tag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post1951002355535749927..comments2023-11-05T10:38:44.667+00:00Comments on Entre Dez: Ricardo Carvalho: o Patriotismo e o RespeitinhoUnknownnoreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-32278556185424713542011-10-23T16:01:11.462+01:002011-10-23T16:01:11.462+01:00“Tento falar com eles e todas as decisões que tomo...“Tento falar com eles e todas as decisões que tomo têm uma razão e explicação. Tento ser o mais coerente possível, mesmo que essas decisões sejam difíceis de tomar”<br /><br />AVBGBChttps://www.blogger.com/profile/01816678693080190681noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-82157401009806911882011-09-18T01:04:01.589+01:002011-09-18T01:04:01.589+01:00Pois, o que eu acho é que, por tradição, os treina...Pois, o que eu acho é que, por tradição, os treinadores preparam-se muito especificamente em termos tácticos e afins, recebem instrução acerca do jogo, do corpo humano, das regras de arbitragem, etc., mas a formação enquanto condutor de seres humanos é geralmente negligenciada.<br /><br />O Jorge Jesus é vulgarmente tido como um brutamontes, arrogante, que puxa os méritos todos para si, que dá ordens e ralha com os jogadores, mas eu não sei se, nesse aspecto, ele será assim tão fraco. Um excelente exemplo de como ele tem em atenção algumas coisas que muita gente negligencia foi o que disse acerca da utilização do Rúben Amorim frente ao Manchester. É verdade que a principal razão foi técnica, mas disse o Jesus que o Rúben Amorim vinha sendo pouco utilizado e, tendo ele precisado de um jogador das suas características, deu-lhe a oportunidade num jogo tão importante. Ao fazê-lo, não lhe deu apenas uma "prendinha"; mostrou-lhe que confiava nele num jogo de importância elevada, mostrou-lhe que, apesar de não andar a jogar tanto quanto certamente desejaria, era importante para o treinador. A meu ver, pô-lo neste jogo vale mais do que confortá-lo, do que lhe dar palmadinhas nas costas. É uma demonstração de confiança. O ano passado o Mourinho passou o ano inteiro a dizer como o Granero era esforçado e como lhe custava não o utilizar mais. O Granero, mesmo não gostando de não jogar, de certeza que gostou de ver que o seu treinador se preocupava com ele a ponto de vir a público elogiá-lo.<br /><br />Este tipo de "mimos" fazem parte das competências de um treinador, embora sejam geralmente negligenciadas. Pôr um miúdo a jogar um minuto, ainda por cima nessas idades, sobretudo quando ele viria com grandes expectativas, é não saber lidar com pessoas. É verdade que é já um prémio grande poder ser convocado para um escalão acima, mas frustrar assim as expectativas de um miúdo pode ser mau. Lembro-me de ser miúdo, de ter ido a um torneio numa equipa em que era o mais novo, alguns dos meus colegas tendo mais 2 e 3 anos que eu, um torneio contra equipas com rapazes mais velhos, e de ter sido o único a não ser substituído. A sensação de orgulho foi tanta que acho que foi um dos momentos-chave no meu crescimento como jogador. Os miúdos, às vezes, precisam destes estímulos, precisam de se sentir incentivados. E raramente são as palavras que os incentivam. São gestos. O teu miúdo de certeza que terá outras oportunidades como essa, mas compreendo-lhe perfeitamente a frustração. É visivelmente ambicioso, e quer é mostrar que é tão bom ou melhor que os mais velhos. Isso sempre foi um dos meus maiores estímulos.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-51119717486354330502011-09-17T21:19:09.220+01:002011-09-17T21:19:09.220+01:00Hoje aconteceu-me um episódio engraçado, q mt dist...Hoje aconteceu-me um episódio engraçado, q mt distante da dimensão de uma selecção nacional, e da alta competição, não deixa de ter piada e servir até como uma pequena amostra do que poderá ser a mente dum atleta.<br /><br />O meu miúdo tem jeitinho para a bola, e foi por isso, convocado para jogar não na equipa do seu escalão, onde costuma ser o "maior", mas para jogar no escalão acima (com miudos mais velhos 1 e 2 anos).<br /><br />Ficou o jogo todo no banco, entrou a 1 min do fim. Pouco tocou na bola.<br /><br />Quando veio ter comigo, diz-me com uma azia descomunal "Epa, para jogar só um minuto, nem valia a pena entrar"<br /><br />Isto vem de uma criança... Imagina um profissional com muitos anos da coisa. UiiiMiguel Nuneshttps://www.blogger.com/profile/13110700803832483617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-48581748817070000222011-09-15T10:43:43.624+01:002011-09-15T10:43:43.624+01:00"Olha e ja agora sobre a patria: "este t..."Olha e ja agora sobre a patria: "este texto era contra as pessoas que nao gostam da patria". Disseste tu no comentario. Pronto, fugiu-te a boca para a verdade: nao era sobre o Ricardo Carvalho."<br /><br />MM, não sei o que dizer sobre isto. Vou tentar explicar. Isto era um texto contra a opinião pública que "atacou" o Ricardo Carvalho. Esta opinião pública fundamentou o ataque com 2 argumentos: o patriotismo e o respeitinho. Este era um texto contra a ideia de patriotismo e a ideia de respeitinho, partindo do caso concreto do Ricardo Carvalho. Ou seja, partindo de um caso em que o vício destes "valores" tinha provocado uma reacção condenável em alguém tão íntegro, quis demonstrar como estes "valores" maus valores e, por conseguinte, como o Ricardo Carvalho não é tão culpado como essa opinião pública quis pintar.<br /><br />"Uma seleccao ou escolha nao e debitar ordens. E uma funcao. O Paulo Bento ou o Andre Joao escolhem 11, e os 22 ou 23 que estao na sua frente nao o entendem como "ordens". Se o entendem como "ordens" serao, possivelmente, individuos tapadinhos ..."<br /><br />Já disseste coisas bem inacreditáveis, mas esta supera-as, acho eu. Uma selecção não justificada é uma ordem. É essa a definição de "ordem". Se não justificam nada a 11 jogadores, eles só podem entender a selecção como ordens. Isso é claro. Dei-te o exemplo militar e não o comentaste. Acho que é um bom exemplo e até gostava de ouvir a tua opinião sobre ele, apesar de tudo.<br /><br />De resto, MM, eu já percebi que a principal razão para não nos entendermos é termos valores diferentes. Eu valorizo a liberdade, acima de tudo. Valorizo a inteligência, a competência, o respeito que se adquire, o orgulho, o direito à indignação. Tu valorizas aquilo a que eu chamei "respeitinho", ou seja o "respeito" que se impõe, valorizas a humildade. Não é de agora. Já no passado te melindraste bastante por eu "atacar" ideias de outros bloggers. É exactamente o mesmo tipo de melindre com o que o Ricardo de Carvalho fez. Somos muito diferentes, por isso, desde logo nos princípios que temos. Se fores uma pessoa com consciência política (não sei se o és, nem tenho nada contra, se for esse o caso), até sei de que lado da assembleia se sentam os deputados em quem costumas votar. E como acho que, apesar de se poder ter uma conversa inteligente com pessoas com princípios, acho difícil conversar com pessoas com certos princípios, sobretudo quando esses princípios são autênticos fundamentalismos religiosos, acho difícil falar contigo. Como te disse acima, as pessoas que valorizam o "respeitinho", se forem coerentes (e tu parece-me que és), não podem valorizar a liberdade, sobretudo a liberdade de opinião, que é a mais importante das liberdades. E, por isso mesmo, acho complicado conversar com essas pessoas, como acho complicado falar sobre o conflito em Israel com anti-semitas ou anti-islâmicos.