1. O Porto acaba o campeonato a golear o segundo classificado, em casa deste, e a aumentar a diferença que o separa dos que o seguem. A confiança tem destas coisas. Há quem diga que os vinte e tal pontos reflectem a diferença de nível entre os dragões e os opositores, mas tal é pura ilusão. Se a conquista do campeonato não sofre contestação, já a diferença pontual só pode reflectir que, sem pressão sobre si e estando os opositores pressionados, uma equipa parece sempre mais superior do que o é, na realidade.
2. O Benfica venceu o Belenenses e assegurou, antes da decisão do caso Meyong, que pelo menos o quarto lugar não lhe foge. Como em vez de se pensar com cautelas a próxima época, já se anda a contratar tudo o que tenha duas pernas, esta é uma classificação que, em futuras temporadas, talvez seja satisfatória.
3. O Sporting venceu o Marítimo, com um golo de matraquilhos. Se a bola tivesse batido em Liedson e não em Romagnoli, aposto que se imaginava logo que aquele lance absolutamente fortuito tinha sido precipitado pela disponibilidade e pela entrega do "Levezinho", que teria feito uso da sua ímpar capacidade de pressão para enervar o defesa madeirense, levando-o a chutar contra si.
4. José Mota foi atropelado por um jogador do Braga, quando se encontrava junto à linha lateral. Ficou com cara de poucos amigos, mas não sei se por causa do acidente, se por a roda da fortuna, esta época, estar em sentido oposto ao da época passada.
5. Manuel Machado foi despedido e o Braga voltou a ganhar. Coincidência?
6. A Naval garantiu a permanência e Delfim, o autor do golo da vitória, foi expulso por uma mão na bola a meio-campo. Este é daqueles casos que, às vezes, merecia que se fechassem os olhos.
7. Na Champions, o Manchester, mais continental do que seria de esperar, mas menos continental do que têm dito, ganhou o direito à final, depois de 180 minutos a defender. O Barcelona, com 90 minutos de grande futebol e alguns bons momentos nos outros 90, acabou por claudicar após um erro individual. A este nível, é verdade, um erro daqueles pode ser fatal, mas não me tentem convencer de que passou a melhor equipa, porque isso não aconteceu. Uma equipa que só defende, por melhor que o faça, não merece nunca ganhar um jogo. Merece-o ainda menos se do outro lado estiver uma equipa que ataque como dever ser. Mas o futebol é assim e lá vamos ter a final inglesa que tantos ceguinhos queriam...
8. No duelo individual entre o melhor do mundo em 2007/2008 e o melhor do mundo em termos absolutos, Ronaldo levou uma cabazada de Messi. Apesar de tudo, o português deverá ganhar o prémio de melhor do mundo, sem contestação, por tudo o que fez de bom esta temporada.
9. O Chelsea mostrou que, nesta altura, é talvez a equipa inglesa com maior frescura física. Depois de vencer o Manchester para o campeonato, conseguiu superar o Liverpool e está na final da Champions. Um final de época absolutamente fantástico, com hipóteses de ganhar algo. O que não é tolerável é que, por causa deste final de época, esqueçam a final da taça da Liga com o Tottenham, bem como o resto da temporada e todos os records que Mourinho bateu em Inglaterra, pondo em cima da mesa idiotices como a comparação entre Grant e o Special One...
10. O Zenit esmagou o Bayern. Memorável!
11. O Rangers eliminou o Panathinaikos, o Werder Bremen, o Sporting e a Fiorentina com uma média de 2 ou 3 remates por jogo. Se os leões não foram muito competentes na forma de atacar o sistema ultra-defensivo dos britânicos, a Fiorentina, só no jogo da segunda mão, criou perto de 20 oportunidades de golo. Não via uma equipa com tanta sorte desde a Grécia de 2004.
