tag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post1876907416827457996..comments2023-11-05T10:38:44.667+00:00Comments on Entre Dez: Notas sobre alguns AvançadosUnknownnoreply@blogger.comBlogger50125tag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-83514023689776721192013-12-08T16:39:54.980+00:002013-12-08T16:39:54.980+00:00Clap, clap!Clap, clap!dezazucrhttps://www.blogger.com/profile/15500777469844045463noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-35972954799043993782013-11-06T00:37:59.103+00:002013-11-06T00:37:59.103+00:00pena diz: "O ponto é este: se um jogador só s...pena diz: "O ponto é este: se um jogador só se pode tornar bom jogador errando (se tiver a liberdade e a coragem de errar), aquilo a que você chama boas decisões fica em cheque, porque passa a ser relativo a tantas variáveis, que se torna um conceito quase inútil (por ser vago).<br /><br />Não percebi, a sério. Um jogador vai melhorando a sua capacidade ao longo da vida. E melhora-a com os erros. Isso não significa que, a dada altura, não tenha uma determinada capacidade de decisão, seja ela boa, seja ela má. Por isso não percebo como é que a capacidade de decisão ser uma coisa que se vai construindo implica que não sirva para nada.<br /><br />"O Barça de Guardiola foi a melhor equipa de sempre por muitos motivos, não apenas por causa de saberem tomar boas decisões."<br /><br />Claro. Mas aquilo que a distinguiu de outras grandes equipas foi isso. A principal diferença do Barça de Guardiola para o Barça do Rijkaard foi essa.<br /><br />"portanto a preparação física é tão necessária como a capacidade de tomar boas decisões. "<br /><br />Claro. Mas a preparação física, ao mais alto nível, é igual em todo o lado.<br /><br />Luis Duarte diz: "é que a suposta melhor equipa de sempre apenas ganhou 1 Champions em 5 épocas, porque a outra foi a Uefa que venceu por ela com o famoso escândalo de Stamford Bridge com 4 penaltys por marcar a favor do Chelsea e 2 expulsões, portanto este Blog continua a sua tremenda saga de fazer rir as pessoas..."<br /><br />Luis, mentira é falar dessa meia-final esquecendo a primeira mão. Ainda assim, o Barça de Guardiola foi a melhor equipa da História pelo futebol que apresentou, pela absoluta ruptura com o que havia antes. Há outro momento na História do jogo em que uma equipa tenha sido tão claramente superior às restantes? Eu não conheço. E isso é assim independentemente de ter ganhou 1 ou 2 Ligas dos Campeões. De qualquer forma, em 4 anos, o Barça ganhou 14 troféus. É assim tão pouco? <br /><br /><br />Batalheiro diz: "Mas não concordas que é o fenómeno do amor clubístico que dá ao Futebol a sua dimensão mais profunda? Profunda no sentido em que o Futebol transcende a sua dimensão de jogo (como os insignificantes basquetebol, andebol, pólo aquático ou Badminton) precisamente porque penetra na cultura, na sociedade onde existe, de forma intensa e emocional?"<br /><br />Sim, é verdade. Mas o ponto é que amam os clubes independentemente de serem clubes de futebol. Se vivessem nos EUA, amavam os clubes de basebol e basquetebol.<br /><br />Fernando Pessoa diz: "O que acham do Pogba e do Verratti?"<br /><br />O Pogba não conheço bem. Não gostava muito dele na selecção francesa. Na Juventus, é possível que tenha crescido. Quanto ao Verratti, é muito bom.<br /><br />Pedro diz: "Nuno, não. Não é isso que eu digo. Quando digo que falha estou mesmo a referir falhanços claros e não o marcar pouco."<br /><br />Pedro, eu sei que não é o que tu dizes. O que estou a dizer é que estás errado. E estás errado porque é falso que o Torres falhe muitos golos. Tu vês meia-dúzia de jogos do Torres por ano, vês 2 ou 3 falhanços e inferes que é assim normalmente. Depois olhas para os números, vês que marcou poucos golos, e confirmas a suposição de que marca pouco porque falha muito. Não estou a dizer que isso seja um erro só teu. É um erro de toda a gente. O Torres não falha muito. Tem marcado é pouco.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-25225080288128225992013-11-05T15:03:10.223+00:002013-11-05T15:03:10.223+00:00"Vêem que marca pouco e deduzem que falha mui..."Vêem que marca pouco e deduzem que falha muito."<br /><br />Nuno, não. Não é isso que eu digo. Quando digo que falha estou mesmo a referir falhanços claros e não o marcar pouco. Tem uma oportunidade de golo nos pés e falha. Dado o seu custo essa quantidade de golos falhados ganha ainda maior relevo (sei que não gostas desta discussão mas tb conta e muito). O problema não é ele só marcar 3 ou 4 golos, o problema é ele falhar 6 ou 7. É essa a questão. <br /><br />" tirou um finalizador e não meteu outro quando estava empatado."