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-20374985635887312022011-09-15T10:43:19.536+01:002011-09-15T10:43:19.536+01:00MM diz: "Nao sei onde e que leste "jogad...MM diz: "Nao sei onde e que leste "jogadores novos". Em lado nenhum. Os processos de afirmacao ocorrem em qualquer individuo: relacionam-se com os proprios, e contextos."<br /><br />MM, não conheço nenhum internacional que aos 30 anos se esteja a afirmar. Nenhum.<br /><br />"Aquilo que falas, "agarrar o balneario", e outra coisa completamente diferente. E nao tem que ver com este tema do Ricardo Carvalho."<br /><br />Claro que tem. E, repito, é precisamente por não perceberes a questão "balneário" que não consegues perceber o lado do Ricardo Carvalho e manténs a tacanhez da opinião.<br /><br />"Deixar o Carvalho no banco sem que lhe fosse explicada a opcao = Falta de respeito, ou "respeitinho", como dizes."<br /><br />Este é um bom exemplo de como não percebes o que escrevo. Para justificar a falta de respeito do Paulo Bento, tive de escrever 2 ou 3 parágrafos, mas tu achas que eu parto da premissa de que ele lhe faltou ao respeito por tê-lo deixado no banco. Estás enganado. Não parto. Depois, acho que ainda não percebeste que estou a distinguir "respeito" de "respeitinho". "Respeito" é uma coisa que se conquista, que só pode existir em reciprocidade, quando as 2 pessoas se respeitam mutuamente. "Respeitinho" é o que tu achas que é o "respeito", e é o que eu acho que é "obediência"; é um dever gratuito de algo a alguém que nos é superior hierarquicamente.<br /><br />"- Porque ignoras e manipulas o elemento mais notorio desta historia toda: o Carvalho abandonou o estagio porque amuou e nao quis saber. Fez a mala e voltou para Madrid, onde se sente confortavel. Porque nao precisa da seleccao. "Mas porque e que nao precisa da seleccao, e so porque sim, porque o dizes, ou vais argumentar?". Nuno, e mesmo por isso: porque sim."<br /><br />MM, isto diz quase tudo sobre ti. Para que é que vens aqui discutir opiniões e rebater argumentos, se para ti as coisas são como são porque sim? Não percebo. Sinceramente, não percebo. E, digo-te, muito sinceramente, para mim, pessoas que acham que as coisas são como são são as pessoas mais estúpidas que conheço.<br /><br />"O Carvalho sentiu-se infantilmente, forma idiota, e estupida, ameacado. Olha, lembras quando a Cinha Jardim abandonou a quinta das vacas antes da votacao, quando estava nomeada? Pronto, o fenomeno e exactamente o mesmo. Foi isso que passou pela mente do Carvalho."<br /><br />É que nem consigo exprimir o que sinto em relação a esta comparação. É quase tão má quanto o mau gosto do segundo exemplo. Impressionante!<br /><br />"Nao tem que ver com injustica. Nem com a patria. Tem que ver com a existencia de individuos estupidos que agem de modo estranho."<br /><br />Francamente, chamar repetidamente estúpido a um dos jogadores mais inteligentes e com uma personalidade mais forte, dos que vi jogar, é das coisas mais absurdas de que me lembro. Olha, só me consigo lembrar do caso em que um adepto do Benfica quis agredir o Aimar. A agressão, por si só, seja a que jogador for, é absurda. Mas quando o alvo é o jogador mais inteligente do plantel, o mais talentoso, aquele com uma personalidade mais vincada, só dá vontade de perguntar como é que é possível ser-se tão estúpido. A tua reacção contra o Ricardo Carvalho faz-me lembrar a reacção deste adepto contra o Aimar. Eu sei bem que é que é o estúpido nesta história toda.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-20104547383106404342011-09-15T03:49:27.607+01:002011-09-15T03:49:27.607+01:00E deixa ja agora dizer-te, para terminar, continua...E deixa ja agora dizer-te, para terminar, continuas a nao compreender o que e / foi dito: um treinador deve ter especial sensibilidade para tratar / explicar / cuidar opcoes que podem originar a percepcao - num jogador que procure afirmacao - uma situacao de injustica. Nao sei onde e que leste "jogadores novos". Em lado nenhum. Os processos de afirmacao ocorrem em qualquer individuo: relacionam-se com os proprios, e contextos. O Rubio e um jovem jogador, mas nao e um jogador que precise de "mimo". Porque? Porque o seu processo de afirmacao nao e posto em perigo pela nao-utilizacao. Podia ser, mas no caso dele nao e. Nao tem que ver com o ser jovem ou nao. Tem que ver com "expectativa". As pessoais, e as do contexto (gentes em volta, por norma, publico e entidade patronal, clube).<br /><br />Aquilo que falas, "agarrar o balneario", e outra coisa completamente diferente. E nao tem que ver com este tema do Ricardo Carvalho.<br /><br />Mais, Nuno, sem que precise de recorrer a experiencia de balneario ou maturidade emocional que notoriamente evidencias: a tarefa de "cuidar" quem precisa de ser "cuidado", pertence ao treinador, aos dirigentes, aos colegas, a todos. Deve fazer parte da cultura de clube, ou grupo, e e algo que acontece naturalmente em contextos dotados de gentes com sensibilidade para aquilo que fazem. Em Portugal tens um exemplo muito bom disto, ao nivel de clubes grandes, que nao em Lisboa.<br /><br />A tua (propositada) confusao e pintar um quadro onde partes de 2 ou 3 premissas manipuladas. E fazes isso constantemente.<br />Fazes, nesta discussao e nesta mensagem, isto:<br /><br />- Deixar o Carvalho no banco sem que lhe fosse explicada a opcao = Falta de respeito, ou "respeitinho", como dizes. E depois desenrolas uma serie de consideracoes sobre o "respeitinho" que sao completamente desajustadas ao assunto concreto que tratas, porque a colagem primeira que fizeste foi logo falsa.<br /><br />- Percepcionas a accao do Carvalho como resultado de algo que o Paulo Bento nao fez, ignorando que 99% dos treinadores nao o fazem. Ou ignorando que 100 outros jogadores mais categorizados e de nivel superior ao Carvalho sao todos os dias confrontados com situacoes identicas e nao fazem aquilo que o Carvalho fez.<br /><br />- Porque ignoras e manipulas o elemento mais notorio desta historia toda: o Carvalho abandonou o estagio porque amuou e nao quis saber. Fez a mala e voltou para Madrid, onde se sente confortavel. Porque nao precisa da seleccao. "Mas porque e que nao precisa da seleccao, e so porque sim, porque o dizes, ou vais argumentar?". Nuno, e mesmo por isso: porque sim. Porque e assim nos dias de hoje. A seleccao, para estes milionarios jogadores, nao e algo realmente muito importante.