12. Esta Fiorentina é só mais um exemplo daquilo que o futebol italiano já não é. O 4º lugar na liga, à frente de Milan e Lazio, por exemplo, assim como a chegada até esta fase da UEFA, denotam bem a qualidade da equipa. O sistema de jogo é o 433, com um só pivot-defensivo. A quantidade de jogadores com características ofensivas é notável: o jogador mais recuado do meio-campo, Liverani, era originariamente um médio de características ofensivas; Jorgensen e Gobbi, os laterais, são de origem médios. Esta é, verdadeiramente, uma equipa italiana virada para o ataque. Fiorentina, Roma, Inter, Juventus e Milan: os primeiros cinco do campeonato italiano já não jogam à italiana. Após a decadência da última década, em que os emblemas mais fortes, encostados ao poderio financeiro, se deixaram embalar e não acompanharam as inovações tácticas, eis que ressurge o futebol transalpino. Neste momento, a Inglaterra está no topo, com os grandes clubes a reinarem na Europa, mas a competitividade do campeonato interno não consegue acompanhar a do campeonato espanhol e a do italiano e essas grandes equipas, munidas dos melhores elementos disponíveis no mercado, descuidam a evolução táctica, fechando-se defensivamente e entregando as iniciativas ofensivas a esses elementos. Estão no mesmo ponto que o futebol italiano no início dos anos 90. É um novo ciclo que se está a iniciar e não prevejo, para o futebol inglês, nada mais nada menos que o mesmo destino que o italiano teve e que o fez, ao fim de décadas de uma herança defensiva, modificar-se radicalmente para poder sobreviver.
13. Em jogo a contar para a primeira jornada da Fase Final do Nacional de Júniores, o Sporting bateu o Benfica por 2-1. O 442 clássico de João Alves foi angustiante, sobretudo pela rigidez a que a equipa esteve sujeita e pela colocação do melhor jogador encarnado, o capitão Miguel Rosa, de origem um médio-ofensivo, o melhor na construção de jogo, no flanco direito. Já o Sporting, apresentou um 433 defeituoso, com rotinas mal trabalhadas e uma defesa assustadora. Diogo Rosado, o melhor dos leões e o único com boas ideias em todo o jogo, foi alvo da estupidez da massa associativa. Tudo começou quando, ao reparar que um colega precisava de assistência, escorregou quando se preparava para chutar a bola para fora. Cordialmente, os jogadores do Benfica seguiram a jogada e empataram o jogo. A partir daí, sempre que tocava na bola, era assobiado e insultado. Apesar de nunca ter virado à cara à luta e de ter sido dos que mais empenho demonstrou, não lhe perdoaram aquele lance, bem como outros em que, mais por erros dos companheiros do que por seus, perdeu a bola. Chegaram a dizer que era o Farnerud dos júniores, com toda a carga negativa que tal associação comporta. Até que ganhou uma falta depois de driblar um adversário junto à linha de fundo. Nessa altura, gostaram. Mas, nessa altura, deviam estar caladinhos. Se por acaso tivesse marcado o golo da vitória, as mesmas pessoas que disseram mal deveriam ser obrigadas a sair do estádio, a não festejar o golo. E não é porque não devem criticar os jogadores da sua equipa; é mesmo porque não perceberam, sequer, que estava a ser o melhor em campo. A estupidez do adepto comum é gritante! Este miúdo estará, nos próximos anos, entre os melhores jogadores portugueses e os adeptos que hoje levantaram a voz para dizer mal dele deveriam pagar imposto para festejar os seus futuros êxitos. Em cima dos 90 minutos, o Sporting colocou-se novamente a ganhar. Ninguém festejou mais do que Diogo Rosado. Terá sentido, certamente, um grande alívio por ter estado ligado ao golo do empate do Benfica, mas não acredito que não tivesse sentido também que, com a vitória, já não seria injustamente acusado das coisas que o acusavam. No fim do jogo, ficou alguns minutos ajoelhado no terreno. No fim de contas, salvara-se da humilhação a que a estultícia do povo, que só vê o que é fácil de ver, o submetera. Fica, contudo, a nota: o adepto comum vai ao estádio para poder fazer o que não faz na rua, para poder insinuar que todos os que não torcem pela sua equipa são filhos de mulheres da vida, para poder ofender aqueles que têm o poder durante aqueles 90 minutos, e pretende, portanto, que a sua equipa mostre, não arte, não ciência, não organização, não boas ideias, mas sangue, suor e lágrimas. Pretende, pois, dos seus jogadores, não ideias, mas empenho. Se uma equipa de futebol fosse uma empresa de construção civil e o adepto comum um empreiteiro, os trabalhadores não construiriam segundo um projecto, mas trabalhariam incessantemente, colocando tijolos em tudo o que era sítio. Não haveria casa, mas ninguém os poderia acusar de não terem trabalhado. Enquanto adepto, o adepto comum, como este empreiteiro, é um incompetente. E, sinceramente, o futebol já merecia adeptos competentes...
2. O Benfica venceu o Belenenses e assegurou, antes da decisão do caso Meyong, que pelo menos o quarto lugar não lhe foge. Como em vez de se pensar com cautelas a próxima época, já se anda a contratar tudo o que tenha duas pernas, esta é uma classificação que, em futuras temporadas, talvez seja satisfatória.
