terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Uma Crise ou um Desejo?

Se, por um lado, o recente distanciamento entre os dois principais candidatos ao título em Espanha tem motivado os disparates habituais daqueles que têm por santo protector José Mourinho, suscitou, por outro, a ideia de que o Barcelona se encontra em crise. Para quem não vê os jogos, e olha apenas para os resultados, talvez seja esta a impressão que dá. Para aqueles que se acham muito espertos e que perdem horas a fio a tentar perceber o jogo, é no mínimo inaceitável que pensem desse modo. Falar em crise interna é absurdo, precisamente porque os resultados negativos dos catalães são relativamente fáceis de explicar. Começo pelo recente jogo em Pamplona, diante do Osasuna. Num campo com aquelas condições, a vantagem que o Barcelona tem em qualquer jogo por trocar a bola com facilidade entre as linhas adversárias fica imediatamente posta de lado. Num terreno em que era praticamente impossível jogar ao primeiro toque com o mínimo de segurança, o Barcelona não pôde exercer o seu habitual jogo de posse com a mesma qualidade. Se juntarmos a isso o facto de Xavi, Iniesta, Fabregas e Busquets não terem alinhado, ficamos praticamente com a explicação de que precisamos. Sem estes, o meio-campo do Barça, que é o sector mais importante no modelo da equipa, não podia necessariamente ter o mesmo rendimento, sobretudo em termos de criatividade. Juntemos a isto a ausência de Keita, na Taça das Nações Africanas, e temos que Guardiola teve de fazer alinhar Mascherano no meio-campo, pela primeira vez esta época. O argentino não só compromete incrivelmente em termos ofensivos, como é uma nulidade em termos posicionais, e teve responsabilidades directas em todos os golos sofridos. Significa isto que o Barcelona está em crise?

Para mim, a diferença no campeonato (que estará praticamente ganho pelo Real), pode ser facilmente explicada, sem recorrermos à ideia de que há alguma crise. Principalmente porque não há crise nenhuma. A explicação não é linear, obviamente, mas ainda assim fácil de obter. Veja-se o tempo de utilização dos jogadores. No Real, Mourinho raramente mexeu no seu onze. Guardiola tem optado por outra estratégia. Callejon, Altintop, Granero e Nuri Sahin, por exemplo, têm menos minutos de utilização do que Isaac Cuenca, que seria, à partida, apenas a quinta opção para as alas. Christian Tello, Sergi Roberto, Jonhattan dos Santos e Gerrard Deulofeu têm sido presença praticamente assídua na convocatória. As lesões de Villa, Afellay, Pedro, Xavi, Fabregas, Iniesta e Busquets têm, evidentemente, possibilitado que assim seja. Mas o importante é que Guardiola não tem forçado os mais conceituados a jogar sistematicamente. Faz isto com que, ao fim de alguns jogos, o Real consiga manter a consistência, e o Barça não. Agora, falar de crise quando os maus resultados do Barcelona foram quase sempre obtidos em jogos em que se verificaram muitas ausências parece-me estúpido.

No campeonato, o Real encarou cada jogo como uma final, e não facilitou minimamente. Pôde dar-se a esse luxo por várias razões: porque não teve, tirando Ricardo Carvalho e, mais recentemente, Di Maria, lesões em jogadores fulcrais (no Barcelona, Afellay, Villa e Pedro praticamente ainda não jogaram; Piqué e Puyol passaram os primeiros dois meses de competição parados ou a adquirir ritmo; Alexis, Fabregas, e Iniesta já tiveram lesões que os obrigaram a parar várias semanas; Xavi tem sido gerido a pinças; Keita esteve um mês ausente), porque o grupo da Liga dos Campeões era ridiculamente acessível, e até porque foram eliminados da Taça do Rei (os últimos 5 pontos que o Barça perdeu foram em jogos três dias antes ou três dias depois de compromissos a meio da semana para a Taça do Rei). O Real apostou forte no campeonato, e tem conseguido manter-se na frente, muitas vezes com vitórias alicerçadas numa força de vontade francamente assinalável. O Barcelona já ganhou 2 competições, continua na Taça, e acabou por perder pontos importantes no campeonato. Não há crise nenhuma. Há pontos decisivos perdidos, que a juntar à campanha praticamente imaculada do Real explicam tudo.

Para os que acreditam na ideia de uma crise, o conselho que dou é que vejam os jogos do Barcelona, e não apenas os resultados ao domingo à noite. E lembrem-se também de que era de crise que se falava há quatro anos, quando o Barcelona (na altura no primeiro ano de Guardiola) somou apenas um ponto nas primeiras duas partidas na liga. Se tivessem visto os jogos nessa altura, como se vissem os jogos agora, pensariam talvez duas vezes antes de falar em crise. Eu, que vi os jogos todos do Barcelona esta época, ainda não vi um único jogo em que os catalães não merecessem a vitória. Um único. Ainda não vi um jogo em que a equipa não conseguisse encontrar maneiras de resolver os seus problemas, um único jogo em que pudesse dizer que o adversário tivesse conseguido manter os catalães desinspirados e longe das imediações da sua baliza, como por exemplo o Hércules conseguiu em Camp Nou o ano passado. Repito, ainda não vi um único jogo em que o resultado não devesse ser favorável à equipa de Guardiola. Como é óbvio, houve jogos menos bons, jogos em que a equipa se "pôs a jeito", jogos em que facilitou. Nesses jogos, ao contrário do que aconteceu com o seu rival, o Barcelona perdeu pontos. Mas, em todos eles, tal como perdeu pontos por um ou outro detalhe, podia facilmente não os ter perdido, e era até isso o mais provável. Aconteceu frente à Real Sociedad, por exemplo, em que a seguir a uma primeira parte de domínio absoluto, com 2-0 ao intervalo, a equipa entrou para a segunda parte desconcentrada, acabando por consentir o empate. Aconteceu contra o Getafe e contra o Osasuna, em que o estado do relvado não ajudou. Aconteceu também contra o Atlético de Bilbao, debaixo de uma tempestade que fez com que o jogo não fosse fácil de jogar. Mas, em qualquer um destes jogos, mesmo tendo o Barcelona jogado menos do que poderia, jogou mais do que o suficiente para vencer.