<br />Acredita se quiseres. Ou nao acredites, faz como entenderes.<br /><br />Tenta compreender isto: o Carvalho nao se sentiu injusticado. O Carvalho sentiu-se infantilmente, forma idiota, e estupida, ameacado. Olha, lembras quando a Cinha Jardim abandonou a quinta das vacas antes da votacao, quando estava nomeada? Pronto, o fenomeno e exactamente o mesmo. Foi isso que passou pela mente do Carvalho.<br /><br />Nao tem que ver com injustica. Nem com a patria. Tem que ver com a existencia de individuos estupidos que agem de modo estranho.<br /><br />Olha e ja agora sobre a patria: "este texto era contra as pessoas que nao gostam da patria". Disseste tu no comentario. Pronto, fugiu-te a boca para a verdade: nao era sobre o Ricardo Carvalho.<br />E ja agora sobre a manipulacao de elementos, e para que quem te le nao seja induzido em erro:<br /><br />- Uma seleccao ou escolha nao e debitar ordens. E uma funcao. O Paulo Bento ou o Andre Joao escolhem 11, e os 22 ou 23 que estao na sua frente nao o entendem como "ordens". Se o entendem como "ordens" serao, possivelmente, individuos tapadinhos ...MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-52496293468498547762011-09-15T03:09:46.772+01:002011-09-15T03:09:46.772+01:00Nuno,
Este teu ultimo comentario fez-me rir. Sobre...Nuno,<br />Este teu ultimo comentario fez-me rir. Sobre as tres coisas: a experiencia de balneario que nao tenho e o que nao cresci emocionalmente enquanto jogador; o continuares a nao compreender que a accao do Ricardo Carvalho tem de ser vista a luz das motivacoes do proprio e nao da accao do seleccionador; e por fim, uma a que nem dei importancia nenhuma de tao ridicula que e: misturar isto com "patria".<br />Somos bastante diferentes, sim.<br />Sobre tal nao poderia estar mais de acordo.MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-46491122051582497572011-09-13T11:04:21.433+01:002011-09-13T11:04:21.433+01:00"Um jogador à procura de afirmar-se. Convém t..."Um jogador à procura de afirmar-se. Convém ter-se a sensibilidade necessária para explicar uma não-utilização caso o jogador se apresente bem, ou caso venha de bons jogos. Convém, para não se correr o risco de "perder" o jogador."<br /><br />MM, por alguma razão te perguntei se tinhas jogado como federado. Não era argumento nenhum. Era para saber se tinhas experiência de balneário, se conhecias a realidade de uma equipa em competição, se tinhas crescido emocionalmente enquanto jogador, etc. E já percebi que não. Se o tivesses, não dirias este disparate. Os jogadores novos são sempre os que se aguentam mais à "bomboca". Um treinador que pretende "agarrar" um balneário tem de começar por agarrar os mais velhos, tem de "fazer alianças" com os que têm mais peso no balneário. Qualquer pessoa que tenha jogado o tempo suficiente te dirá isso. Ao contrário do que pensas, o normal é um treinador dar muito mais satisfações a um jogador mais velho do que a um mais novo. Eu nem sequer estou a dizer que concordo com isto, pois não acho que isto deva ser uma questão de idades, mas sim de feitio. Mas é assim que normalmente funciona. E referi isso porque estavas a sugerir que o treinador devia ter um tratamente indiferenciado do balneário. Não tem. Nunca tem. Não pode sequer tê-lo.<br /><br />"Não é o caso do Carvalho. Por isso te disse no 1º comentário, jogador com uma carreira notória, sem nada a provar, e que portanto tem de ter a noção do seu lugar. O seu lugar não é o de fazer birra, amuar e ir para casa porque não vai ser utilizado. A sua birra resultou de egoismo. Compreendes?"<br /><br />MM, não percebo este tique prepotente de me perguntares constantemente se "compreendo". Para compreender, precisas de argumentar. Não chega dizeres que a sua birra resultou de egoísmo e perguntares se compreendo. Não é porque tu queres que ela resultou disso. Enfim, como não tens experiência de balneário, nem jogaste anos a fio, não percebes o que é um ego de um jogador de futebol. Quando um jogador de 33 ou 34 anos, que toda a vida foi titular, começa a sentir que o treinador o quer encostar, fica sempre (repito, sempre!) insatisfeito. Seja ele o jogador mais responsável que conheças. Sempre. Tem a ver com ego, com o facto de se sentir menosprezado depois de tanto tempo como titular. É muito, mas muito mais difícil de suportar a decisão de ser encostado depois de tantos anos a jogar do que ser jovem e sentir que se pode começar a ser utilizado. Muito mais. Não tem comparação. O ego ferido é muito maior. É por isso também que é preciso um cuidado especial com jogadores mais velhos. Simplesmente porque esses têm "moral" para discutir decisões do treinador.<br /><br />Por fim, MM, já percebi que tu és pelo "respeitinho". Como deves ter percebido (ou não, não sei), este texto era especialmente contra pessoas que gostam da pátria e pessoas que gostam do "respeitinho". Portanto, também era contra ti. Uma das particularidades das pessoas que gostam do "respeitinho", é não gostarem de argumentos. O "respeitinho" assenta precisamente na ideia de que há relações de subordinação sustentadas pela estipulação de um respeito incondicional ao superior, ou seja, sustentadas pela ideia de que o subordinada não tem direito à argumentação. Como tu és pelo "respeitinho", como tu achas que o treinador está lá para "seleccionar e escolher" e que os jogadores estão lá para acatar ordens, é natural que também não gostes que pessoas que acham o contrário argumentem contra isso. É natural, por seres pelo "respeitinho", que não aceites argumentos contra o "respeitinho". E é natural, por isso, que nunca nos venhamos a entender a esse respeito. Eu sou contra o "respeitinho", porque é prepotente e sou contra a prepotência. Tu és favor. Pronto, somos diferentes. Só isso.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-43996987648822405772011-09-13T02:46:11.456+01:002011-09-13T02:46:11.456+01:00O tratamento individual que falas e que resulta de...O tratamento individual que falas e que resulta de uma sensibilidade necessária para o trato de indivíduos, singularmente e no contexto que os reune, na interacção entre si, ambas, contempla muita coisa. Pode até contemplar a justificação para uma não-utilização. Depende, dos casos.<br /><br />Exemplo:<br />Um jogador à procura de afirmar-se. Convém ter-se a sensibilidade necessária para explicar uma não-utilização caso o jogador se apresente bem, ou caso venha de bons jogos. Convém, para não se correr o risco de "perder" o jogador.<br /><br />Não é o caso do Carvalho. Por isso te disse no 1º comentário, jogador com uma carreira notória, sem nada a provar, e que portanto tem de ter a noção do seu lugar. O seu lugar não é o de fazer birra, amuar e ir para casa porque não vai ser utilizado. A sua birra resultou de egoismo. Compreendes? E por isso importa sempre olhar as motivações das acções. Não resultou de confusão emocional onde ficaria perdido em pensamentos negativos de "porque é que não me utiliza?", "o que é que fiz de mal", semeando-lhe dúvidas na cabecinha.