tag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post5293331056685091075..comments2023-11-05T10:38:44.667+00:00Comments on Entre Dez: A Cabecinha de Mascherano e o Treino de Certas HabilidadesUnknownnoreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-88579168455538732002012-10-05T10:01:39.752+01:002012-10-05T10:01:39.752+01:00Sim, o Suso é bom. Tem, de facto, um pé esquerdo i...Sim, o Suso é bom. Tem, de facto, um pé esquerdo incrível. Mas não é o meu preferido, da geração dele. De quem gostei mesmo foi do Oliver Torres e do Denis Suarez. Falei disso aqui: <br /><br />http://www.entredez.blogspot.pt/2012/07/hegemonia-e-geracao-espontanea.htmlNunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-29889584739494810712012-10-04T18:21:46.145+01:002012-10-04T18:21:46.145+01:00..Ó Nuno,não respondeste sobre SUSO;
Não o viste o.....Ó Nuno,não respondeste sobre SUSO;<br />Não o viste o suficiente pra ter uma opinião definida sobre ele,é isso?<br />Eu também descobri com a España no Euro-19(principalmente contra Portugal;Remember:<br /><br />http://www.youtube.com/watch?v=A0dfjJ4gG20<br /><br />O gajo tem o pé esquerdo(a criatividade;a postura..)de REDONDO!!Incrível...<br /><br />Mete a bola onde quer!.. Faz o que quer.<br /><br />Bernard öZilvahttps://www.blogger.com/profile/05321207411265456987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-30404227354310362992012-10-04T18:16:46.052+01:002012-10-04T18:16:46.052+01:00@Nuno:"Só acho é que a 6 as suas característi...@Nuno:"Só acho é que a 6 as suas características não são todas potenciadas.Sê-lo-iam numa equipa como o Barça.No PSG,devia jogar ao lado do Pastore,mais à frente"...<br /><br />Concordo plenamente!<br /><br />Pra mim,a melhor disposição(o losango no 4-4-2)deveria ser isso:<br /><br />-----------Thiago Motta----------<br />------Verratti----Chantome(Bodmer)<br />-------------Pastore-----------<br /><br />--------------------------Menez<br />-------------Zlatan------------<br /><br />VERRATTI deve jogar mais perto do PASTORE!<br />Um pouco à imagem de ANDRÉ MARTINS(que é um pouco o "verratti tuga"^^)com o DIOGO ROSADO(que é ele um pouco o "pastore tuga"^^)nos SUB21;vi quase todos os jogos deles,e é de facto incrível a relação em campo entre os dois!<br />Jogam/combinam quase de "olhos fechados",fantásticos!Perfeitos.. -Mesmo incompreensível como no SPORTING vendo aquilo não metem a "dupla maravilha" à funcionar na equipa primeira(?!?).. Mas como já referimos,"falta ideias" em Alvalade..(Preferem burros à Capel que jogam cabisbaixo lol)<br /><br />Voltando ao assunto principal("prodigio verratti"),o problema é que o ANCELOTTI quere fazer no PSG como fazia no MILAN<br /><br />Mete o VERRATTI no papel do PIRLO(a 6,estilo "quaterback"),e para "o proteger" no papel dos "molossos" à GATTUSO-AMBROSINI,temos SISSOCKO-MATUIDI<br /><br />E isso é terrível porque não são JOGADORES DE FUTEBOL<br /><br />CHANTOME sim,já é!.. E felizmente Ancelotti da-lhe algumas oportunidades no meio campo.. <br /><br />Mas ainda temos lá o MATUIDI(não percebi porque o Freitas Lobo intusiasmou-se tanto com ele ontem;pra mim MATUIDI não é grande coisa em termos futebolisticos!.. OK,"corre","compensa","da équilíbrio","tem pulmão".. mas na hora de tomar boas decisões -em ataque organizado-,já le falta o essencial:"cérebro"!)<br /><br />E o resultado é que temos um Paris Saint-Germain "milanizado" que joga com linhas muito baixas,e que vive principalmente de contra-ataques,transições rápidas..<br /><br />E acho isso um pouco triste..<br /><br />Porque Verratti,Pastore & Ibrahimovic pela classe que tem,mereciam maior ambição no jogo!<br /><br />Ancelotti tem boas ideas(sua grande referência é Sacchi),mas parece que às vezes ainda tem "residuo" de "Velha Italia"(tipo trapatoni o capello)...<br /><br />Mas acho que vai mudando aos poucos(chantome no losango já é bom sinal de mudança);e cuando leio suas declarações elogiosas sobre o Barça de Pep,o a Italia de Prandelli(tbm quer propor esse tipo de futebol no PSG).. Penso que esta no bom caminho,o Carletto...<br /> <br />Va piano,va sano.. lolBernard öZilvahttps://www.blogger.com/profile/05321207411265456987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-66954893390754713892012-10-04T10:50:20.876+01:002012-10-04T10:50:20.876+01:00Mozart Ozzil, o Verrati é uma máquina. Vou falar d...Mozart Ozzil, o Verrati é uma máquina. Vou falar dele brevemente. Já o conhecia. Só acho é que a 6 as suas características não são todas potenciadas. Sê-lo-iam numa equipa como o Barça. No PSG, devia jogar ao lado do Pastore, mais à frente. O gajo é fenomenal em espaços curtos, arranja soluções com uma facilidade brutal, e tecnicamente é um prodígio.<br /><br />Masterzen, não há tipicidade nenhuma. O que há é a tentativa de mitigar ao máximo a atipicidade do jogo, reduzindo o risco e o erro. O que o Barça faz, precisamente, é reconhecer que o jogo é essencialmente atípico, e propõe-se a tentar controlar-lhe, o melhor que conseguir, essa atipicidade. Agora, as jogadas são todas diferentes umas das outras, não há nada predefinido a não ser essa ideia vaga de que não se deve arriscar quando o risco é alto.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-4001800283734893292012-10-03T02:42:24.950+01:002012-10-03T02:42:24.950+01:00