<br /><br />E terá feito muito bem. Farto-me de dizer que não é por teres muitos avançados que vais atacar mais. Mas a finalização e a crítica, neste caso, a Torres, nada tem a ver com isso.Pedrohttps://www.blogger.com/profile/06134530064237699262noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-63505183080677142562013-11-04T23:23:23.843+00:002013-11-04T23:23:23.843+00:00O que acham do Pogba e do Verratti?O que acham do Pogba e do Verratti?Zinedine Zidanehttps://www.blogger.com/profile/09949202316494883268noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-85244703982707466892013-11-04T19:10:49.495+00:002013-11-04T19:10:49.495+00:00Acho fascinante que uma discussão acerca de uma pa...Acho fascinante que uma discussão acerca de uma particular movimentação de um avançado tenha ramificado em tantas e diversas direcções, tendo finalmente estabilizado nas particularidades mais impenetráveis da língua portuguesa. <br /><br />Sem ironia nenhuma acho mesmo fascinante. <br /><br />Queria fazer um comentário em relação a um dos assuntos que nasceu desta hermenêutica das diagonais do Fernando Torres. A paginas tantas, e irei parafrasear por manifesta preguiça de procurar a citação, o Nuno fala acerca de gostar do jogo e como é impossível gostar do jogo (futebol) a não ser que se goste de o ver bem jogado, ou palavras para este efeito. <br /><br />Concordaria contigo, Nuno, se o futebol fosse "apenas" um jogo, como o Basquetebol ou Andebol. Mas ao contrário de outros desportos colectivos, o Futebol adquiriu significados culturais que não podem ser excluídos de análise quando se discute o "amor a jogo." A maior parte das pessoas ama os seus clubes e coloca esse amor acima do amor ao futebol, e o Futebol apenas se desenvolveu para se transformar no fenómeno cultural que é hoje devido a esse amor (aos clubes) e não pelo amor ao jogo em si.<br /><br />Poderás dizer, e com razão, que Ontologicamente o Futebol é, em primeiro lugar, um jogo, e só depois de existir como jogo é que existe como fenómeno cultural. Certíssimo. Mas não concordas que é o fenómeno do amor clubístico que dá ao Futebol a sua dimensão mais profunda? Profunda no sentido em que o Futebol transcende a sua dimensão de jogo (como os insignificantes basquetebol, andebol, pólo aquático ou Badminton) precisamente porque penetra na cultura, na sociedade onde existe, de forma intensa e emocional? Batalheirohttps://www.blogger.com/profile/10725663876552759086noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-41770878486683208022013-11-04T16:20:45.670+00:002013-11-04T16:20:45.670+00:00"O Barça do Guardiola foi a melhor equipa de ..."O Barça do Guardiola foi a melhor equipa de sempre", e uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade, já o Goebbels o dizia, ou então é apenas e tão só a continuação do stand up comedy que é este Blog, e que me faz tanto rir...é que a suposta melhor equipa de sempre apenas ganhou 1 Champions em 5 épocas, porque a outra foi a Uefa que venceu por ela com o famoso escândalo de Stamford Bridge com 4 penaltys por marcar a favor do Chelsea e 2 expulsões, portanto este Blog continua a sua tremenda saga de fazer rir as pessoas...1 Champions em 5 anos e um tri-campeonato e já são a melhor equipa de sempre, tremendo LOOOOOOOOL...o que dizer de quem ganhou 5 seguidas, ou 3 seguidas, ou 3 em 4...mas lá está, uma mentira dita muitas vezes, pode ser que passe a ser verdade, mas só na playstationAnonymoushttps://www.blogger.com/profile/14388729166847567027noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-56943891974431995322013-11-04T15:31:41.599+00:002013-11-04T15:31:41.599+00:00(desculpe os erros como 'por causa de' e a...(desculpe os erros como 'por causa de' e a quantidade de frases iniciadas por adversativas, mas é um bocado difícil editar texto nesta pequena caixa de comentários)penahttps://www.blogger.com/profile/18370328842897398172noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-68113307741104430342013-11-04T15:27:00.599+00:002013-11-04T15:27:00.599+00:00Não faço mais do que agradecer a sua paciência, Nu...Não faço mais do que agradecer a sua paciência, Nuno. <br />Na questão do porque, a taça já era sua, uma vez que os seus argumentos defendem muito bem o seu uso de 'por que'. (E no entanto o Nuno teve a gentileza de estender a sua argumentação. É francamente um privilégio discutir consigo, de quem temo não estar à altura, infelizmente para a discussão. No entanto, esforço-me, portanto não me leve a mal; imagine-me como um interlocutor de Sócrates.)<br />E no entanto, a questão não deixa de ser arbitrária, ainda que seja sustentada por tão bons argumentos. Se estamos a quebrar a norma de português de portugal e usamos o 'por que' (as Areas Criticas de Moia e Peres concedem que é realmente a norma do portugues europeu) brasileiro porque faz mais sentido, então não há razão para manter o hífen em "há-de", por exemplo. se o critério é uniformizar, então venha de lá o Acordo Ortográfico.<br /><br />Em relação ao Hazard, a causa de ele fazer o drible não é a movimentação de Torres apenas. Você está a dar uma explicação causal. isso não é bem o que se espera de um julgamento. Hazard é um jogador com confiança e técnica suficientes para decidir driblar (com isto quero dizer 'sem medo de errar' , conceito que ultrapassa a própria jogada que está a ser discutida). É portanto significativo que em vez do Hazard seja o Messi ou que seja o Farnerud. Se for o Torres com bola, o contexto não é o mesmo. Depende do contexto, mas o contexto também depende de quem tem a bola, entre outras coisas. É na verdade estranho que a sua noção de contexto seja tão estrita. O contexto é mais do que a aplicação de um método previsto para uma situação-padrão.<br /><br />O ponto é este: se um jogador só se pode tornar bom jogador errando (se tiver a liberdade e a coragem de errar), aquilo a que você chama boas decisões fica em cheque, porque passa a ser relativo a tantas variáveis, que se torna um conceito quase inútil (por ser vago). Repare na imagem do Maradona que tem neste blog. Os adversários não têm medo de um passe, estão sim a proteger-se da loucura do Maradona, o qual teria a coragem de ir 'para cima' deles; têm medo dele por causa da reputação dele, com alguma razão. O que estou a dizer é que a questão não é assim tão simples.