Tal não se pode dizer, por exemplo, do Real Madrid, que chegou já a golear em jogos em que, francamente, nem empatar merecia. O futebol é assim mesmo, e o que é facto é que a equipa de Mourinho tem sabido contrariar a pouca inspiração que tem denotado em muitos jogos com uma força de vontade e uma mentalidade incríveis. Se me perguntassem, diria que não acreditava que uma equipa conseguisse ganhar sistematicamente tendo como principal arma uma mentalidade vencedora, mas a verdade é que o Real, que em alguns jogos até tem apresentado bastante qualidade, tem vencido muitos apenas pelo "querer". Perdi mesmo já a conta dos jogos em que o Real arrancou a perder, fez uma primeira parte miserável, e acabou por dar a volta na segunda, sem apresentar um grande futebol, mas com uma força anímica muito grande. Foi assim com o Levante, este fim-de-semana, por exemplo, se bem que ter ficado a jogar contra dez ajudou. Tal e qual foi o jogo com o Atlético de Madrid, em que goleou, é verdade, mas em que, até aos 20 minutos (antes do golo do empate e da expulsão do guarda-redes colchonero) estava a ser completamente manietado e perdia por 1-0. Há duas semanas, com o lanterna vermelha Saragoça, em casa, podia facilmente ter perdido pontos, tal foi o mau futebol que apresentou. Frente ao Maiorca, igual: começou a perder, a jogar muito mal, e acabou por dar a volta na segunda parte, já perto do final, quase só pelo esforço. Frente ao Atlético de Bilbao, levou mesmo um banho de bola (o golo do 2-1 é obtido na sequência de duas faltas evidentes, e a seguir ocorre mais uma expulsão, o que permite ao Real voltar a golear). Aliás, a quantidade de jogos que a equipa tem resolvido após expulsões de adversários também ajuda a explicar a regularidade das vitórias. Frente ao Valência, mais um jogo em que o Real não conseguiu ter o controlo e venceu quase miraculosamente, depois de um jogo magnífico dos comandados de Unai Emery. Frente ao Espanhol, venceu por 4-0, mas passou o jogo a sofrer, com a equipa catalã sempre muito melhor, em quase todos os momentos do jogo. Bastava o Real ter perdido pontos nalguns destes jogos menos conseguidos para que agora o campeonato continuasse em aberto, e não se falasse agora em crise no Barcelona. Como, apesar de o Barcelona continuar a controlar muito melhor as suas partidas do que o Real, acabou por ter deslizes que os madrilenos não tiveram, e que se explicam principalmente porque nem tudo é controlável num jogo de futebol, acha-se que os pontos que o Barcelona perdeu demonstram que a equipa tem estado pior no campeonato. Pois não tem. Tem estado bem melhor do que o Real Madrid, até. Simplesmente, tem tido lesões que os madrilenos não têm tido, tem feito uma gestão de esforço que os outros não têm feito, tem tido infortúnios, etc.. E tudo isso são detalhes suficientes para que exista uma distância pontual que não condiz com a qualidade de jogo que as duas equipas têm apresentado.

Por fim, queria ainda chamar a atenção para duas coisas. O Real está empenhadíssimo em vencer o campeonato, e é muito difícil a uma equipa como o Barcelona, que ganhou tudo o que havia para ganhar nos últimos tempos, ainda por cima de forma categórica, manter os índices de concentração tão altos como no passado. Em certos momentos isolados dos jogos (início e final das partidas, após uma vantagem dilatada, etc.), a equipa tem denotado algum relaxamento. Em termos de concentração competitiva, neste momento, o Real Madrid é superior, o que não é nada de extraordinário. A meu ver, esse tem sido o principal factor para que a equipa de José Mourinho tenha mantido a regularidade de vitórias. No Barcelona, quando muito explicará um ou outro deslize, como o que aconteceu ante a Real Sociedad. O que quero com isto dizer é que esse é um factor circunstancial, que advém do facto de o Real estar há muito tempo sem vencer o campeonato, do facto de não conseguir vencer o Barcelona, e do facto de querer recuperar a dignidade perdida. Estas circunstâncias permitem a campanha da equipa. Sem elas, o Real é o mesmo Real do ano passado, com o mesmo tipo de problemas ao nível da qualdidade do jogo: trata-se de uma equipa fortíssima do ponto de vista individual, muito bem trabalhada em transição, mas com problemas a nível de organização ofensiva (acho que tem melhorado nos últimos tempos, e a meu ver porque Kaká e Granero têm jogado mais, em detrimento de Khedira, Lass e Di Maria). Em organização, o Real já tenta mais penetrações pelo meio, e já privilegia mais o toque curto e o passe vertical, mas continua a não ser capaz de invadir blocos baixos com facilidade. A sua força, neste momento específico do jogo, tem sido essencialmente a alma guerreira da equipa, assim como a qualidade individual dos seus jogadores.