Caro Nuno, gosto da forma como teorizas as coisas...<br />Caro Nuno, gosto da forma como teorizas as coisas, nota-se que há trabalho de casa. Em relação ao base no contra-ataque foi erro meu, embora sirva para te mostrar como a tipicidade não é assim tão linear no jogo moderno. <br />Analisa o jogo do Barça e repara como há tipicidade. A tipicidade é feita a base de conceitos serão 10 ou 15 ou até 20, mas existem. O segredo do barça ser uma máquina infernal é a diferença entre jogar com conceitos, anárquicamente ou mecânicamente.<br />Esta história do jogo por conceito há muito enraizada noutras modalidades está ainda para chegar ao futebol excepto o Barcelona. Conceitos na ocupação de espaços, no trabalho sem bola, no sair a jogar etc, se tens dúvidas consulta as análises do jogo na UEFA. Isto do jogo ser imprevisível, será talvez nas bolas que batem em alguém e entram. Repara porque quase não se chuta de fora e não se bate cantos para a área por isso mesmo para lhe tirar imprevisibilidade no momento da perda da bola. <br />Abraço e continuação de bom trabalho masterzenhttps://www.blogger.com/profile/13653714351455712784noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-50028596534876402212012-10-02T18:32:38.107+01:002012-10-02T18:32:38.107+01:00SUSO,um jogador totalmente "EntreDez-Compatív...SUSO,um jogador totalmente "EntreDez-Compatível"...<br /><br />Elegância & Estilo.Bernard öZilvahttps://www.blogger.com/profile/05321207411265456987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-41470987231320436862012-10-02T18:31:55.877+01:002012-10-02T18:31:55.877+01:00..Ah mais uma coisa!
Vi num post que falaste do F.....Ah mais uma coisa!<br /><br />Vi num post que falaste do FERNANDEZ SUSO.. Também gosto muito!!<br />E vejo nele grande futuro...<br /><br />Olha pra classe dele nos seus primeiros passos com a equipa primeira do Liverpool:<br /><br />http://www.youtube.com/watch?v=UIJEorlMTgo<br /><br />Parece um pouco o Fabregas(versão esquerdino),mas com ainda mais velocidade...<br /><br />Repara como conduz a bola(sempre com cabeça levantada;com bela atitude),finta o adversario(olééé),e acaba por tomar a boa decisão;com simplicidade,de maneira natural... <br /><br />Não engana aqui também:"Crackazo"!<br /><br />Bernard öZilvahttps://www.blogger.com/profile/05321207411265456987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-63194845321318252992012-10-02T18:26:14.971+01:002012-10-02T18:26:14.971+01:00Pra falar de VERDADEIRO FUTEBOL(verdadeiro "6...Pra falar de VERDADEIRO FUTEBOL(verdadeiro "6"),Nuno;conheces o MARCO VERRATTI(Paris Saint-Germain)?<br /><br />Em Italia chamam-lhe "O Novo Pirlo",e com razão porque é incrível,o puto... Tens mesmo de o ver jogar,Nuno!<br />Amanhã no Dragão,o PSG(que conta com Pastore & Ibrahimovic,tambem)vem jogar,por isso tenta ver o jogo,e admira a classe deste prodígio!19 anos.. <br />E já sabe quase tudo o que se deve fazer em campo!<br />Uma maturidade incrível...<br />Parece um pouco o André Martins(tbm tem 1m65),mas com ainda mais recursos técnicos,e um pouco mais "cabedal",mais força.. <br /><br />Um "fuoriclasse",mesmo!<br /><br />Bernard öZilvahttps://www.blogger.com/profile/05321207411265456987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-37426151577223977012012-10-02T18:22:35.419+01:002012-10-02T18:22:35.419+01:00Sim o Mascherano,alias "Masc",é um "...Sim o Mascherano,alias "Masc",é um "gaúcho","que juega con GARRA y HUEVOS"(como dizem Los Hinchas from La Pampa!),e pouco mais disso...<br /><br />O Sporting também tem um assim,chama-se "Fito Rinaudo"<br /><br />..E tambem é idolatrado dos adeptos leoninos!<br />É assim... Como deixa "a pele em campo","corre em todo o lado",entra de carrinho "a todo o gás",etc.. é o Herói da plateia!Das claques...<br /><br />Que tristeza de "futebol"... (Sá Pinto Likes This)<br />Bernard öZilvahttps://www.blogger.com/profile/05321207411265456987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-51068149860683585942012-10-02T01:01:16.267+01:002012-10-02T01:01:16.267+01:00"o que te perguntei foi onde é que leste isso..."o que te perguntei foi onde é que leste isso que eu quero rir um pouco."<br /><br />Não li em lado nenhum.<br /><br />"confundes situações organizadas com situações típicas."<br /><br />Não, não confundo.<br /><br />"Para que tenhas um exemplo o barcelona em basket na ultima época tinha mais de 90 sistemas e variantes de ataque, como é óbvio é organizada mas não típica porque não se repete com muita frequÊncia."<br /><br />Pois, é mesmo isto, Masterzen. Havendo a possibilidade de ter 90 jogadas (ou 200, não interessa) indicia que o jogo é feito de tipicidade. Achas que seria possível, em futebol, estudar 90 jogadas? Claro que não. Nem 5. E a razão é muito simples: o jogo é muito mais imprevisível, precisamente porque não há tanta tipicidade. Embora haja muito boa gente que acredita que os seus jogadores podem mecanizar algumas jogadas típicas. A maioria das equipas nem 5 lances de bola parada tem ensaiados. E isto não é só porque grassa por aí muita incompetência. É porque, simplesmente, à medida que se introduz complexidade, a diversidade das respostas de quem ataca e de quem defende torna impossível prever o que acontece de seguida. E são bolas paradas, em que os jogadores têm tempo para pôr na cabeça todos os passos da jogada.<br /><br />"Diz-me falando de sistema ofensivo como é que a maior parte das equipas que ataca com 4 ou 5 jogadores no futebol 11 é assim tão imprevisível?"