<br />O Barça de Guardiola foi a melhor equipa de sempre por muitos motivos, não apenas por causa de saberem tomar boas decisões.<br /><br />Você sugeriu que o Xavi só era o que corria mais porque era aquele que tomava as melhores decisões (de estar sempre a oferecer linhas de passe). Mas a resistência física e mental (concentração) também suportam esta estatística. Para o Barcelona ganhar com a 'filosofia' de Guardiola, os seus jogadores têm <br />de correr mais do que os adversários, portanto a preparação física é tão necessária como a capacidade de tomar boas decisões. As decisões são um critério necessário, mas não suficiente, como o Nuno parece fazer crer.penahttps://www.blogger.com/profile/18370328842897398172noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-70435929800587017052013-11-04T08:59:58.059+00:002013-11-04T08:59:58.059+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Blessinghttps://www.blogger.com/profile/06957203519840670183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-51809550131774267152013-11-04T08:59:44.355+00:002013-11-04T08:59:44.355+00:00Pto prévio: Essa do 2x1 e da tomada de decisão não...Pto prévio: Essa do 2x1 e da tomada de decisão não vais ganhar Nuno, isto porque as pessoas não compreendem o que é a tomada de decisão, o que ela implica para o jogo, e que o jogo são constantes situações de X contra Y, em que cada acerto na decisão aproxima a equipa do objectivo. Então, se a jogada não deu golo, ou se a equipa passou "muito tempo" a elaborar "um plano" circunstancial para atacar, as pessoas não aceitam a tomada de decisão, ou já se esqueceram que tudo começou quando o primeiro jogador começou a decidir bem na primeira situação e a partir daí tudo se desenvolveu. <br />Então tudo o que dá golo é uma decisão certa e se a mesma decisão não der golo, está errado. <br />Depois, quando tu para vincar uma posição, és extremista e tiras o golo da equação, para q as pessoas percebem, dizem sempre que no jogo há balizas. Não percebem é que para meter a bola lá dentro, mais vezes, é preciso mesmo retirar as balizas de lá. <br /><br />Não era um Pto prévio afinal. <br /><br />Abraço Blessinghttps://www.blogger.com/profile/06957203519840670183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-91819605437469657772013-11-04T01:57:47.162+00:002013-11-04T01:57:47.162+00:00Em relação à citação de 2010, não precisava de ir ...Em relação à citação de 2010, não precisava de ir tão longe. Nesta mesma caixa de comentários, em resposta ao FT, disse mais ou menos isso. E não consigo perceber a discussão. Numa situação de 2x1, à partida, deve-se passar a bola. Claro que, se o adversário se colar ao nosso colega, a jogada deve prosseguir sem o passe. Mas estou a presumir que o adversário não cometerá a estupidez de deixar passar quem tem a bola e, pelo contrário, tentará provocar um último erro em quem ataca, bloqueando o caminho a quem transporta e permitindo a desmarcação a quem não tem a bola. De facto, isto não pode ser normativo, mas porque a situação não é predeterminada, porque o adversário pode fazer uma coisa inesperada. Mas estava a referir-me, neste caso, a situações-padrão e não a anomalias. O seu argumento, porém, é diferente. É que, mesmo que a situação seja a habitual, o portador da bola pode decidir-se pelo drible. De facto, é o exemplo do Hazard acima. Mas ele decide-se pelo drible (na verdade nem é drible) porque o Torres criou a indecisão no defesa. Ou seja, o Hazard teve a possibilidade de prosseguir com a bola porque o defesa foi levado a pensar, pela movimentação do Torres, que o natural seria sair ali um passe. A boa decisão, no momento em que o Torres passa nas costas, depende daquilo que o Hazard percebe no defesa. Se o defesa não tem caído na movimentação do Torres, se protegesse o seu lado direito, a melhor decisão do Hazard seria o passe. O Hazard percebeu que o defesa ficou sugestionado pela movimentação e decidiu em conformidade com isso. O exemplo que apanhou, portanto, é um exemplo muito concreto e padronizado. Uma simples movimentação nas costas, por exemplo, modificava de imediato a situação. E a melhor decisão, nessa altura, seria outra. Mas não seria outra, e isto é importante, por o jogador ser o Messi ou o Xavi; seria outra porque as circunstâncias se alteraram.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-81494719035069320202013-11-04T01:52:02.880+00:002013-11-04T01:52:02.880+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-54491117036220618102013-11-04T01:51:49.864+00:002013-11-04T01:51:49.864+00:00Na verdade, todo este problema é de natureza prosó...Na verdade, todo este problema é de natureza prosódico. "Porquê?" só se usa em final de frase ou isoladamente: "Fizeste isso porquê?" ou "Porquê?". Não se usa "Porquê fizeste isso?" porque soa mal. Assim, substitui-se geralmente por "por que razão fizeste isso?" ou "por que é que fizeste isso? Este problema não ocorre com nenhum outro advérbio interrogativo ("quando?", "como?", "onde?"), não ocorre com o advérbio interrogativo causal noutras línguas ("Why have you done this?"), mas ocorre com o pronome interrogativo "quê?". Pode-se dizer "Fizeste o quê?" Ou "O quê?", mas não se pode dizer "O quê fizeste?", tendo de se substituir por "O que fizeste?". É um problema sonoro, que a língua tratou de corrigir. O que está implícito em "Fizeste o quê?" ou "O que fizeste?" é a pergunta "Que coisa fizeste?". O pronome interrogativo "Quê?" é substituível por uma locução composta por um pronome interrogativo adjunto "que" e por um substantivo: "Que coisa?". Da mesma maneira, "Porquê?" deve ser substituído por uma locução composta pela proposição "por" e por aquilo por que era substituível "quê", ou seja, um pronome interrogativo adjunto "que" e um substantivo. "Porquê?" é igual a "Por" + "Quê?", é igual a "Por" + "Que" + substantivo. Substituir "Porquê?" por "Porque" é admitir que "Por" + "Quê?" é igual a "Por" + "Que?", ou seja, que "Quê?" é igual a "Que?". Mas "Quê" significa sempre "Que coisa" e "Que" é sempre um pronome interrogativo adjunto, ou seja, precisa de um substantivo ao qual se associar. Mesmo que esse substantivo não venha expresso.