<br /><br />A própria acção revela isso. A frieza de simplesmente abandonar o estágio, tratando a chamada, o grupo e o contexto como uma coisa menor. Por isso te disse, o alvo não foi o Paulo Bento.<br /><br />"Ja alguma vez jogaste futebol federado?", até porque os requisitos para jogar-se futebol federado são complicadissimos de satisfazer. No Estádio Universitário ou em torneios federados, jogados em muito pavilhão ou ringue adaptado por essa Lisboa - ou outras - fora, o que mais se vê são jogadores de futebol. Tantos, de indiscutível qualidade. Praticantes valiosos. E são todos federados ... argumento maravilhoso esse, um que realmente explica muita coisa Nuno. Ou então continuas a enrolar.<br /><br />Vou perguntar ao Paulo Bento se é federado, ou ao Domingos, ao Paulo Sousa, ao Guardiola, ao Mourinho, ou a 99% dos treinadores que não explicam individualmente os porquês das não-utilizações aos seus jogadores. Esses de certeza não são nem nunca foram federados; tivessem sido, e perceberiam ...MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-52378947944451698192011-09-13T01:29:55.868+01:002011-09-13T01:29:55.868+01:00"Mas mesmo sobre os motivos, só: tenta compre..."Mas mesmo sobre os motivos, só: tenta compreender que o Paulo Bento não faltou ao respeito do Ricardo Carvalho. A missão do Paulo Bento é mesmo aquela, seleccionar, escolher."<br /><br />Ah, pronto. Estamos conversados. É por isto que não nos entendemos. Tu achas que a missão do Paulo Betno é seleccionar e escolher, como a missão do general é dar ordens. Eu não concordo. E acho que acabou a conversa, pois estamos em desacordo no que é mais básico para nos entendermos.<br /><br />"Achas que é falta de respeito não ter explicado ao R. Carvalho o porquê da não utilização. Mas, falta de respeito poderia ser, eventualmente, explicar a 1 e não explicar aos outros. Essa falta de respeito teria como alvo, então, os outros 10 não utilizados. E nesse caso seriam 10 a abandonar o estágio e tu virias aqui dizer: fizeram bem, porque não está certo explicar a 1 e não explicar a todos. Entendes este exemplo?"<br /><br />Deixa-me fazer-te uma pergunta: já alguma vez jogaste futebol? Não digo com amigos; digo federado, se fizeste parte de alguma equipa, na qual pretendias jogar. É que isso pode explicar muita coisa. E, depois, há um equívoco grande no teu raciocínio. O treinador tem é de tratar todos os jogadores de forma diferente, consoante o feitio de cada um, não tratá-los de forma igual. Enquanto não perceberes isto, é evidente que não percebas o meu ponto de vista.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-48378844291368221192011-09-13T01:16:46.629+01:002011-09-13T01:16:46.629+01:00Nuno,
Estás mais uma vez enganado. Felizmente, é m...Nuno,<br />Estás mais uma vez enganado. Felizmente, é muito fácil perceber-te. Falas claro, é um mérito teu. Até a extensão do quanto te enrolas, mesmo essa é fácil de perceber, porque é isso que fazes, enrolar chegando um termo mais para a direita ou mais para a esquerda, trocando uma palavra aqui e outra ali, de modo a que o problema X pareça do modo que queres.<br /><br />Não parece, no entanto. Porque a tua narrativa não substitui a realidade.<br /><br />Tenta simplificar, embora no teu caso seja difícil porque como te disse estás motivado pelo desejo de destoar. E esse é até um desejo legítimo, na medida em que diz somente respeito a ti. O do Carvalho já não é, como exemplo, porque vai para além de si próprio, do seu egoismo, e até da relação com o seleccionador.<br /><br />Simplifica:<br />Dizes que não pretendes legitimá-la, mas é isso que fazes. Caso contrário, não escreverias o texto. Queres agora separar os motivos da acção final. Não podes. Isso é enrolar.<br />Mas mesmo sobre os motivos, só: tenta compreender que o Paulo Bento não faltou ao respeito do Ricardo Carvalho. A missão do Paulo Bento é mesmo aquela, seleccionar, escolher.<br /><br />A vítima do Ricardo Carvalho não foi o Paulo Bento. Foi o próprio, foi a profissão, e foi a selecção, ou grupo onde estava inserido. Daí o desajuste entre as motivações pessoais - compreensão que qualquer um alcança, já que não é difícil perceber que abandonou o estágio por se ter sentido atingido pela não utilização e explicação - e a acção que resultou delas. Certo? Ele, Carvalho, não puniu quem achou que lhe faltou ao respeito. Puniu-se a si mesmo, e à selecçaõ. Tal como o Mourinho disse, é um indivíduo possivelmente estúpido. Desajustado.<br /><br />Queres um exemplo, dou-te um:<br /><br />Teria sido falta de respeito se o Paulo Banto tivesse como hábito justificar aos jogadores - a todo e a qualquer um - as não-utilizaçãos e, não o tivesse feito com Carvalho. Tal, sim, seria desrespeituoso. Por exemplo. Fácil de perceber.<br /><br />Isto é,<br />Achas que é falta de respeito não ter explicado ao R. Carvalho o porquê da não utilização. Mas, falta de respeito poderia ser, eventualmente, explicar a 1 e não explicar aos outros. Essa falta de respeito teria como alvo, então, os outros 10 não utilizados. E nesse caso seriam 10 a abandonar o estágio e tu virias aqui dizer: fizeram bem, porque não está certo explicar a 1 e não explicar a todos. Entendes este exemplo?<br />Mas não digo que o fosse, repara. Ele poderia ter explicado ao Carvalho e só ao Carvalho. Não significaria falta de respeito aos outros, nem justificaria que 10 atletas abandonassem o estágio.<br /><br />É simples de perceber, e daí ser descabido falar-se sequer em faltas de respeito.<br />Não existiu.<br />Nem a acção é legítima.<br />As duas coisas Nuno.MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-51384125088315365102011-09-12T23:53:40.693+01:002011-09-12T23:53:40.693+01:00De resto, é difícil estar a convencer alguém que, ...De resto, é difícil estar a convencer alguém que, obviamente, acredita na militarização das relações pessoais de que um superior não tem o privilégio de faltar ao respeito aos seus subordinados. Eu tenho dificuldades com relações hierárquicas desse tipo e confesso que acho legítimo sempre que um subordinado perde o respeito por um superior desse tipo. Se não consegues ver que a origem do problema esteve na natureza da relação entre o Paulo Bento e o Ricardo Carvalho, então não posso fazer muito por ti.<br /><br />ilha_man diz: "Um pouco de conhecimento tinha-o poupado a escrver tanta asneira. Não é a primeira vez que Ricardo Carvalho faz esta choradeira. Já em 2005 fez a mesma cena quando Mourinho o deixou no banco para dar lugar a Gallas."<br /><br />Ilha_man, o Ricardo Carvalho, nesse caso, não abandonou um estágio, não se recusou sequer a jogar. Simplesmente veio a público mostrar o seu descontentamento. Não me parece que sejam sequer casos parecidos. E mesmo nesse caso aquilo de que o Ricardo Carvalho se queixa é de não ter compreendido Mourinho. Parece-me que isso devia ser uma pista para se perceber a mente do Ricardo Carvalho, e não uma arma de arremesso para dizer que é um hábito dele. Mas isso sou eu, que consigo perceber coisas.