<br /><br />Han? Como assim? Em basquetebol, há desde logo uma vantagem enormíssima, que é um passe ser muito mais certeiro do que em futebol. Os espaços são mais curtos, o jogo é jogado com a mão, etc. Em futebol, uma simples imprecisão num passe (que acontecem a toda a hora, em todas as equipas) inviabiliza de imediato o lance que seja estudado, ficando os jogadores entregues à necessidade de usarem um recurso. Se me perguntares como é que a maioria das equipas ataca com 4 ou 5 jogadores, digo-te que o faz com transições rápidas. Se me perguntares como é que essas transições são feitas, muito honestamente, não faço ideia. Umas vezes são feitas lançando nas costas, outra abrindo nas alas, outras por recuo do avançado a servir de apoio central. Queres mesmo comparar as variáveis que existem num jogo e noutro? O futebol, por ser jogado com os pés, por ser jogado por 11 jogadores contra 11, por ser jogador num campo com aquelas dimensões, e por muitas outras coisas, é tendencialmente mais complexo e menos tipificado do que qualquer outro jogo. <br /><br />"Depois isso de ser o base que sai no contra-ataque em drible é literatura do tempo do Chalana e Diamantino mas muito aplicável ainda ao basquetebol português."<br /><br />Mas quem é que falou num base a sair em contra-ataque? O que eu disse foi que, no basquetebol, a grande maioria dos lances são de ataque organizado, e a grande maioria são conduzidos pelo base. Este base, normalmente, é alguém com boa técnica, com criatividade e espontaneidade, e com boa qualidade de passe, precisamente porque são as características mais importantes para alguém que vai definir todo o lance ofensivo. No futebol, por mais que as pessoas digam que o Xavi é que puxa os cordelinhos do ataque Barça, para dar um exemplo, isso é estapafúrdio. Não há um jogador responsável por conduzir ataques, por decidir que jogada é que a equipa vai ensaiar. Em futebol, esse jogador decide consoante o momento. Em basquetebol, o base pode aproveitar aquilo que os colegas lhe derem, em termos de linhas de passe, de bloqueios, etc., mas muitas vezes é ele que estipula a decisão de todo aquele ataque. E é em relação às decisões do base que a equipa reage depois. Isto, só por si, confere ao jogo uma tipicidade muitíssimo maior. Mas não é sequer preciso ir tão longe. É um jogo em que as situações de ataque ocorrem, geralmente, à volta do bloco defensivo, em que a bola só entra no bloco adversário (e muitas vezes nem entra) para a definição do lance. E isso, por si só, torna as possibilidade de decisão muito mais reduzidas. Em futebol, o jogo disputa-se maioritariamente entre os dois blocos, e isso faz com que imediatamente a tipicidade se desmorone.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-19280179749384412932012-10-01T01:39:36.685+01:002012-10-01T01:39:36.685+01:00Caro Nuno, a sério que não quero estar aqui a disc...Caro Nuno, a sério que não quero estar aqui a discutir qual é o desporto com mais situação típicas, o que te perguntei foi onde é que leste isso que eu quero rir um pouco. <br />Estás a falar sobre coisas que é por demais evidente que não dominas, pois confundes situações organizadas com situações típicas. Uma situação pode ser organizada e não tem que ser necessariamente típica. Para que tenhas um exemplo o barcelona em basket na ultima época tinha mais de 90 sistemas e variantes de ataque, como é óbvio é organizada mas não típica porque não se repete com muita frequÊncia. Diz-me falando de sistema ofensivo como é que a maior parte das equipas que ataca com 4 ou 5 jogadores no futebol 11 é assim tão imprevisível? <br />Depois isso de ser o base que sai no contra-ataque em drible é literatura do tempo do Chalana e Diamantino mas muito aplicável ainda ao basquetebol português. O que é preciso desconstruir de uma vez por todas é a literatura imposta pelo mundo do futebol, que está errada bem como as suas invenções. Em forma de anedota para rirmos todos juntos, esta invenção do Mourinho de colocar a mão á frente da boca para ninguém perceber e que alastrou a todo o lado, é utilizada pelos árbitros da NBA há décadas.<br />Abraço e continuação de bom trabalhomasterzenhttps://www.blogger.com/profile/13653714351455712784noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-26718190354383055762012-09-30T12:15:59.830+01:002012-09-30T12:15:59.830+01:00Jorge D. diz: "Um exercício não é um fim em s...Jorge D. diz: "Um exercício não é um fim em si mesmo. Não tem finalidade. Tem objectivos variados, isto porque as linhas de força que suportam o jogo assim o ditam. Pegando no teu exemplo, treinar uma transição rápida, não é o mesmo que treinar a percepção do momento em que ela poderá acontecer, são coisas muito diferentes. Os exercícios terão de ser sempre abertos, com objectivos variados, objectivos que por vezes o treinador nem conhece, é o jogador que o indica."<br /><br />Jorge, lembro-me de que foste a primeira pessoa que me fez pensar num tipo de treino totalmente diferente daquele que é actualmente preconizado. Na altura, ainda a periodização táctica me parecia ter virtudes que hoje acho que não tem. Falaste-me, nessa altura, em treino da criatividade, e isso suscitou em mim imediatamente alguma empatia. E o problema acho que é esse. Quando li sobre periodização táctica, gostei do que li, porque representava um corte grande em relação a outras metodologias e parecia cobrir uma série de coisas. Ainda assim, não me satisfazia por inteiro. Intuitivamente, havia coisas que não eram contempladas. Com o tempo, percebi que essas coisas eram as mais importantes, e, aliás, a grande maioria das coisas para as quais uma equipa devia estar preparada. Isso fez-me reflectir, pensar em alternativas, e chegar a conclusões. É por isso que ninguém pensa assim. As pessoas lêm coisas, aceitam-nas, se houver quem tenha sucesso com elas elevam-nas ao estatuto de Bíblia, e não reflectem sobre elas nunca mais. Aquilo que eu acho que é o jogo é completamente incompatível com a natureza destas metodologias, e só reflectindo a sério sobre a primeira é que pude perceber isso. Evidentemente, fazer com que alguém aceite um tipo de treino que, aparentemente, não tem finalidade é muito mais difícil do que fazer alguém aceitar um tipo de treino em que cada exercício tem uma finalidade óbvia. E é esse o problema. Aliás, não é só em futebol que as pessoas têm problemas com coisas que não têm finalidades óbvias ou de curto prazo. Basta pensar na ideia errada que há em relação à supremacia das ciências exactas sobre as outras, ou sobre as estratégias políticas da grande maioria dos governos europeus. A grande maioria dos seres humanos tem dificuldades em tomar decisões que não apresentem resultados imediatos e tem dificuldades em compreender como é que certas estratégias que não pareçam minimamente objectivas podem ser melhores que outras cuja finalidade, boa ou má, é apresentada desde o início. O melhor jogador de xadrez é aquele que pensa mais à frente e cuja jogada não parece ter uma finalidade óbvia e circunscrita àquela mesma jogada. Mas, ainda assim, ninguém presta atenção a isso.