<br /><br />Enfim, poderíamos estar aqui muito tempo, mas de facto a resistência de base (não só a sua, mas a de muitos linguistas, também) parece ter a ver com a dificuldade em perceber que há sempre muita coisa subentendida em frases. As palavras nunca podem dar conta, por si só, da intenção dos comunicadores. Como procurei mostrar, até uma pequena palavra subentende necessariamente coisas que podem não estar expressas.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-63390004714886267652013-11-04T01:51:05.900+00:002013-11-04T01:51:05.900+00:00Mas há um argumento forte contra essa objecção. Re...Mas há um argumento forte contra essa objecção. Repare que o que está a dizer é que a frase 1 quer na verdade dizer "Por que razão esperas?" e a frase 2 quer dizer "Por que coisa/acontecimento esperas?". Ou, passando o verbo para o início da frase, a frase 1) equivale a "Esperas porquê?" e a frase 2) equivale a "Esperas por quê?" Agora, "porquê" significa "por que razão" e "quê" significa "que coisa". Assim, 1) equivale a "Esperas por que razão?" e 2) equivale a "Esperas por que coisa?" Repare que tanto "Esperas porquê?" como "Esperas por que razão?" não são frases que soem muito bem. Sabe porquê? Porque em ambas se está a pedir a razão pela qual se está à espera e não o que se está à espera de obter com a espera. Na frase 2), o "por" que a inicia não tem valor causal; é a regência do verbo. No seu exemplo: À pergunta 2)"POR que coisa ESPERAS?" a resposta é "ESPERO PELA abertura da loja". Este "por" está associado ao verbo, não ao pronome interrogativo "que". Em 1), pelo contrário, "por" ter um valor causal intrínseco e liga-se ao pronome interrogativo "que". À pergunta 1) "POR QUE razão esperas?", a resposta é "PORQUE a loja ainda não abriu". Aqui poderia dizer que, então, para evitar dificuldades, e se o "por" se associa ao "que", faz mais sentido que apareçam juntos num advérbio. A razão pela qual acho que não pode ser tem a ver com a natureza do "que" enquanto pronome interrogativo, que precisa sempre de um substantivo, mesmo que ele não venha expresso. Repare que "Por que razão fizeste X?" é equivalente a "Que razão te levou a fazer X?". O "que" da primeira frase é o da segunda, associado a "razão". Se o "por que" da primeira frase fosse um advérbio "porque", não teria de desaparecer por inteiro? Mas podemos elidir o substantivo nas duas. "Por que fizeste X?" continua a ser igual a "Que te levou a fazer X?". Mais uma vez, mantém-se o "que", com um substantivo subentendido. Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-25077506042354842742013-11-04T01:49:55.817+00:002013-11-04T01:49:55.817+00:00pena diz: "A pergunta 1 "porque (é que) ...pena diz: "A pergunta 1 "porque (é que) esperas?" pede uma resposta diferente de 2 "por que (é que) esperas?".<br />A 1, respondo com uma explicação: estou à espera, porque não me deixam entrar.<br />A 2, respondo com a causa da minha espera: estou à espera de que abram a loja ou espero por que abram a loja ou espero pela abertura da loja.<br />Talvez a minha implicância esteja relacionada com a minha dificuldade em perceber a evidência de que é "motivo/razao" o que está implícito. Usando "porque", elimino esta dificuldade (ou esta ambiguidade).<br />Quando leio "por que (...)?", a resposta que me ocorre é "por X/ pelo X/ pela X". A resposta pedida é mais causal do que aquela que é pedida por "porque", em cujo caso a resposta é mais explicativa."<br /><br />pena, eu percebo isso. Mas será que isso é assim um problema tão importante? Em primeiro lugar, o problema mantém-se na oralidade. Em segundo lugar, a mesma coisa acontece com outras frases. A frase "De que estás à espera?", quando uma pessoa não entra no autocarro, pode requerer uma resposta como 1) "de outro autocarro" ou 2) "de que as pessoas saiam da frente". Isto porque aquele que responde tem à sua disposição 2 interpretações diferentes da pergunta. Pode interpretá-la como 1) "De que estás aqui nesta paragem à espera?" ou 2) "De que estás à espera para entrar no autocarro?". Repare, aliás, que esta pergunta é a mesma que "Por que esperas?". Resposta 1): "porque as pessoas ainda não entraram"; resposta 2): "Por outro autocarro". Como vê, este problema mantém-se com construções de outro tipo. Mas de ambiguidades destas está a língua cheia. E normalmente resolvem-se com o contexto, tentando perceber o que nos querem realmente perguntar, etc.. Não me parece que isso seja sequer um problema pragmático. Na maior parte dos casos, as pessoas não se enganam, ou se se enganam são corrigidas e resolvem o problema.