectiva como as equipas em que estão inseridos defendem.
"O Paim é bom?"
Nunca vi um jogo completo dele, mas vi alguns minutos de diferentes partidas. É um jogador veloz e muito forte no um para um. Conhecendo como conheço Wilson Eduardo, Paim tem tudo o que ele tem e mais ainda. Não faz sentido não jogar.
Pedro Veloso diz: "E se de facto o menino se porta mal recorrentemente (e sublinho o advérbio), há que ser castigado tenha ou não bons pés."
Claro. Um castigo não faz mal a ninguém. Mas castigar é diferente de dispensar. Eu nem sequer concordo com castigos injustificados, quanto mais com dispensas. A confirmar-se a notícia, merecia ser castigado, sim. Mas o castigo não poderia ser uma coisa arbitrária. Deveria ser algo como pô-lo a treinar numa posição que não lhe agradasse tanto, incentivando-o a melhorar alguns aspectos; ou tirar-lhe a titularidade, mas tendo uma conversa séria com ele, valorizando-lhe sempre as qualidades. Muitos destes jovens precisam de ser mimados. Não há mal nenhum nisso. Aliás, uma boa forma de conduzir este tipo de jogadores é aumentar-lhes as responsabilidades para que eles se sintam "obrigados" a portar-se bem. Castigá-lo por castigar vem apenas criar "revolta" no jogador, sobretudo se as razões que teve para o mau comportamento tiverem algum sentido, como imagino que tenham tido. O problema não é, portanto, o castigo, é a forma irresponsável como se tratam os mais talentosos jogadores portugueses. E depois temos um meio-campo dos sub-21 sem um único criativo e admiram-se que as Grécias e as Macedónias nos batam o pé.
Tomás Pipa diz: "Bom post mas isto no futebol é tudo muito bonito, chega-se à prática e não é nada disto."
Tomás, este é o discurso de quem não se quer dar ao trabalho. O que é bonito é praticável e tens muitos exemplos disso. Se preferes desistir dos melhores jogadores só porque eles são mais difíceis de educar, não te podes queixar de falta de qualidade depois.
"O Paim tem um jeito dos diabos sem dúvida,não joga porque o W.Eduardo e W.Owuso são muito mais rápidos, muito mais disponíveis e fazem mais golos"
Em primeiro lugar, não falei do Owuso porque até aprecio algumas das suas qualidades. Quanto ao Wilson Eduardo, está no limite das suas potencialidades, é um jogador veloz, sim, mas cujo potencial termina na velocidade, um pouco como o Djaló. Os talentosos têm que ser sempre preferidos a esses. E é absolutamente falso que o Wilson Eduardo seja mais eficaz que o Rosado, por exemplo. São ambos do mesmo ano e o Rosado "deu" o campeonato de juniores de há 2 anos ao Sporting e, se não fosse aquela invasão de campo o ano passado, teria contribuído decisivamente para outro campeonato.
"Quem jogou futebol federado sabe que da 2ª divisão para baixo, os jogadores tecnicistas não brilham tanto como deveriam porque joga-se mal, marca-se muito homem a homem, há muita porrada não sancionada etc, as equipas com jogadores maiores e mais disponíveis fisicamente normalmente ganham, o Real não foge à regra, joga para pontuar e não para o espetáculo."
Da segunda divisão para baixo, há mais contacto físico por isso, mas também por causa das dimensões dos campos. No entanto, nada disso é razão suficiente para que não se procure jogar bem e é errado presumir que os jogadores mais bem sucedidos nestes campeonatos são os calmeirões. Um jogador pequeno, rápido a pensar, tecnicamente evoluído e inteligente tem sempre vantagens. O que acontece é que é muito mais difícil construir uma equipa competitiva baseada na inteligência e na técnica e, como tal, maior parte dos treinadores opta pelo caminho mais fácil, o da agressividade e da velocidade. Só à laia de exemplo, esta semana houve uma equipa da distrital que, optando por um meio-campo de gente pequena e talentosa, sem velocidade ou agressividade, mas com muito bom sentido posicional e abusando do passe curto, das tabelas, de sair a jogar dentro ainda da área defensiva, andou 90 minutos a jogar à rabia com o adversário, humilhando-o, e acabou por vencer por 7-0. Isto é possível em todo o lado, desde que haja condições mínimas para a prática do futebol. O facto de 99% dos treinadores preferirem o contrário não implica que isto não seja melhor.
"Isso de jogadores rápidos sem jeito em vez dos lentos e talentosos ser uma má opção, não passa de uma fantasia."