3. O Sporting venceu o Marítimo, com um golo de matraquilhos. Se a bola tivesse batido em Liedson e não em Romagnoli, aposto que se imaginava logo que aquele lance absolutamente fortuito tinha sido precipitado pela disponibilidade e pela entrega do "Levezinho", que teria feito uso da sua ímpar capacidade de pressão para enervar o defesa madeirense, levando-o a chutar contra si.
4. José Mota foi atropelado por um jogador do Braga, quando se encontrava junto à linha lateral. Ficou com cara de poucos amigos, mas não sei se por causa do acidente, se por a roda da fortuna, esta época, estar em sentido oposto ao da época passada.
5. Manuel Machado foi despedido e o Braga voltou a ganhar. Coincidência?
6. A Naval garantiu a permanência e Delfim, o autor do golo da vitória, foi expulso por uma mão na bola a meio-campo. Este é daqueles casos que, às vezes, merecia que se fechassem os olhos.
7. Na Champions, o Manchester, mais continental do que seria de esperar, mas menos continental do que têm dito, ganhou o direito à final, depois de 180 minutos a defender. O Barcelona, com 90 minutos de grande futebol e alguns bons momentos nos outros 90, acabou por claudicar após um erro individual. A este nível, é verdade, um erro daqueles pode ser fatal, mas não me tentem convencer de que passou a melhor equipa, porque isso não aconteceu. Uma equipa que só defende, por melhor que o faça, não merece nunca ganhar um jogo. Merece-o ainda menos se do outro lado estiver uma equipa que ataque como dever ser. Mas o futebol é assim e lá vamos ter a final inglesa que tantos ceguinhos queriam...
8. No duelo individual entre o melhor do mundo em 2007/2008 e o melhor do mundo em termos absolutos, Ronaldo levou uma cabazada de Messi. Apesar de tudo, o português deverá ganhar o prémio de melhor do mundo, sem contestação, por tudo o que fez de bom esta temporada.
9. O Chelsea mostrou que, nesta altura, é talvez a equipa inglesa com maior frescura física. Depois de vencer o Manchester para o campeonato, conseguiu superar o Liverpool e está na final da Champions. Um final de época absolutamente fantástico, com hipóteses de ganhar algo. O que não é tolerável é que, por causa deste final de época, esqueçam a final da taça da Liga com o Tottenham, bem como o resto da temporada e todos os records que Mourinho bateu em Inglaterra, pondo em cima da mesa idiotices como a comparação entre Grant e o Special One...
10. O Zenit esmagou o Bayern. Memorável!
11. O Rangers eliminou o Panathinaikos, o Werder Bremen, o Sporting e a Fiorentina com uma média de 2 ou 3 remates por jogo. Se os leões não foram muito competentes na forma de atacar o sistema ultra-defensivo dos britânicos, a Fiorentina, só no jogo da segunda mão, criou perto de 20 oportunidades de golo. Não via uma equipa com tanta sorte desde a Grécia de 2004.
12. Esta Fiorentina é só mais um exemplo daquilo que o futebol italiano já não é. O 4º lugar na liga, à frente de Milan e Lazio, por exemplo, assim como a chegada até esta fase da UEFA, denotam bem a qualidade da equipa. O sistema de jogo é o 433, com um só pivot-defensivo. A quantidade de jogadores com características ofensivas é notável: o jogador mais recuado do meio-campo, Liverani, era originariamente um médio de características ofensivas; Jorgensen e Gobbi, os laterais, são de origem médios. Esta é, verdadeiramente, uma equipa italiana virada para o ataque. Fiorentina, Roma, Inter, Juventus e Milan: os primeiros cinco do campeonato italiano já não jogam à italiana. Após a decadência da última década, em que os emblemas mais fortes, encostados ao poderio financeiro, se deixaram embalar e não acompanharam as inovações tácticas, eis que ressurge o futebol transalpino. Neste momento, a Inglaterra está no topo, com os grandes clubes a reinarem na Europa, mas a competitividade do campeonato interno não consegue acompanhar a do campeonato espanhol e a do italiano e essas grandes equipas, munidas dos melhores elementos disponíveis no mercado, descuidam a evolução táctica, fechando-se defensivamente e entregando as iniciativas ofensivas a esses elementos. Estão no mesmo ponto que o futebol italiano no início dos anos 90. É um novo ciclo que se está a iniciar e não prevejo, para o futebol inglês, nada mais nada menos que o mesmo destino que o italiano teve e que o fez, ao fim de décadas de uma herança defensiva, modificar-se radicalmente para poder sobreviver.