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-14982041563104279942011-09-12T23:53:22.564+01:002011-09-12T23:53:22.564+01:00Pois, Jorge, às vezes apetece-me escrever textos m...Pois, Jorge, às vezes apetece-me escrever textos mais descontraídos, em que não defendo nenhum argumento, e que tento ser mais irónico. Podia fazer isso com estes testes, mas, como tu dizes, aquilo parece mais patrocínio e publicidade.<br /><br />A ver se vejo o Ricky Alvarez, então.<br /><br />MM diz: "O teu texto afirma a legitimidade da acção do Ricardo Carvalho. Aqui: "Se, em vez disso, percebe autoritarismo, caprichos e obsolescência, é natural e absolutamente legítimo que lhe perca o respeito"<br /><br />MM, desculpa a sinceridade, mas tenho algumas dificuldades em te fazer chegar aquilo que quero dizer. É legítimo que perca o respeito e é natural que, por causo de ter perdido o respeito, tenha atitudes desrespeitosas. Não se têm atitudes destas só porque sim; isto é motivado por uma perda de respeito que se foi certamente acentuando. E isso é legítimo porque o Paulo Bento também não o respeitou. A atitude, por si, é condenável. Mas é o resultado natural da perda de respeito. E essa é legítima.<br /><br />"Os pedófilos - muitos deles - foram abusados em crianças, e a explicação para que o sejam passa por aí."<br /><br />Os pedófilos não vão exercer a pedofilia em quem a exerceu neles. Não é uma relação entre 2 pessoas que está em causa. É um mau exemplo, portanto.<br /><br />"o Ricardo Carvalho é hoje um individuo muito abastado porque a profissão que exerce remenerou-o como poucas (profissões) o fazem. E se todas as profissões exigem que os profissionais que as exercem se comportem de forma profissional, aquelas mais notórias ou visíveis devem merecer ainda mais cuidado por parte dos seus actores."<br /><br />Primeiro, não gosto muito da ideia burguesa de que o Ricardo Carvalho tem o privilégio de exercer uma profissão que o remunera bem. Se o Ricardo Carvalho é bem remunerado, é porque faz o que pouca gente consegue fazer. E além disso tem uma exposição pública grande, é facilmente alvo de críticas, etc. É uma parvoíce achar que, só porque ganha bem, tem mais deveres que os outros. Ele já paga a dívida pelo dinheiro que recebe: oferece um espectáculo que poucos conseguiriam oferecer. Ele ganha o que merece, como aliás qualquer jogador de futebol. E não concordo que alguém com mais exposição deva ter mais cuidado do que outros.<br /><br />"Tu confundes os lugares: os desrespeitos não são semelhantes. A falta de explicação do Paulo Bento caso seja desrespeituosa, não o é na mesma medida quando comparada ao abandono de um estágio por parte de um jogador. É difícil entender? Não acho."<br /><br />Onde é que está aqui o argumento, MM? É só menos desrespeitosa porque queres, ou tens alguma razão que o justifique? Dei-te o exemplo militar análogo. Diz-me por que é que achas que uma coisa é mais grave que a outra. Se naoi quiseres dizer, digo eu, repetindo o que disse acima: achas que a do Ricardo Carvalho é mais grave porque achas que um jogador deve respeito incondicional e o treinador não. E estás errado, claro.<br /><br />"Entendia, como dizes, merecer uma explicação. Está bem, e depois? Para afirmá-lo não é necessário um texto sobre o patriotismo. O teu texto pretende - e fá-lo - legitimá-la. Estás porém equivocado, óbvio."<br /><br />MM, não percebeste, definitivamente, o que eu estive a dizer este tempo todo. Eu não pretendo legitimar a atitude. Pretende legitimar a falta de respeito. Essa é legítima. Ele perdeu o respeito pelo seu superior e teve razões válidas para isso. Poderia ter tido uma atitude mais simpática e mais honrosa, mas não teve. Teve uma atitude imponderada. Mas a falta de respeito que motivou essa atitude foi mais do que legítima.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-7333304341568314842011-09-12T14:59:45.925+01:002011-09-12T14:59:45.925+01:00Caro Nuno,
"Com Ricardo Carvalho, por exempl...Caro Nuno,<br /><br />"Com Ricardo Carvalho, por exemplo, talvez tivesse bastado conversar, talvez tivesse bastado informá-lo previamente acerca das intenções da equipa técnica, talvez tivesse bastado explicar-lhe quais as razões técnicas pelas quais se achava melhor jogarem Pepe e Bruno Alves. Negligenciou-se a personalidade individual de um atleta e deu no que deu. E não foi por acaso que aconteceu com Ricardo Carvalho: tratava-se de um jogador inteligentíssimo, com uma personalidade muito forte, e certamente com opiniões muito claras acerca do jogo; tratava-se de um jogador habituadíssimo (cresceu assim) à liderança de Mourinho, que é o completo oposto da de Paulo Bento.Eu não advinharia isto, mas agora que aconteceu, parece-me absolutamente natural que tenha acontecido. Há um conflito evidente de gerações, e um conflito acerca de ideias de liderança. A falta de respeito de que Ricardo Carvalho se disse vítima não foi originada por não ser opção para o Chipre; foi por essa decisão ter sido tomada arbitrariamente, sem que se lhe dessem satisfações, e principalmente por perceber que o treinador acha, por princípio, que os jogadores têm de respeitar as suas decisões e não merecem saber as razões dessas decisões. Mais do que uma questão de falta de respeito (quer do treinador para com o jogador, quer do jogador para com o treinador) creio que este episódio foi resultado de uma incompatibilidade acerca de um ideal de liderança."<br /><br />Um pouco de conhecimento tinha-o poupado a escrver tanta asneira. Não é a primeira vez que Ricardo Carvalho faz esta choradeira. Já em 2005 fez a mesma cena quando Mourinho o deixou no banco para dar lugar a Gallas.<br />Aqui fica o link para lhe refrescar a memória: http://www.dailymail.co.uk/sport/football/article-359740/Carvalho-needs-IQ-test-hits-Mourinho.html<br /><br />Melhores Cumprimentosilha_manhttps://www.blogger.com/profile/05750883886159521210noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-55263065180196023102011-09-12T13:44:40.284+01:002011-09-12T13:44:40.284+01:00Nuno,