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-19818320985292456742013-11-04T01:48:28.397+00:002013-11-04T01:48:28.397+00:00Rui, fico contente que o blogue te faça pensar. Ac...Rui, fico contente que o blogue te faça pensar. Acho que não tem outro objectivo que não seja pôr em cheque aquilo que se dá por adquirido. Se não erro? Erro, claro. Tenho, no entanto, a vantagem, acho eu, de ser bastante auto-crítico e de me salvaguardar de muitos erros eventuais. Raramente defendo aqui coisas sobre as quais não tenha pensado muito ou lido o suficiente, nem coisas para as quais não tenha argumentos suficientemente fortes para as sustentar. No caso do "porque", correu bem porque é um assunto sobre o qual pensei a sério e sobre o qual tive uma discussão há uns anos. Quanto à incapacidade de admitir que deixo muita coisa por justificar, sei evidentemente que, em muitos casos, as explicações que dou não são totalmente satisfatórias, sobretudo quando se trata de assuntos muito complexos.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-58403605598130835912013-11-03T21:37:41.859+00:002013-11-03T21:37:41.859+00:00Com todos esses argumentos, o Nuno ganha a discuss...Com todos esses argumentos, o Nuno ganha a discussão. Infelizmente, não sei se por ter razão, se por ignorância minha, se pelas duas razões. Seja como for, fico feliz por ter conseguido provocar-lhe essa explicação e agradeço-lhe ter perdido tanto tempo.<br />Contudo, deixe-me tentar defender (isto é, defender a vantagem de usar o "porque" em perguntas ou a vantagem que os portugueses têm em poder usar o "porque") o meu uso de "porque" com um breve exemplo.<br />A pergunta 1 "porque (é que) esperas?" pede uma resposta diferente de 2 "por que (é que) esperas?". <br />A 1, respondo com uma explicação: estou à espera, porque não me deixam entrar.<br />A 2, respondo com a causa da minha espera: estou à espera de que abram a loja ou espero por que abram a loja ou espero pela abertura da loja. <br />Talvez a minha implicância esteja relacionada com a minha dificuldade em perceber a evidência de que é "motivo/razao" o que está implícito. Usando "porque", elimino esta dificuldade (ou esta ambiguidade).<br />Quando leio "por que (...)?", a resposta que me ocorre é "por X/ pelo X/ pela X". A resposta pedida é mais causal do que aquela que é pedida por "porque", em cujo caso a resposta é mais explicativa.<br /><br />Em relação a outra confusão minha, ficou explicada. O Nuno diz que usa julgamento onde eu tenho lido uma espécie de normatividade. No entanto, quando o Nuno diz<br /> <br />«Quando se está num dois para um com um guarda-redes, é sempre aconselhável transformar essa situação num um para zero, com o avançado a ficar com a baliza escancarada para finalizar. Do mesmo modo, se for possível, numa situação de um para um com o guarda-redes, transformar essa situação numa situação de um para zero, com um colega a ficar com a baliza aberta para finalizar, essa é sempre a melhor opção.»<br />(Perdi algum tempo a encontrar isto, é de fevereiro de 2010.)<br /><br />Se eu parafrasear isto como 'na situação descrita, o jogador deve passar a bola', então isto parece-se mais com uma norma do que com julgamento.<br />O que eu digo a isto é: depende (novamente, não apenas da jogada em si). O Messi tanto passa a bola como não passa, e portanto (por tanto?) será mais perigoso em tal situação do que seria por exemplo Xavi. Pergunte a qualquer GR: numa situação destas, quem prefere que tenha a bola? Arrisco dizer que todos responderiam "Xavi". Se lhes perguntar "por quê?", responderão "por causa da maior previsibilidade do Xavi"; se lhes perguntar "porquê?", responder-lhe-ão "porque o Messi é mais imprevisível".<br /><br />Dito isto, obviamente um avançado não deve rematar sempre, mas se rematar muito bem, por que motivo não há de rematar mais vezes? Imagine o seu treinador ideal (chamemos-lhe SuperGuardiola, mais guardiolista que o próprio Guardiola) a treinar o Sporting do Jardel: a equipa teria mais ou menos chances de ser campeã? A minha intuição é que teria menos, porque uma das razões do sucesso dessa equipa foi o facto de todos jogarem para o Jardel, o qual tinha uma capacidade finalizadora anormal.penahttps://www.blogger.com/profile/18370328842897398172noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-35781654005634989562013-11-03T20:31:26.468+00:002013-11-03T20:31:26.468+00:00im pre s sionante Nuno. És absolutamente viciado e...im pre s sionante Nuno. És absolutamente viciado em argumentos, em defender permanentemente, contra tudo e contra todos, cada detalhe que escreves. <br />Mas tu não erras?<br />Gosto muito do teu blog, tens de facto ideias diferentes, aprendo sempre imenso com o que escreves, porque me obrigas a pensar em coisas a que não costumo dar atenção no jogo, etc. <br />Mas sinceramente, também é bastante divertido ver-te a rebater cada pentelho (escreve-se assim?) do que aqui é escrito, como se nunca te precipitasses ou não houvesse legitimidade em alguns argumentos dos leitores que não concordam contigo. <br />Admiro a tua capacidade de trabalho e pesquisa (ou, se calhar, profunda cultura geral, não sei dizer, apesar de te ler há anos), mas temo que não seja bom para ti essa incapacidade de admitir que deixas muita coisa por justificar e que tem necessariamente que ver com as tuas convicções (e as convicções, fé, etc., têm sempre qualquer coisa de imperfeito e falacioso, certo?). Temo porque respeito o que escreves.