13. Em jogo a contar para a primeira jornada da Fase Final do Nacional de Júniores, o Sporting bateu o Benfica por 2-1. O 442 clássico de João Alves foi angustiante, sobretudo pela rigidez a que a equipa esteve sujeita e pela colocação do melhor jogador encarnado, o capitão Miguel Rosa, de origem um médio-ofensivo, o melhor na construção de jogo, no flanco direito. Já o Sporting, apresentou um 433 defeituoso, com rotinas mal trabalhadas e uma defesa assustadora. Diogo Rosado, o melhor dos leões e o único com boas ideias em todo o jogo, foi alvo da estupidez da massa associativa. Tudo começou quando, ao reparar que um colega precisava de assistência, escorregou quando se preparava para chutar a bola para fora. Cordialmente, os jogadores do Benfica seguiram a jogada e empataram o jogo. A partir daí, sempre que tocava na bola, era assobiado e insultado. Apesar de nunca ter virado à cara à luta e de ter sido dos que mais empenho demonstrou, não lhe perdoaram aquele lance, bem como outros em que, mais por erros dos companheiros do que por seus, perdeu a bola. Chegaram a dizer que era o Farnerud dos júniores, com toda a carga negativa que tal associação comporta. Até que ganhou uma falta depois de driblar um adversário junto à linha de fundo. Nessa altura, gostaram. Mas, nessa altura, deviam estar caladinhos. Se por acaso tivesse marcado o golo da vitória, as mesmas pessoas que disseram mal deveriam ser obrigadas a sair do estádio, a não festejar o golo. E não é porque não devem criticar os jogadores da sua equipa; é mesmo porque não perceberam, sequer, que estava a ser o melhor em campo. A estupidez do adepto comum é gritante! Este miúdo estará, nos próximos anos, entre os melhores jogadores portugueses e os adeptos que hoje levantaram a voz para dizer mal dele deveriam pagar imposto para festejar os seus futuros êxitos. Em cima dos 90 minutos, o Sporting colocou-se novamente a ganhar. Ninguém festejou mais do que Diogo Rosado. Terá sentido, certamente, um grande alívio por ter estado ligado ao golo do empate do Benfica, mas não acredito que não tivesse sentido também que, com a vitória, já não seria injustamente acusado das coisas que o acusavam. No fim do jogo, ficou alguns minutos ajoelhado no terreno. No fim de contas, salvara-se da humilhação a que a estultícia do povo, que só vê o que é fácil de ver, o submetera. Fica, contudo, a nota: o adepto comum vai ao estádio para poder fazer o que não faz na rua, para poder insinuar que todos os que não torcem pela sua equipa são filhos de mulheres da vida, para poder ofender aqueles que têm o poder durante aqueles 90 minutos, e pretende, portanto, que a sua equipa mostre, não arte, não ciência, não organização, não boas ideias, mas sangue, suor e lágrimas. Pretende, pois, dos seus jogadores, não ideias, mas empenho. Se uma equipa de futebol fosse uma empresa de construção civil e o adepto comum um empreiteiro, os trabalhadores não construiriam segundo um projecto, mas trabalhariam incessantemente, colocando tijolos em tudo o que era sítio. Não haveria casa, mas ninguém os poderia acusar de não terem trabalhado. Enquanto adepto, o adepto comum, como este empreiteiro, é um incompetente. E, sinceramente, o futebol já merecia adeptos competentes...
18 comentários:
Espanta-me, sinceramente, como é que consegues deixar passar em claro um jogador que me parece cada vez mais com o Liédson, mas que aufere um salário infinitamente superior. O Eto'o, tanto no jogo do em casa como em Manchester conseguiu sempre, mas sempre, com toques inúteis para a frente ou para os lados, a corromper as jogadas desenvolvidas pelos colegas, pode dizer-se que o Barcelona perdeu pelo erro individual, o que, em certa medida, é importante, mas, não obstante, foi desgastante ver a forma como ele bloqueava sempre uma tabela, um passe para um colega melhor posicionado, o que seja... Tudo feito num clube ao nível do Barcelona e com a importância que tem uma meia final de uma competição desta ordem.
Ainda mais de génio foi a substituição do Iniesta que estava, a par de Messi, a ser um dos melhores jogadores do Barcelona.