Uma última coisa, apenas a respeito da gestão do plantel. Guardiola, mesmo numa época em que o Real Madrid não tem cometido erros, não tem tido quaisquer problemas em lançar vários jovens: Cuenca, Tello e Sergi Roberto, principalmente, já para não falar de Thiago. Tratam-se de jovens com qualidade, mas que, se não tiverem a oportunidade de jogar com o mínimo de regularidade, nunca se afirmarão. Isto para dizer que, ao contrário de Mourinho, que está principalmente interessado em engordar o currículo, em vencer no presente, Guardiola tem de juntar às ambições presentes a ideia de clube e de futuro que não preocupa o português. A curto prazo, isso pode ter ajudado a custar este campeonato ao catalão, mas dará certamente dividendos no futuro. Também por isso, não posso deixar de presenteá-lo com o meu largo aplauso pela coragem. E, acima de tudo, é mais uma lição para clubes que acham que apostar na formação é apenas arranjar maneira de ter os melhores miúdos do bairro a jogar pelos seus escalões mais jovens. O Sporting, acima de qualquer outro clube em Portugal, deveria aprender com o que Guardiola está a fazer em Camp Nou. A sede de títulos não pode nunca pôr em causa a ideia de futuro de um clube, e se há jovens com potencial para servir esse clube, esses jovens devem ser lançados sem medo, mesmo que, a curto prazo, a equipa se ressinta dessa aposta. O futuro desses jovens, e o contributo que darão à equipa, justificará certamente o risco.

Para finalizar, agora sim, não concordo, de maneira nenhuma, que se associe aos resultados internos do Barcelona uma crise. Esses resultados têm explicação fácil, e qualquer pessoa justa que tenha visto os jogos das duas equipas que lideram o campeonato dirá que a qualidade que os catalães têm apresentado em campo continua a ser bem superior. Significa isto que o Barcelona, podendo não vencer este campeonato, continua a ser a melhor equipa do mundo, a larga distância dos outros, e continua a ser o principal candidato a ganhar tudo o resto. A única coisa em que o Real de Mourinho tem sido superior tem sido na determinação em vencer. E isso, desculpem-me o cepticismo, é muito pouco. As pessoas que falam em crises têm teorias acerca das oscilações de forma das equipas. Mas até nisso este Barcelona é diferente de todas as outras equipas, no presente e no passado. É que não houve nunca uma equipa que estivesse tão imune a crises, a oscilações de forma, a perdas de motivação, como esta. Tem isso a ver, também, com o próprio modelo de jogo, que exige dos jogadores uma concentração que outros modelos não exigem. Pode haver momentos de descontracção pontuais, mas não há, nem nunca houve, e, arriscaria, não haverá tão depressa, uma perda de motivação ou de concentração significativa que faça com que a equipa fique mais perto de perder os seus desafios. Não há crise nenhuma na Catalunha. Há, talvez, isso sim, um desejo enorme fora dela de que essa crise de facto exista. Infelizmente, para os que a desejam, estão equivocados. Mesmo perdendo uma ou outra competição, ainda demorará algum tempo para que a hegemonia de Guardiola e dos seus pupilos possa realmente ser posta em causa.

34 comentários:

MM disse...

A única crise que na Catalunha existe é ir para a 5ª época com Guardiola, ou o Guardiola ir para a 5ª época com o Barcelona.

Crise de gigante sucesso dir-se-ia porque não há uma única época - esta logicamente incluída - que não tenha terminado / venha a terminar em estrondoso êxito.

Nunca o FCB será um desafio grande demais para Guardiola, embora tudo tenha de eventualmente conhecer um fim. O único problema é esse. No mais aposto que Guardiola daqui a uns meses dará os parabéns a José Mourinho, demonstrando ao treinador Português como se faz.

Miguel Nunes disse...

daqui até à conquista da champions é um tirinho...

Unknown disse...

Não gosto de desculpas quando não se faz melhor..

Nuno disse...

faa, há uma diferença grande entre o significado de "desculpa" e o de "explicação". Se quisesse dar desculpas, podia falar de arbitragens. Olha que tinha coisas a dizer. Como só estou interessado em explicar por que é que 10 pontos de atraso não implicam perda de qualidade e uma crise, não o fiz.

Nuno disse...

Sim pq se fosses falar em arbitragens e Barcelona havia mt pano para mangas... Tinhas coisas a dizer? Sempre desconsideraste esse assunto no passado (principalmente jogos europeus).

Postiga disse...

Sendo eu um apreciador do Barcelona penso que o texto demonstra um exagero de elogios a este e uma minimização do trabalho realizado no Real Madrid.

O campeonato está ganho (não há dúvidas) e a tendência será para o avolumar de distâncias visto Guardiola muito provavelmente começar a jogar com as 2s linhas ( que são mesmo 2s linhas) e priveligiar outras competições o que já vem acontecendo nos últimos jogos e as lesões não justificam tudo.
Para se ganhar campeonatos é preciso regularidade e nesse aspecto o Mourinho é mestre pois foi o que conseguiu fazer ao longo dos anos nos diferentes clubes, muitas vezes jogando mal mas ganhando.

Tive oportunidade de assistir aos jogos do Barcelona com o Valência- taça do rei e até o campeonato (bem sei que não é uma equipa qualquer) e parece-me que no mínimo foram repartidos e na minha opinião não é tão claro que o Barcelona os tenha merecido vencer.

Dito isto, considero que a conquista da Liga Espanhola por parte do Mourinho será provavelmente o seu maior feito enquanto treinador ao derrotar o todo-poderoso Barcelona e a chegar ao ponto de o fazer abdicar do campeonato. Por outro lado, concordo que em jogos a eliminar o Barcelona será sempre muito mais favorito pois tem melhor onze ou melhor 14, melhor equipa e maior qualidade em diferentes aspectos.

Pedro Magalhães disse...