Fantasia é quem pensa que é fantasia. Os melhores futebolistas são os que têm mais talento. O resto é conversa. Jogadores rápidos sem jeito servem, como disse o PB, para equipas mal organizadas. Nesses casos, a velocidade desses jogadores vai disfarçar as lacunas do colectivo. Em equipas a sério, como deveria ser o objectivo de todo o treinador, um jogador assim não pode tirar o lugar a outro que tenha mais talento. É como estar a jogar xadrez, estar em desvantagem, chegar com o peão à última casa e trocá-lo por um bispo em vez de uma rainha.
João Rodrigues diz: "O principal culpado até e o sporting, porque quando lheu deu o contrato profissional deu-lhe uma pipa de massa por mês, e nao fez o acompanhamento devido."
Talvez, João. Mas o que é que isso interessa para o facto de ele jogar ou não no Real Massamá? Até admito que isso tenha prejudicado a carreira do miúdo, mas não jogar no Real, quando tem de longe categoria para tal é brincar com ele. E é não saber gerir talento.
Ele também já não brincou e muito? Foi po chelsea e depois disse que nao se adaptou teve uma oportunidade de ouro na carreira e desperdiçou-a em 3 meses.
Por mim espero que ele perceba as asneiras que anda a fazer e as corrigas começe a jogar aquilo que ele sabe então vai longe, disso ninguem tenha dúvidas. este fait-divers de ser suplente no Real acabará facilmente.
Nuno, repara que eu não falei em preferir o Owuso e o W.Eduardo ao D.Rosado como tentas fazer crer. Gosto muito do Diogo Rosado, tem sido suplente é um facto, mas eu gosto muito dele. O Wilson Eduardo está no limite das suas potencialidades? É um facto, mas se o está, é porque faz por isso. O Diogo Rosado foi importante no título de juniores 07/08 como todos sabem, mas o Wilson Eduardo também o foi como provavelmente também o sabes.
Também não duvido que o Sporting seria campeão de juniores caso os índios não tivessem invadido a Academia, mas não podes dizer que era o Diogo Rosado a dar o título ao Sporting. O Wilson Eduardo foi o 2º melhor marcador do campeonato, o melhor marcador dos 3 grandes, muito contribuiu.
Em relação ao Paim, oportunidades já ele teve muitas e em muitos clubes. Os clubes não são infantários, se o Paim não rende e não dá os pontos mais vale jogar com o Eduardo e o Owuso (que tem marcado). O Eduardo é parecido com o Yannick? Tens toda a razão, são muito parecidos, por isso é que o Yannick no seu 1º ano de sénior jogou no Casa Pia emprestado e fez 15 golos se não me engano, tendo o Casa Pia terminado em 2º. O Yannick pode não ser um jogador fantástico (está longe de o ser), mas é típico jogador extremamente útil às equipas pequenas, como também deves saber, as diagonais nos campeonatos mais baixos são cruciais e Wilson, Yannick e Owuso sabem-nas fazer muito bem.
Que equipa é essa que deu 7-0? Provavelmente joga num campo grande..Acredito perfeitamente nisso e sei que é possível, mas são poucas as equipas que têm campos com condições no futebol nacional
Num blog que tenho com uns amigos também se escreve bem sobre futebol
Aliás, foi um deles que me alertou sobre a qualidade do Entre 10.
No nosso blog temos um artigo giro sobre juniores e outros bons sobre a generalidade do futebol.
Pelo que percebi, o Nuno deve seguir o futebol jovem de perto.
www.sectorofensivo.blogspot.com
Epa entao se um jogador com 19 anos esta no limite das suas potencialidades, então nao será um grande jogador no futuro.
E o Sporting fez o acordo com o Real com intuito de desenvolver os seus jogadores jovens, para que no futuro tenham condições para fazerem parte do Plantel do Sporting senior no futuro.
E se o Wilson Eduardo aos 19 anos esta no limite das suas potencialidades então não deve ir muito longe.
Ah e já agora o Cpac nesse campeonato que falas não ficou em 2º lugar, até desceu de divisão, devido a alguns problemas financeiros, debandada da espinha dorsal da equipa e do treinador para o Real.
João tens razão, fui confirmar agora. De facto estava a fazer confusão com o Casa Pia do Silvestre Varela, mas que mesmo assim ficou em 5º e não em 2º como eu pensava.
Eu não desgosto do Wilson Eduardo sbem que ache muito o género do Yannick. Ele é muito trabalhado de facto, é baixo e muito musculado, é muito rápido, n é um tecnicista. Mas mesmo assim é bom jogador, precisa de ter mais jogos nas pernas, para poder vir a integrar o plantel do Sporting. Se integrar acho que não explodirá, ao contrário do Diogo Rosado.
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