Quique Flores, o treinador do Valência, talvez ainda dorido pelo falhanço da contratação de Lucho Gonzalez ao Porto, decidiu ignorar as virtudes do argentino, preferindo elogiar aquele que acabou por ser o seu substituto, isto é, a segunda opção. A sério, não percebo certas coisas. O que é que custa admitir que queria um jogador, mas que isso não foi possível? Por que é que tem que tentar rebaixá-lo?
Segundo Quique Flores, Lucho Gonzalez não era o jogador com o perfil certo para o Valência. Aqui há várias coisas que se podem dizer. 1) Não estou a ver muitos médios-centro da categoria do argentino do Porto que sejam tão completos e conciliem tão bem o desempenho ofensivo com o defensivo, coisa essencial no 442 clássico de Quique. 2) Se Lucho não tem o perfil certo, é Kallstrom que o tem? Em que medida? É isso que ficamos a saber quando Quique diz que pretendia um jogador com personalidade e que fizesse a equipa jogar. Ora, Lucho é dos jogadores com personalidade mais forte que conheço. Além disso, é extraordinariamente abnegado e põe os interesses da equipa sempre à frente dos seus.
Continuo sem entender onde quer chegar Quique Flores com as suas explicações esfarrapadas. Segundo Quique, Lucho era um jogador que não tinha bem posição, que era um pouco de tudo, e que perderia tempo a adaptá-lo. Adaptá-lo? A quê? Guarda-redes? Lucho é um pouco de tudo? Como assim? É polivalente? Não. É um médio-centro extraordinariamente completo. Quando Quique diz que Lucho é um pouco de tudo, só pode querer dizer que Lucho é um médio que ataca bem e defende bem, que é o jogador que, numas jogadas, faz o último passe e que, noutras, é o jogador que se desmarca para receber o último passe. Isso é mau? Em que sentido? E no 442 clássico, em que se querem dois médios de consistência defensiva, não é óptimo arranjar um que além disso consegue oferecer boas garantias a atacar? E o que significa afirmar que Lucho não tem bem posição? Será que Quique não consegue enxergar que há três tipos essenciais de médios-centro, uns mais vocacionados para médios defensivos, outros para médios ofensivos, e outros para uma posição intermédia, que acarreta responsabilidades defensivas e ofensivas? Será que não percebe que Lucho não é nem médio defensivo nem médio ofensivo, mas sim um misto dos dois? E será que não sabe que, para o seu sistema, os melhores médios são os deste terceiro tipo?
Basicamente, Quique queria Lucho, mas achava que Lucho não era bem Lucho. Então, preferiu Kallstrom, alegando que Kallstrom é mais Lucho que Lucho. Aprecio bastante o sueco e não está em causa a qualidade da contratação. O que está em causa é que Quique pretendia um jogador com as características de Lucho, mas preferiu contratar Kallstrom, que não é bem o mesmo. Kallstrom não tem as capacidades defensivas de Lucho, a disciplina táctica, o rigor, a frieza. É um jogador muito dotado tecnicamente, extraordinário no passe longo e desenrascado no um par um. Mas no futebol do Valência encaixaria sempre melhor alguém capaz de conciliar estas capacidades com o rigor táctico e com a abnegação do argentino. Não tenho quaisquer dúvidas: Lucho era muito mais o jogador que interessava à filosofia de Quique Flores.
Se isto não é argumento suficiente, gostaria ainda de lembrar que Kallstrom, em termos de características, é em tudo idêntico a Hugo Viana. E em categoria também não anda longe. E todos sabemos a utilidade que o português teve na época passada. Se Lucho ia para Valência para, provavelmente, ser titular, Kallstrom irá, certamente, para fazer as vezes de Hugo Viana. Quique Flores, frustrado por não ter conseguido Lucho Gonzalez, preferiu ser orgulhoso e não revelar a dor de cotovelo que sentiu. Preferiu manter a dignidade, mas, acrescento eu, perder nobreza.