Brilhante post. Subscrevo inteiramente. Espelha da melhor forma aquilo que tenho tentado explicar a todos os que me dizem que o Barcelona está pior. Não está e vencerá facilmente a Champions. E espero que seja suficiente para Guardiola permanecer, ele que é quanto a mim o melhor treinador do mundo.

Mota disse...

Subscrevo inteiramente...faltou apenas dizer,em minha opinião, que enquanto que o Barça tem a garantia quase que absoluta que é, e continuará a ser de longe a melhor equipa do planeta, já o Real num futuro bem próximo irá passar por enormes dificuldades, já que Mourinho de prepara para sair e, como aconteceu em Milão, a herança será muito pesada pesada o senhor que de segue...
Cumprimentos.

Nuno disse...

Pinto diz: "Tinhas coisas a dizer? Sempre desconsideraste esse assunto no passado (principalmente jogos europeus)."

Por acaso não desconsiderei. Disse sempre que eram falsas a grande maioria das coisas que diziam. Sobre os jogos europeus e os panos para mangas, tenho a dizer o que sempre disse: 1) que o Barça foi de facto beneficiado num jogo, na segunda mão em Stamford Bridge; 2) que foi menos beneficiado do que se diz (há 2 penalties claros, sim, e há um de difícil avaliação, mas também há uma expulsão perfeitamente absurda do Abidal, e disso ninguém fala); 3) que é irrelevante que o Barça tenha sido beneficiado nesse jogo, pois na primeira mão foi tão ou mais prejudicado, e a eliminatória teria ficado resolvida (penalty sobre o Henry, Ballack que devia ter sido expulso após travar Iniesta à entrada da área, expulsão do Puyol que o impede de jogar a segunda mão, obrigando que Yaya Touré jogasse a central); 4) que tirando esse jogo em Stamford Bridge, tudo o resto de que falam é um perfeito disparate.

Pinto, teria coisas a dizer sobre arbitragem, mas não só não me interessava, para o que queria dizer no post, falar disso, como não acho que as arbitragens expliquem grande coisa acerca destes 10 pontos. O Real tem sido muito mais beneficiado do que o Barça, mas não acho, sinceramente, que essa diferença se possa traduzir em pontos. Isto é, houve alguns jogos em que o Real foi ajudado, como contra o Bilbao e contra o Maiorca, mas não é certo que não acabasse por vencer os jogos sem essas ajudas. Do mesmo modo que não é certo que o Barcelona não perdesse pontos em Pamplona, por exemplo, se o resultado ao intervalo fosse de 1-1 e não de 2-0, como teria sido se não houvesse erros de arbitragem. Ou seja, o que teria a dizer sobre arbitragem era qualquer coisa factual, não uma desculpa para os resultados.

Postiga, nos jogos contra o Valência (estes para a Taça, principalmente) o Barça foi muitíssimo superior. No jogo da segunda mão, venceram por 2-0, mas falharam uns 10 golos feitos. Eu não minimizo o trabalho feito no Real. Aliás, só tenho a gabar a forma como o Mourinho conseguiu incutir aquele espírito competitivo. Agora, continuo a achar que o Real, tirando esse aspecto, é uma equipa muito inferior ao Barça, e continua a depender de demasiados factores extrínsecos para produzir (inspiração, motivação, vontade de ganhar, sorte, etc.). Evidentemente, a equipa é excelente. Mas continua a léguas do Barcelona. Só isto.

Joao disse...

"fez uma primeira parte miserável, e acabou por dar a volta na segunda, sem apresentar um grande futebol, mas com uma força anímica muito grande. Foi assim com o Levante, este fim-de-semana, por exemplo"

Nuno, eu acho que nao viste esse jogo. Nao é possivel tecer esse tipo de comentario qdo o real teve mais de 70 por cento de posse bola, e propôs um excelente futebol.

Manuel Nascimento disse...

Eu sei que não é comigo, Joao, mas "Nuno, eu acho que nao viste esse jogo. Nao é possivel tecer esse tipo de comentario qdo o real teve mais de 70 por cento de posse bola, e propôs um excelente futebol." não vale nada por si só.

O Barcelona não vale o que vale porque tem números absurdos no que diz respeito à posse de bola, joao após jogo. Se quiseres ver por aí, a grande diferença do Barça está no facto de aliar a percentagens altíssimas de posse de bola uma qualidade altíssima da mesma.

O Real Madrid (e não fui ver dados do jogo) até pode ter acabado contra o Levante com os teus 70% de posse de bola, mas isso não implica directamente que tenha sido superior, ou que tenha encostado o Levante à corda ou que com esses 70% tenha criado oportunidades claras - fruto da qualidade de posse de bola, entre outras coisas - e suficientes para se poder dizer que massacrou ou que esteve muito por cima no encontro. Ter posse de bola não é o mais difícil.

Quanto a outro comentário mais acima, do Postiga, em que diz que primeiro que "(...)nesse aspecto o Mourinho é mestre pois foi o que conseguiu fazer ao longo dos anos nos diferentes clubes, muitas vezes jogando mal mas ganhando." tenho a dizer que, descontextualizado como tu o apresentas, ou assim de forma tão leviana, a única conclusão possível de se tirar não é de que o Mourinho é "mestre"; é de que o Mourinho tem imensa sorte. Porque (e há-de ser sempre assim), a forma de se estar mais perto da vitória (e mais, se for da vitória com regularidade suficiente para se vencerem campeonatos) é jogando bem. Se até tu achas que o fez jogando mal, não faz sentido chamares-lhe um mestre. Se assim for, tem que ser por sorte.