<br /><br />Masterzen diz: "Nuno quando puderes envia-me onde leste que o basquetebol é um jogo de situação típicas... quero rir um pouco."<br /><br />Masterzen, há jogos com índices de tipicidade mais elevados do que o basquetebol. O voleibol é um caso claro. Mas também há jogos com índices de tipicidade mais baixos: o futsal, por exemplo. O único jogo que conheço cujo índice de tipicidade é mesmo muito baixo, e que me permite dizer que é um jogo completamente diferente, é o futebol. No caso do basquetebol, como é óbvio, não é só situações-tipo. Mas há muitas. Basta ver que, em basquetebol, na sua maioria, as jogadas são defensivas ou ofensivas: ou se defende com toda a gente, ou se ataca com toda a gente. Isto introduz imediatamente tipicidade. Quem coordena o ataque é o base responsável pela condução de bola. O poste tem normalmente um conjunto muito reduzido de movimentos. Há bloqueios estudados, há inúmeros lances em que o portador da bola comunica aos colegas, por sinais, que jogada irá fazer. Como é que isto não é um jogo de situações típicas? Há meia-dúzia de lances preferenciais, e a liberdade está limitada à decisão de um entre esses, de acordo com a situação. Não há propriamente muito espaço para inovação, e só em casos extraordinários (que os há, ainda assim) é que alguém surpreende com tomadas de decisão inesperadas.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-41019731756474971412012-09-30T12:13:51.811+01:002012-09-30T12:13:51.811+01:00Blessing Lumueno diz: "Um jogador inteligente...Blessing Lumueno diz: "Um jogador inteligente sim saberá sempre resolver uma situação dessas que nunca treinou. O único problema nisso é que a reposta a situaçãoe consequente resposta motora só iria chegar depois da bola já estar lá dentro... O tempo de resposta ia ser simplesmente demasiado lento, porque o cérebro não iria ter experiência ao qual recorrer..."<br /><br />Porquê? Pelo contrário. Um jogador inteligente iria perceber mais rapidamente o que o lance exigiria de si. O problema da tua teoria é que achas que os jogadores só têm respostas motoras rápidas se trabalharem os exercícios específicos para os quais essas respostas motoras são necessárias. E isso não é assim. Não respondes apenas a situações que conheces, ou que identificas. O culto da decisão de que fala contempla precisamente isso, o saber decidir melhor em situações que nunca se treinou e para as quais, portanto, não se pode dar resposta motora "mecanizada".<br /><br />"Dessa forma o que me ocorre é que deixaria de haver posições pré definidas dentro de campo... Ou seja: todos os jogadores saberiam jogar bem, em todas às posições..."<br /><br />Não. O que deixaria de haver era funções predefinidas. Já o disse aqui no blogue várias vezes: num verdadeiro colectivo, os jogadores não têm funções ou um conjunto de tarefas a desempenhar. Num verdadeiro colectivo, a única tarefa é decidir o melhor possível a cada instante, consoante a situação em que se encontre. Isso não significa, no entanto, que cada jogador não tenha uma posição em campo. Tem-na, e deve respeitá-la. Mas essa posição não lhe impõe tarefas. Impõe-lhe apenas que respeite a posição relativa aos colegas. E isso também é decidido instante a instante.<br /><br />"Não vamos nunca conseguir que eles assimilem todos de igual forma a mesma coisa, o que vai fazer com que eles sejam melhores em momentos de jogo e fracos noutros. E é a partir daí que surge a especialização."<br /><br />Não. A especialização surgirá, quando muito, como efeito secundário. Surgirá do facto de se jogar em posições que façam com que se tome mais vezes um tipo de decisão do que outro. O que seria redutor seria forçar isso. Num jogo, um avançado tem 4 ou 5 ocasiões de finalização, e provavelmente todas diferentes umas das outras. Tem também centenas de outras acções, como desmarcações, como apoios verticais, etc. Eu não percebo, muito sinceramente, por que é que se perde tempo a treinar momentos de finalização, quando a grande maioria das acções a que um avançado terá de dar resposta num jogo são de outro tipo. É por isso que a especialização não faz sentido. Um avançado é igual a outro jogador qualquer, com a diferença de que vai aparecer mais vezes (não muitas) em zona de finalização. Se, em vez de se tentar mecanizar-lhe esses momentos, o que é estúpido, se tentasse trabalhar-lhe a decisão, ele acabaria por saber responder melhor a esses momentos (que não são iguais) por saber decidir melhor e não por reagir mecanicamente por repetição do que treinou. Quando muito, tornar-se-ia, e apenas por efeito secundário, num especialista em decisões desse tipo.<br /><br />De qualquer modo, Blessing, o ponto que critico não é a metodologia em si. Há boas pessoas a trabalhar em periodização táctica. E haverá também boas pessoas a trabalhar noutros métodos. A minha crítica é àqueles que acham que a metodologia é o segredo do sucesso. Não é. Há-que pensar o jogo, e é sobretudo isso que é importante.