<br />AbraçoRuihttps://www.blogger.com/profile/12512217552875856646noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-7598839805641323822013-11-03T18:56:08.526+00:002013-11-03T18:56:08.526+00:004) Repare que "porque" é composto pela p...4) Repare que "porque" é composto pela preposição "por" + o pronome interrogativo "que". Se juntar uma preposição com um pronome interrogativo pode dar um advérbio interrogativo, por que razão não se formam outros advérbios interrogativos com outros pronomes interrogativos, por exemplo com o pronome interrogativo "quanto"? Tal como a conjunção "porque" funciona como advérbio interrogativo, talvez então conjunções como "porquanto" (causal), "conquanto" (concessiva) e "enquanto" (temporal) pudessem funcionar também como um advérbio interrogativo. As perguntas "Por quanto (tempo) perdemos o autocarro?", "Com quanto (açúcar) se faz este bolo?" e "Em quanto vai o resultado?" funcionam do mesmo modo que uma pergunta sobre causa como seja "Por que fizeste isso?" Se numas a locução adverbial ("Por quanto", "Com quanto" e "Em quanto") é suficiente e não precisamos de criar um advérbio interrogativo, por que é que não podemos fazer a pergunta sobre causas com a locução "Por que"?<br /><br />5) Há quatro pronomes interrogativos em português: "que", "qual", "quem" e "quanto". Quando há a necessidade de fazer uma pergunta começada pela preposição "por" à qual se junta um destes pronomes, nunca se forma um advérbio: "Por qual dos compradores te decidiste?"; "Por quem te decidiste?"; "Por quanto decidiste vender?". Associada, portanto, aos outros 3 pronomes interrogativos, a preposição "por" mantém a autonomia. Por que é que deveria perdê-la quando se associa a "que"? O mesmo acontece com o pronome "que", como já mostrei acima. Com nenhuma outra preposição ele se junta a ela para formar um advérbio: "Com que dinheiro compraste o carro?"; "Sob que expectativas compraste o carro?"; "De que modo compraste o carro?"; "Em que altura compraste o carro?". Associado a qualquer outra preposição, o "que" mantém a autonomia. Por que razão é que haveria de perdê-la, quando se junta a "por"?<br /><br />6) Em outras línguas, o advérbio interrogativo de causa pode ser substituído por uma locução adverbial formada pela preposição correspondente a "por" e por um pronome interrogativo. Em inglês, "why" pode ser substituído por "for what reason"; em italiano, "perché" pode ser substituído por "per quale motivo" ou "per quale ragione". Em espanhol, nem sequer existe um advérbio interrogativo de causa (existe a locução "por qué", como aliás acontece em Português do Brasil. Por que razão isto deveria ser diferente em português?<br /><br />Estão aqui 6 argumentos. Podia dar outros tantos, mas alguns são demasiado complexos e exigiriam uma explicação mais demorada. Como acho que estes são suficientes, fico-me por aqui. Espero que tenha sido útil.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-2006580817926360012013-11-03T18:55:49.834+00:002013-11-03T18:55:49.834+00:00"3 (na esperança de aprender consigo) - Consi..."3 (na esperança de aprender consigo) - Consigo perceber o uso de "por que" se também usar "por quê". Caso contrário, não percebo, a não ser no caso de pronomes relativos como "por que motivo". A explicação de 'motivo' estar elítico nunca me convenceu, pois é uma maneira de dizer que está ali um motivo-fantasma. Eu não acredito em fantasmas."<br /><br />O meu palpite, como já deve calcular, estava certo. A questão é complexa e muitas pessoas usam "porque" como advérbio interrogativo. Para mim, é um uso errado e posso-lhe dar vários argumentos para lho mostrar. Posso também dizer-lhe que já tive discussões com linguistas a respeito do assunto. Como perceberá de seguida, não é algo que uso só porque sim.<br /><br />Comecemos então. Em primeiro lugar, há que distinguir pronomes interrogativos de advérbios interrogativos e de locuções interrogativas. Pronomes interrogativos são "que?", "qual?", "quem?" e "quanto?"; advérbios interrogativos são "porquê?", "quando?", "como?" e "onde?"; locuções são expressões compósitas formadas por uma preposição e por um dos 4 pronomes interrogativos ("Em que?", "Sob qual?", "Com quem?", "Por quanto?"). Segundo ponto prévio, a palavra "porque", em português, é uma conjunção causal e serve para introduzir orações adverbiais causais. Vamos aos argumentos. <br /><br />1) O primeiro argumento contra o "porque" interrogativo é precisamente o que você referiu: o facto de "por que" ser idêntico a "por que motivo" ou "por que razão". Você diz não acreditar em fantasmas e não lhe faz sentido que haja aí uma elipse, mas você faz isso a toda a hora. Repare na pergunta "De que são feitos estes calções?" A pergunta tem uma elipse: a palavra "material". O que se está realmente a perguntar é: "De que material são feitos estes calções?". Logo, não consigo percebe a resistência acerca de haver uma elipse em coisas como "Por que aconteceu isto?". O que se está a perguntar é a razão, o motivo, para algo ter acontecido. A palavra pode estar elidida porque a preposição "por" já contém uma noção de causa, assim como a preposição "de" contém uma noção de material. Se você não junta "de" a "que" na primeira frase, quando procede à elisão, por que razão precisa de juntar "por" a "que" na segunda?