Se estava a contar ler aquilo que pensei num blog qualquer, admito que era o vosso que tinha em mente.
Em tudo o resto concordo contigo, então essa do adepto comum merece um aplauso de pé, sinceramente.
Nuno, permite-me que te corrija, estão aqui grandes coisas e não pequenas.
Destaco em particular os seguintes pontos: o 8, de facto assim foi, o que não deixa de pôr em causa que Ronaldo mereça o prémio esta época. O que irrita é o permanente eudeusamento de Ronaldo por parte dos analistas, muitas das vezes sem qualquer critério minimamente aceitável. Foi hilariante ouvir durante o jogo da 2ª mão, em que Ronaldo teve uma exibição apagadíssima (fruto também da estratégia colectiva, mas não só), que até nisso Ronaldo revelava ser melhor, visto que sabia ser jogador de equipa!!! ´
NO ponto 9, também 100% de acordo, no entanto confesso que essa frescura física me surpreendeu um pouco, já tinha visto jogos esta época em que esse aspecto não foi tão notório, antes pelo contrário.
Mas o ponto em que estou a 200% de acordo é o 10. Totalmente bem observado.
Já no ponto 7, discordo de algumas coisas relativamente ao Barça, mas essas já foram debatidas noutros espaços.
Abraço
Esqueci-me do ponto 13. Excelente a analogia com a construção civil.
Eu já estou vacinado para a boçalidade dos adeptos, são muitos anos com cativo num estádio de futebol...
E já estou farto de dizer isto: se um dia deixar de ir aos estádios, não será por nenhuma outra razão que não essa boçalidade que a maioria que os frequenta revela.
Mas também deixa que te diga uma coisa, enquanto não houver também competência por parte de muitos dos agentes do futebol, em particular, daqueles que tentam informar e explicar, também não poderemos esperar um aumento de competências do comum adepto...
Sim, Marco, de acordo. Não o disse aqui porque não comentei o jogo, mas creio que o Barcelona só pecou pela forma como a linha da frente nunca conseguiu segurar bolas de costas para a baliza e tabelar com os médios. De resto, as movimentações com e sem bola foram bem feitas, mas nunca o elemento mais avançado foi capaz de receber passes verticais que permitissem a aproximação dos médios e a posse de bola em zonas privilegiadas. Eto'o, nesse capítulo, esteve muito mal. No jogo da primeira mão, também, embora não tanto. O problema é que a movimentação excessiva do camaronês, creio, é ordem de Rijkaard. Quanto à substituição do Iniesta, referi-o noutros espaços, assim como a situação anterior, foi uma substituição assassina. Estando a perder, ainda por cima, tirar o jogador da equipa que está em melhor forma quando Touré estava a fazer um jogo miserável do ponto de vista posicional e Iniesta até poderia fazer a sua posição, foi um erro claríssimo.
Paulo, sem dúvida que a existência de mentalidades assim poderia ser erradicada com uma melhoria dos níveis de informação. Acho, porém, que as pessoas também não tentam aprender nada e lhes dá mais prazer que ir para o estádio dizer mal de tudo e todos, inclusive de miúdos. Este não será um caso tão gritante, pois os rapazes já têm 17 e 18 anos. Mas já assisti a jogos de iniciados, infantis, até de escolinhas, em que o público insulta e ameaça os putos. Tudo em nome do prazer oculto que existe em torcer pelo seu clube sem raciocinar, como se de uma questão de vida ou morte se tratasse. São pessoas que, para mim, não gostam de futebol, mas sim daquilo que um desporto com estas dimensões proporciona, ou seja, a guerrilha, o bairrismo, a contenda moral, o prazer de se sentir mais forte que o vizinho, só porque se gosta de uma coisa diferente da que ele gosta e essa coisa se sobrepôs à dele.
Nuno, tens alguma coisa contra o André Carvalhas? Possivelmente o melhor jogador português da sua geração?
É que sistematicamente não lhe dás o destaque que merece...
Totalmente de acordo em relação ao ponto 13. O Diogo Rosado é só o jogador com mais futuro que temos nos juniores. E não podemos esquecer que é o seu 1º ano naquele escalão.