Segundo Quique Flores, Lucho Gonzalez não era o jogador com o perfil certo para o Valência. Aqui há várias coisas que se podem dizer. 1) Não estou a ver muitos médios-centro da categoria do argentino do Porto que sejam tão completos e conciliem tão bem o desempenho ofensivo com o defensivo, coisa essencial no 442 clássico de Quique. 2) Se Lucho não tem o perfil certo, é Kallstrom que o tem? Em que medida? É isso que ficamos a saber quando Quique diz que pretendia um jogador com personalidade e que fizesse a equipa jogar. Ora, Lucho é dos jogadores com personalidade mais forte que conheço. Além disso, é extraordinariamente abnegado e põe os interesses da equipa sempre à frente dos seus.
Continuo sem entender onde quer chegar Quique Flores com as suas explicações esfarrapadas. Segundo Quique, Lucho era um jogador que não tinha bem posição, que era um pouco de tudo, e que perderia tempo a adaptá-lo. Adaptá-lo? A quê? Guarda-redes? Lucho é um pouco de tudo? Como assim? É polivalente? Não. É um médio-centro extraordinariamente completo. Quando Quique diz que Lucho é um pouco de tudo, só pode querer dizer que Lucho é um médio que ataca bem e defende bem, que é o jogador que, numas jogadas, faz o último passe e que, noutras, é o jogador que se desmarca para receber o último passe. Isso é mau? Em que sentido? E no 442 clássico, em que se querem dois médios de consistência defensiva, não é óptimo arranjar um que além disso consegue oferecer boas garantias a atacar? E o que significa afirmar que Lucho não tem bem posição? Será que Quique não consegue enxergar que há três tipos essenciais de médios-centro, uns mais vocacionados para médios defensivos, outros para médios ofensivos, e outros para uma posição intermédia, que acarreta responsabilidades defensivas e ofensivas? Será que não percebe que Lucho não é nem médio defensivo nem médio ofensivo, mas sim um misto dos dois? E será que não sabe que, para o seu sistema, os melhores médios são os deste terceiro tipo?
Basicamente, Quique queria Lucho, mas achava que Lucho não era bem Lucho. Então, preferiu Kallstrom, alegando que Kallstrom é mais Lucho que Lucho. Aprecio bastante o sueco e não está em causa a qualidade da contratação. O que está em causa é que Quique pretendia um jogador com as características de Lucho, mas preferiu contratar Kallstrom, que não é bem o mesmo. Kallstrom não tem as capacidades defensivas de Lucho, a disciplina táctica, o rigor, a frieza. É um jogador muito dotado tecnicamente, extraordinário no passe longo e desenrascado no um par um. Mas no futebol do Valência encaixaria sempre melhor alguém capaz de conciliar estas capacidades com o rigor táctico e com a abnegação do argentino. Não tenho quaisquer dúvidas: Lucho era muito mais o jogador que interessava à filosofia de Quique Flores.
Se isto não é argumento suficiente, gostaria ainda de lembrar que Kallstrom, em termos de características, é em tudo idêntico a Hugo Viana. E em categoria também não anda longe. E todos sabemos a utilidade que o português teve na época passada. Se Lucho ia para Valência para, provavelmente, ser titular, Kallstrom irá, certamente, para fazer as vezes de Hugo Viana. Quique Flores, frustrado por não ter conseguido Lucho Gonzalez, preferiu ser orgulhoso e não revelar a dor de cotovelo que sentiu. Preferiu manter a dignidade, mas, acrescento eu, perder nobreza.
8 comentários:
Desta vez não concordo nada contigo!
1.º aqui quem está lixado com alguma coisa não é o Quique, mas sim tu, e digo isto com 100% de certeza, porque se o Lucho saisse do Porto era a melhor "contractação" que o Benfica e o Sporting teriam feito neste ano! lol pensaste logo "raio, mas ninguem leva este gajo? o gajo é mesmo bom, o que é ele está a fazer ainda em Portugal?"
2.º O Quique não o estava a rebaixar, antes pelo contrário, ele estava a dizer bem do Lucho, e foi o facto de ele ser bom que o levou a desistir da sua contractação. Ele não queria alguem com tanta qualidade, no fundo, era bom demais, e pensou "bem, compro antes o Kallstrom que se me chatear ainda o posso meter no banco"
3.º não tenho mais nada para dizer, mas tem sempre que haver um tereceiro ponto se não a argumentação não tem lógica nenhuma...