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-2663922125607555562012-09-30T02:45:45.918+01:002012-09-30T02:45:45.918+01:00Nuno quando puderes envia-me onde leste que o basq...Nuno quando puderes envia-me onde leste que o basquetebol é um jogo de situação típicas... quero rir um pouco.<br />Uma constatação dessas só pode ser feita por um futeboleiro qualquer de uma universidade. masterzenhttps://www.blogger.com/profile/13653714351455712784noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-15522881095559251982012-09-29T13:19:20.694+01:002012-09-29T13:19:20.694+01:00Dessa forma o que me ocorre é que deixaria de have...Dessa forma o que me ocorre é que deixaria de haver posições pré definidas dentro de campo... Ou seja: todos os jogadores saberiam jogar bem, em todas às posições...<br />Isso tem também um problema certo? Por mais que nós queiramos não especializa-los, isso irá sempre acabar por acontecer. O motivo é simples. Experiência!<br />Não vamos nunca conseguir que eles assimilem todos de igual forma a mesma coisa, o que vai fazer com que eles sejam melhores em momentos de jogo e fracos noutros. E é a partir daí que surge a especialização. Vais dar maior experiências de situações de um tipo do que doutro aos que joguem por exemplo melhor em organização ofensiva!<br />E a especialização é um problema de interpretação. Porquê? Porque teoricamente o que vou explicar ao meu jogador, são às formas que eu acho que sejam mais eficazes de resolver o problema. E apesar de deixar o exercício "aberto" ao seu critério, já direccionei para um ponto que eu achava correcto e o jogador vai ter isso em conta.<br />A não ser que sem dar qualquer luz sobre a forma de resolver o problema ele passe pela dificuldade e a resolva sozinho. Mas se não conseguir resolver? Temos sempre de ser nós treinadores a balizar essa forma de resolução certo?<br /><br />Abraço maltaBlessinghttps://www.blogger.com/profile/06957203519840670183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-22833678895798375972012-09-27T20:14:25.843+01:002012-09-27T20:14:25.843+01:00Nuno,
Este é o ponto fulcral.
"Sim, são o...Nuno, <br /><br />Este é o ponto fulcral.<br /> <br />"Sim, são os jogadores que, através do treino, devem descobrir como solucionar os problemas. Mas, quando fazes um exercício contextualizado, não tens um objectivo? Não pretendes "conduzir" os jogadores a executar alguma coisa que tens na cabeça? (...) Quando se fazem exercícios em treino, esses exercícios têm uma finalidade, seja ela ditada pelo treinador, seja ela descoberta pelos jogadores. E o problema é essa finalidade. Na minha opinião, mais de metade do treino devia ser composto por exercícios sem finalidade."<br /><br />Não posso concordar mais. Não consigo sequer perceber como tu não estando directamente liga do ao treino (pelo que me lembro dizes apenas que jogaste futebol muitos anos) consegue chegar a esta conclusão e as pessoas que o estudam ainda não perceberam 1/10 do que percebes?! Espera, já captei a resposta! Não está mecanizado nem especializado em nada, apenas interpretas! Só isto. E é isto que deveria ser um jogador de futebol. Especialista sim, mas na interpretação. <br /><br />A grande diferença é aí referida nesse teu comentário. Um exercício não é um fim em si mesmo. Não tem finalidade. Tem objectivos variados, isto porque as linhas de força que suportam o jogo assim o ditam. Pegando no teu exemplo, treinar uma transição rápida, não é o mesmo que treinar a percepção do momento em que ela poderá acontecer, são coisas muito diferentes. Os exercícios terão de ser sempre abertos, com objectivos variados, objectivos que por vezes o treinador nem conhece, é o jogador que o indica. Depois a relação entre eles, e os seus objectivos específicos (de cada um) é que dita um modo momentâneo de jogar, com o tipo de acção possível, com o tipo de contracção muscular que o permite e com o desgaste emocional intrínseco que poderá ou não provocar. E aqui reafirmo, se os exercícios forem abertos, com múltiplas saídas, com variadas formas e diferentes ângulos criativos para a obtenção do sucesso, condicionados pela dedução intuitiva do jogador (apesar de parecer paradoxal) não existe sequer desgaste emocional!!! Isto vem na sequência da minha resposta ao Blessing.<br /><br />Claro que não é dar uma bola e joguem como querem. Agora, pensar de que forma é que isto pode ser feito, pois parece impossível, é que faz alguma confusão. Mas de impossível nada tem, é totalmente exequível na minha opinião!<br /><br />Abraço, Jorge D. Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-40171094788353627582012-09-27T11:44:23.654+01:002012-09-27T11:44:23.654+01:00Acho que já respondi ao teu comentário. Entretanto...Acho que já respondi ao teu comentário. Entretanto repito...<br />Esqueceste de na minha explicação do exercício considerar o que disse sobre dotar os jogadores do conhecimento do que fazer naquele momento do jogo antes de passar a, prática...<br />Um jogador inteligente sim saberá sempre resolver uma situação dessas que nunca treinou. O único problema nisso é que a reposta a situaçãoe consequente resposta motora só iria chegar depois da bola já estar lá dentro...<br />O tempo de resposta ia ser simplesmente demasiado lento, porque o cérebro não iria ter experiência ao qual recorrer...<br />Se desde miúdos o futebol começasse a ser dado desta forma isso faria sentido... Mas não vai acontecer por algumas das razões que já referi acima amigo...