Firenze, o André Carvalhas é bom jogador, mas não é nem o que fazem dele, nem muito menos o melhor jogador da sua geração. O que entendes por geração? O ano de nascimento? Se for assim, só de 89, tens alguns melhores que ele. Só no Benfica, o Miguel Rosa, por exemplo, é superior. No Sporting, tens o Adrien, que é superior a ele, o Marco Matias, o Bruno Matias e o André Santos, que são do nível dele. Aliás, se há alguém que me parece que possa vir a ser um bom valor do futebol português naquela equipa do Benfica, é o Miguel Rosa e nunca o Carvalhas. Mas isto só de 89. Se alargares o termo "geração" aos miúdos de 90 e de 88, por exemplo, tens o Diogo Rosado, o Pedro Mendes, o André Martins, o Diogo Amado, o Diogo Viana, o Pereirinha, o Fábio Paim, o Fábio Coentrão, o Castro, o Ivan Santos, o Daniel Carriço, o Bura, o João Martins, o Tiago Pinto, o Rui Patrício, etc. São tantos...
Boa tarde,
Como neste têm os assuntos, divididos por pontos, eu vou comentar, com separação por pontos.
1.
O FC Porto, de facto não é uma equipa espectacular, do outro mundo. A de Mourinho era melhor, como se vê, comparando as prestações externas de Mourinho e de Jesualdo.
Contudo, penso que esta época e a nível, interno foi esmagadoramente superior a Benfica e Sporting, e se os 20 e tal pontos, não se justificam, justificam-se 14/15, indiferente. Facto é que foi muito superior.
2.
Concordo. O Benfica, anda a contratar Jorges Ribeiros e Rubens Amorins. Se do segundo, ainda julgo que possa tirar algum proveito, o primeiro acho um jogador banalíssimo, com a bola nos pés, quer a médio quer a lateral. Simplesmente, cobra bem lances de bola parada e mais nada. É neste momento no Boavista, o que foi há uns anos, Ricardo Sousa, outro jogador a roçar a banalidade, e que era um pouco sobrevalorizado na altura.
3.
Concordando ou não, com o que dizem de Liedson ou Farnerud (que até lhe reconheço capacidade), torna-se cansativa a insistência, com que referem estes exemplos, pois qualquer leitor de Blog, já entendeu as vossas ideias, não vale a pena tar sempre a referir isso.
5.
O Braga ganhou, na ressaca de uma "chicotada psicológica", a nível anímico. "Chicotada metodológica", termo que José Mourinho muito utiliza, foi coisa que não houve numa semana. E penso, que nada teve a fazer com o trabalho do adjunto de agora, ser melhor que o de Manuel Machado.
7.
Por vezes, na Champions, na fase a eliminar, passam equipas que menos merecem. Mas, esse é um factor que temos de ter sempre em conta em competições disputadas nestes moldes. Por mais competência, que o Barça possa ter, que o tem (no plano externo pelo menos demonstrou-o), não estamos em nenhum campeonato de regularidade, e no cômputo das duas eliminatórias , naqueles escassos 180 minutos, os catalães, foram competentes, mas não o suficiente para, fazer face ao bloco muitas vezes baixo, do United. E isso é que interessa, numa competição destas.
9.
Não há, comparação possível ente Grant e Mourinho. E quem a faz, é simplesmente, estúpido de facto.
13.
Já uma vez debati isso dos adeptos. É assim, seria óptimo que os adeptos fossem cultos, e se comportassem à maneira, e tentassem compreender o jogo (longe de ser um expert, é isso que faço em cada jogo de futebol, tentar compreender o mais possível, para tentar melhorar a minha visão do futebol). Contudo, como não se pode exigir que todos sejam doutores ou engenheiros(como a maior parte da população não tem capacidade para ser), não se pode exigir também, que todos os adeptos, a maioria completamente primários, tentem "compreender o jogo", porque nem tem capacidades intelectuais para tal. Eu na minha óptica, eles se se divertem a insultar putos, e a dizerem inutilidades, que se divirtam, que não me incomodam.
Mas como exemplo, disso, gostava de perguntar se já viste o Fórum da Sport TV? É que, a percentagem de barbaridades que se diz, por hora, é elevada, e 90% dos comentários dos ouvintes, não tem ponta por onde se lhe pegue, e aliás a esse tipo de pessoas não vale a pena tentar ensinar seja o que for de futebol, porque só vem, o que está demasiado À vista, e que nem são verdade. Segundo o filósofo Platão, na sua alegoria, a maior parte das pessoas vivem em cavernas, só vem as sombras (não vem a verdade), e só poucas têm acesso à luz do dia, À verdade. É isto, que acontece tanto na vida, como no futebol neste caso.