Noutro ponto dizes que "considero que a conquista da Liga Espanhola por parte do Mourinho será provavelmente o seu maior feito enquanto treinador ao derrotar o todo-poderoso Barcelona". Vamos lá ver, "ao derrotar o todo-poderoso Barcelona"? Quando é que o Real Madrid o derrotou? Se o Real ganhar a Liga não terá sido, certamente, por ter derrotado o Barcelona ou por se ter mostrado directamente melhor equipa. Se ganhar foi por uma série de coisas que o Nuno explicou no post, e o mérito está lá também, mas nunca se lhe poderá dar o mérito de derrotar directamente a melhor equipa do mundo. Infelizmente para o Mourinho.

(Nuno, desculpa ter vindo para aqui abrir aspas mas «teve que ser». Um abraço. Excelente post, já agora - mais uma vez.)

Postiga disse...

Olá Manuel:

1)Em primeiro lugar, parece-me que a equipa atípica é o Barça pela forma como joga e obviamente quando comparada com o resto das equipas a diferença é abismal. Agora, daí a fazer de todas as outras equipa lixo que é o que noto acho abusivo. Todas as equipas sabem como a equipa do Barça joga e todas se moldam em função dela quando os confrontam, só por ai se vê o poderio. Quando se defronta uma equipa onde os pontes fortes é a capacidade de tomar decisões e a criatividade, factores algo abstractos é impossível criar uma receita para os parar.

2)Concordo contigo que jogar bem e melhor que os outros é meio caminho andado para se ganhar jogos e muito provavelmente campeonatos. Agora, também concordas que para se ser campeão é preciso se jogar com todas as contrariedades: mau tempo/relvado, partir em desvantagem no marcador, ter jogadores expulsos cedo,x titulares de fora, n coisas,..Se calhar o Barcelona não se viu muitas vezes nessas desvantagens e por isso não há comparação entre elas mas o que é certo é que 10 pontos é muito ponto tendo em conta que ainda ganharam o duelo entre ambos.

3)Para finalizar Barcelona é muito melhor que o Real e ganhará cerca de 60/70% dos duelos em que joguem directamente mas campeões em fases regulares não se fazem só disso. A eliminar todos os pormenores fazem diferença e aí o Barça é mto mais forte, mentalmente e fisicamente e noutros factores que já foram abordados.

Aliás, proponho uma análise do Real para com outra qualquer equipa a nível mundial, excepto Barcelona pq qualquer coisa comparado com o Barça se torna banal. Volto a frisar que dificilmente fará sentido falar em crise no Barcelona porque a sua ideologia e maneira de jogar não o permitirá.

Nuno:

Por fim e agora é mesmo fim, não fica bem falar apenas nas oportunidades criadas só pelo Barça quando em campo há 2 equipas e se o Barça criou 10 em Camp Nou, o valência criou 10 no Mestalla (nem vou incluir erro de arbitragem de Pinto) e mais umas quantas em Camp Nou ainda antes de o barça marcar. Foi se calhar a equipa que mais jogou de igual para igual com eles e em vários momentos até os senti superiores.

Pedro disse...

Lá está:

"o facto de Xavi, Iniesta, Fabregas e Busquets não terem alinhado"

Tenho sempre defendido que o Barça é a super equipa que é pq alia a uma táctica formidável a jogadores perfeitos para a aplicar. Sem esses jogadores a super táctica perde eficácia pq a aplicação não é nem nunca será a mesma.

Nuno disse...

E isto? (que já se viu repetidas vezes)

http://i.cr3ation.co.uk/dl/s1/gif/a095b62ba601cdf2e9b5ff3d0e9c8069_biscuitsshakey.gif

Isto também é um jogo europeu

http://i.imgur.com/ubOSQ.gif

O Messi seria expulso como foi o Van Persie?

Até dou a seguinte eliminatória de barato (houve muito cacete) mas o vermelho foi por isto:

http://www.youtube.com/watch?v=PC67GUzV6m8

Fora o golo anulado ao Higuain. Mas dou de barato.

As considerações da eliminatória de Stamford Bridge... bem, não devemos ter visto os mesmos jogos.

Manuel Nascimento disse...

Pinto, neste momento não consigo ver os vídeos que puseste no teu comentário, mas atrevo-me a dizer o seguinte: 1) O golo do Higuain?! Legal? Há 12512 potenciais irregularidades no lance antes de a bola lhe chegar e ainda defendes que o que foi mal feito for ter-se anulado o golo? 2) O Pepe só foi expulso por culpa própria. Porque é o Pepe. Porque lhe terão perdoado umas dez expulsões no conjunto das duas mãos, e outras tantas nos jogos do campeonato e taça. Para não falar dos jogos deste ano. Se essa falta não é para vermelho é só por acaso. É uma sorte não ter sido para vermelho, se calhar; porque se tivesse sido "mesmo" para vermelho directo o desfecho podia muito bem ser uma lesão gravíssima do Alves. Não tens que o fazer, mas seria bom que admitisses que o Pepe não se faz ao lance com o objectivo de tirar a bola de forma limpa.

Pedro, essa tua também é boa: "Tenho sempre defendido que o Barça é a super equipa que é pq alia a uma táctica formidável a jogadores perfeitos para a aplicar. Sem esses jogadores a super táctica perde eficácia pq a aplicação não é nem nunca será a mesma."
Perde eficácia? Medes a eficácia de uma táctica a partir dos golos que marca ou que sofre a equipa em questão? Porque em termos do que significa o jogo par ao Guardiola, como ele o entende, a eficácia que a táctica perde com outros elementos em campo é quase zero.