O teu texto afirma a legitimidade da acção d...Nuno,<br />O teu texto afirma a legitimidade da acção do Ricardo Carvalho. Aqui: "Se, em vez disso, percebe autoritarismo, caprichos e obsolescência, é natural e absolutamente legítimo que lhe perca o respeito".<br /><br />Não, não é legítimo. Não tem justificação a acção do jogador: abandonar o estágio da selecção por perceber que não iria ser utilizado. Ou, como dizes, por sentir-se credor de uma explicação por parte do seleccionador. Estas razões não justificam o abandono do estágio. Isto é fácil de entender. O teu texto sugere a afirma o contrário, apontando para a legitimidade do abandono.<br /><br />Qualquer pessoa que não seja uma criança percebe-o.<br /><br />Ainda que possas compreender ou explicar a atitude do jogador. Os pedófilos - muitos deles - foram abusados em crianças, e a explicação para que o sejam passa por aí. Os assassinos em série ou abusadores frequentemente são filhos de lares desfeitos, e explicação para as suas "mentes" desviantes passa por aí. Isto é a compreensão parcial do fenómeno.<br /><br />Longe de legitimá-los. Compreendes?<br />Mais: o Ricardo Carvalho é hoje um individuo muito abastado porque a profissão que exerce remenerou-o como poucas (profissões) o fazem. E se todas as profissões exigem que os profissionais que as exercem se comportem de forma profissional, aquelas mais notórias ou visíveis devem merecer ainda mais cuidado por parte dos seus actores. Trata-se de dar e receber, haver uma noção minima de lugar. Tu confundes os lugares: os desrespeitos não são semelhantes. A falta de explicação do Paulo Bento caso seja desrespeituosa, não o é na mesma medida quando comparada ao abandono de um estágio por parte de um jogador. É difícil entender? Não acho.<br /><br />Seja lá qual for o prisma, a atitude é injustificada e deixou a nu um indivíduo - ao contrário do que afirmas - muito básico, mimado e com falta de senso das "coisas".<br /><br />"Mas é compreensível", pois claro que é. Tudo é compreensível. Tudo tem um motivo, e uma explicação, ou uma razão. Não é preciso nenhum génio para perceber a deste caso: percebeu que ia ficar de fora. Entendia, como dizes, merecer uma explicação. Está bem, e depois? Para afirmá-lo não é necessário um texto sobre o patriotismo. O teu texto pretende - e fá-lo - legitimá-la. Estás porém equivocado, óbvio.MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-89718556277514786742011-09-12T12:43:08.284+01:002011-09-12T12:43:08.284+01:00Boas Nuno,
Pois por isso te disse que me ri ao v...Boas Nuno, <br /><br />Pois por isso te disse que me ri ao ver a sua apresentação!<br /><br />"achar que estes são os exames mais aprofundados que alguma vez se fizeram a um jogador de futebol é mais ou menos o mesmo que achar que o exame mais aprofundado que se pode fazer a uma peça de Shakespeare consiste em "medir" a qualidade da capa de uma das suas edições." <br /><br />"o de que é nos factores físicos que estão os segredos dos jogadores de futebol. Vê lá se puseram o Ronaldo a fazer sudokus, ou a desatar um nó górdio!"<br /><br />Muito, mas mesmo muito bom.<br /><br />É por este tipo de metáforas que gostava de ter ver satirizar este disparate todo. <br /><br />Escrevi há uns tempos algo sobre isso, tentar pensar no intelecto de CR em vez de se observar só o físico, nele e em qualquer jogador de futebol. <br /><br />"Ontem, enquanto via o jogo num café, um amigo meu apelidava Cristiano Ronaldo de “Cris Mota”. Elogiou-o pela sua velocidade, pela intensidade que oferecia a cada lance, pela capacidade de sozinho conseguir espaço para rematar. Penso então, que C. Ronaldo será o melhor do mundo, quando este mesmo meu amigo, o apelidar de “Cris Inteligência”.<br /><br />No fundo isto é uma questão de patrocínio e publicidade, custa-me a crer que alguém pense que aquilo resulta em coisa alguma! Mas.. há gente para tudo! <br /><br />Sim tens de ver o R. Alvarez, potencial monstro. Aquele meio campo, se quisessem, em losango, só precisava de Cani para vencer de forma fácil o campeonato.<br /><br />Abraço.<br /><br />Jorge D.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-89193941217481018442011-09-12T10:24:08.614+01:002011-09-12T10:24:08.614+01:00Entretanto, já li o artigo, Jorge. Destaco isto:
...Entretanto, já li o artigo, Jorge. Destaco isto: <br /><br />"Partir paredes de vidro com um remate e competir contra um corredor de elite ou contra ‘snipers’ com raios laser estão entre os testes que foram feitos. De acordo com a empresa que patrocinou esta iniciativa, estes são os exames científicos mais aprofundados que alguma vez foram feitos a um jogador de futebol."<br /><br />Não vou escrever um texto sobre esta patetice, porque acho que seria perder tempo, mas, e aproveitando um exemplo que o Gonçalo me deu outro dia, achar que estes são os exames mais aprofundados que alguma vez se fizeram a um jogador de futebol é mais ou menos o mesmo que achar que o exame mais aprofundado que se pode fazer a uma peça de Shakespeare consiste em "medir" a qualidade da capa de uma das suas edições. É absolutamente ridículo e apetece perguntar: "Para que precisa um jogador de futebol de partir vidros?" Além de todo o disparate, o próprio critério dos testes revela ainda outro preconceito: o de que é nos factores físicos que estão os segredos dos jogadores de futebol. Vê lá se puseram o Ronaldo a fazer sudokus, ou a desatar um nó górdio!Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-251477021787754542011-09-12T10:09:40.659+01:002011-09-12T10:09:40.659+01:00MM diz: "Ele podia ter toda a razao do mundo;...MM diz: "Ele podia ter toda a razao do mundo; como podes insinuar que as razoes nao interessam? Claro que interessam, ele nao abandonou o estagio porque lhe apareceu. Houve razoes, motivos. Temos de olhar para eles. Que motivos foram? O ter percebido que ia ficar no banco."<br /><br />Pois, MM. Não percebeste nada do que eu estive a dizer. O problema de achar que as razões interessam é as razões que se escolhem. E tu escolhes achar que a razão é "ter percebido que ia ficar no banco". Todo o meu texto e os meus comentários foram no sentido de afirmar que essa não foi a razão. Aliás, é preciso é perceber qual foi a razão dessa razão. E é isso que tu não fazes. E é por isso que acho que não interessa muito falar em razões, porque os preconceitos acerca do que se passou formaram-se antes de se perceberem as razões. Enfim, para mim o Ricardo Carvalho fez o que fez não por perceber que ia ficar no banco, mas por perceber que ia ficar no banco sem que ninguém lhe tenha justificado a decisão. E, ao contrário de ti, e ao contrário da opinião pública, eu acho que a ênfase deve ser posta não no "perceber que ia ficar no banco", mas no "sem que ninguém lhe tenha justificado a decisão". E sabes por que é que acho que a ênfase deve ser posta aí? Porque é aí que se explica a razão da razão, que é muito melhor do que explicar apenas a razão.<br /><br />"Nao, nada disto aconteceu. Simplesmente percebeu que ia ficar de fora.<br />Achas que e razao para abandonar o estagio?"