<br /><br />Um abraçoBlessinghttps://www.blogger.com/profile/06957203519840670183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-48832584779196475222012-09-27T11:17:35.616+01:002012-09-27T11:17:35.616+01:00"A questão é que o objectivo do treino de um ..."A questão é que o objectivo do treino de um desporto colectivo a nível sénior, passa sempre por ter como preocupação central o desenvolver de um "jogar" colectivo."<br /><br />Pois, precisamente. O problema é que os defensores da periodização táctica, e não só, acham que o futebol é um desporto colectivo como os outros. É essa a minha crítica. O futebol é um desporto colectivo de espécie diferente. Tem um índice de tipicidade muito inferior aos outros desportos colectivos, e isso faz com que seja muito diferente. Se for encarado assim, talvez se perceba que por ser assim, a ideia de "jogar" colectivo, em futebol, exige coisas diferentes. Os que acham que o futebol é como os outros desportos colectivos, acham que o colectivo, em futebol, deve ser trabalhado como o colectivo nesses outros desportos. Ou seja, acham que, se cada elemento do colectivo se especializar numa função, o colectivo funcionará o melhor que é possível. Nos outros desportos colectivos, talvez seja assim. É assim, de certeza, em futebol americano, em basquetebol, em voleibol, em andebol, pelo menos. Mas em futebol não é. Um colectivo que seja apenas um conjunto de especialistas não é um colectivo o mais forte que é possível. Em futebol, a especialização não é a melhor solução. O futebol é um jogo colectivo de baixo índice de tipicidade, e isso requer um colectivo com baixo índice de especialização.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-83757229599797829862012-09-27T11:17:18.080+01:002012-09-27T11:17:18.080+01:00"Confesso que tenho alguma dificuldade em com..."Confesso que tenho alguma dificuldade em compreender que situações "atípicas" são essas. Para mim, atípico, é algo que não acontece com regularidade"<br /><br />Blessing, por exemplo, em futsal, o remate é muitas vezes feito ao segundo poste, à espera de um desvio. Isso é uma acção típica, e pode ser trabalhada por tentativa e erro. Existe tipicidade porque, em futsal, é comum que, no momento do remate, haja um colega a surgir ao segundo poste. Em futebol, esta tipicidade simplesmente não existe. Para que é que se vai treinar, por exemplo, um lance de ataque que termine com um médio a lançar o extremo, e este a cruzar para a área? Qual é a finalidade disto? Treinar a execução de cruzamento, a resposta do avançado, as movimentações, os timings, etc. Ora, num jogo não há dois lances iguais. Para que é que se andou a perder tempo em treino a "mecanizar" coisas? Em jogo, um lance com as mesmas coordenadas pode pedir um cruzamento rasteiro, se por exemplo o primeiro defesa estiver atrasado e permitir a linha de passe rasteira para o avanaçado, um cruzamento pelo ar, caso não haja linha de passe, ou até a entrada do extremo na área, um compasso de espera a pedir novas movimentações aos colegas. Para que é que se treinou a especialização da ida à linha e do cruzamento, se é a especificidade do lance no jogo que pede a resposta mais adequada? Em futebol, quase tudo é atípico neste sentido. E é por isso que os treinadores deviam tentar preparar os jogadores não para a tipicidade, como o fazem, mas para a atipicidade. E isso, parece-me a mim, só se faz cultivando a decisão de um modo muito distinto.<br /><br />"Um treinador cria determinado exercício para que a equipa se encontre em superioridade numérica defensiva fazendo o jogador passar pelo maior número de situações possíveis."<br /><br />Pois, eu não vejo como é que um exercício (ou vários diferentes) ajudam um jogador a saber como se comportar perante situações diferentes. É este o meu problema com a ideia de "exercício". Tu achas que o Mascherano corrigiria este erro treinando muitos exercícios de superioridade numérica. Eu acho que todas as situações de superioridade numérica são diferentes. Por exemplo, neste caso, a superioridade numérica ainda não existe. Vai acontecer quando o Mascherano e o o Dani Alves chegarem, mas não existe no início do lance. Isto é muito específico. Para contemplares todas as situações de superioridade numérica defensiva, terias de treinar milhares de situações, para que ele estivesse preparado para todas elas. Eu acho que isso não se faz assim. Um jogador inteligente deve saber como decidir em situações que nunca treinou. É essa a diferença.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-33682111067446750302012-09-27T11:16:32.846+01:002012-09-27T11:16:32.846+01:00Claro que os lances são todos diferentes, mas a re...Claro que os lances são todos diferentes, mas a resposta que a periodização táctica dá à diversidade do jogo é a especialização de cada elemento da equipa num determinado número de situações, esperando com isso contemplar o máximo de situações. Um treinador que defenda a periodização táctica pretende que cada um dos seus jogadores se especialize num determinado conjunto de comportamentos. Se quer um lateral ofensivo, vai treiná-lo para que se comporte como tal, vai treiná-lo para que mecanize o máximo de comportamentos possíveis em acções ofensivas que considera que o jogador terá pela frente no jogo. Para isso vai treinar recepções orientadas do lateral após variações de flanco, passagens nas costas do extremo, apoios recuados, etc.. O meu problema é com esta ideia de especialização. Este lateral vai saber comportar-se num determinado conjunto de situações, mas não vai saber comportar-se noutras precisamente porque foi treinado especialmente para as primeiras. A finalidade do seu treino foi essa. O meu ponto é o de que estes treinadores acham que, se tiverem um lateral especializado em determinadas situações, um extremo especializado noutras, um avançado noutras, e por aí fora, têm uma equipa especializada em tudo o que importa. Eu acho que isto faz especial sentido noutros jogos, como no voleibol. Em voleibol, interessa-me especializar o receptor na sua função, o passador na sua, e os rematadores nas deles. Em futebol, acreditar que os jogadores têm funções como no voleibol é muito redutor. E, no fundo, quem defende a periodização táctica, defende um pouco isto. Isto porque a periodização táctica defende a especialização (individual e colectiva).