Por outro lado, sempre adorei essa forma de pensar: sem o Messi o Barça não era tão forte; sem o Xavi e o Iniesta idem. Claro que são condicionantes pá. Mas há alguma equipa do mundo que mantenha exactamente o seu nível sem os seus melhores jogadores? Que seria do Real Madrid, para não ir mais longe, sem Ozil, Lass, Khedira e Xabi Alonso (para referir o meio-campo)? Que seria do Benfica num jogo sem o Javi Garcia, o Witsel, o Matic e o Aimar? É por não se manter o nível que afinal não se joga bem, ou que afinal não se merece o rótulo de melhor equipa da hostória e melhor futebol de todos os tempos, maior revolução moderna no futebol, etc?

O Barça é melhor com os melhores jogadores; todo o modelo de jogo é melhor entendido e melhor executado com os melhores executantes dentro de campo. Mas se sai um e entra outro tudo se mantém, mantém-se o paradigma, joga-se da mesma forma, pelos mesmos sítios, com os mesmos objectivos na progressão, mesmos princípios de jogo e do modelo. Sai um e entra outro e continua a ser o Barça.

Nuno disse...

Manuel Nascimento, como disse no comentario, essa eliminatoria "dou de barato" ("houve mt cacete").

Unknown disse...

Deixei der ler este comentário assim que vi um "o que seria o Benfica sem o Matic". Para não dizer "Real sem Lass".

Pedro disse...

Manuel, não é por esse prisma.

A táctica do Barça tem sido elogiada por todos. É a melhor equipa de todos os tempos. E é. Mas é pq alia a táctica aos jogadores perfeitos para a aplicar. Sem esses jogadores a táctica é mais vulnerável. Ou seja, os jogadores jogam da mesma forma, a mesma circulação de bola, a mesma pressão, a mesma ocupação de espaços, mas a eficácia da mesma é menor. O passe não sai tão bem, o rasgo não acontece tantas vezes, a descoberta de espaços é menor, etc. Se o Barça não tivesse aqueles jogadores a táctica não seria tão esmagadora logo perdiam mais pontos logo a táctica não seria tão forte logo não existiriam tantos elogios logo etc etc

Basicamente o que tento dizer é que esta táctica fabulosa do Barça só é possível pq o Barça tem os jogadores perfeitos para tal. Q será muito dificil de a replicar noutra equipa pq os pressupostos estão lá todos mas falta aquele pormenor de qualidade só ao nível de certos jogadores.

Manuel Nascimento disse...

faa, é uma pena não teres lido o comentário todo, então.

Quando me referia ao Benfica sem o Matic ou ao Real sem Lass referia-me aos dois clubes sem uma das suas habituais opções para o centro do terreno. A comparação é com um Barça sem Xavi, Iniesta, Busquets e Cesc. Que outros 4 do meio-campo Real Madrid é que têm mais minutos que o Lass? Ou que outros 4 é que têm tido mais minutos no meio-campo que o Matic?

De qualquer forma, onde queria chegar não era aos nomes; isso é indiferente. Era chegar ao top4 do meio campo de qualquer clube e tirá-lo, como aconteceu ao Barça, para ver quem é que se mantém de pé (ou que táctica é que se mantém assim tão "eficaz", como lhe quiseram chamar, sem ser a do Barcelona).

Abraço,

Manuel Nascimento disse...

Pedro, embora perceba o que tu estás a dizer, não posso concordar contigo. Do meu ponto de vista pesa muito o facto de que, em qualquer equipa, se tiras os melhores jogadores a garantia de aproximação a um determinado modelo de jogo pré-definido reduz-se e a "qualidade de jogo" também, por consequência.

Não é um questão de táctica, é uma questão de modelo de jogo e respectivos princípios. É o "jogar" que está em causa. A interiorização desse "jogar" implica muito mais do que a interiorização de um determinado sistema táctico, e é por isso que se se for aplicar o modelo numa outra equipa habituada a outros processos de jogo o sucesso dessa implementação não poderá nunca ser medido e julgado no imediato. Mas também é por isso que, qunado assimilado, perdura durante tanto tempo e seria ridículo estarmos aqui a falar de crises ou de "cambios de ciclo".

O Barcelona tem os jogadores ideais para este futebol, pois claro que tem. E é por isso que não é só uma excelente equipa de futebol, moderna e revolucionária; por isso é que é a melhor equipa da história, porque alia a uma ideia magnífica títulos atrás de títulos. Um "Barcelona" sem esses jogadores não ficaria para a história pelos títulos conquistados, que eventualmente não seriam os mesmos, mas iria para cada jogo com essa ideia na cabeça: a de jogar futebol assim e assim, seguindo à risca aquele modelo e aqueles princípios assimilados. E nesse caso (seja na 3ª divisão, até), essa equipa seria sempre a vencedora no que a futebol dissesse respeito.

Não estamos só a falar das vitórias de uma equipa; estamos a falar da vitória de uma ideia, e essa ideia não depende assim tanto das bolas de ouro deste mundo.

Abraço!

Manuel Nascimento disse...

Pedro, voltei a ler o teu comentário e de facto parece-me que coincidimos em mais pontos do que me tinha parecido da primeira vez. Desculpa ter insistido nalgumas ideias em que tu também estás de acordo. ;)

Nuno disse...

João diz: "Nuno, eu acho que nao viste esse jogo. Nao é possivel tecer esse tipo de comentario qdo o real teve mais de 70 por cento de posse bola, e propôs um excelente futebol."