<br /><br />MM, o Paulo Bento entendeu que o Ricardo Carvalho ficava no banco. O Ricardo Carvalho entendeu que devia abandonar o estágio. Nenhum deles parece ter tido razões fortes para tomar a decisão que tomaram, e nenhum deles achou que devia dar satisfações da sua decisão. Por que é que um foi traído e o outro traiu? Eu respondo. Porque as pessoas acham que o jogador deve respeitar decisões incondicionalmente e o treinador não. Só isto. Enquanto se achar isto, pois bem, é natural que não se perceba o meu ponto de vista. Muito resumidamente, sei que parecerá a muita gente exagero, mas para mim é tão grave abandonar um estágio como achar que não se deve justificar decisões técnicas. Transpõe isto para um exemplo de guerra: o teu general ordena que vás numa missão que te parece suicida, tu até queres ajudar a pátria e até estás disposto a morrer por ela, e até concedes ir numa missão suicida desde que compreendas que ela representa ganhos para o teu lado, mas como, neste caso, não percebes o que há a ganhar em ir naquela missão e como o teu general não te conseguiu justificar a ordem, tu não estás para dar a vida sem saber porquê, só porque um superior to ordena que o faças, e desertas. O que é mais grave: a deserção ou a falta de competência do general? É que, ainda para mais, a primeira é motivada pela segunda.<br /><br />"Achas que o Mourinho aceitaria uma atitude daquelas de um dos seus jogadores? Jamais."<br /><br />Não está em causa isto. O que estou a dizer refere-se a antes de ter acontecido, não a depois. E não critiquei o Paulo Bento por não ter aceitado a atitude. Critiquei-o porque a sua liderança conduziu a essa atitude.<br /><br />"Alguma vez o Montenegrino esbocou coisa parecida com a que R. Carvalho fez? Nunca."<br /><br />O Vuk recusou-se a entrar num jogo. Foi precisamente por isso que usei o exemplo. Aliás, esqueci-me ainda de outro: Miguel Veloso. E também fez coisas parecidas.<br /><br />"Ia para o banco, e no fim explicava que por isto e aquilo e acoloutro renunciava a Seleccao. Assim, fazendo o que fez, mostrou não ser especialmente integro."<br /><br />Não está em causa a dignidade do que fez. Ele reagiu a quente. O que estou a dizer é que ele não poderia ter reagido de outra maneira. Não foi uma decisão racional. É como ires direito a uma mulher que não conheces e começares a apalpá-la. Às tantas, ela chateia-se e toma atitudes irracionais.<br /><br />Jorge, não conheço o Ricky Alvarez. Agora fiquei curioso. Vou ver isso dos testes. Obrigado.<br /><br />CumprimentosNunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-72971183942540194612011-09-12T10:09:23.436+01:002011-09-12T10:09:23.436+01:00"E é este que me parece ser o erro, mesmo que..."E é este que me parece ser o erro, mesmo que involuntário, do RIcardo Carvalho."<br /><br />Atenção. Não estou a dizer que não existe um erro da parte do Ricardo Carvalho. O que estou a dizer é que a responsabilidade do erro não é só dele, e que, ao contrário do que se possa pensar, é das coisas mais compreensíveis que há. Num clube, isto resolvia-se facilmente: processo disciplinar ao jogador. A resolução era interna. Podia ter consequências diferentes (podia ouvir apenas uma repreensão, como podia ser dispensado), mas ninguém de fora, nem sequer os sócios, metiam o bedelho no assunto. Como se trata da selecção, acha-se que é um problema nacional. E é isso que não compreendo.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-85739339539943337212011-09-12T10:08:31.227+01:002011-09-12T10:08:31.227+01:00C diz: "é nesse campo que entra a pátria: um ...C diz: "é nesse campo que entra a pátria: um conjunto de relações que não são as minhas relações directas, mas mais próximo do que todo o resto."<br /><br />Muito bem, percebo-te. Mas deixa-me pôr a seguinte questão. Se a ideia é que a "pátria" é algo mais próximo do que a "humanidade", que "humanidade" é o último círculo, então devo sentir mais afinidade por uma lavadeira de Arraiolos do que por um operário filipino? É que não me sinto mais próximo de um ou de outro, apenas porque a primeira fala a mesma língua que eu, ou mora mais perto, ou está dentro das mesmas fronteiras políticas que eu. Mesmo em termos sociais (isto vem da conversa sobre o que se deve à sociedade) me parece que, hoje em dia, dependo bem mais de um operário filipino do que de uma lavadeira no Alentejo. Depois, sinto uma afinidade incrível por pessoas que já morreram e nunca conheci, ou por pessoas que admiro. Por exemplo, sinto uma afinidade grande com o Fernando Pessoa e sinto que tudo o que ele escreveu era o que eu queria dizer mas nunca tive arte para o dizer. Nunca conheci o Aimar, mas é o jogador com quem mais me identifico, com quem me acho mais parecido. Quando era miúdo, lembro-me de ter chorado a tarde inteira no dia em que o Ayrton Senna morreu. Estas três pessoas não fazem nem fizeram nunca parte das minhas relações sociais, estão afastadas de mim. No entanto, sinto por elas uma afinidade maior do que sinto por 99,9% dos portugueses e até maior do que pela maior parte das pessoas que formam a sociedade em que me insiro. Não consigo ver as coisas apenas sob o critério da proximidade física, ou política, ou social, ou o que quer que seja. É por isso que torço pela selecção espanhola e não pela portuguesa.<br /><br />"É, mais uma vez, um alvo difícil de definir, mas há uma identificação de mim com toda a cadeia de relações na qual eu cresci, ou sobre a qual ouvi histórias contadas pelos meus pais (e que, portanto, me influencia)que confere a este aglomerado de fronteiras difíceis de delimitar, ao qual chamo pátria, um lugar nestes tais círculos."<br /><br />Pois, eu não sinto identificação nenhuma. Claro que sou mais parecido com outros portugueses, que cresceram num ambiente socio-cultural parecido com o meu, do que com um afegão. Mas isso são contingências. E é a contingência de ter nascido e crescido português que faz com que se ache que existe um sentimento de união entre os que cresceram de forma parecida. Maior parte das pessoas que se dizem patriotas dirão certamente que se definem por terem nascido e crescido em Portugal, por terem sido educadas de acordo com um determinado conjunto de valores que fazem dos portugueses portugueses. Eu não acho que ter crescido em Portugal me defina minimamente. Sinto-me muito mais parecido com o Aimar do que com qualquer jogador português. Sinto que aprendi mais com Shakespeare do que com quaisquer vizinhos. Sinto muito mais comiseração pelos norte-coreanos do que pelos pedintes com quem me cruzo todos os dias em Lisboa. Para mim, a ideia de pátria é uma ficção. Um americano pode ter sentimentos pela Constituição americana, e por achar que aquele conjunto de coisas representa o ideal do país, ser patriota. Eu admito isto. Mas isto é amor a um ideal concreto, um ideal de liberdade individual. Isto faz sentido. Agora, amar o país de forma abstracta, apenas porque se nasceu e cresceu nos EUA, para mim não faz sentido. E a razão é simples: não há uma coisa chamada EUA que se possa amar incondicionalmente.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-36031567025780112082011-09-11T23:45:22.499+01:002011-09-11T23:45:22.499+01:00Nuno, eu só vi a apresentação, no entanto deixo um...Nuno, eu só vi a apresentação, no entanto deixo um link que pode mostrar algo:<br /><br />http://www.rtp.pt/noticias/?t=Cristiano-Ronaldo-testado-ao-limite.rtp&article=476434&visual=16&layout=55&tm=47<br /><br />Testes físicos individuais, a rematar contra vidros e correr contra não sei o quê. Enfim, publicidade, nada disso interessa para aquilo que é o jogo!