<br /><br />O meu ataque é a esta ideia de especialização. Para mim, o futebol não é como o voleibol porque, ao contrário do voleibol, não é um jogo de situações típicas. Como não é um jogo de situações típicas, não permite especialização. O índice de tipicidade no futebol é até muito inferior a qualquer outro jogo colectivo que conheça (muito diferente até, por exemplo, do futsal), e é tão baixo que a especialização não faz sentido nenhum.<br /><br />"eu tenho como ideia que em lances de superioridade e igualdade numérica, os meus defensores devem "sempre" atacar o homem com bola e tentar o desarme (para reduzir tempo e espaço de execução para o jogador com bola), principalmente se o jogador adversário não se encontra na zona central do campo."<br /><br />Blessing, eu concordo com isso. O problema é que, no lance, quando o Song ataca o portador da bola, a superioridade numérica ainda não aconteceu. Quando o Song vai à bola, está um para um. Se é comido, o avançado do Granada fica isolado. A ajuda está a chegar, quer com o Mascherano, quer com o Dani Alves (salvo erro), do outro lado, mas ainda não chegou. O que ele tem a fazer, naquele momento, é contenção. Isto é básico. E ele fá-lo, e muito bem. Ele só poderia atacar o portador da bola depois de o Mascherano assegurar a cobertura, e isso nunca chega a acontecer. O Song faz o que é correcto.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-86201216944838471212012-09-27T11:15:29.475+01:002012-09-27T11:15:29.475+01:00Blessing Lumueno diz: "No entanto não acho ne...Blessing Lumueno diz: "No entanto não acho nem nunca achei que isso fosse a vanguarda do treino, ou que fosse sequer melhor que as outras metodologias. Achei sim, que me identificava mais com ela, com os seus métodos e que por isso acredito que , eu, tenha mais sucesso com ela."<br /><br />Blessing, conheço muito boa gente que "bate" todos os dias naqueles treinadores que põem os jogadores a subir e a descer escadas. Eu também acho que isso é estúpido. O problema é que aqueles que defendem o contrário, embora me pareçam certos em defendê-lo, não são extraordinariamente diferentes deles, pois o jogo, para eles, é uma coisa muito parecida. A única coisa que os distingue é que são mais "modernos" em termos metodológicos. Já não vão para a mata correr, já não vão fazer pré-época para praia, já não põem os jogadores a correr à volta do campo de forma descontextualizada. Mas, se perguntares aos dois tipos de treinador o que é o jogo, a definição é muito parecida.<br /><br />" A periodização táctica tem como objectivo que os jogadores resolvam os problemas de forma "AUTÓNOMA" que é diferente de "automática/mecânica". E digo isto porque um dos pontos de base desta teoria é ela compreender que todas as situações de jogo são diferentes."<br /><br />Sim, são os jogadores que, através do treino, devem descobrir como solucionar os problemas. Mas, quando fazes um exercício contextualizado, não tens um objectivo? Não pretendes "conduzir" os jogadores a executar alguma coisa que tens na cabeça? Quando se faz um exercício de transição, o objectivo não é dotar os jogadores de processos mecanizados para que a sua resposta em jogo seja mais rápida, para que levem menos tempo a considerar as variáveis todas? Atenção, eu não discordo disto. Eu acho que há certos momentos do jogo que devem estar bem mecanizados, em que os jogadores devem estar preparados para responder quase mecanicamente. Tipicamente, lances de bola parada, primeiras fases de transição, e organização defensiva.<br /><br />O problema é que isto é, no máximo, 5% do que é o jogo. A minha crítica é à ideia de exercício. Quando se fazem exercícios em treino, esses exercícios têm uma finalidade, seja ela ditada pelo treinador, seja ela descoberta pelos jogadores. E o problema é essa finalidade. Na minha opinião, mais de metade do treino devia ser composto por exercícios sem finalidade. E, desculpa lá, mas se há coisa que a periodização táctica preconiza é que todo o exercício deve ter uma finalidade intimamente ligada ao "jogar" pretendido. É essa a minha crítica.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-74623094180078265462012-09-27T11:13:18.307+01:002012-09-27T11:13:18.307+01:00Jorge D. diz: "até se perceber que não é prec...Jorge D. diz: "até se perceber que não é preciso controlar tudo a 100%, para se puder ter uma boa equipa, ainda vai um grande passo."<br /><br />Jorge, é cada vez mais essa a sensação que tenho. Os treinadores modernos, aqueles que defendem com unhas e dentes as metodologias, têm a ilusão de que aquilo que fazem lhes permite controlar, se não 100%, perto disso. E, na verdade, controlam muito menos do que se se estivessem a borrifar para as metodologias e se preocupassem com as coisas certas. Quando vejo um treinador a saltar do banco, irritado porque o seu avançado falhou um golo certo, na única oportunidade que a equipa criou, imagino imediatamente: "este tipo acha-se um grande treinador, e acha que, por treinar 1000 situações de contra-ataque e de finalização por semana, controla tudo e o seu avançado não pode falhar aquilo." Este tipo de treinador é uma besta. Falhar faz parte do jogo, e não é por se ter treinado exaustivamente certas situações que os jogadores não falham na execução dessas situações. O problema é que estas pessoas acham que treinar está estritamente relacionado com a execução prática do jogo. Eu acho que treinar tem pouquíssimo a ver com a execução do que quer que seja.