Porém, deixem-nas para lá, desde que sejam felizes, e também se não se disessem burrices, haveria menos coisas para comentar. Por isso, essa gente faz falta ao futebol.
Cumprimentos,
Mister Fred, sobre o ponto 7, mesmo que o Barcelona não tenha sido competente a contornar o bloco baixo do Manchester, e não o foi, sobretudo na segunda mão, isso não implica que o Manchester tenha sido competente. Podemos dizer que foi competente a defender, nesse caso. Mas a atacar acabou por ter sorte. Se o Barcelona não foi competente, menos ainda o foi o Manchester.
Sobre os adeptos, é óbvio que a maioria não tem condições para perceber futebol. Mas não é isso que está em causa. O que está em causa é que não têm consciência disso. Eu não vou a um restaurante e ponho em causa as receitas do cozinheiro; não vou a um ateliê e critico o trabalho de um arquitecto. Não tenho competência para isso e sei-o. Por que é que toda a gente acha que pode falar de futebol? Todos esses adeptos se acham competentes para comentar. E isso é que é a verdadeira estupidez. E é contra isso que me insurjo. Claro que não se pode exigir que sejam todos competentes, mas que disfrutem do jogo, como eu disfruto da refeição, sem manifestarem as suas opiniões. Vivam a emoção do jogo sem acharem que têm uma palavra a dizer. É o que faz o adepto britânico, por exemplo. Mas não, essas pessoas acham que podem ter uma opinião, quando não podem. Acham que por viverem numa democracia têm direito a ter opinião sobre tudo. É neste sentido que a democracia estupidifica, porque faz pensar às pessoas que são competentes em tudo...
Já que foste ver o jogo de juniores, será possível fazeres um comentário mais elaborado sobre o jogo e sobre alguns jogadores?
o Diogo Rosado é o trinco? Se sim é de facto um dos melhores juniores que anda para aí, sem dúvida. Campitão da selecção de sub-18 se não me engano. Só é pena tirar lugar ao verdadeiro melhor trinco junior da actualidade, Wilson. :D
A última descoberta genial de Luis Sobral.
Como gostam de escrever, sobre o homem, deixo-vos com esta xDD
http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?div_id=1498&id=947461
Chega de gozar com o Luís Sobral , ganda porco q és. ANIMAL! gostavas k fosses tu , a criticarem-te o teu trabalho? E metes "mister" , deves-te achar muito bom merdoso.
E o k dizes dos adeptos? A chamar ignorantes á populaçao e aos adeptos? Se calhar, não entendem d bola, mas trabalham de sol a sol, enquanto tu deves viver a custa de alguem, e cresce e aparece puto.
O mesmo a dizer, sobre os editores deste blog, vão trabalhar
CAMBADA DE PORCOS CHULOS
Devo confessar que estimo muito, volta e meia quando passo e leio atentamente os post que publicam neste blog, e leio, inclusivamente, os comentários aqui públicados.
É do mais cúrioso que há os ressabiados que passam aqui e comentam as coisas mais ridículas que pode haver...
"E o k dizes dos adeptos? A chamar ignorantes á populaçao e aos adeptos? Se calhar, não entendem d bola, mas trabalham de sol a sol, enquanto tu deves viver a custa de alguem, e cresce e aparece puto." De rir.
Um abraço e continuem o bom trabalho.
Este foi o tipico "mete tijolos em tudo o que é sitio sem projecto" LOL nem é preciso procura-los, eles aparecem aí..
Bem, só pra dizer que temo o Rangers! é sem dúvida a nova Grécia. Só espero que o Zenith consiga fazer o milagre de lhes ganhar, vai ser engraçado duas equipas a jogar em contra-ataque :P
(ou o zenith n joga em contra-ataque? fiquei com a ideia que sim, e o rangers não é bem c-a, é pontapé prá frente e vamos ver no que isto dá...)
João Silva, tens razão. Neste país ninguém trabalha. É tudo uma cambada de chulos. Devíamos todos voltar ao tempo dos nossos avós e ver o que era bom. Isso é que era educação, a malta ali toda a trabalhar a terra, de sol a sol. Não havia tempo para filosofias...
Rooney, a trinco jogou o André Martins, com o número 11. É um júnior de primeiro ano, que vi pela primeira vez e gostei bastante. O Diogo Rosado era o número 8, também júnior de primeiro ano. No papel, deveria jogar ao lado do 6, André Santos, como médio-ofensivo, mas o André Santos descia muito e ele acabava por ser o único médio-ofensivo. É um jogador esquerdino com uma capacidade técnica formidável, um 10 como há muito o futebol português não produzia. Acho que não é o capitão da selecção sub-18, pois apesar de ainda ser sub-18, costuma ser convocado para os sub-19. Agora a do Wilson é que não percebi.
