sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Golo do Ajax

Três tabelas e um golo. Foi assim, ontem, em Amesterdão. Em larga medida, romper linhas adversárias e desposicionar defensivamente uma equipa inteira é assim que se faz. Passe vertical no apoio frontal, que dá de frente; novo passe vertical no segundo apoio frontal, que volta a dar de frente; e mais um passe vertical num terceiro apoio frontal, que volta a entregar de frente. Se a primeira tabela não representou ganhos territoriais significativos e teve apenas a utilidade de desposicionar o meio-campo escocês e preparar a jogada que se seguiria, as outras duas permitiram ultrapassar 5 oponentes e deixar Schone na cara do guarda-redes do Celtic. Há quem ache que, com aquela densidade de jogadores adversários, é pouco razoável tentar furar pelo meio e mais recomendável contornar o bloco defensivo. Os jogadores do Ajax mostraram como se faz e o futebol agradece. É assim que se ataca colectivamente: dando opções de passe constantes, com movimentações simultâneas e procurando passes e devoluções dentro do bloco do adversário, preferencialmente entre linhas. No início da jogada, a equipa escocesa nem estaria propriamente mal posicionada, mas os rearranjos sucessivos e a tentativa de ir tapando cada uma dos brechas criadas pela jogada dos holandeses deixou-os, em poucos segundos, e com apenas meia-dúzia de passes, completamente à deriva. É uma pena não haver mais equipas a fazer coisas destas.