<br /><br />"Numa criança então, é facílimo! Num adulto com "vícios" como os de Mascherano, só conhecendo pessoalmente se percebe se isso é ou não possível."<br /><br />Pois, também acho que isto, numa criança, é muito mais fácil. Daí achar, ao contrário de quase toda a gente, que o perfil intelectual do jogador muda pouquíssimo em idade sénior. Os vícios estão formados, o padrão de respostas a estímulos é já muito denso, e as ideias que o jogador formou sobre o jogo ao longo dos anos não permitem que, de repente, se faça tabula rasa sobre tudo o que se aprendeu. É uma questão epistemológica. As pessoas não aprendem rasurando tudo o que tinham aprendido antes, nem passam a crer em ideias contrárias àquelas que forma formando ao longo dos anos de um dia para o outro. Eu tenho ainda menos fé nos jogadores do que tu. Para mim, mudar o Mascherano seria como transformar um católico ferrenho, que viveu toda a vida como católico, que comungou toda a vida, que foi sempre feliz com o seu catolicismo, num judeu de um momento para o outro. É uma questão de crenças, e as crenças, sejam elas religiosas, sejam pura e simplesmente epistemológicas, são provalmente aquilo que de mais íntimo temos. O Mascherano, para mudar, teria de deixar de ser o Mascherano. Quase ninguém está preparado para isso.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-37039667779881010652012-09-27T11:12:38.048+01:002012-09-27T11:12:38.048+01:00Guilherme diz: "mudando de assunto, achas que...Guilherme diz: "mudando de assunto, achas que algum dia poderias escrever sobre a metodologia de treino do guardiola (presumo que seja a metodologia a que referes no fim do artigo), se evoluiu ao longo das épocas, como é que se organizavam os treinos dele, etc "<br /><br />Bom, não tenho dados suficientes para o fazer. Do pouco que li sobre esse assunto, lembro-me de pensar que tinham ideias bastante modernas, e lembro-me de pensar que, por exemplo, aquela ideia de que a periodização táctica era uma coisa bem portuguesa, que nascera no Porto e pela mão de Vítor Frade, não correspondia bem à verdade. Mas, como disse, tenho poucos dados para poder escrever sobre isso. A metodologia a que me refiro no fim não é bem uma metodologia. É, quando muito, uma contra-metodologia. O meu ponto é que todas as metodologias que vigoram ignoram uma coisa essencial acerca do jogo e são, por isso, muitíssimo incipientes em si mesmas. Aquilo que me parece é que, em vez de se andar a defender a metodologia a, b, ou c, era muito mais frutífero andar a defender teorias do jogo a, b, ou c. Mais importante do que perceber de que modo é que o treino prepara os jogadores para o jogo seria perceber de que modo é que o treino permite aos jogadores compreenderem o jogo. Isto tem a ver com as ideias enraízadas acerca do papel do treinador. Para os defensores de metodologias a, b, ou c, o treinador deve ser alguém que percebe como é que pode um exercício X tem utilidade para um jogar Y. Eu acho que um treinador deve ser essencialmente alguém com preocupações teóricas acerca do jogo. O problema dos aficionados das metodologias é que estão a discutir questões estritamente práticas, sobretudo relacionadas com a eficácia de certo tipo de exercícios. Para mim, a eficácia dos exercícios é um problema secundário. Se um treinador achar que, defendendo com 11 e jogando em transição, pode ser campeão nacional, os seus treinos podem ser os melhores do mundo, a equipa pode defender melhor do que qualquer outra e ser a melhor do mundo em transição, mas dificilmente será campeã.<br /><br />"na mesma linha, podemos falar de um modelo de periodização táctica, ou há variantes para além da do mourinho? o vilas-boas também aplica o mesmo método ?"<br /><br />Eu acho que há variantes, sim. E isso tem muito a ver com o perfil do próprio treinador. Muito mais do que a periodização táctica, aquilo que acho verdadeiramente interessante no tipo de treino do Mourinho é aquilo a que ele chama "descoberta guiada". Muito rapidamente, se não gosta do resultado de um exercício, pára o treino, pergunta aos jogadores o que acharam daquilo, recolhe feedbacks, aconselha, e repete o exercício deixando ao critério do jogador mudar ou manter as suas decisões. Tenho sérias dúvidas de que haja muitos treinadores com este tipo de sensibilidade. Porque isto implica que o treinador não pode ter um "jogar" predefinido, e tem de saber que a decisão é sempre do jogador.<br /><br />Sobre o livro do Matias Manna, já o tenho, mas ainda não o li. Não sei se sabes, mas aquilo é uma colectânea de textos escritos no blogue, e não há propriamente grandes novidades. Ainda assim, claro, é das melhores coisas que se podem ler sobre o jogo.Nunohttps://www.blogger.com/profile/10675676361845900355noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-84673610363004961162012-09-27T00:03:02.585+01:002012-09-27T00:03:02.585+01:00Quanto ao livro sim, vou ler essas Quanto ao livro sim, vou ler essas Blessinghttps://www.blogger.com/profile/06957203519840670183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3061874516406858974.post-76541655435426690182012-09-26T23:54:14.188+01:002012-09-26T23:54:14.188+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Blessinghttps://www.blogger.com/profile/06957203519840670183noreply@blogger.com