Mister Fred, desta vez nem discordo assim tanto do Sobral. É verdade que exagera ao dizer que o Benitez foi um erro de casting, mas a verdade é que o Liverpool, como equipa com ambições, não pode ser só uma equipa boa a defender. E é só isso que Benitez dá. Quanto à questão dos adeptos, se estes se regozijam apenas com os títulos, são responsáveis por haver treinadores resultadistas.
n0, o jogo foi fraquinho. O Benfica jogou em 442 clássico, com André Carvalhas a juntar-se a Demel, o jovem de 22 anos, na frente. No meio-campo, jogou Leandro Pimenta à esquerda e Miguel Rosa, o mais talentoso dos encarnados, médio-centro de origem, foi encostado à direita, numa jogada de génio de João Alves. David Simão e, creio, Toumany Sambú foram os médios. Resultado disto: uma equipa sem ideias, com o seu jogador mais criativo preso numa linha e obrigado a ajudar defensivamente o lateral. O Benfica viveu quase só dos poucos momentos de inspiração de André Carvalhas, que conseguiu escapar 2 ou 3 vezes à marcação dos defesas e ir à linha cruzar. O Sporting foi mais equipa, mas também não gostei muito. Dá ideia que a equipa não está bem rotinada e ficou visível, em vários momentos do jogo, que a equipa tem debilidades: é a equipa de júniores mais fraca dos últimos anos. Na defesa, escapa apenas o lateral romeno, Mihat. Os centrais, os dois brasileiros, não me convencem, enquanto que o lateral esquerdo é simplesmente uma nódoa. No meio-campo está a virtude. André Martins, um miúdo baixinho mas com uma presença em campo enorme, jogou sempre com classe. André Santos não fez um jogo muito bom, mas tem algum valor. Diogo Rosado começou muito bem, tendo pormenores de fazer levantar o estádio, mas também pareceu algo afectado com o erro que deu o empate ao Sporting. Nas alas jogaram Marco Matias e Bruno Matias, tendo o segundo estado melhor. Wilson Eduardo, na frente, foi uma vergonha, não sendo capaz de segurar uma única bola para que a equipa pudesse subir. O Sporting marcou primeiro, com Wilson Eduardo a cabecear, após cruzamento da direita, para uma defesa incompleta para a barra do guardião encarnado. Na luta, o avançado do Sporting terá carregado o guarda-redes na área de protecção do mesmo, mas o árbitro fechou os olhos e a bola acabou por entrar. Na segunda parte, com o jogo controlado, não obstante uma maior pressão dos encarnados, Diogo Rosado, vendo Mihat lesionado, puxa a bola para chutá-la para fora, mas escorrega e proporciona ao seu opositor um passe a rasgar a isolar um colega. Estava feito o 1-1. Já no final, quando nada o faria supor, Marco Matias isolou-se e fez o 2-1 para o Sporting. Foi um jogo pobre, que confirmou aquilo que achava destas duas equipas: um Benfica sem ideias e tacticamente absurdo e um Sporting sem o talento de outros tempos e com um treinador sem grandes ideias.
Bad-Religion, ainda não vi um jogo completo do Zenit. Mas, do que vi, acho que têm boas transições rápidas, com jogadores que executam bem em velocidade. Não sei se jogam sempre assim ou se foi só porque era contra o Bayern ou contra o Leverkusen, que foram os resumos que vi.
Mas o Liverpool é uma equipa que só defende bem? Que descura o ataque?
É estranho, é que é a equipa de longe, com mais golos na Liga dos Campeões...Por si só, pode nem querer dizer nada.
Mas deixo-vos este facto.
P.S.: Não vi o jogo da segunda mão, mas na primeira, pareceu-me que o Liverpool teve sempre o controlo do jogo, construindo situações de golo, que podia ter aproveitado melhor, e teve a infelicidade tremenda que se sabe no último minuto.
Cumprimentos,
"Se uma equipa de futebol fosse uma empresa de construção civil e o adepto comum um empreiteiro, os trabalhadores não construiriam segundo um projecto, mas trabalhariam incessantemente, colocando tijolos em tudo o que era sítio. Não haveria casa, mas ninguém os poderia acusar de não terem trabalhado"
Obrigado por este pequeno momento de génio literário.
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