<br /><br />Outra coisa, fora agora do tema do teu texto. O Inter tem este ano um meio campo de luxo, Cambiasso, Sneijder e o novato Ricky Alvarez. Os primeiros conheces desde sempre, mas já viste alguma coisa deste ultimo? Craque que até enjoa! :) <br /><br />Vamos ver que proveito vão ter, hoje Sneijder jogou mais sobre o lado esquerdo e Ricky no banco.<br /><br />Abraço, <br /><br />Jorge D.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-55457999811197443712011-09-11T16:33:45.187+01:002011-09-11T16:33:45.187+01:00So mais uma coisinha pequena, a questao nao tem na...So mais uma coisinha pequena, a questao nao tem nada que ver com patriotismo. Tem que ver com profissionalismo, boa conduta. Respeito por si proprio e pela profissao. Nacionalismos nao tem nada que ver com o assunto. Seria igualmente grave ao nivel de clubes.MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-89081142935509221632011-09-11T16:29:32.055+01:002011-09-11T16:29:32.055+01:00Nuno, e perdoa a falta de acentos,
O enfase que da...Nuno, e perdoa a falta de acentos,<br />O enfase que das a mediocre opiniao publica sugere verdade no que disse. Da-te prazer afirma-lo: uma opiniao contraria a da maioria. Va la, mentira? Es sempre tu contra o mundo. Nesse sentido o uso de "individualismo" e "egocentrico". Nao significa que seja sempre mau, e muitas vezes nem e "defeito", como dizes. Caracteristica.<br /><br />E esta visao ajuda a que te ponhas ao lado do Ricardo Carvalho. Ele podia ter toda a razao do mundo; como podes insinuar que as razoes nao interessam? Claro que interessam, ele nao abandonou o estagio porque lhe apareceu. Houve razoes, motivos. Temos de olhar para eles. Que motivos foram? O ter percebido que ia ficar no banco.<br /><br />Nao tinha a mulher doente em casa tendo sido proibido de sair do estagio. O filho nao teve nenhuma emergencia ou acidente. Nao estava muito doente e eles queriam obriga-lo a por la ficar. Nao, nada disto aconteceu. Simplesmente percebeu que ia ficar de fora.<br />Achas que e razao para abandonar o estagio?<br />Se nao achas, nao podes colocar-te do lado dele. Porque a razao dele foi essa, so essa.<br /><br />Repara,<br />Das 2 exemplos no teu texto. Um nao se relaciona directamente com o jogador mas sim, com o seleccionador: Mourinho. E sugeres que com Mourinho aquilo nao aconteceria porque o caso surgiu por defeituosa liderança do Paulo Bento. Nao me custa imaginar que sim. Muito prejuizo deu essa liderança ao Sporting. Prejuizo e beneficio; mas prejuizo tambem.<br /><br />Achas que o Mourinho aceitaria uma atitude daquelas de um dos seus jogadores? Jamais.<br /><br />Outro exemplo que faz parte do teu texto, Vukcevic. Alguma vez o Montenegrino esbocou coisa parecida com a que R. Carvalho fez? Nunca. E motivos nao lhe faltaram. Compreendes? Foi isso que disse: a existencia dos motivos (ou razoes) nao se transformam em direito de fazer o que fez.<br />Ia para o banco, e no fim explicava que por isto e aquilo e acoloutro renunciava a Seleccao. Assim, fazendo o que fez, mostrou não ser especialmente integro. E a profissao dele. Tem obrigacoes. Ninguem lhe fez mal. Nem esta escrito em sitio algum que o Ricardo Carvalho sendo seleccionado tem obrigatoriamente de jogar.<br /><br />Nao tem desculpa.MMhttps://www.blogger.com/profile/10041020973934355323noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-31996209560342967272011-09-11T14:32:57.597+01:002011-09-11T14:32:57.597+01:00Esqueci-me, continuo a ser o Quim, só mudei o nome...Esqueci-me, continuo a ser o Quim, só mudei o nomeChttps://www.blogger.com/profile/14055563995033013066noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-6403386409589184982011-09-11T14:32:14.208+01:002011-09-11T14:32:14.208+01:00Sobre o parágrafo da incompatibilidade: Por jogar ...Sobre o parágrafo da incompatibilidade: Por jogar no Barcelona não contribuo para o bem do futebol em geral? O problema está no conceito de patriota (criado, em grande parte, pela gente que se considera patriota) caricaturado, que põe a pátria como o fim último da criação. O Salazar dizia uma coisa inteligente que o punha a uma considerável distância de todos os outros fascismos: "o estado não se pode intrometer no campo da família". Ou seja, havia, precisamente, uma consciência de que a pátria não esgota tudo, que a pátria é um meio neste campo de relações. Essas duas hipóteses de que falas, em relação à afinidade directa ou de espécie, não é condizente com a estrutura natural do Homem. Eu não tenho uma relação só com os meus amigos, como não tenho uma relação indiferenciada em relação a todos. Há diferentes graus de relevância na minha vida, são os chamados círculos de Heraclito. E, é nesse campo que entra a pátria: um conjunto de relações que não são as minhas relações directas, mas mais próximo do que todo o resto. Como dizer: eu jogo futebol, eu jogo no Barcelona, eu jogo com o Messi. Faço todos eles, mas numa relação mais ou menos directa.<br /><br /> Quanto à segunda parte, há primeiro uma coisa que é preciso esclarecer. Não se trata de uma dívida social, que essa paga-se com impostos. Os exemplos usados servem só para tornar mais concreta uma coisa difícil de explicar. A dívida social de um emigrante é, de facto, paga ao país que o acolhe. Com o país de origem, no entanto, há uma estrutura muito mais complexa. É, mais uma vez, um alvo difícil de definir, mas há uma identificação de mim com toda a cadeia de relações na qual eu cresci, ou sobre a qual ouvi histórias contadas pelos meus pais (e que, portanto, me influencia)que confere a este aglomerado de fronteiras difíceis de delimitar, ao qual chamo pátria, um lugar nestes tais círculos. Não digo que não se possa alterar o valor que a pátria tem, por isso é que há pessoas que mudam de nacionalidade, mas há sempre um grupo específico que tem uma maior influência do que o todo. O Barcelona e o futebol, por exemplo. Por fim, chegaste exactamente onde eu queria. A sociedade beneficia da minha presença. Mas o que é que quer dizer fazer parte dela? Ou melhor, como é que eu me posso recusar a fazer parte dela? A única forma que me ocorre de o fazer é claudicar naquele que é o meu papel. Se eu não quero fazer parte de uma equipa, não jogo nela. Tudo bem. Agora, se eu quero recolher os benefícios, sem qualquer retorno, já não está tudo bem. Não é bonito exigir o ordenado e recusar-me a jogar. Se eu quero continuar a usufruir destas relações na minha pátria, e podem tratar-se de relações exclusivamente afectivas, também tenho que fazer o que me compete em relação a ela. E é este que me parece ser o erro, mesmo que involuntário, do RIcardo Carvalho.Chttps://www.blogger.com/profile/14055563995033013066noreply@blogger.com