<br /><br />2) O segundo argumento podia ser o seguinte. Há 4 advérbios interrogativos em português: "porquê", "como", "onde" e "quando". Todos eles podem ser substituídos por expressões formadas por uma preposição, pelo pronome interrogativo e por um substantivo: "por que razão", "de que modo", "em que lugar" e "em que altura". Repare que todos eles têm, na sua essência, uma preposição e o pronome interrogativo "que". Se "porque" também pudesse ser um advérbio interrogativo, como defende quem defende o seu uso, deveria poder ser substituído por uma coisa destas. Mas "porque" substitui "por causa de".<br /><br />3) Todos estes advérbios interrogativos, bem como a forma pela qual podem ser substituídos, funcionam em final de frase: "Isto aconteceu porquê?" é igual a "Isto aconteceu por que razão?"; "Isto aconteceu como" é igual a "Isto aconteceu de que modo?"; "Isto aconteceu onde?" é igual a "Isto aconteceu em que lugar?"; "Isto aconteceu quando?" é igual a "Isto aconteceu em que altura?". Se "porque" fosse um advérbio de modo, não deveria poder funcionar em final de frase também? Mas "Isto aconteceu porque?" é agramatical.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-35709501541004363542013-11-03T18:55:12.156+00:002013-11-03T18:55:12.156+00:00pena, sobre 1 e 2 vou dizer pouca coisa, porque já...pena, sobre 1 e 2 vou dizer pouca coisa, porque já percebi que não chegamos a grandes consensos. Eu acho que a posição de guarda-redes é, de facto, específica, e nesse sentido não me parece que seja melhor aquele que tome melhores decisões. Mas a especificidade do guarda-redes tem essencialmente a ver com o facto de ter regras diferentes, mais nada. Os restantes jogadores de campo distinguem-se essencialmente pela posição relativa de cada um. Por posição relativa entendo a posição em relação aos companheiros. Por isso, não vejo que a posição de ponta-de-lança seja de maneira nenhuma especial. É tão especial como a posição de defesa central.<br /><br />"O que me parece é que o Nuno oscila entre a liberdade total que advoga para um jogo bem jogado (criatividade)e 'normas' que entretanto aponta como as 'corretas'para certas situações, e eu não consigo conciliar estas duas posições que, francamente, me parecem contraditórias."<br /><br />Quais normas? Se é a circunstância que define o que podem ser boas decisões ou não, e se as circunstâncias são, grosso modo, irrepetíveis, como é que se pode normativizar? Eu não acho que haja normas nenhumas. Embora saiba olhar para uma circunstância e perceber o que é que é, nessa circunstância, uma boa decisão e uma má decisão.<br /><br />"apenas acho que, como muita gente tem dito por aqui, um jogador dotado de certos atributos físicos não decide necessariamente mal se confiar nesses atributos."<br /><br />Depende do que seja confiar. Se um jogador muito forte tecnicamente decidir confiar na sua técnica para arrancar da defesa e fintar os dez adversários, parece-lhe uma boa decisão? Se alguém com um remate muito potente tentar marcar golo antes de meio-campo, estando o guarda-redes bem colocado, parece-lhe uma boa decisão? A mim não parece. Há confiar com razoabilidade e há confiar cegamente. Eu acho que os jogadores devem confiar nas suas capacidades. Não acho é que essa confiança deve ser religiosa.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-70281953188055708822013-11-03T17:11:59.469+00:002013-11-03T17:11:59.469+00:001 e 2 - Sobre a técnica: há casos em que a técnica...1 e 2 - Sobre a técnica: há casos em que a técnica de um jogador o pode tornar uma 'peça' importante para um treinador ganhar jogos. Se eu tiver num onze um jogador cuja única utilidade é marcar golo em nove a cada dez livres a trinta metros da baliza, não será uma boa decisão beneficiar dessa capacidade técnica, ainda que este jogador seja mau a decidir rapidamente? (O Nuno dirá que não, porque é mais importante o que acontece em 90% do tempo do jogo do que o que acontece em 10%; eu diria que sim, porque há situações nestes 10% (os pormenores do jogo) que são realmente mais importantes do que outros momentos do jogo. Imagine o caso do guarda-redes: a técnica é mais importante do que aquilo a que você possa chamar capacidade de decisão). O mesmo com pontas-de-lança - é comum desculpar-se o egoismo nesta posição, e eu percebo porquê. É uma posição especial, como é a do guarda-redes. Eu sei que o Nuno não defende o jogo 'pelo seguro'. O que me parece é que o Nuno oscila entre a liberdade total que advoga para um jogo bem jogado (criatividade)e 'normas' que entretanto aponta como as 'corretas'para certas situações, e eu não consigo conciliar estas duas posições que, francamente, me parecem contraditórias. Eu sei que a liberdade não é equivalente a anarquia, apenas acho que, como muita gente tem dito por aqui, um jogador dotado de certos atributos físicos não decide necessariamente mal se confiar nesses atributos. Confiar é um verbo importante no futebol. Muito do que um jogador faz bem é causado por uma dose saudável de auto-confiança. Nem tudo é reduzível ao contexto da jogada em si.<br /><br />3 (na esperança de aprender consigo) - Consigo perceber o uso de "por que" se também usar "por quê". Caso contrário, não percebo, a não ser no caso de pronomes relativos como "por que motivo". A explicação de 'motivo' estar elítico nunca me convenceu, pois é uma maneira de dizer que está ali um motivo-fantasma. Eu não acredito em fantasmas.penahttps://www.blogger.com/profile/18370328842897398172noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-14737156137975549982013-11-03T16:31:49.995+00:002013-11-03T16:31:49.995+00:00pena, apenas 3 coisas.