Pessoal, bom blog.
Aproveitei da discuss�o que estava a ter com o Gon�alo no 442, sobre os esquemas de 442 cl�ssico e losango, e vim conhecer o vosso blog.
Numa primeira vista acho que est� muito bom.
Conto voltar, e oportunamente dar os meus 50 c�ntimos de opini�o.
Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Se você quiser linkar meu blog no seu eu ficaria agradecido, até mais e sucesso.(If you speak English can see the version in English of the Camiseta Personalizada.If he will be possible add my blog in your blogroll I thankful, bye friend).
Pois, o Hugo Viana é assim mais um jogador do tipo 442 losango.
Primeiro, gd fair-play José Leal. Segundo o agjo das camisetas já desaparecia, mas eu tb sou um pouco implicativo.
No que diz respeito a este texto admito que se possa concluir o que disseste. Mas não concordo totalmente, se por um lado acho que um 433 ou 442 losango, permite ao hugo viana um maior aproveitamento das suas virtudes ofensivas, devemos lembrar que não foram poucas as vezes em que ele, na epoca que apareceu jogou ao lado do Bento, rui ou paulo. E muito bem diga-se. Mas é um erro recorrente partir do príncípio que um jogador criativo, ou que não faça da entrega a sua imagem de marca, não pode ter responsabilidades defensivas.
Eu não "desprezo" o 442 clássico por reprimir os jogadores mais virtuosos, apenas por porque para além de desequilibrada, é uma táctica que dificulta de sobremaneira a posse de bola, para além da óbvia inferioridade numérica numa zona tão determinante como é a zona intermediária. E mesmo numa táctica tão pobre como esta, um jogador como o Hugo viana, é sempre uma mais-valia comparado com um jogador que seja predominantemente defensivo. Ou seja, não sei se estou totalmente de acordo com este post...
Um abraço
Também concordo que o Hugo Viana deveria ter sido aproveitado, mesmo nesta táctica. Como disse, num 442 clássico, interessa médios-centro do segundo tipo, ou seja, que não seja predominantemente ofensivos nem defensivos. E incluo o Hugo Viana nesse tipo de médios, porque acho que, embora não seja um jogador agressivo, rápido a atacar a bola, é tacticamente responsável e sabe ocupar espaços defensivos. O problema aqui é que Kallstrom é exactamente o mesmo que Viana. Também não é muito agressivo, mas parece-me bom a nível posicional. E se Quique preferiu sempre Albelda, Albiol, Baraja ou Marchena a Hugo Viana, acho legítimos achar que preferiria Lucho a Kallstrom.
Eu sinceramente, pela qualidade do Hugo Viana dá-me ideia que é daqueles jogadores que quantas menos responsabilidade tiver em campo, mais seguro se sente o treinador.
Penso que não serviria num 442 clássico, porque ao olhar para o Viana vemos que faltam 3 coisas importantes para um médio centro nesse esquema: capacidade física, tempo de reacção, auto-confiança.
E para o meio-campo do 442 clássico funcionar bem é necessário que o médio centro tenha (para além das 3 citadas acima): capacidade de passe longo/cuto/1ºtoque, jogo de cabeça, bom posicionamento, cultura táctica, boa meia distância.
Outra coisa, eu não desvalorizo o 442 losango.
Aliás eu não desvalorizo qualquer táctica, e não minimizo vitórias de quem joga de uma forma que não aprecio. Para mim, se uma equipa faz bem aquilo a que se propôs no início, tem sempre mérito. E o mérito é para ser respeitado, afinal trata-se de um desporto.
O que se passa é que eu valorizo mais o 442 clássico bem jogado, e com os melhores executantes. é só isto que se passa.
E "chateia-me" um pouco quando os treinadores têm meios para tentar o tal 442 clássico (por meios entenda-se jogadores com perfil, ou ter dinheiro para comprar jogadores com perfil)e não tentarem.
Eu não desconsidero, é só uma questão de opinião e ideal de futebol diferente.
Joguei durante alguns anos futebol federado, a médio centro.
E não será por acaso que não aprecio futsal.
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