João, viste como é que foram averbados esses 70%? O Levante concedeu a iniciativa ao Real, fechando-se lá atrás. Claro que o Real teria muito mais bola. O problema foi que, na primeira parte, não me lembro de uma única ocasião clara de golo do Real. Tentou muito através da força, do esforço, de cruzamentos, bolas paradas, etc., mas não foi competente a contrariar esse bloco baixo. Depois, o Levante ficou reduzido a 10 a poucos minutos do intervalo. Na segunda parte, o domínio do Real ainda se acentuou mais, em termos de posse. Não significa que tenha feito um bom jogo, nem que tenha jogado bem. Na primeira parte, contra 11, não jogou.

Postiga diz: "se o Barça criou 10 em Camp Nou, o valência criou 10 no Mestalla (nem vou incluir erro de arbitragem de Pinto) e mais umas quantas em Camp Nou ainda antes de o barça marcar. Foi se calhar a equipa que mais jogou de igual para igual com eles e em vários momentos até os senti superiores."

Isso não é verdade. O jogo no Mestalla foi equilibrado. Em Camp Nou não. O Barça não goleia em casa porque não calha. Não implica isto que o Valência não jogue bem. Joga. Não sei se viste o jogo contra o Real, para o campeonato. Deu um banho de bola, só que infelizmente ofereceu 2 golos.

Pedro diz: "Tenho sempre defendido que o Barça é a super equipa que é pq alia a uma táctica formidável a jogadores perfeitos para a aplicar. Sem esses jogadores a super táctica perde eficácia pq a aplicação não é nem nunca será a mesma."

Pedro, como é óbvio, se tirares os melhores jogadores, os resultados não saem iguais. Mas que outra equipa do mundo, sem os seus habituais 4 do meio-campo, é que conseguia, ainda por cima num campo naquele estado, dominar o jogo pela posse como o Barça o dominou frente ao Osasuna? É evidente que, sem os melhores, há resultados que depois não saem tão bem, porque nos detalhes a equipa fica a perder. Mas só aí. Porque, de resto, não perde nada. Continua a trocar a bola extraordinariamente, continua com os mesmos princípios. E isso já é muita coisa. Muita mesmo.

Nuno disse...

Pinto, sobre Stamford Bridge já disse o que tinha a dizer. Há 3 penalties contra o Barça, dos quais só 2 são evidentes. E há a expulsão do Abidal, que é absurda. O que é que há mais para ti?

Com o Busquets no chão, ou com o Abidal a fazer uma falta normal sobre o Guarín, o que é que queres mesmo demonstrar?

Sobre a entrada do Pepe, decreto a partir de hoje (porque já não és o primeiro, e porque ainda hoje se volta a falar desse lance) que aquele que continua a achar que o Pepe não tocou no Dani Alves não está bom da cabeça. Só pode. Desculpa, mas só pode. É que não consigo mesmo perceber como é que se inventou essa mentira e tanta gente acreditou nela. E depois há gajos como tu que metem vídeos do Pepe a tocar no Dani Alves para mostrarem que não tocou. Desculpa, mas isso ultrapassa-me. Não percebo. Pareces um maluquinho que anda pela rua no Inverno em tronco nu a gritar que estás com um calor dos diabos. Desculpa, mas não consigo lidar nem com maluquinhos, nem com quem alucina deste modo.

Nuno disse...

http://abola.pt/nnh/ver.aspx?id=316431

Não meto link para o youtube porque são tantos os vídeos que é só escolheres. Quem é que não está bom da cabeça?

A falta normal sobre o Guarín perto do fim do jogo com 0-1 foi dentro da área. Penalty do tamanho da Lua por marcar.

O Busquets no chão a fazer teatro e a olhar pelo canto do olho foi a expulsão do T. Motta na meia final que o Inter do Mourinho ganhou com 10 em Camp Nou.

Isto como exemplos, apenas e só.

Nuno disse...

Pinto, quem não está bom da cabeça é quem usa um vídeo em que se vê que há contacto para demonstrar que não há contacto. É como usar um mapa mundi para demonstrar que a América não fica a oeste da Europa. Para te ser sincero, nunca percebi bem esta polémica. Aquilo é vermelho directo em qualquer lugar do mundo. Só porque o Mourinho ficou revoltado, inventou-se tudo e mais alguma coisa. E tu, porque há coisas que te movem, obviamente, acreditas, vais atrás, vociferas, e passas a crer que o branco é preto. Para mim, não estás bom da cabeça.

Sobre o lance do Guarín e do Busquets, o que queria saber não é o que tu achas dos lances. O que queria saber é qual é a relevância disso. Isto é, por que é que um penalty sobre o Guarín, num jogo em que o Porto não criou uma única oportunidade de golo (nem flagrante, nem não flagrante), e que, quando muito, adiava o inevitável, que era a derrota, tem a ver, primeiro, com a justiça do resultado, e, segundo, com o Barcelona ser ajudado contra o Real? E o que é que o Busquets a rebolar no chão e a espreitar por entre as mãos tem a ver com ter ou não ter sido agredido? Mesmo admitindo que fez teatro, há uma agressão antes. O ter feito teatro ou não não muda isso. Da mesma maneira que o Dani Alves ter-se queixado da entrada do Pepe não muda nada. Há uma entrada violenta, que lhe acerta, e que o podia ter magoado a sério. Isso é que importa. O Pepe é bem expulso. E acho de uma absoluta falta de cuidado justificar ajudas ao Barcelona com esse lance, quando o Real tinha sido beneficiadíssimo em todos os jogos antes desse, com os árbitros a permitirem que jogadores com Pepe, Khedira, Lass, Marcelo, e outros, acabassem sistematicamente jogos em que agrediam e entravam violentamente sobre os seus opositores. Acho de uma absoluta falta de cuidado e de uma absoluta hipocrisia, aliás.

