quinta-feira, 21 de junho de 2007

El campeon...

Uma pequena contrariedade pessoal, permitiu-me pela primeira vez, este ano, ver um jogo do Real até ao fim. Precisamente o do título. Até esse jogo, apenas vi os resumos de alguns jogos, e li algumas coisas sobre os merengues.


Por isso, debruçarei-me apenas sobre o último jogo. O Real jogava em casa, contra uma equipa do meio da tabela, sem ser conhecida por possuir um grande potencial, pelo menos em termos ofensivos. Dependendo apenas de si, seria de esperar um Real mandão, cheio de personalidade, que, depois de uma época muito atribulada, iria entrar determinado a ganhar o jogo.


Nada mais errado. Sem qualquer tipo de mecanismos, ou dinâmica, nos processos ofensivos, limitaram-se a entregar o destino da equipa ao talento que para ali predomina. Era ver Raúl, Van Nistelrooy, Beckham ( e deste falaremos num outro momento, com mais cuidado), Robinho... cada um por si. Esta equipa chegou a este ponto? Ou seja, a jogar desta forma, conseguiu entrar para a última jornada como a mais forte candidata a erguer o título?


Marcou o Maiorca, que, sem ser nada por aí além, até à altura do golo, pelo menos perder não merecia. Pensei que entao os merengues acordassem e partissem então para uma boa exibição. Bolas! Pensei para comigo, esta semana não há euromilhões para ninguém. O cinzento continuou, apesar da entrega dos jogadores, que, em desespero, se desmultiplicavam em sucessivos passes longos, facilitando, e de que maneira, a vida aos adversários.


O intervalo veio, e então, o homem num acto de loucura retira Emerson, fazendo entrar Guti para o seu lugar! Pensei logo, perdeu o Juízo! Então em casa o Real joga só com um médio de características defensivas? Durante 45 minuots!! Se ainda fossem uns 5, vá 15 minutos -isto no caso de o Maiorca fazer o segundo golo, claro! - ainda se aceitava, agora nestas condições...


O que se passou no segundo tempo, porém, é que o Real, tirando os primeiros 5/10 minutos, arrancou para uma exibição razoável, mais condizente com os seus pergaminhos. E conseguiu dar a volta ao marcador, avomulando o resultado num expressivo 3-1.


Nunca se viu uma equipa com um mecanismos por aí além, mas o facto de contar com um jogador como o Guti na linha intermediaria, ajudou a disfarçar essas deficiências. Não sendo daqueles que põe a lingua de fora e faz do futebol, um desporto, do ponto de vista físico, desumano, é um jogador que empresta clarividência e estratégia ao conjunto.


A ironia que sobra do texto, não pretende roubar mérito ao Capello, admito que ele terá algo, que lhe proporciona tantos êxitos, seja a maneira como trabalha os processos defensivos, seja os métodos de treino, não sei. Mas admito que não será apenas sorte. Mas a verdade é que neste domingo que passou, foi de uma felicidade tremenda, pois por centímetros, não viu o Maiorca elevar para 2-0 o jogo, e ai ninguém sabe como teria decorrido o jogo. E também não é esse o meu propósito, eu apenas pretendo demonstrar que os que dizem que dizem que jogar bem, com uma forte cadência ofensiva, de maneira organizada e sustentada, dificilmente se traduz em êxitos. Não fosse essa aposta, esse aumentar do fluxo ofensivo, e de certo que Messi, Ronaldinho, e comp., teriam revalidado o título. Ou seja, afinal manter uma atitude positiva, ofensiva, sendo mais honesto para o futebol, e para os seus verdadeiros adeptos, não significa fracasso, bem pelo contrário...

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois, é como o Trappatoni, ganham titulos, não sei como conseguem mas fazem-no. O Cappelo é tipo midas, tudo em que toca ganha o campeonato, Milan, Real, Roma, Juventos e agora Real, isto sim é genialidade, sem atacar consegue ganhar... parece impossivel?

Já agora, chamem lá o rapaz pelo nome.. é Beckham.. com H :)

Gonçalo disse...

tens razao.. na parte do beckham;). No resto comparares o cappelo ao trap... ridiculo.

Nuno disse...

Pá, o Midas tocava num monte de merda e isso transformava-se em ouro. O Capello não é bem assim. Tudo aquilo em que toca já é, pelo menos, prata. Milão? Daquela altura? Até o Professor Neca ganhava o que o Capello ganhou.O Real daqueles tempos a mesma coisa. A Juventus então nem se fala: tinha o melhor plantel e a situação estabilizada há anos. Se não fosse campeão é que era de estranhar. Na Roma, de facto, acabou por ser campeão, mas não foi assim tão surpreendente, se tivermos em conta que a equipa também já vinha construída de trás. Neste Real, aproveitou os erros do Barcelona, mais nada.

Tacticamente, Capello é fraquinho, mas sabe escolher os jogadores indicados para aquilo que pretende. Tem esse mérito. De resto, ponham-no a treinar o Génova a ver se consegue a permanência. Isso é que era um teste...