sábado, 24 de fevereiro de 2007

Avé Catennacio!

As equipas italianas estão de parabéns. Ou talvez não estejam. Tudo bem, reconheço que a Itália foi campeã do mundo. Mas não ignoremos que foi orientada pelo menos defensivo dos treinadores italianos das últimas duas décadas e que um dos supostos médios defensivos, Pirlo, era um dos mais talentosos jogadores italianos dos últimos tempos. A Itália de Lippi, até pelo que demonstrou durante o mundial, foi a menos italiana das selecções italianas. Mereceu o campeonato? Não sei responder. Mas mereceu, por certo, mais que qualquer uma desde a Itália de Baggio. Voltando às equipas italianas. Começo pelo Parma. É verdade que, para o vulgar português, a passagem do Braga deve ser motivo de orgulho. Mas dá pena, a um espectador de futebol que não esteja inflamado pelo vício do patriotismo, ver um Parma tão débil. Quanta diferença, desde os tempos de Brolin e Asprilla... Agora, resta uma equipa medíocre, que joga demasiado à italiana. Além de ser uma equipa tacticamente infértil, como de resto o são quase todas as equipas italianas, não possui jogadores de qualidade aceitável (salvo raras excepções, como Gasbarroni) que possam desiquilibrar individualmente. Este Parma é uma nulidade, quer colectivamente, quer individualmente. Passo agora para a Roma. Confesso que não acompanho o campeonato italiano há algum tempo, mas a disposição táctica dos romanos a meio da semana, frente ao Lyon, foi das coisas mais absurdas dos últimos tempos. Conseguiram empatar 0-0, é verdade. Mas foi pura sorte. Quem se lembraria, além de um treinador italiano, de jogar de forma tão defensiva? A equipa actuou num 4-5-1. Mas vejamos quem eram os elementos mais adiantados. Comecemos pelo trio de meio-campo. Perrotta, De Rossi e Pizarro. Pizarro era o jogador com características mais ofensivas, mas, pelo que percebi, nem actuou propriamente como médio ofensivo. Em suma, a Roma jogou com 3 trincos. Depois, os alas: Taddei e Mancini. Confesso que não vi o jogo. Não sei como foi o comportamento destes jogadores, mas sei que nenhum deles é, por natureza, extremo. Em 5 elementos de meio-campo, nenhum com vocações verdadeiramente ofensivas. Mas falta o ponta-de lança, ou qualquer coisa assim parecida. Isolado na frente, jogou - pasmem-se - Totti... Percebo agora com mais facilidade por que razão o Inter, a única equipa italiana que pratica um futebol de teor ofensivo, domina o campeonato a seu bel-prazer. Palmas para o Catennacio...

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu adoro o campeonato Italiano e por acaso adoro o Parma, dá me bastante pena ver a equipa assim, pensar que já lá jogaram jogadores como Chiesa, Zola, Dino Baggio, Veron, Fiore, Cannavaro, Thuram, Buffon...(nos ultimos anos ainda conseguiram "descubrir" o Adriano, o Mutu e o Gilardino) era capaz de estar aqui uma noite inteira a dizer nomes...
Espero que se aguentem...

Desde que a sportv apareceu nunca mais vi nenhum jogo de italia...