1) Génio é capaz de ser ex...pena, apenas 3 coisas.<br /><br />1) Génio é capaz de ser excessivo. A única coisa que disse foi que, em termos técnicos, era acima de média.<br /><br />2) Sobre a imprevisibilidade e boas decisões. É um erro comum as pessoas acharem que, quando se falam de boas decisões, se fala apenas de decisões seguras, que não envolvem risco. Nesse sentido, acham sempre que "boa decisão" é passar a bola. Não é nada disso que defendo. Boas decisões podem ser imprevisíveis. O Messi pode fingir o passe e fintar o adversário e essa pode ser a melhor decisão. Mas depende sempre das circunstâncias. Agora, numa situação X, posso não estar a considerar todas as decisões possíveis e um jogador pode inventar uma decisão melhor do que qualquer outra. É por isso também que tomar boas decisões não é coisa que se ensine com um manual ou fazendo muitas vezes o mesmo exercício. O requisito para se ser bom a tomar decisões é outra coisa que pouca gente sabe o que é, em futebol: criatividade. E a criatividade cultiva-se por tentativa e erro, jogando muito, fazendo muitas vezes os mesmos erros e percebendo que umas decisões teriam sido melhores do que outras. Quando falo em boas decisões, não estou a pensar em decisões seguras, decisões que permitam apenas à equipa manter a bola, etc.; estou a pensar em decisões criativas, acima de tudo. E isso contempla jogadas individuais, passes inesperados, desmarcações inovadoras e posicionamentos adequados ao que cada situação de jogo pede.<br /><br />3) Sobre pronomes, onde é que eu usei "por quê"?Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-2071753868121682022013-11-03T15:52:09.121+00:002013-11-03T15:52:09.121+00:00Antes de tudo, deixa-me elogiá-lo, para não ser in...Antes de tudo, deixa-me elogiá-lo, para não ser injusto. O seu blog é o melhor sobre futebol escrito em português.<br />Se me diz que foi um génio do futebol, acredito em si. O frustrado quando muito sou eu, uma vez que estou a provocá-lo numa tarde de domingo, talvez sem razão nenhuma. Considere isto a minha estranha maneira de o homenagear.<br />A minha advertência é curiosamente contra aquilo que você acha que está a combater. Ao fazê-lo, o Nuno costuma exagerar e entra em modo Nuno Tadeia. O problema não é da natureza contra-intuitiva dos seus argumentos. É verdade que Guardiola provou a efectividade o que este blog já defendia antes da era do Guardiola.<br />O problema é que você idealiza um jogo como nem o Guardiola teve o arrojo de fazer (se tivesse, provavelmente não teria tido o sucesso que teve).<br />Nesta discussão, aquilo a que você chama sorte e superação não são suficientes. Já deve ter percebido que o seu auditório não aceitou muito bem estas classificações. Pode ser pela natureza contra-intuitiva dos seus argumentos, mas de certeza que também é porque os seus argumentos não explicaram isto bem. Falar em superação e sorte é um refúgio seu.<br />Você tem razão em dizer que uma equipa deve fornecer ao jogador com bola o máximo de opções. Mas não tem necessariamente razão ao dizer que em situação X o jogador deve sempre passar a bola. Depende das circunstâncias, mas não apenas das circunstâncias do jogo em si. Um jogador como Messi é imprevisível porque nem sempre toma a 'boa' decisão.<br />Em relação a pronomes, vocÊ pergunta 'porquê' ou 'por quê'?penahttps://www.blogger.com/profile/18370328842897398172noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-42706852922672789452013-11-03T14:35:26.674+00:002013-11-03T14:35:26.674+00:00"Consigo imaginá-lo a fazer tudo bem como far..."Consigo imaginá-lo a fazer tudo bem como faria Farnerud e no fim do treino o treinador dizer-lhe: desculpe, Nuno, mas preferimos o Liedson. E você ficaria admirado: mas eu fiz tudo bem, só tomei boas decisões! Talvez o treinador lhe respondesse: pois bem, mas jogar futebol não é trabalhar numa repartição das finanças."<br /><br />Não é o único a achar que eu, por defender o que defendo, devo ser alguém muito frustrado, que nunca teve habilidade para jogar futebol, e que teve de arranjar uma teoria para me "vingar" dos que têm habilidade. Posso-lhe dizer que esse raciocínio está completamente equivocado e que é precisamente pelo contrário, por ter jogado muitos anos, por saber jogar e por ser acima da média em termos técnicos que percebi que a excelência de um jogador requeria outro tipo de atributos. O seu raciocínio é apenas a forma fácil de justificar a si mesmo a natureza contra-intuitiva das minhas ideias. A maior parte das pessoas não têm capacidade para compreendê-las e precisam de justificar essa incompreensão de algum modo. Por isso, não se sinta mal por estar enganado, que não é o único.<br /><br />pena diz: "Em último lugar, já que o Nuno sabe o que se passa em faculdades de letras, talvez devesse investigar melhor o seu uso de pronomes interrogativos."<br /><br />pena, nada me daria mais prazer, neste momento, do que humilhá-lo por se estar a armar em esperto a respeito de pronomes interrogativos. Antes, porém, manda a educação que o avise de que também não foi o primeiro a tentar tramar-me com o português. E posso-lhe garantir que os que o tentaram sofreram a bom sofrer. Tem mesmo a certeza de que quer ir por aí? De que uso é que está a falar? Pode ser mais específico? Eu tenho uma intuição, mas vou deixar que seja o pena a dizer qual é o problema.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.com