SportingSempre disse...

conversa de merda a desvalorização do que o Real tem feito..

marca mais golos e joga mais rápido que o Barça, o resto é conversa de quem tenta tornar o futebol mais complicado do que realmente é, exemplo disso é dizer até barbaridades do genero o "Busquets é um medio genial".

gosto muito do guardiola, mas é obvio que ele o diz pa recompensar o jogador mais trabalhador do seu 11, enquanto pacovios ingenuos acreditam cegamente e literalmente numa impossibilidade factual.

Nuno disse...

SportingSempre, duas coisas:

1) A diferença entre a) marcar mais golos e jogar mais rápido e b) jogar melhor é incomensurável.

2) Não, não gostas do Guardiola. Pensas que gostas, mas não gostas. Fará parte de gostar do Guardiola perceber alguma coisa do seu trabalho. Tu não percebes.

Nuno disse...

Ele não lhe toca... E o Motta nao agrediu o Busquets.
E quanto ao Porto, que realmente só me lembro de duas ou tres oportunidade, não-flagrantes, que foi um balazio de muito longe do Guarin... Que tem isso? Não me viste dizer que o Barcelona não é a melhor equipa do Mundo. O facto foi que nomeadamente nesse jogo um 1-1 tao perto do fim (sabendo da alta probabilidade de o penalty ser golo) quase de certeza daria prolongamento. Se por o Barça ser efetivamente melhor e tudo o resto é irrelevante, então porquê jogar? Podemos dar-lhes logo as taças... Ou a beleza do futebol não está no facto de o David poder sempre ganhar ao Golias, por mais impossivel que pareça? (o que nao ves no basquetebol por exemplo)
Digo eu...

Outro exemplo e o excesso de zelo que nao verias com o Messi: a expulsao do Van Persie. Nao achas que o Arsenal estava a fazer um belissimo jogo (e eliminatoria alias) mesmo sabendo do valor das duas equipas? E nao custou suor e trabalho atingir aquele nivel para disputar o jogo daquela forma com o Barça? Essa do "adiar o inevitável" tira todo o sentido à competição. Para quê jogar?...

SportingSempre disse...

incomensuravel para ti, que só vês barça á frente..há muito boa gente que prefere ver jogar o real por jogar mais rapido e marcar mais golos simplesmente.

para mim o barça de pep é a melhor equipa da historia do jogo, o guardiola um senhor, unico ao nivel do mou (apesar de precisar de o provar noutro clube)..

não dês lições pateticas como se tivesses o exclusivo de apreciar pep ou a cultura barça, cais no ridiculo.

o merito que tentas tirar ao real é ainda maior porque o rival parece invencivel á partida.

eu torço pelo real por mou e restantes portgueses, tu torçes pelo barça e seus constantes insultos aos mesmos, cada um tem as suas preferencias, mas antes deste texto devias pôr um disclaimer tipo: "esta opinião não é baseada em factos, é parcial devido aos meus gostos pessoais".

Anónimo da Silva disse...

Ai que enorme crise. Quase que ganhavam por 10 ao Valência.
Não estão mesmo a jogar nadinha.
E aquele puto que se não fossem os penaltis tinha mais 7 golos marcados que o CR também é fraquíssimo, só joga bem quando o Xavi também joga e é incompleto e fiteiro e etc e tal.
Podem "comprar" muitos campeonatos, mas as bolas de ouro essas vão sempre dar ao mesmo sítio.

Nuno disse...

Alguém disse que o Messi era fraquíssimo? lool acho que é consensual mesmo para quem "torce" pelo Real que o Messi é o melhor do mundo e isto se não é o melhor de sempre...

pedro oliveira disse...

«O Barcelona já ganhou 2 competições, continua na Taça, e acabou por perder pontos importantes no campeonato.»

Factualmente o Barça já venceu três competições: a Super Taça de Espanha (frente ao Real Madrid), a Super Taça Europeia (frente ao FC Porto) e o Mundial de Clubes (frente ao Santos).
Isto para não referir o facto de ter eliminado o Real Madrid da Taça do Rei; para aqueles que defendem o futebol "basculante" de Mourinho porque será que apesar de todos os desafios Mourinho vs. Guardiola, o único que «o especial» conseguiu vencer foi em Milão numa arbitragem inqualificável de Benquerença e depois do Barça ter percorrido meia Europa de autocarro (não havia aviões por causa do vulcão islandês).
Porquê?
(não vale falarem na final da Taça do Rei da época passada, o resultado foi: 0-0* [adoro resultados com asterisco, 1-0 para o Real após prolongamento, no entanto o resultado do jogo, repito, foi 0-0)

masterzen disse...

Este Pinto é o máximo, a queixar-se da arbitragem com um símbolo do Porto... ahahahah deves ter prai 16 anos não? Aconselho-te a perderes tempo a descobrir como o teu clube engordou tanto o palmarés e deixa o Barça em paz. Deves fazer parte de um famoso contigente de portugueses situados a volta da cidade do Porto que são contra a corrupção de Segunda a Sexta feira e ao fim de semana já pode haver corrupção. Vê lá se encontras na net que algum presidente do Barça recebeu um árbitro em casa ou foi julgado e condenado por corrupção desportiva?

masterzen disse...

Este Pinto é o máximo, a queixar-se da arbitragem com um símbolo do Porto... ahahahah deves ter prai 16 anos não? Aconselho-te a perderes tempo a descobrir como o teu clube engordou tanto o palmarés e deixa o Barça em paz. Deves fazer parte de um famoso contigente de portugueses situados a volta da cidade do Porto que são contra a corrupção de Segunda a Sexta feira e ao fim de semana já pode haver corrupção. Vê lá se encontras na net que algum presidente do Barça recebeu um árbitro em casa ou foi julgado e condenado por corrupção desportiva?